UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA MOTIVAÇÃO: TRANSFORMANDO GRUPOS EM EQUIPE E SUA INFLUÊNCIA NO AMBIENTE DE TRABALHO Por: Valéria Abreu Ribeiro Orientador Prof. Carlos Cereja Rio de Janeiro 2012 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA MOTIVAÇÃO: TRANSFORMANDO GRUPOS EM EQUIPE E SUA INFLUÊNCIA NO AMBIENTE DE TRABALHO Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de pós-graduado em gestão de recursos humanos. Por: Valéria Abreu Ribeiro 3 AGRADECIMENTOS ...aos colegas de classe, amigos e professores. 4 DEDICATÓRIA ...Dedica-se ao amigo Sérgio que incentivou a iniciar a especialização, minha mãe, sempre compreensiva nos momentos de aflição e ao meu filho que estava na barriga e hoje aqui ao meu lado . 5 RESUMO A presente pesquisa versa sobre a “Motivação: Transformando grupos em equipe e sua influência no ambiente de trabalho”. A motivação é um fator importante para o sucesso da organização, tendo um aspecto superlativo sobre os colaboradores, que quando estão motivados criam um ambiente saudável e um relacionamento interpessoal muito melhor, transformando grupos em equipe. Na presente pesquisa, será demonstrado os aspectos intrínseco e os extrínsecos, para motivar um funcionário. Também analisaremos de forma cuidadosa como as empresas atualmente vem tratando do assunto, e quais as práticas que utilizam para incentivar a motivação no ambiente de trabalho. PALAVRAS –CHAVES: MOTIVAÇÃO – TRANSFORMAÇÃO – INFLUÊNCIA 6 METODOLOGIA Foram utilizados livros, artigos e matérias publicadas na mídia eletrônica, como as principais fontes de consultas. Portanto, o método utilizado para a elaboração do presente estudo foi o bibliográfico. Dando todo um suporte no desenvolvimento, diante da análise de dados, que foram selecionados de forma cuidadosa, para compor todo o conteúdo do estudo. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 11 CAPÍTULO II MOTIVAÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO 19 CAPÍTULO III CLIMA ORGANIZACIONAL E MOTIVAÇÃO 26 CONCLUSÃO 36 REFERÊNCIAS 38 ANEXOS 41 ANEXO – PARABOLA 44 INDICE 46 8 INTRODUÇÃO A presente pesquisa versa sobre “Motivação: Transformando grupo em equipe e sua influência no ambiente de trabalho”. O objetivo da pesquisa é analisar como o colaborador motivado, influencia de forma positiva, de uma forma ampla na organização. Eleva a produtividade com qualidade, aumenta a satisfação no desenvolvimento do trabalho, e soma benefícios materiais e imateriais na organização. A motivação envolve sentimentos de satisfação, de crescimento e de reconhecimento profissional, manifestados por meio do exercício das tarefas e atividades que oferecem suficientes desafios e significados para os funcionários, e quando os fatores motivacionais são ótimos, elevam substancialmente a sua realização pessoal. Atualmente as empresas, e consequentemente os gestores responsáveis pelo grupo, preocupam-se com o nível motivacional da equipe, ou seja, de seus colaboradores. Implementam cursos motivacionais, dinâmicas de grupo, palestras. Entretanto, este investimento não é suficiente para atingir os verdadeiros motivos que levam a alcançar a expectativa de cada um do grupo. A presente pesquisa está estruturada em três capítulos, fundamentados com autores renomados da área, no intuito de trazer um embasamento ao suscitado estudo. No primeiro capítulo, abordamos uma proposta mais conceitual, para facilitar o entendimento aos demais assuntos que foram elaborados mais adiante. Muito embora, os autores apresentam conceitos diversos sobre a motivação, partilham do mesmo entendimento, em que cada conceito complementa-se e articulam-se entre si. No segundo capítulo, foi possível desenvolver a pesquisa e analisar os estímulos que levam ao indivíduo se motivar. 9 E finalmente no terceiro e último capítulo foi abordado as condições em que o indivíduo se sente motivado e a influência desta motivação na organização. A justificativa desta pesquisa é analisar a sua importância mostrar como a motivação influencia de uma forma positiva para o pleno desenvolvimento da organização, ou seja, no que tange a produtividade, qualidade, e na preservação favorável, construindo um bom ambiente de trabalho, transformando grupos em verdadeiras equipes. Em que pese a importância da motivação para a organização, qual a forma de motivar o indivíduo? A tarefa do administrador, no que diz respeito à motivação, tem sido descrita como sendo a de criar condições para que as pessoas trabalhem motivadas. Não é fácil essa tarefa, pois o comportamento humano é extremamente complexo, devido às diferenças individuais e devido ao fato de as pessoas mudarem continuamente. Funcionários desmotivados realizam suas tarefas com foco para outro pensamento, ou o que poderiam estar fazendo de melhor naquele momento, ou contando as horas para passar rápido, entre outras. O funcionário satisfeito estará sempre motivado, disposto a enfrentar desafios, aumentando sua produção e estará também, sempre inteirado entre as tarefas e a organização. Transformar a força de trabalho passou a ser o maior desafio estratégico enfrentado pelas organizações que esperam ter sucesso no próximo século. E, como a transformação das pessoas dá-se através da educação, o desafio é principalmente de educação e reeducação de todos os níveis e grupos dentro das empresas. Os processos modernos alavancam fortemente as competências individuais das pessoas que os executam. Durante muito tempo, as empresas não se preocuparam com a capacitação de pessoal, depois passaram a valorizar o treinamento do pessoal operacional, inclusive como recurso para a redução de erros e de custos de produção. Para muitos autores, o fracasso da maioria das empresas não está na falta de conhecimento técnico e sim na maneira como lidam com as pessoas. 10 Por mais que tenha feito nessa área no mundo globalizado de hoje as empresas não têm encontrado estratégias adequadas que continue atraindo e recompensando sua força de trabalho. Apesar das dificuldades que as organizações têm enfrentado com as pessoas elas não podem abrir mão desse desafio de atrair e mantê-las desempenhando suas atividades com eficácia e satisfação, além do desafio de buscar o potencial produtivo e criativo existente no interior de cada um transformando-o em comportamento natural, espontâneo e produtivo. Em relação à estrutura da pesquisa, se apresentará da seguinte forma: No primeiro capítulo será analisado as definições, o que facilitará o entendimento do estudo; no segundo capítulo será analisado a motivação no ambiente de trabalho, e mais adiante no capítulo três motivacionais. a satisfação no trabalho e os elementos 11 CAPÍTULO I CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA 1.1 DEFINIÇÃO DE MOTIVAÇÃO Inicialmente para uma melhor compreensão da matéria, estaremos fazendo uma breve definição do que vem a ser motivação Motivação se refere ao direcionamento momentâneo do pensamento, da atenção, da ação a um objetivo visto pelo indivíduo como positivo. Esse direcionamento ativa o comportamento e engloba conceitos tão diversos como anseio, desejo, vontade, esforço, sonho, esperança entre outros. 