XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente.
São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.
CONCESSÃO DE CRÉDITO À PESSOA
JURÍDICA: UM ESTUDO NO BANCO
BRADESCO S/A
César Emanoel Barbosa de Lima (UFPB)
[email protected]; [email protected]
Jefferson Bruno Soares de Medeiros (UFPB)
[email protected]
Robson Antonio Miranda de Lima (UFPB)
[email protected]
Esta pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de descrever o impacto
da política de concessão de crédito ao desenvolvimento de pessoas
jurídicas e ao Banco Bradesco S/A como banco credor. Para tal,
realizou-se um estudo de caso exploratórioo e descritivo por meio das
pesquisas bibliográfica, documental e de campo. O instrumento
utilizado na pesquisa de campo foi um questionário estruturado. Os
resultados obtidos demonstraram que a análise para a concessão de
crédito às pessoas jurídicas na instituição pesquisada é realizada
inicialmente com base nas ferramentas de classificação de risco e
pontuação, por meio do credit scoring, como também o behavioural
scoring, técnica baseada no comportamento e relacionamento do
cliente junto à instituição. Verificou-se, também, que as principais
variáveis que influenciam no processo de concessão de crédito para
este segmento são o faturamento e as referências, embora a maioria
dos gestores não às consulte frequentemente, e que o procedimento
adotado pela instituição é realizado seguindo às seguintes etapas:
entrevistas, conferência da documentação, consulta das restrições
financeiras, ficha cadastral, avaliação do risco do tomador, avaliação
do risco da operação e, finalmente, a contratação. Concluiu-se que o
processo de análise de crédito é realizado com critério, obedecendo às
normas e política características a instituição, bem como o
monitoramento é bastante intensificado utilizando relatórios e
correspondências direcionadas aos clientes tão logo haja necessidade.
Por fim, ficou visível a preocupação que o Banco Bradesco tem em
utilizar técnicas atualizadas que amenizem o risco sem inviabilizar o
seu principal negócio, que é a própria concessão de crédito.
Palavras-chaves: Crédito bancário, análise de crédito, pessoa jurídica
1 Introdução
A expansão do crédito concedido a pessoas jurídicas foi de 9,5% no trimestre e de
44,5% nos últimos 12 meses. Os principais produtos responsáveis pelo crescimento do saldo
da carteira no trimestre, foram: capital de giro, repasse BNDES e operações no exterior. Nos
últimos 12 meses os destaques foram: capital de giro, leasing de veículos e financiamento à
exportação. Os ativos totais em setembro de 2008 registraram saldo de R$ 422.706 bilhões, o
que representa crescimento de 33,1% em relação ao mesmo período de 2007. O retorno
atualizado sobre os ativos totais médios foi de 2,1%, enquanto no mesmo período do ano
anterior chegou a 2,7%. (FOLHA ON-LINE, 2009).
O crédito às pessoas jurídicas tem alavancado o faturamento das instituições que
atuam na concessão de crédito, tornando atrativos para os banqueiros e gerando uma
concorrência acirrada entre estas instituições. As novas concessões de créditos no Brasil
registraram em março a primeira expansão desde dezembro, com alta de 26,1% ante fevereiro,
totalizando R$ 155,732 bilhões, segundo informações do Banco Central. As concessões para
pessoas jurídicas evoluíram 28,8% contra 21,5% para as pessoas físicas.
Segundo dados do Banco Central, as instituições públicas são responsáveis por
empréstimos que equivalem a 16% do PIB (Produto Interno Bruto). Em setembro do ano
passado, o número estava em 13,2%. No mesmo período, a evolução do crédito nos bancos
privados nacionais foi bem mais discreta, passando de 17,2% para 17,8% do PIB. Ainda no
Banco Central os dados mostram que em setembro de 2008 a março deste ano, o crédito nos
bancos públicos cresceu 18,3%, enquanto nos bancos privados nacionais avançou 1,5%, e nos
bancos privados estrangeiros, 3,5%. “Para o crédito voltar a normalidade, esse crescimento
precisa ser mais disseminado”, afirmou Altamir Lopes (Chefe do Departamento Econômico
do BACEN), enfatizando que o movimento de retomada do crédito precisa ocorrer nos bancos
pequenos e médios, os que mais sofreram com a falta de liquidez.
