GEOGRAFIA DO BRASIL - AS MIGRAÇÕES NO BRASIL - Abordagens sobre as migrações no Brasil MIGRAÇÃO corresponde a um "certo" tipo de movimento de população sobre o espaço. As migrações humanas tiveram lugar, em todos os tempos, e numa variedade de circunstâncias. Têm sido, tribais, nacionais, de classes ou individuais. As suas causas têm sido políticas, econômicas, religiosas, ou por mero amor á aventura; A evolução do Homo Sapiens, ocorreu em Africa, onde, tudo leva a crer, se desenvolveu a primeira anatomia humana moderna. É também provável, que o Homo Sapiens, tenha migrado, para o Próximo Oriente, espalhando-se então, para Ocidente através da Europa, e para Leste, através da Ásia, e posteriormente, colonizou as Américas; O nomadismo é o movimento constante praticado pelos povos sem residência fixa. É o caso dos ciganos. Tradicionalmente, o povoamento do continente Americano tem sido visto como o resultado de três ondas migratórias. Os antepassados de todos os indígenas hoje existentes teriam vindo a partir do nordeste da Ásia, através do Estreito de Bering. As migrações são movimentos de pessoas de uma região para outra. São internas quando ocorrem dentro de uma mesmo país e externas quando se dão de um país para outro, daí o fato de existir: - emigração: a saída da população de um lugar; - imigração: a entrada ou chegada de estrangeiros num lugar. Os estrangeiros que se encontram morando no Brasil foram emigrantes de seus países – Portugal, Espanha, Itália, Japão – e, quando aqui chegaram, tornaram-se imigrantes. Os países de antiga colonização e de elevada densidade demográfica são, quase sempre, países de emigração, como Portugal, Espanha, Itália, Japão, China, Coréia do Sul, Alemanha, Holanda e muitos outros. Os países de colonização recente e de baixa densidade demográfica são países de imigração, como Estados Unidos, Canadá, Brasil, Austrália, Venezuela e outros mais; A emigração de um país pode ser causada por vários fatores, como crises econômicas, doenças epidêmicas, perseguições políticas e religiosas. Os preconceitos raciais também provocam emigração; A imigração no Brasil foi autorizada em 1808, com a vinda da Família Real. No entanto, só em 1818 chegaram os primeiros imigrantes. Eram suíços-alemães que se estabeleceram no atual Estado do Rio de janeiro, onde fundaram a cidade de Nova Friburgo. O Brasil recebe imigrantes das mais variadas origens, principalmente da: Europa: portugueses e italianos; América Latina: uruguaios, argentinos e chilenos; Ásia: chineses e coreanos; América do Norte: estadunidenses. É comum no Brasil, a dedicação de certos imigrantes a determinadas atividades econômicas. É por essa razão que relacionamos: • portugueses com padarias e bares; • espanhóis com restaurantes, ferro-velho, indústrias gráficas, de mecânica e de metalurgia; • japoneses com mercearias ou quitandas, tinturarias ou lavanderias, fotografias e eletrônica; • turcos (árabes e sírio-libaneses) com comércio de tecidos e de roupas; • chineses com pastelarias e restaurante. As Migrações Internas As migrações internas estão intimamente ligadas ao processo de mudança da economia brasileira e à criação de novos pólos de desenvolvimento. As atividades econômicas que atraíram as migrações internas no Brasil foram: •a criação de gado no sertão do Nordeste, no século XVII, quando nordestinos deixaram a Zona da Mata, devido ã decadência da cana-de-açúcar; •a mineração, no século XVIII, quando nordestinos e paulistas deslocaram-se para Minas Gerais devido à descoberta de ouro; • a cultura do café na zona de terra roxa, que determinou novo movimento migratório (nordestinos e mineiros) para São Paulo e Paraná, em fins do século XIX e começo do atual; • a coleta do látex(borracha natural), em fins do século XIX e começo do século XX, quando nordestinos procuraram a Amazônia e conquistaram o Acre, que antes pertencia à Bolívia; • surto algodoeiro, na década de 30, atraindo nordestinos e mineiros para o Estado de São Paulo. Atualmente, a construção de estradas, de hidrelétricas e de obras urbanas determinam novas frentes de migração para o Norte do país. Países Destino 1º Portugueses Região