1 Para Michaelis: Motivação mo.ti.va.ção sf (motivar+ção) 1 Ato de motivar. 2 Exposição de motivos. 3 Psicol Espécie de energia psicológica ou tensão que põe em movimento o organismo humano, determinando um dado comportamento. 4 Sociol Processo de iniciação de uma ação consciente e voluntária. A palavra Motivação (derivada do latim motivus, movere, que significa mover) indica o processo pelo qual um conjunto de razões ou motivos explica, induz, incentiva, estimula ou provoca algum tipo e ação ou comportamento humano (MAXIMIANO, 2000). Para Chiavenato: 1 Acesso em http://pt.wikipedia.org/wiki/Motiva%C3%A7%C3%A3o, em 18 de abril de 2012 12 A motivação é o desejo de exercer altos níveis de esforço em direção a determinados objetivos organizacionais, condicionados pela capacidade de satisfazer objetivos individuais. Depende da direção (objetivos, força e intensidade do comportamento (esforço, duração e persistência. (CHIAVENATO, 2006, p. 252) Nos ensinamentos de Robbins (2004) “definir motivação como o processo responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de uma determinada meta”. Para Dubrin (apud BERGAMINI, 2008), a motivação é uma das mais poderosas forças, na medida em que as pessoas se esforçam para atingir uma meta que trará satisfação de suas necessidades. Para ele o auto-interesse representa uma “força motriz”. Abraham Maslow, psicólogo americano e grande pesquisador de comportamento, criou a Hierarquia das Necessidades mais conhecida como a Pirâmide de Maslow, na qual ele explica os 5 níveis de necessidades do ser humano. Necessidades Fisiológicas: aparecem na base da pirâmide e são básicas para a sobrevivência (alimento, repouso, reprodução). As empresas procuram satisfazer essa necessidade oferecendo: refeições, horários adequados, intervalos de descanso,transporte etc. Necessidades de Segurança: constituem o segundo nível da pirâmide. Trata-se da autopreservação, 13 ou seja, de evitar o perigo físico, evitar a privação das necessidades fisiológicas, buscar a estabilidade. Algumas empresas oferecem seguro de vida e de acidentes, planos de saúde, curso de preparação para a aposentadoria etc. visando minimizar a insegurança de seus empregados. Necessidades Sociais: as pessoas sentem necessidades de serem aceitas e de pertencerem a grupos estabelecendo assim relações de amizade, afeto e amor. Quando não satisfeitas, tornam-se hostis, solitárias e deprimidas. O papel da empresa é de despertar no colaborador a importância do trabalho em equipe e aprimorar as relações humanas. Necessidades de Estima: Nesta fase as pessoas passam a sentir necessidade de estima, ou seja, tanto de auto-estima quanto de reconhecimento por parte dos outros. Querem prestigio, empresa cabe reconhecer através de elogios, status e consideração.À os esforços do trabalhador promoções, premiação(não necessariamente com dinheiro)etc. Necessidades de Auto-Realização: Aqui começa a predominar a necessidade de realizar aquilo de que se é capaz e que realmente se gosta de fazer. São as necessidades mais elevadas e estão no alto da pirâmide de Maslow. As empresas podem atender a satisfação desta necessidade possibilitando ao trabalhador o uso de 14 sua criatividade, da liberdade de expressão, de trabalhar naquilo que gosta etc. (vide anexo 1). Segundo a teoria de Maslow : A motivação é interna e não externa. As necessidades são hierárquicas (seguem uma ordem de prioridade). Uma necessidade uma vez satisfeita, não é mais um motivador. Os estudos de Marlow influenciaram muitos pesquisadores, entre eles Frederick Herzberg. Salientando que: Para a empresa, a vantagem do estudo das atitudes no trabalho seria o aumento da produtividade, a diminuição do absenteísmo e melhores relações de trabalho. Para o individuo, a compreensão das forças que elevam a moral, traria mais felicidade e autorealização. (Herzberg e outros – The motivation to work). Na visão de Werther Jr. e Davis (1983, p. 300) a motivação pode ser considerada como um impulso de uma pessoa para agir porque ela assim o deseja. Se as pessoas forem empurradas, estão meramente reagindo à pressão. [...]Entretanto, se estão motivadas, fazem a escolha positiva para realizar alguma coisa, porque veem esse ato como significante para elas. Tanto a teoria de Maslow quanto a de Herzberg estão baseadas na hipótese de que sempre há uma melhor forma de as pessoas se sentirem motivadas.Segundo estas teorias, os trabalhadores, em qualquer situação, podem ser motivados da mesma forma se suas necessidades predominantes forem as mesmas. Segundo Maximiano: Clayton Alderfer é o autor de uma versão revista da teoria de Maslow. Sua proposta tem o nome de Teoria ERG. Alderfer entende que há três grupos principais de necessidades [...]: - Existence - existência: compreende 15 as necessidades básicas, fisiológicas e de segurança, de Maslow. – Relatedness - relacionamento: compreende as necessidades de relações pessoais significativas e as necessidades de auto-estima, de Maslow. – Growth crescimento: é a necessidade ou desejo intrínseco de crescimento pessoal e de auto-realização (MAXIMIANO, 2009, p. 312). 