O contexto anteriormente citado, impulsionar responder à seguinte arguição-problema:
Como está sendo realizado o processo de concessão de crédito às pessoas jurídicas no Banco
Bradesco S.A. no estado da Paraíba? Para ter vantagem competitiva, em frente a inúmeros
fatores decadentes da economia atual. Diante desta arguição, este artigo propõe caracterizar o
processo e a política de concessão de créditos à pessoas jurídicas aplicadas na Banco
Bradesco S.A, respectivas as agencias no estado da Paraíba.
Apresentar-se-á nas 3 seções seguintes deste trabalho, sequencialmente a discussão
sobre os conceitos, condições, políticas e riscos da concessão de crédito nacionalmente, em
seguida a metodologia, aplicação, tratamento e utilização dos dados e informações buscadas
nos gerentes gerais e gerentes de negócios de cada agencia da instituição pesquisada, e
posterior a resolução das informações geradas banalizando os resultados da caracterização da
instituição financeira (Banco Bradesco S.A) e sua concessão de credito no estado da Paraíba.
2 Considerações sobre o sistema financeiro nacional
O Sistema Financeiro Nacional é um conjunto de instituições que se dedicam, de
alguma forma, ao trabalho de propiciar condição satisfatória para manutenção de um fluxo de
recursos entre poupadores e investidores. É no mercado financeiro que se processam as
transações financeiras que dinamiza a economia e facilita os investimentos através de
instituições que atuam como intermediários financeiros. (FORTUNA, 2005)
2
Para Gitman (2001, p. 54), as instituições financeiras são intermediárias financeiras
que canalizam a poupança de indivíduos, negócios e governos para empréstimos ou
investimentos. Muitas dessas Instituições direta ou indiretamente pagam juros pelos nelas
depositados; outras prestam serviços em troca de tarifas (por exemplo, contas de movimento
pelas quais os clientes pagam tarifas de serviço). Algumas aceitam depósitos de clientes e
emprestam esse dinheiro a outros ou empresas; há outras que investem as economias em
ativos geradores de rendimentos, tais como, móveis, ações ou títulos de renda fixa; há outras
ainda que façam as duas coisas.
2.1 Concessão de Créditos
Crédito Bancário é um mecanismo facilitador da produção e do consumo que são
concedidos a pessoas físicas e jurídicas que impulsiona a economia com a geração de
emprego e renda, e que possibilita uma troca de disponibilidade entre as partes, para que
ambas tenha suas necessidades atendidas (BARBOSA, 2007).
Fortuna (2005) assinala que inicialmente podemos classificar o crédito em público e
privado, podendo este dividir-se em pessoal e empresarial. As operações de crédito têm, com
tudo, certa duração no tempo e, nessa ótica, pode dizer-se que o crédito é de: curto prazo: até
um ano de duração; e médio prazo/longo prazo: para além de um ano de duração, com
variadíssimas subdivisões. Ainda segundo Fortuna (2005) claro que estes prazos tentam
adequar-se o mais possível ao fim para o qual o crédito é constituído conforme segue:
a) Crédito de curto prazo – deve atender a situações pontuais de rápida resolução ainda que
a ele se recorra sempre que necessário, sendo exemplos, no caso de pessoas: as despesas
inesperadas, a aquisição de bens de comodidade para o lar, pequenas obras, etc. e no caso
de empresas: a aquisição de mercadorias ou matérias prima que sejam rapidamente
integráveis no seu circuito de atividade, vendas e cobrança;
b) Crédito de médio prazo – destina-se já a apoiar a aquisição de bens com alguma duração
de vida útil que ultrapassa o imediato e de que podemos destacar, no caso dos
particulares, o carro, às vezes o barco e ainda obras de pequena dimensão; no caso de
empresas, se comerciais, a aquisição de viaturas e obras de remodelação de alguma
dimensão nas suas instalações e, se empresas industriais, a aquisição de maquinaria cuja
validade técnico/funcional não ultrapassa o prazo do crédito que lhe foi concedido.
c) Crédito de longo prazo – nos particulares a nas empresas comerciais, reduz-se à compra
de habitação, primária ou secundária e de instalações próprias; no caso de indústrias não
só a compra de instalações más ainda, excepcionalmente, à aquisição de maquinaria
pesada que pelas suas características pudesse ter grande durabilidade e pouca atualização
técnica; no caso do Estado para obras públicas ou equipamentos sociais.