Nordeste e resto do Brasil 2º Italianos São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul 3º Espanhóis Todo o Brasil 4º Japão São Paulo, Pará e Paraná 5º Alemães Santa Catarina e Rio Grande do Sul A partir da década de 70, o fluxo de migração entre o Brasil e o resto do mundo se inverteu, havendo, hoje em dia, uma predominância da emigração (saída da população). A princípio foi a vez de agricultores do Sul do Brasil irem se instalar no Paraguai e Uruguai, como conseqüência da expansão da fronteira agrícola brasileira para o Oeste da região Sul e para o Mato Grosso do Sul, chamados "brasiguaios". Na década de 80, a recessão econômica fez com que muitos brasileiros procurassem uma vida melhor em países estrangeiros. O principal destino foi os EUA, seguido pelo Japão. No Brasil, os filhos e netos de japoneses que vão trabalhar temporariamente lá são chamados de dekasseguis. Atualmente, nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, é significativa a saída de população das metrópoles em direção às cidades médias do interior. A causa desse movimento é que as metrópoles estão completamente inchadas, com precariedade no atendimento de praticamente todos os serviços públicos, altos índices de desemprego e criminalidade. Já as cidades do interior desses estados, além de estar passando por um período de crescimento econômico, oferecem melhor qualidade de vida à população. Destaques O número de imigrantes internacionais do Brasil passou de 143 mil entre 1995 e 2000 para 268 mil entre 2005 e 2010. Entre os imigrantes internacionais que chegaram ao Brasil entre 1995 e 2000, 61% eram brasileiros, ou seja, imigrantes internacionais de retorno, enquanto entre 2005 e 2010 o percentual de brasileiros alcançou 65,5% dos imigrantes. Dos 51.933 imigrantes provenientes dos Estados Unidos, 84,2% eram brasileiros. Entre os 41.417 imigrantes provenientes do Japão, 89,1% eram brasileiros. Já entre os 15.753 imigrantes provenientes da Bolívia, apenas 25% eram brasileiros. Existem três tipos de migração: a migração forçada - é ocasionada por conflitos armados que obrigam as populações fugirem da violência que aflige sua região; A migração trabalhadora - é praticamente de natureza econômica e decorre da vontade dos indivíduos de melhorar suas possibilidades de emprego e condições de vida; A migração familial - é, por assim dizer, a contrapartida da migração trabalhadora e da migração forçada, pois é provocada pela vontade ou necessidade de reunir famílias separadas pela emigração de um de seus componentes. De modo geral, a migração constitui, então, uma estratégia de sobrevivência para o indivíduo que tenta escapar da violência ou que busca melhores condições de vida e de trabalho Da mesma forma, a migração pode ser temporária, sazonal ou definitiva. Existem também várias categorias de estatuto de imigrante, quer dizer, legal, clandestino, solicitante de asilo e refugiado Na maioria das vezes, a migração da mulher nas Américas é provocada pelo excedente de mão-de-obra feminina de baixa qualificação em seu próprio país, impelindo-a a procurar um emprego melhor no exterior, principalmente em outros países da América Latina, mas também nos Estados Unidos e no Canadá. No Brasil os estudos sobre movimentos de população estão relacionados à aceleração da urbanização cuja interface é o Êxodo Rural; Entendido como sinônimo de migração, o Êxodo Rural passa a ser aceito como deslocamento físico e natural, como realidade dada que só posteriormente seria qualificado socialmente; Entendido como sinônimo de migração, o Êxodo Rural passa a ser aceito como deslocamento físico e natural, como realidade dada que só posteriormente seria qualificado socialmente; • O movimento migratório revela o movimento de constituição das disparidades e desigualdades espaciais; • A existência das desigualdades regionais permitiria assumi-las como fato principal de origem das migrações internas que acompanham a industrialização nos moldes capitalistas; • As populações das áreas desfavorecidas sofrem com o empobrecimento relativo, o que leva à migração; • Num mundo globalizado cada vez mais veloz e competitivo a história da