1.2 A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO EM TRANFORMAR GRUPOS EM EQUIPES Atualmente as empresas, e consequentemente os gestores responsáveis pelo grupo, preocupam-se com o nível motivacional da equipe, ou seja, de seus colaboradores. Implementam cursos motivacionais, dinâmicas de grupo, palestras. Entretanto, este investimento não é suficiente para atingir os verdadeiros motivos que levam a alcançar a expectativa de cada um do grupo. O ciclo motivacional inicia-se com o surgimento de uma necessidade, provocando o comportamento. Pois, todas as vezes que surge uma necessidade, esta rompe o estado de equilibrio do organismo, e este estado capaz de descarregar a tensão ou de livrá-lo do desconforto e do desequilibrio. Se o comportamento for eficaz, o individuo encontra a satisfação da necessidade e, portanto, a descarga da tensão provocada por ela. Satisfeita a necessidade, o organismo volta ao estado de equilibrio anterior, a sua forma de ajustamento ao ambiente (CHIAVENATO, 2002). O objetivo principal da pesquisa é compreender como pode ser feito uma motivação que alcance a todos, transformando-os em equipes genuinamente motivadas. Pois o fenômeno da motivação é muito complexo. A motivação se edifica através das diferenças individuais e liga-se diretamente ä história e a necessidade de cada um. 16 Segundo Caudron (1997), após discutir amplamente com os dirigentes das organizações estudadas e especialistas no assunto, propôs uma lista de técnicas que podem ser aplicadas para conquistar a motivação dos colaboradores: •Oferecer aos colaboradores informações necessárias para a realização de um bom trabalho; •Solicitar ideias aos colaboradores e envolvê-los em decisões sobre suas funções; •Reconhecer publicamente um trabalho bem feito; •Promover reuniões destinadas a comemorar o sucesso da equipe; •Dar ao colaborador uma tarefa interessante para executar; • Verificar se o colaborador dispõe das ferramentas necessárias para realizar o melhor trabalho; •Reconhecer as necessidades pessoais do colaborador; •Utilizar o desempenho como base para promoções; •Adotar uma política abrangente de promoção dos colaboradores; •Estimular o sentido de comunidade; 17 •Dar aos colaboradores uma razão financeira para serem excelentes; •Reconhecer as diferenças individuais: não tratar os colaboradores como se fossem iguais, pois possuem necessidades diferentes; •Fazer com que as recompensas sejam percebidas como justas: vincularas recompensas às experiências, habilidades, responsabilidades e esforços apresentados pelos colaboradores; •Definir objetivos e fornecer feedback : traçar objetivos específicos, desafiantes e que possa ser monitoráveis. •Estimular a participação nas decisões: permitir ou, até mesmo, encorajara participação dos colaboradores nas decisões que os afetam, como afixação de objetivos ou a definição dos procedimentos no trabalho. 1.3 O SUCESSO EMPRESARIAL E A GESTÃO DE PESSOAS A realidade brasileira, retratando um país em processo de transformação, convive simultaneamente com estágios de desenvolvimento diversificados, oferecendo espaços para diferentes modelos de atuação empresarial. Quanto a isto, a natureza qualitativa da empresa, do ponto de vista do modelo organizacional, necessariamente não indica sua correlação com o sucesso ou insucesso, ou seja, as chamadas “empresas tradicionais” (ou aquelas que agem mais restritivamente às mudanças), não são necessariamente sinônimas de fracassos empresariais”. Ao contrário, são 18 empresas lucrativas e bem sucedidas, pois concentram bastante força e poder para manipularem, em seu favor, as variáveis e as contradições do ambiente. Enquanto isso for possível e resultar em sucesso, irão resistir a mudanças significativas. Nestas empresas, a gestão de pessoal é de caráter imediatista, emergencial, com ações isoladas para atender necessidades em curto prazo (LUZENA, 1995). Ainda para muitas empresas a valorização das pessoas (melhoria/ aumento de qualificação, participação, formação, desenvolvimento, autonomia etc.), limita-se a um discurso antigo baseado na concepção tradicional de controle da força de trabalho para alcançar os objetivos organizacionais, pois a prática parece apontar menos para a preocupação com o homem em si e mais com a necessidade de se manter no mercado. Dependendo da filosofia de administração, dos objetivos e valores organizacionais, diferentes estratégias de gestão de recursos humanos podem ser empreendidas. É bem verdade que nesse contexto de mudanças que as empresas brasileiras vêm atravessando, vislumbra-se algumas alterações nas políticas e práticas de recursos humanos, nas quais, qualificação, estabilização, autonomia, desenvolvimento, qualidade de vida, parecem definir novos padrões de relações de trabalho. 19 CAPÍTULO II MOTIVAÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO 2.1 TEORIA DA EXPECTAÇÃO DE VROOM Esta teoria ou modelo para a motivação foi criada por Victor Vroom e foi enriquecida em várias ocasiões, principalmente por Poster e por Lawler. Tem como fundamento precípuo, que o esforço realizado para conseguir um alto desempenho deve ser recompensado com resultados que façam com que o esforço tenha valido a pena. Sendo assim, explica-se sobre a base de três fatores: valor, expectativa e instrumentalidade. O Valor é a inclinação, a preferência para receber uma recompensa. Cada recompensa, em um momento preciso, tem um valor de valor único, embora este valor possa variar com o tempo, dependendo da satisfação das necessidades e do surgimento de outras novas. A expectativa sendo a relação entre o esforço realizado e o resultado obtido. E a instrumentalidade é a estimativa feita por uma pessoa sobre a obtenção de uma recompensa. O valor pode ser positivo ou negativo. No primeiro caso existirá um desejo por alcançar determinado resultado e no outro caso o desejo será de fugir de um resultado final específico. À Expectativa associa-se um valor entre 0 e 1 dependendo da estimativa sobre o esforço realizado e o resultado obtido. Se não existe correspondência entre o esforço e o desempenho, o valor será 0; caso contrário, o valor será 1. A instrumentalidade também assume um valor entre 0 e 1. Se a estimativa sobre a obtenção da recompensa é eqüitativa com desempenho então a avaliação será alta; caso contrario a avaliação será baixa. 20 Segundo D. Nadler e E. Lawler o fundamento deste método radica em quatro pressupostos: • O comportamento depende da combinação das forças das pessoas e do meio em que se encontram. • As pessoas tomam as decisões de maneira consciente sobre seu comportamento. • As pessoas têm diferentes necessidades, desejos e metas. • As pessoas escolhem entre diferentes opções de comportamento. (vide anexo 2). Sendo o comportamento humano fundamentalmente orientado por objetivos, sejam eles conhecidos ou inconscientes, fica evidente a importância de se associar atitudes motivacionais a esses objetivos. 