Fortuna (2005) diz que na gestão financeira de créditos, emprestar visando apenas ao
máximo lucro, mas não receber, pode inviabilizar a empresa. Mas, o inverso, ou seja, a
excessiva preocupação com a segurança reduz margens de lucro, diminuindo a rentabilidade,
e pode dificultar a geração de recursos para satisfazer os custos e, da mesma forma, fragilizar
a instituição. Para que o processo decisório leve a melhor opção é necessário conhecimento
sobre o que está sendo decidido, o método para tomar a decisão e o uso de instrumentos e
técnicas que auxiliam o administrador.
Para uma concessão criteriosa é preciso atenção; segundo Blatt (1999), ao analisar a
viabilidade da concessão de crédito, os bancos devem preocupar-se com três elementos
fundamentais: segurança, liquidez e rentabilidade. Aliado a estes elementos apresentados,
3
Blatt (1999) faz outras observações quanto à qualidade na concessão de crédito, afirmando
que a instituição deve basear sua concessão em seis pilares:
a) Informação creditícia – deve-se investigar a vida financeira do cliente, buscando
informações confiáveis para adequar o limite de crédito;
b) Histórico de pagamento – dados sobre o comportamento de pagamento do cliente em
outras instituições.
c) Identificação do cliente – É indispensável conhecer o cliente, bem como as pessoas
vinculadas a ale;
d) Análise das demonstrações financeiras – A análise creditícia se faz sobre a renda, os
valores comprovados e declarados, bem como outras fontes de recursos;
e) Qualidade de cobrança – a observação de toda documentação e garantias para concessão
do crédito, garantirá uma a qualidade numa futura cobrança;
f) Fortalecimento da venda a crédito – realizar a análise de crédito com o objetivo de
fidelizar o cliente, fortalecendo o vinculo entre as partes do contrato.
Blatt (1999, p.40) resume estes princípios aqui abordados para concessão de crédito
em uma única frase: “o princípio fundamental de crédito é efetuar vendas a crédito para todos
os clientes possíveis em uma base de crédito adequada”.
2.2 Políticas de Créditos
É a política de crédito que disciplina o conceito de crédito da organização; normatiza
os padrões a serem seguidos para a concessão, controle e acompanhamento do crédito;
determina o publico alvo; apresenta as modalidades de credito ofertados; bem como atribui a
condições e critérios para a concessão e cobrança do crédito; bem como atribui a
responsabilidade para cumprir as normas estabelecidas por esta política e as penalidades ao
descumprimento delas (BLATT, 1999). Silva, J (2000, p 109) cita alguns fatores que os
bancos devem considerar ao elaborar sua política de crédito:
a) As normas legais – devem atender as normas impostas pelas autoridades monetárias
competentes;
b) A definição estratégica do banco – é na estratégia que está a base para a formulação das
políticas de credito do banco;
c) Os objetivos a serem alcançados – os objetivos e metas organizacionais influenciam na
política de credito;
d) A forma de decisão e de delegação de poder – atribui os poderes de decisão com o
estabelecimento de alçadas que pode ser individual, conjunta ou colegiada;
e) Os limites de crédito – devem buscar métodos para geração de limites de créditos a serem
ofertados aos clientes com propensão de consumo, conforme segmentação;
f) A análise de crédito – determinação de modelo para análise de crédito, observando os
diferentes segmentos de clientes;
g) A composição e a formalização dos processos – documentação necessária para
composição do processo de credito observando os procedimentos que devem obedecer
aos padrões legais;
h) A administração e o controle de crédito – selecionar recursos tecnológicos que
possibilitem um acompanhamento do crédito.