redistribuição espacial da população brasileira deixou um legado bastante propício para as condições de competitividade do país; Concomitantemente ao fato dos espaços conterem cada vez mais formas de poder, como a tecnologia, por exemplo, mais territórios e recortes eles contém e acumulam; Portanto, mais valor é agregado aos espaços e territórios. Assim é que pode-se pensar a migração ora como ato-reflexo, ora como estratégia; No Brasil de hoje o modelo dos grandes fluxos e a grandes distâncias parece acabado como dominância. Especialistas apontam para a situação de "migrações de curta distância", predominantemente intra-regionais; Podendo ser sazonais em áreas de modernização agrícola ou inter-municipais em áreas de maior urbanização; A "migração de retorno" estaria associada a uma gama muito variada de contextos, o que torna bastante problemática a própria concepção de retorno; trabalhadores aposentados ou que se integram a uma rede estratégica familiar que retornam ao nordeste brasileiro; migrantes retornados da fronteira agrícola - os não retidos, migrantes que retornam dos países vizinhos (MERCOSUL), migrantes retornados à uma etapa anterior, migrantes – legais ou ilegais – de retorno de outros países; Grandes empreendimentos, terras indígenas, unidades de conservação, as prefeituras de pequenas e médias cidades, via de regra de situação próspera, encontra-se posturas de expulsar ou convencer o migrante pobre a partir;. Migração urbana e novos pólos de atração O mapa do emprego urbano no Brasil vem mudando aceleradamente. Novos pólos de atração surgem localizados tanto em novas cidades da fronteira agrícola, quanto pela redefinição econômica e ampliação da prestação de serviços em cidades de porte médio do interior dos estados brasileiros; Estes núcleos urbanos surgem compondo um novo cenário de oportunidades e melhor qualidade de vida que antes se restringiam, no senso comum, às metrópoles e às principais capitais dos estados mais industrializados. Estas mudanças denotam: a crescente mobilidade da classe média brasileira que vem, ultimamente conquistando territorialmente o interior do país. Estados Vagas industriais área de maior oferta setores que mais crescem São Paulo - interior 80.000 Campinas, Ribeirão Preto e Vale do Paraíba telecomunicações, informática e serviços Paraná 35.000 São José dos Pinhais e Campo Largo metalurgia, automotivo e serviços Rio Grande do Sul 29.000 Porto Alegre comércio exterior e ensino de línguas Goiás 20.000 Anápolis e Rio Verde agroindustrial e farmacêutico Minas Gerais 20.000 Triângulo Mineiro, Itajubá, Juiz de Fora e Betim metalurgia, agroindustrial e serviços Ceará 17.000 Crato e Sobral têxtil, calçados e turismo Rio de Janeiro 17.000 Resende automotivo e serviços Bahia 8.000 Porto Seguro e Ilhéus turismo e lazer Pernambuco 5.000 Recife shopping-centers Santa Catarina 5.000 Blumenau e Vale do Itajaí Informática Relação das principais regiões na relação investimento industrial e postos de emprego. Para determinadas faixas de trabalhadores especializados torna-se cada vez mais freqüente o deslocamento pendular da semana de trabalho entre cidades, principalmente os habitantes de cidades média em direção aos centros maiores. Assim, o fenômeno migratório nasce do conflito gerado entre as aspirações pessoais ou coletivas não satisfeitas pelos padrões socioeconômicos, as quais passam por fases de frustrações, que vão sendo superadas à medida que os migrantes vão se inserindo em melhores condições de emprego e trabalho, bem como sócioculturais, políticas e ambientais da sociedade. A globalização e a liberalização dos intercâmbios acabam evidentemente gerando uma pressão para a facilitação da mobilidade dos trabalhadores do Sul para o Norte que se sentem seduzidos pelas possibilidades de emprego e salário dos países industrializados; O aumento da migração interna nos países em desenvolvimento pode também estar vinculado à globalização, pois a criação de zonas francas e a implantação de novas indústrias, favorecidas pela liberalização das normas vinculadas aos investimentos, exercem um grande poder atrativo nos habitantes de regiões rurais. Obrigada