2.2 ASPECTOS INTRINSECOS Entende-se que são as necessidades, aptidões, interesses e habilidades do indivíduo, que o fazem capaz de realizar certas tarefas e não outras, que o fazem sentir-se atraído por certas coisas e evitar outras; o que o fazem valorizar certos comportamentos e menosprezar outros. Em várias áreas, o inconsciente continua delineando o comportamento humano. Isso não poderia deixar de ocorrer dentro das organizações como alerta Ketz de Vires (1986, p. 16): “pelo contrário, as organizações são constituídas de indivíduos que trazem cada um deles sua própria personalidade que é única como estrutura básica aos processos de tomada de decisões. Inevitavelmente, o referencial das decisões tomadas pelos indivíduos, tendo 21 em vista a complexidade das personalidades individuais e o intrincado aspecto da interação grupal, causam distorções. Tais distorções só podem ser explicadas sob o foco dos fenômenos intrapsíquicos – pelo estudo do funcionamento interior das mentes individuais. De tal forma, o mito da racionalidade organizacional precisa ser reexaminado dentro do contexto daquilo que é conhecido sobre o papel do inconsciente na motivação humana e seu impacto no processo decisório.” Garden (1984, p.74) também propõe função na inteligência emocional sobre o aspecto social: inteligência interpessoal é a capacidade de compreender outras pessoas: o que as motiva, como trabalhar cooperativamente com elas.” É por meio da inteligência que cada um chega ao conhecimento de si, bem como ao conhecimento do mundo exterior. Isto posto, fica atrelada, a realização pessoal somente atingida pela motivação intrínseca. Segundo Bergamini entende que: Äpesar das dificuldades com pessoas enfrentadas pelas organizações, elas continuam tendo que fazer face ao desafio de atrair a sua mão-de-obra e criar condições para que tais pessoas aí permaneçam desempenhando com eficácia e satisfação as atividades que fazem parte dos seus cargos. Além do mais, as empresas também se vêem diante do desafio de utilizar o potencial produtivo e criativo existente dentro de cada pessoa, transformandoo em comportamento naturalmente espontâneo, oportunamente construtivo e eficazmente inovador.” 22 O desafio não é portanto, compor uma lista de agentes motivacionais, nem sequer classificá-los por ordem de importância, porém, isolar e descrever diferentes processos psicológicos responsáveis pela motivação como um encadeamento dinâmico de natureza intrapsíquica. De acordo com Sievers (1985, p. 106), ös conceitos de motivo e motivação parecem apoiar-se em aspectos psiquicos ou biológicos. Dessa forma, os motivos não são apenas parte do mundo interior de um ser humano, mas em seu mundo exterior estão somente relacionados com parte da totalidade do indivíduo, ou seja, seu comportamento. Assim sendo, a motivação pode ser colocada como a tentativa científica de se estabelecer uma relação causal entre motivos e comportamento, na medida em que este último é determinado pelos primeiros.” 2.3 ASPECTOS EXTRINSECOS Fiorelli (2004, p.129) mostra que a teoria da expectativa sustenta que o indivíduo motiva-se mais facilmente quando acredita na recompensa decorrente do esforço. A probabilidade de êxito também se associa ao valor percebido da recompensa (o indivíduo aposta mais quando percebe um ganho maior). Existe, portanto, uma combinação entre percepção das pessoas e conteúdos relacionados com suas experiências interiores. Limitações da organização em oferecer novas possibilidades para profissionais com elevadas expectativas, segundo Fiorelli (2004, p. 130), conduzem o aumento indesejado de profissionais com esse perfil e desenvolve-se estagnação na capacidade criativa da organização. 23 2.4 ESTÍMULOS SEMELHANTES - CAUSAM EFEITOS DIFERENTES A motivação humana chama atenção dos estudiosos e pesquisadores desde o século XX, pois ficou evidente a interferência na produtividade. E é com base na abordagem comportamental motivacional dentro desta estrutura em que a empresa pode desenvolver expectativas necessárias a cada indivíduo de forma diferente. Conforme abordagem anterior, foi possível identificar que há tipos diversos de motivação, e que um estímulo pode haver diversas formas de interesse do indivíduo. A tarefa do administrador, no que diz respeito à motivação, tem sido descrita como sendo a de criar condições para que as pessoas trabalhem motivadas. Não é fácil essa tarefa pois o comportamento humano é extremamente complexo, devido às diferenças individuais e devido ao fato de as pessoas mudarem continuamente. Há contudo, concordância sobre vários fatores aos quais a maioria das pessoas reage favoravelmente. Para uma grande maioria das pessoas, a possibilidade de melhor remuneração constitui um forte incentivo. Outra fonte de satisfação para muitas pessoas é o desafio. Superar metas ou outros departamentos pode ser um forte incentivo para muitas pessoas. (vide anexo 3). As condições de trabalho, tais como ambiente aprazível, boas instalações, bom refeitório, preocupação com segurança, influem para tornar as pessoas mais produtivas. Nas grandes organizações, as pessoas devem trabalhar cumprindo ordens que podem não entender nem aprovar, no entanto para que tenhamos funcionários motivados, é preciso fazer com que ele se sinta satisfeito em seu ambiente de trabalho, vendo se existem os seguintes itens: 24 Identificar as necessidades e anseios das pessoas. Buscar o trabalho que mais atrai a pessoa. Reconhecer o bom desempenho. Facilitar o desenvolvimento da pessoa. Projetar o trabalho de modo a torná-lo atraente. Adotar um sistema de recompensas ligado ao desempenho. Aperfeiçoar continuamente as práticas gerenciais. Não se trata de se submeter a um tratamento, mas sim de construir uma habilidade. Não é o professor que ensina nem o método que funciona; é o aluno que aprende. Por isso, a motivação do aprendiz no aprendizado é um elemento chave. De acordo com Bergamini (2008), ninguém pode motivar ninguém, as pessoas já trazem dentro de si expectativas próprias capaz de ativar a busca de objetivos já estabelecidos, portanto, como bem mostrou em seu artigo na RAE em 12/1986: A preocupação mais correta não deve ser aquela que busca o que fazer para motivar pessoas, mas especialmente a que esteja voltada para estratégias que busquem evitar que elas desmotivem. Parece que só assim, aquele alto nível de expectativas que impele as pessoas do “menos” para “mais”, rumo aos seus próprios caminhos, não se desgastará como o decorrer do tempo. E haverá um renascimento a cada ato motivacional. (BERGAMINI, 1986, p. 8). Segundo Hersey e Blanchard (1977, p. 12): As pessoas diferem não apenas em sua capacidade, mas também em sua “vontade”, ou “motivação”. A motivação de uma pessoa depende da força de seus motivos. Os 25 motivos são às vezes definidos como necessidades, desejos ou impulsos no interior do indivíduo. Os motivos são dirigidos para objetivos, e estes podem ser conscientes ou inconscientes. [...] Fundamentalmente, os motivos, ou necessidades, são as molas da ação. Ninguém pode motivar ninguém! A motivação vem das necessidades internas de cada indivíduo e não de nossa vontade. Gostamos de atribuir aos outros, objetivos que são nossos e não da pessoa.2 É fácil perceber quando as pessoas estão atribuindo a outras objetivos, que na realidade são delas mesmas. O que motiva as pessoas é o fato de ser reconhecido, ser tratado como pessoa, ser tratado de modo justo, ser ouvido, desafios, novas oportunidades, orgulho do próprio trabalho, condições de trabalho adequadas, sensação de ser útil, Ser aceito,... 