2.3 Análise do risco de crédito
Assaf Neto (2005) chama a atenção quando descreve que os riscos de créditos são, em
tese, não elimináveis, as incumbências das instituições é de estimar o risco de perda esperada
4
e exigir prêmios pelo risco. Risco de credito significa o risco de perda em empréstimos ou em
investimentos das mais variadas formas. Para melhor entender o risco de crédito, é necessário
verificar o processo decisório, que incorpora a obtenção de um grande número de informações
dos possíveis clientes.
As informações podem ser obtidas através de documentação oficial (demonstrativos
contáveis, estatutos, cadastros, alterações contratuais, planejamento dos negócios etc.);
através de visitas às empresas (aspectos administrativos, operacionais, tecnológicos,
mercadológicos e estratégicos); e através de informações obtidas junto a terceiros
(fornecedores, clientes, agencias de informações, e outros bancos). Essas informações são
processadas na etapa que se denomina análise de crédito. É onde, sob a macro-orientação da
política de crédito da instituição, utilizam-se as mais diversas técnicas no sentido de se
estabelecer o risco de crédito que a instituição estaria assumindo em negócios que viesse a
realizar com o cliente em estudo (BLATT, 1999).
Na etapa da decisão de crédito e, frente à possibilidade de uma estruturação de
empréstimo com o cliente (montante, prazo, taxa, garantias e produto), toma-se uma decisão
de negócios, que será sistematicamente utilizada como fator de realização da própria política
de credito da instituição (SCHRIKEL 1997).
A determinação do risco de credito é realizada na etapa “analise de crédito” onde se
procura determinar o risco de credito do cliente. Segundo Schrikel (1997) a análise de crédito
envolve a habilidade de fazer uma decisão de crédito dentro de um cenário de incertezas e
constantes mutações e transformações incompletas.
Freitas (2009) afirma que a seqüência de analise que se utiliza para determinar o risco
de crédito, toma-se como base as metodologias tradicionais, e, normalmente, levam-se em
conta cinco aspectos do crédito conhecido como os cinco C‟s do crédito:
a) Caráter – indica uma característica essencialmente subjetiva que trata da vontade do
tomador do empréstimo de pagar suas contas, referindo-se à sua índole, ética e senso
moral.
b) Capacidade – reflete a eficácia e eficiência de gestão dos administradores e o próprio
grau de especialização da produção e comercialização da empresa.
c) Condições – Estão ligados aos fatores externos à empresa que podem de alguma maneira
afetar seu desempenho nos negócios, prejudicando ao mesmo tempo sua capacidade de
honrar compromissos.
d) Capital – Considerado como um dos C‟s do crédito, refere-se ao estudo do patrimônio, da
solidez da empresa, ou à estrutura de composição da mesma, no sentido de ter recursos
próprios que aplicados na atividade produtiva, geram resultados que permitem arcar com
ônus dos créditos conseguidos junto a terceiros.
e) Colateral – significa garantida. Esse „C‟ do crédito deve ser, como os demais, sempre
analisado no conjunto da situação em que deve ocorrer o crédito.
Os cinco C‟s do crédito têm uma grande contribuição no processo decisório para a
concessão de créditos às pessoas jurídicas, uma vez que se procura verificar se o proponente
terá condições de pagar a dívida nas datas aprazadas. Bastariam, para tanto, a análise do
capital e faturamento do proponente. Todavia, a fim de assegurar-se que todos os pontos
relevantes foram analisados e, neste sentido, já funcionado como check-list, foi desenvolvida
5
tal abordagem. Após analisar os cinco fatores acima citados, o analista subjetivamente poderá
chegar a uma decisão de crédito (BLATT, 1999).
De acordo com Silva (2000), um banco, ao classificar o risco de seus clientes, estará
classificando seu próprio risco. A classificação de rating é feita, na maioria das vezes, através
de letras ou números. Um modelo bastante conhecido é a classificação de rating proposta pela
resolução do Bacen nro.2.682/1999 que, dentre outros assuntos, fixou uma escala de
classificação do risco que oferece às instituições bancárias, além da classe de risco, o
respectivo provisionamento para as operações de crédito e determina ainda que essas
operações passem por uma reavaliação mensal, onde as ocorrências de atrasos representarão
uma nova classificação. A classificação e reclassificação de risco, utilizada através de letras, é
um fator determinante que, muitas vezes, restringem o poder decisório do gerente de crédito
no momento da análise preliminar.