2 3 Texto extraído (e adaptado) da Maringa Management: Revista de Ciências Empresariais, v.2, n. 1, p.20-25, jan/jun. 2005 3 Texto extraído (e adaptado) da Maringa Management: Revista de Ciências Empresariais, v.2, n. 1, p.20-25, jan/jun. 2005 26 CAPÍTULO III CLIMA ORGANIZACIONAL E MOTIVAÇÃO 3.1 SATISFAÇÃO NO TRABALHO A questão do papel que o trabalho desempenha na vida humana não interessa somente à administração, é uma questão muito mais abrangente que merece destaque e mereceu debates infindáveis, os quais ainda não têm respostas definitivas. Não podemos criar um padrão com relação aos fatores que proporcionam satisfação no trabalho, pois vários estudos já comprovaram não haver uma receita básica, tudo depende das expectativas que o trabalhador desenvolve em relação a ele e o papel que o trabalho desempenha na vida do indivíduo tem cunho muito individual. Um grupo defende o argumento de que seres humanos maduros requerem níveis elevados de satisfação de necessidades egoísticas e auto realização nos seus trabalhos; para estes o trabalho tem que oferecer desafios, autonomia e independência, caso contrário pode sofrer frustrações. O fato de muitos indivíduos ocuparem cargos aborrecidos, sem sentido, pode levar a problemas sociais graves. De acordo com Salles e Strauss (1975, p. 41): Moral baixo e motivação insuficiente podem levar à ineficiência e baixa produtividade. Em resumo, segundo o argumento, a existência de empregos não ompensadores cria uma situação crítica, que é danosa ao indivíduo, à organização que o emprega e à sociedade em geral. 27 Por outro lado, o argumento oposto defende que muitas pessoas se ajustam facilmente ao trabalho grosseiro, concentram sua vida fora dos trabalhos e nada esperam dele, portanto não se decepcionam caso esse lhe ofereça poucos desafios e senso de criatividade. Assim, alguns ressaltam que muitas pessoas nem desejariam um alto nível de desafios e autonomia no trabalho, mesmo que isso fosse possível, provavelmente são imaturos, isso não devido ao trabalho, mas ao ambiente familiar onde aprenderam desde criança serem dependentes sem pretensão de mudar. De acordo com, Sayles e Straus, possivelmente a satisfação no trabalho seria maior se pudéssemos retornar às condições pré-industriais, mas o custo disso seria perder a eficiência tecnológica moderna e redução do nosso padrão de vida e poucos estariam dispostos a pagar esse preço. Sayles e Strauss (SAYLES & STRAUSS, 1975, p. 45) concluem: A administração pode desempenhar o seu papel somente por meio da motivação das pessoas para que persigam os objetivos daquela. Mas é impossível compreender a motivação sem considerar o que as pessoas desejam e esperam dos seus empregos. Desde que as pessoas despendem cerca de um terço de suas horas do dia no trabalho, não é surpresa que elas devam esperar que ele satisfaça muitos tipos de necessidades – físicas, sociais e egoísticas – e que, além disso, essas necessidades possam ser satisfeitas de muitas maneiras diferentes – fora do trabalho, em torno do trabalho e através do trabalho. Apesar de haver alguma evidência de que essas necessidades possam ser hierarquizadas, está bem claro que as várias formas de satisfação de necessidades podem ser substituídas entre si. Há um debate 28 interessante sobre a importância da satisfação auferida no trabalho, como oposta às satisfações derivadas de outros aspectos da vida. Porém, mantemos uma posição no meio do caminho, o trabalho representa uma das mais importantes atividades na vida de um homem, aqueles que não ocupam empregos satisfatórios raramente desfrutam de uma vida satisfatória; a ausência disso pode levar em muitos casos à baixa produtividade, atritos no trabalho, sendo do interesse da administração reduzir tal insatisfação; mesmo onde isso não seja verdadeiro, a administração tem o seu grau de responsabilidades social em prover oportunidades no trabalho que sejam psicologicamente significativas. Independente disso deve-se levar em consideração que o trabalho não é o único objetivo do homem e nem a satisfação no mesmo o único objetivo da administração. Assim, a conclusão segura que se pode ter é de que as pessoas diferem não só na importância que atribuem ao trabalho, mas também que os próprios trabalhos diferem nos tipos de satisfação que oferecem. As novas tecnologias anunciaram a promessa de maior satisfação no trabalho. Uma das mais valorizadas fontes de satisfação em muitos trabalhos criados pelas novas tecnologias é o senso de estar executando um trabalho que é obviamente importante (SAYLES & STRAUSS, 1975). A satisfação com o trabalho representa uma parcela da satisfação com a vida. A natureza do ambiente de alguém fora do trabalho influencia seus sentimentos no trabalho. Portanto a satisfação está muito ligada às expectativas individuais do indivíduo como relação à organização. O conhecimento das forças motivacionais ajuda os administradores a compreenderem as atitudes expectativas de cada empregado no trabalho, pode então lidar com o empregado de maneira particular. A satisfação no trabalho é um fator crítico dentro do tema comportamento organizacional. Necessita, portanto, ser 29 compreendido, acompanhado e trabalhado de modo a evitar os problemas potenciais da insatisfação que podem vir a prejudicar a vida das organizações. (DAVIS e NEWSTROM, 1992. p. 125). 3.2 ENTENDENDO A CULTURA ORGANIZACIONAL COMO ALICERCE AS MUDANÇAS Durante este processo, e no intuito de manter a cultura organizacional, com mudanças ou sem mudanças, é muito importante elevar a segurança aos funcionários, e mostrá-los o quanto são importantes. Vale ressaltar, a importância dos gestores, mostrarem o quão importante é para a organização que os colaboradores acompanhem e valorizem a cultura organizacional, pois é o conjunto de valores que alavanca a solidez no mercado. Para Scheim entende que: “o modelo dos pressupostos básicos, que determinado grupo tem inventado, descoberto ou desenvolvido no processo de aprendizagem para lidar com os problemas de adaptação externa e integração interna. Uma vez que os pressupostos tenham funcionado bem o suficiente para serem considerados válidos, são ensinados aos demais membros como a maneira correta para se perceber, se pensar e sentir-se em relação àqueles problemas.” 30 Jacques apud Sá (1998, p.952), considera a cultura de empresa como a “maneira tradicional e usual de pensar e trabalhar; ela é compartilhada em grau variado pelos seus membros e os novos membros devem aprender a assimilar, ao menos parcialmente, para que eles possam ser aceitos no contexto da empresa.” Fica evidente, conforme entendimentos doutrinários, que a cultura exprime a identidade da organização, contudo, é construída ao longo de todo um tempo e passa a impregnar todas as práticas, constituindo um complexo de representações mentais e um sistema coerente de significados que une todos os membros em torno dos mesmos objetivos e dos mesmos modos de agir. Importante constituir um elo entre o presente e o passado e contribui para a permanência e a coesão da organização. A cultura organizacional representa as normas informais e não escritas que orientam o comportamento dos membros de uma organização no dia-a-dia e que direcionam suas ações para o alcance dos objetivos organizacionais. Neste sentido, resta claro que é a cultura que define a missão e provoca o nascimento e o estabelecimento dos objetivos da organização. A cultura precisa ser moldada e direcionada, paralelamente com outros aspectos das decisões e ações da organização como planejamento, organização, direção e controle para que se possa melhor conhecer a organização. 3.3 O QUE REALMENTE MOTIVA AS PESSOAS Segundo Bergamini (2008), a motivação para o trabalho depende do significado que cada um atribui a ele e não se pode negar que em condições 31 favoráveis as pessoas exercem naturalmente seu poder criativo atendendo seu próprio referencial de autoidentidade e auto-estima. Weten (apud BERGAMINI, 2008, p. 11) na sua interpretação das idéias de Maslow diz que “as pessoas ficam frustradas se não puderem fazer uso de todo o seu talento ou buscar seus interesses verdadeiros” Essa é a verdadeira Motivação conforme a autora. Segundo Balcão e Cordeiro: O problema da motivação é o problema da mobilização de energia. Em que circunstâncias os homens empreendem grandes esforços, suportam fadiga, vencem obstáculos? Vemos que isso acontece somente quando motivos fortes impelem os interessados a atingir um fim desejado. Os motivos são a base dinâmica das greves, das operações tartaruga e da sabotagem por parte dos trabalhadores; dos lock-outs, da espionagem e das atividades anti sindicais por parte dos empregadores. Para entender essas ocorrências, devemos compreender melhor os motivos de cada uma das partes. (BALCÃO & CORDEIRO, 1979, p. 320) O desafio não é relacionar uma lista de agentes motivacionais, nem mesmo classificá-los por ordem de importância, mas, sobretudo, descrever os diferentes processos psicológicos interiores responsáveis pela motivação. O principal aspecto que merece relevância é que a motivação pessoal para o trabalho torna-se uma tendência natural, na medida em que ela atende algum objetivo ou desejo próprio atual ou futuro de quem trabalha [...] 32 Portanto, [...] Uma pessoa não consegue jamais motivar alguém; o que ela pode fazer é estimular a outra pessoa. Quando se quer que alguém siga certa orientação no curso de determinada ação, é necessário que a direção esteja diretamente ligada á força de um desejo que seja valorizado por ela. (BERGAMINI, 2008, p. 106). Conclui-se que nada se pode fazer para motivar uma pessoa, a não ser que ela esteja disposta a seguir na direção que se pretende levá-la e todo desempenho depende da aptidão e da motivação para executá-lo. Bergamini (2008) ressaltou as dificuldades enfrentadas na busca da motivação dos trabalhadores destacando a concepção de Handy (1978) sobre o assunto onde o autor diz que “se pudéssemos compreender e então prever os modos como os indivíduos são motivados, poderíamos influenciá-los, alterando os componentes desse processo de motivação”. Como destacou a autora, numa retrospectiva histórica vemos o esforço de diversos autores em explicar e entender os meados da motivação bem como as maneiras pelas quais o indivíduo poderia ser motivado, no entanto conclui novamente com o pensamento de Handy onde afirma que “talvez devêssemos sentir alívio quanto ao fato de que não foi encontrada qualquer fórmula garantida de motivação” segundo ela “Isso protege a pessoa, diminuindo sua vulnerabilidade aos controles dos acontecimentos externos, não confrontáveis” (BERGAMINI, 2008 p. 109). Nesse sentido, sobre a real motivação Bergamini deixa bem claro que não existe um protótipo engessado e definido, segundo ela “as pessoas entram em ação por várias razões diferentes [..] parece mais correto falar em motivação real quando ela for compreendida como categoria de ação gratuita, sem ter uma causa claramente perceptível de imediato” (BERGAMINI, 2008, p. 109). 33 Segundo Tjosvold. D; Tjosvold M (apud BERGAMINI, 2008, p. 123): “As organizações que permitem o atendimento dos interesses e aspirações pessoais desenvolvem a auto-estima e apoio vital para a saúde e o bem-estar psicológico”. Elas também melhoram consideravelmente a produtividade devido à forma individualizada que consideram cada um. Se a pessoa se sente valorizada no seu trabalho a sua motivação será com certeza muito maior. Como reconhece Minarik (apud BERGAMINI, 2008, p. 125), “a motivação interior impulsiona o indivíduo a utilizar suas aptidões”. O autor ainda acrescenta que “a realização desse desejo pode ser tanto facilitada como bloqueada, a partir do modo como funciona o ambiente de trabalho”. De acordo com os autores mencionados, é necessário criar um clima que favoreça a produtividade e a criatividade, pois a motivação já existe no interior de cada um, basta desbloqueá-la para que ela mostre a sua força. Admite-se, portanto que, não conseguindo motivar as pessoas, torna-se necessário adaptar aquilo que elas fazem conforme as orientações de sua motivação interna. A verdadeira motivação representa, portanto, um desejo natural das pessoas que se engajam nas atividades desse trabalho por amor a ele mesmo, tendo em vista a satisfação que ele pode oferecer. [...] Os empregados estão em busca de cargos que tenham algum significado e permitam sua própria autorealização. [...] Em situações de trabalho as pessoas querem ser respeitadas como indivíduos, bem como valorizadas pelo reconhecimento das suas realizações, da sua lealdade e da sua dedicação (BERGAMINI, 2008, p. 187 e 188). 