2.4 Monitoramento da Concessão de Crédito
Com a evolução tecnológica, houve uma grande contribuição para um bom
monitoramento de créditos através de sistemas avançados que analisam constantemente o
comportamento das operações que geram relatórios sinalizando os atrasos no pagamento.
Cada instituição possui uma política de crédito que determinara como deverá ser feito o
monitoramento (FREITAS, 2009).
Um método eficaz de monitoramento que merece ser abordado é o sistema de auditoria
interna, onde funcionários especializados examinam se as concessões de crédito seguiram às
normas exigidas na política de crédito da instituição (BLATT, 1999).
Dentre os aspectos analisados, pode-se citar a “formalização das operações e
garantias, alçadas de decisões e a qualidade de crédito do cliente” (SILVA, J. 2000, p.382).
Essa auditoria é feita por amostragem e também é importante por exercer uma “função
pedagógica, voltada para a orientação dos gerentes e de outros gestores envolvido no
processo, cita o mesmo autor (p.382)”.
O monitoramento de crédito, além de contribuir para evitar problemas futuros, aponta
melhorias no comportamento dos clientes o que gera uma nova reclassificação de risco. Para
esse trabalho aconteça de forma adequada, os bancos possuem em sua estrutura
organizacional, áreas específicas de monitoramento, onde especialistas acompanham
efetivamente o dia a dia das operações (SILVA, 2000).
Blatt (1999) alerta para a importância de incluir nos procedimentos de
acompanhamento do crédito revisões analíticas com investigações bancárias e comerciais.
Assim, como o monitoramento não serve apenas para identificar problemas na concessão de
crédito, ele pode levar também a novas oportunidades de negócio, com a identificação de
novas necessidades do cliente baseado no comportamento do crédito, o que leva, certamente,
ao fortalecimento do relacionamento entre o cliente e o banco.
3 Procedimentos metodológicos
Já Segundo Hunt (1991), o método científico “consiste nas regras e procedimentos na
qual a ciência baseia a aceitação ou rejeição de seu corpo de conhecimento incluindo
hipóteses, leis e teorias”. “Assim o método científico é a lógica da justificação”.
Corroborando com os pensamentos anteriores, Vergara (2003, p.12), afirma que “método é o
caminho, uma forma, uma lógica de pensamento”. Para Santos (2005, p.77) “no
desenvolvimento das pesquisas científicas busca-se seguir caminhos trilhados anteriormente
6
por outros, através da utilização de métodos consensuais”. Dessa maneira é importante se
definir o caminho a ser percorrido de forma a garantir o sucesso no alcance dos objetivos
almejados.
Há várias taxionomias de tipos de pesquisas básicos, conforme os critérios utilizados
pelos autores. Vergara (2006) qualifica em dois aspectos: quanto aos fins e quanto aos meios.
E quanto aos fins, a pesquisa foi exploratória, a qual realizou-se em área na qual há pouco
conhecimento acumulado e sistematizado. Quantos aos meios a pesquisa foi bibliográfica,
documental e de campo.
Segundo Vergara (2006), caracterização da população trata-se de definir toda a
população e a população amostral. Entenda-se aqui por população não o número de habitantes
de um local, como é largamente conhecido o termo, mas um conjunto de elementos
(empresas, produtos, pessoas, por exemplo) que possuem as características relativas ao objeto
de estudo. Portanto, nessa pesquisa foram considerados como universo, todos os Gerentes e
Gestores de créditos às pessoas jurídicas do Banco Bradesco S.A. das agências na Paraíba.
Neste artigo adaptou-se os sujeitos da pesquisa como as pessoas que fornecerão os
dados de que você necessita. Ás vezes, confunde-se com “universo e amostra”, quando estes
estão relacionados com as pessoas. Portanto os sujeitos foram pesquisados, de acordo com o
critério de acessibilidade apresentado por Vergara (2006), que participam da análise e
concessão de créditos aos clientes pessoas jurídicas do Banco Bradesco S.A., que são
aproximadamente 50 funcionários entre Gerentes Gerais e Gestores de créditos (VERGARA,
2006).
De acordo com Gil (2002), a coleta de dados no estudo de caso deve utilizar sempre
mais de uma técnica. Esse procedimento é fundamental para garantir a qualidade dos
resultados que devem ser provenientes da convergência ou da divergência das observações
obtidas nos diferentes processos de pesquisa.
Dessa forma os dados relacionados nessa pesquisa foram obtidos através de pesquisa
bibliográfica, documental e pesquisa de campo. A pesquisa bibliográfica foi feita através de
consulta a livros, artigos, revistas, internet entre outros, que tratam o tema; a pesquisa
documental foi realizada através de documentos internos e pesquisa de campo por meio de
aplicação de questionário e entrevistas semi-estruturadas.
4 Caracterização da instituição financeira
O Banco Bradesco foi fundado em 1943 como um banco comercial sob o nome de
“Banco Brasileiro de Descontos S.A.” Em 1948, foi iniciado um período de intensa expansão,
que o tornou o maior banco comercial do setor privado no Brasil no final da década de 60.
Durante a década de 70, o banco expandiu suas atividades em todo o país conquistando
mercados brasileiros urbanos e rurais. Em 1988, incorporou as subsidiárias de financiamento
imobiliário, banco de investimento e financiadora, tornando-se um banco múltiplo e mudou
sua denominação para Banco Bradesco S.A. Segundo informações publicadas pela
Superintendência de Seguros Privados, conhecida como “SUSEP” e pela Agência Nacional de
Saúde Complementar, conhecida como “ANS”, é a maior operadora de seguros, previdência
complementar e títulos de capitalização, em termos de prêmios de seguros, contribuições de
previdência complementar e receitas de títulos de capitalização, em bases consolidadas.
Dentre o total de respondentes desta pesquisa, 39% são gerentes gerais da instituição e
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o restante, 61% são gerentes de negócios, conforme pode ser visualizado no Tabela 2. Isso
pode ser explicado pelo fato que cada agência possui um Gerente Geral e, no mínimo dois
Gerentes de contas, sendo um de pessoa jurídica e outro formador de carteira, dependendo do
porte da agencia esse número aumenta.
Função
Freqüência
Percentual
Gerente geral
Gerente de negócios
12
19
38,71%
61,29%
TOTAL
31
100%
Fonte: Pesquisa Direta (2009).
Tabela 2 – Função
4.1 Caracterização da concessão de credito da instituição financeira
No tocante à classificação da política de crédito, como se visualiza na Tabela 3, apenas
6% dos respondentes a considera liberal e 84% disseram que a instituição adota uma política
de crédito moderada. Segundo Blatt (1999), essa é a postura ideal, por resultar dos cincos
possíveis tipos de política de crédito, sendo o produto do equilíbrio entre eles.
Política de Crédito
Freqüência
Percentual
Rigorosa
Moderada
03
26
9,68%
83,87%
Liberal
02
6,45%
TOTAL
31
100%
Fonte: Pesquisa Direta (2009).
Tabela 3 – Classificação da política de crédito da instituição
A política de crédito de uma instituição é determinada pelo seu Conselho de
Administração, dentro de diretrizes estabelecidas pelo Banco Central, onde visa assegurar
uniformidade nas decisões, administração de risco de crédito, garantir a integridade dos ativos
de crédito e níveis adequados de risco, e elevar os padrões de qualidade e o resultado do
banco. De acordo com as exigências, ela pode ser classificada como: Rigorosa – envolverá
menores riscos, baixo índice de atraso, porém terá menor volume de negócios; Liberal –
certamente amplia o volume de negócios, más também ocorrerá maior índice de atraso e
perdas por inadimplência; Moderada – é a mais viável para qualquer banco, pois envolve
crescimento nos negócios com qualidade e responsabilidade.