34 Isto posto, a força propulsora que leva o indivíduo a alcançar seus objetivos, postergá-los ou desistir, é a “vontade”. No decorrer da pesquisa, foi possível perceber a gama de estudos já realizados no mundo inteiro sobre motivação, e foi possível identificar que “Ninguém consegue se motivar se não sabe o que quer”, resume a psicóloga Ana Maria Rossi (2009, p. 56), Presidente da Isma-BR. O primeiro passo para agir é, portanto conhecer os objetivos e desejos. E, na seqüência, estabelecer aonde se quer chegar . 3.4 O QUE NÃO MOTIVA De acordo com Bergamini, assim que se consiga diagnosticar aquilo que as pessoas buscam, a partir de suas necessidades e expectativas pessoais, o passo seguinte seria dar condições de supri-las. “A possibilidade de aproveitamento das habilidades, capacidades e expectativas pessoais é, sem dúvida, um aspecto dos mais relevantes no processo motivacional” (BERGAMINI,1986, p. 7). Contudo, pode se concluir que o indivíduo nunca estará inteiramente Satisfeito. A motivação humana é complexa, constante e infinita; não é possível concretizar todas as necessidades e potencialidades, e a satisfação destas não amortece nem acomoda o homem à vida, mas ao contrário, predispõe o indivíduo a uma busca maior pela auto-realização. “Sempre haverá um passo a mais a ser dado rumo ao desenvolvimento pleno do eu” (BERGAMINI, 1986, p. 8). A segurança no emprego é outro fator que vem sendo considerado como grande fator motivacional, o que não é verdade segundo Bergamini (2008), esses empregados fazem apenas o suficiente para não perderem o emprego, portanto sentem-se mais confortáveis e satisfeitos, mas não motivados. 35 Segundo a autora a estabilidade no emprego pode levar com grande freqüência a acomodação à rotina. “A segurança é um fator extrínseco e nada tem a ver com a verdadeira motivação” (BERGAMINI, 2008, p. 66). As pessoas têm muitas necessidades; embora existam as diferenças individuais, é possível predizer os motivos de maior predominância entre os empregados. Percebe-se desta forma que os administradores não compreendem que aquilo que hoje as pessoas desejam de seus empregos está longe de ser o mesmo que desejavam há décadas. As grandes mudanças sociais e no trabalho propiciaram, de certa forma, a garantia das necessidades fisiológicas e de segurança; como muitas destas necessidades estão garantidas as pessoas começaram a se preocupar mais com motivos sociais, de reconhecimento e auto-realização. Sendo assim, dada à mudança de prioridades as organizações atuais devem criar um tipo de ambiente que satisfaça e motive mais do que necessidades fisiológicas e de segurança. Para muitos autores, o fracasso da maioria das empresas não está na falta de conhecimento técnico e sim na maneira como lidam com as pessoas. Por mais que tenha feito nessa área no mundo globalizado de hoje as empresas não têm encontrado estratégias adequadas que continue atraindo e recompensando sua força de trabalho. Apesar das dificuldades que as organizações têm enfrentado com as pessoas elas não podem abrir mão desse desafio de atrair e mantê-las desempenhando suas atividades com eficácia e satisfação, além do desafio de buscar o potencial produtivo e criativo existente no interior de cada um transformando-o em (BERGAMINI, 2008). comportamento natural, espontâneo e produtivo 36 CONCLUSÃO Por todo o exposto, esta pesquisa é resultado de um estudo minucioso sobre a motivação, em que foi possível explorar os entendimentos doutrinários, aliando a teoria a nossa realidade. Inicialmente, tratou-se sobre a definição sobre a motivação, que se refere ao direcionamento momentâneo do pensamento, da atenção, da ação a um objetivo visto pelo indivíduo como positivo. Esse direcionamento ativa o comportamento e engloba conceitos tão diversos como anseio, desejo, vontade, esforço, sonho, esperança entre outros, foi possível encontrar diversos conceitos, porém todos se articulam entre si. A motivação humana chama atenção dos estudiosos e pesquisadores desde o século XX, pois ficou evidente a interferência na produtividade. E é com base na abordagem comportamental motivacional dentro desta estrutura em que a empresa pode desenvolver expectativas necessárias a cada indivíduo de forma diferente. Abraham Maslow, psicólogo americano e grande pesquisador de comportamento, criou a Hierarquia das Necessidades mais conhecida como a Pirâmide de Maslow, na qual ele explica os 5 níveis de necessidades do ser humano. O ciclo motivacional inicia-se com o surgimento de uma necessidade, provocando o comportamento. Pois, todas as vezes que surge uma necessidade, esta rompe o estado de equilibrio do organismo, e este estado capaz de descarregar a tensão ou de livrá-lo do desconforto e do desequilibrio. Se o comportamento for eficaz, o individuo encontra a satisfação da necessidade e, portanto, a descarga da tensão provocada por ela. Satisfeita a necessidade, o organismo volta ao estado de equilibrio anterior, a sua forma de ajustamento ao ambiente. Não podemos criar um padrão com relação aos fatores que proporcionam satisfação no trabalho, pois vários estudos já comprovaram não haver uma receita básica, tudo depende das expectativas que o trabalhador desenvolve em relação a ele e o papel que o trabalho desempenha na vida do 37 indivíduo tem cunho muito individual, pois cada um apresentam anseios e vivências muito diferentes. Independente disso deve-se levar em consideração que o trabalho não é o único objetivo do homem e nem a satisfação no mesmo o único objetivo da administração. Assim, a conclusão segura que se pode ter é de que as pessoas diferem não só na importância que atribuem ao trabalho, mas também que os próprios trabalhos diferem nos tipos de satisfação que oferecem. Portanto, foram essas as conclusões a que se chegou ao tratar do presente estudo, entretanto, ficando a sugestão para futuras pesquisas, em que permanecerá em constante evolução, sendo necessária, a produção de uma permanente reavaliação no que se refere ao tema. 38 REFERÊNCIAS ARAUJO, Luis Cesar G. Gestão de Pessoas: Estratégias e integração organizacional. São Paulo: Atlas, 2006. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: Informação e documentação: referências – elaboração. Rio de Janeiro, 2002. BALCÃO, Yolanda Ferreira & CORDEIRO, Laerte Leite. O comportamento Humano na Empresa - Uma Antologia. 4. ed. Rio de Janeiro: FGV – Instituto de Documentação Editora Fundação Getúlio Vargas, 1979. BERGAMINI, Cecília Whitaker, O que não é motivação, RAE – Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 21, n.4, p. 3-8, Out/Dez. 1986. BERGAMINI, Cecília Whitaker, Motivação: Mitos, crenças e mal-entendidos, RAE – Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v.30, n.2, p.2334, Abr/Jun. 1990. BERGAMINI, Cecília Whitaker, Liderança: A administração do sentido, RAE – Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v.34, n.3, p.102-114, Mai/Jun. 1994. BERGAMINI, Cecília Whitaker, A difícil Administração das Motivações, RAE – Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v.38, n.1, p.6-17, Jan/Mar. 1998. BERGAMINI, Cecília Whitaker, Motivação: Uma viagem ao centro do conceito, RAE – Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v.1, n.2, p. 6367, Nov 2002/Jan. 2003. 39 BERGAMINI, Cecília Whitaker. Motivação nas Organizações. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2008. CERVO, A. L; BERVIAN, P.A; DA SILVA, R. Metodologia Científica. 6. Ed. São Paulo; 2007. CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos novos tempos. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de pesquisa Social. São Paulo: Atlas, 2007. LACOMBE, Francisco Jose Masset; HEILBORN, Gilberto Luiz Jose. Administração: Princípio e Tendência. São Paulo: Saraiva, 2003. LAKATOS, E. M; MARANI, M.A. Fundamentos de Metodologia Científica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1992. MYNAYO. D., S. F.;Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994. MUCHINSKY, Paulo M. Psicologia Organizacional. Tradução: Ruth Gabriela Bahr. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. MASLOW, Abraham H. Motivation and Personality. New York: Harper & Row Publisher Inc., 1970. 40 MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da escola científica à competitividade na economia globalizada. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000. ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional. 11. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. TACHIZAWA, Takeshy; FERREIRA, Victor Cláudio Paradela; FORTUNA, Antônio Alfredo Mello. Gestão com Pessoas: Uma abordagem aplicada às estratégias de negócios. 5. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006. VERGARA, Sylvia Constant. Gestão de Pessoas. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2006. ______________________.Projetos e Relatórios Administração. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2007. de Pesquisa em 41 ANEXO 1 Pirâmide de Maslow Explicam os cinco níveis de necessidades do ser humano: Auto Realização Estima Social Segurança Fisiológicos FONTE に ELABORADA PELO AUTOR 43 ANEXO 3 Estímulos Semelhantes – Causam efeitos diferentes A possibilidade de melhor remuneração constitui um forte incentivo, outra fonte de satisfação é o desafio e a superar ação de metas: 44 ANEXO 4 PARÁBOLA Um homem investe tudo o que tem numa pequena oficina. Trabalha dia e noite, inclusive dormindo na própria oficina. Para poder continuar nos negócios, empenha as jóias da própria esposa. Quando apresentou o resultado final de seu trabalho a uma grande empresa, dizem-lhe que seu produto não atende ao padrão de qualidade exigido. O homem desiste? Não! Volta a escola por mais dois anos, sendo vítima da maior gozação dos seus colegas e de alguns professores que o tachavam de "visionário". O homem fica chateado? Não! Após dois anos, a empresa que o recusou finalmente fecha contrato com ele. Durante a guerra, sua fábrica é bombardeada duas vezes, sendo que grande parte dela é destruída. O homem se desespera e desiste? Não! Reconstrói sua fábrica mas, um terremoto novamente a arrasa. Essa é a gota d'água e o homem desiste? Não! Imediatamente após a guerra segue-se uma grande escassez de gasolina em todo o país e este homem não pode sair de automóvel nem para comprar comida para a família. Ele entra em pânico e desiste? Não! 45 Criativo, ele adapta um pequeno motor a sua bicicleta e sai as ruas. Os vizinhos ficam maravilhados e todos querem também as chamadas "bicicletas motorizadas". A demanda por motores aumenta muito e logo ele fica sem mercadoria. Decide então montar uma fábrica para essa novíssima invenção. Como não tem capital, resolve pedir ajuda para mais de quinze mil lojas espalhadas pelo país. Como a idéia é boa, consegue apoio de mais ou menos cinco mil lojas, que lhe adiantam o capital necessário para a indústria. Encurtando a história: hoje a Honda Corporation é um dos maiores impérios da indústria automobilística japonesa, conhecida e respeitada no mundo inteiro. Tudo porque o Sr. Soichiro Honda, seu fundador, não se deixou abater pelos terríveis obstáculos que encontrou pela frente. 46 INDICE FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I – CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA ................................................... 11 1.1 DEFINIÇÃO DE MOTIVAÇÃO ............................................................................. 11 1.2 A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO EM TRANSFORMAR GRUPOS EM EQUIPES .................................................................................................................................... 15 1.3 O SUCESSO EMPRESARIAL E A GESTÃO DE PESSOAS .............................. 17 CAPÍTULO II – MOTIVAÇÃO NO AMBIENTE DE TRABALHO ................................ 19 2.1 TEORIA DA EXPECTAÇÃO DE VROOM ............................................................ 19 2.2 ASPECTOS INTRINSECOS ................................................................................ 20 2.3 ASPECTOS EXTRINSECOS ............................................................................... 22 2.4 ESTÍMULOS SEMELHANTES - CAUSAM EFEITOS DIFERENTES ................. 23 CAPÍTULO III - CLIMA ORGANIZACIONAL E MOTIVAÇÃO ................................... 26 3.1 SATISFAÇÃO NO TRABALHO............................................................................ 26 3.2 ENTENDENDO A CULTURA ORGANIZACIONAL COMO ALICERCE AS MUDANÇAS............................................................................................................... 29 3.3 O QUE REALMENTE MOTIVA AS PESSOAS .................................................... 30 3.4 O QUE NÃO MOTIVA .......................................................................................... 34 CONCLUSÃO.............................................................................................................. 36 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 38 ANEXOS...................................................................................................................... 41 ANEXO – PARÁBOLA ............................................................................................... 44 INDICE ....................................................................................................................... 46