Sistema
Freqüência
Percentual
Pontuação
Classificação
15
29
27,78%
53,70%
Outro (s)
10
18,52%
TOTAL
54
100%
Fonte: Pesquisa Direta (2009).
Tabela 4 – Sistemas de análise de risco de crédito utilizados
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Quanto aos sistemas de análise de risco de crédito usados para avaliação de clientes e
de operações, de acordo com a Tabela 4, pode-se observar que a instituição utiliza sistemas de
classificação e pontuação. Considerando que nesta questão o entrevistado poderia marcar
mais de uma opção, percebeu-se que a instituição utiliza mais de um sistema para análise. Dez
gerentes, que corresponde a 18% do total, afirmaram que o BRADESCO adota, também,
outros sistemas para análise, porém não os especificaram. Estes sistemas de análise de riscos
buscam avaliar o risco de um tomador ou operação, atribuindo uma medida que representa a
expectativa de risco, expressa na forma de classificação (rating) e pontuação (escore), ou seja,
é a probabilidade de inadimplência que aquele proponente terá ao contratar o crédito. Para
uma boa concessão de crédito, o ideal para o banco é a utilização de todos os sistemas de
análise de risco à disposição dos gerentes, inclusive a análise na movimentação financeira na
conta corrente do cliente em determinado período de tempo.
Análise de Concessão de Crédito
Freqüência
Percentual
Limite
Credit Scoring
3
30
6,25%
62,50%
Behavioural Scoring
15
31,25%
Outros (s)
-
-
TOTAL
48
100%
Fonte: Pesquisa Direta (2009).
Tabela 11 – Instrumentos utilizados na análise da concessão de crédito
Com relação à análise da concessão de crédito, parte significativa dos respondentes, ou
seja, 63% afirmaram que o BRADESCO S.A. utiliza às técnicas do credit scoring. Já 31%
disseram utilizar a behavioural scoring e apenas 6% dos entrevistados, expuseram utilizar o
limite, segundo mostra o Gráfico 11. O credit scoring é uma ferramenta muito útil para a
avaliação da qualidade de crédito de pessoas físicas e jurídicas em que os classificam em duas
categorias: as que, potencialmente, têm condições para honrar empréstimos concedidos e as
que, potencialmente, não reúnem tal condição. O behavioural scoring origina-se da língua
inglesa que significa “avaliação comportamental”. É uma ferramenta estatística que possibilita
prever o desempenho das contas ou contratos existentes, com metodologia similar ao credit
scoring, onde suas premissas básicas são o comportamento passado do cliente e a
possibilidade de modificação do relacionamento no futuro.
No caso do BRADESCO S.A., existe a possibilidade de aprovação do crédito, mesmo
tendo sido reprovado nesses sistemas, através do envio de uma consulta ao departamento de
crédito do banco onde serão apresentadas as ponderações do gerente e o seu parecer
favorável. Isto é um diferencial estratégico em relação aos concorrentes para que não haja
escassez de crédito dentro da instituição.
Opção
Freqüência
Percentual
Sim
Não
3
1
9,68%
3,23%
Às vezes
27
87,09%
9
TOTAL
31
100%
Fonte: Pesquisa Direta (2009).
Tabela 12 – Sistema de análise de risco de crédito como fator de restrição ao poder decisório
No que se refere à restrição do poder decisório, conforme informações do Gráfico 12,
apenas 3% dos respondentes alegam que os sistemas de análise de risco de crédito não
interferem nesse poder. 87% disseram que periodicamente dependendo da situação, os
sistemas de análise de risco de crédito restringem seu poder decisório. Isto quer dizer que,
para a grande maioria dos gerentes, há situações que eles conhecem a empresa e sua
capacidade de pagamento, porém, o crédito não é aprovado nessas ferramentas de análise de
risco, tendo como impacto a limitação do seu poder decisório, já que os mesmos não possuem
poderes para aprovação de tal crédito.
Dentre os respondentes que afirmaram que em algum momento os sistemas de análise
de risco de crédito restringem seu poder decisório, 87% consideram esta restrição positiva,
por a empresa compartilhar da responsabilidade na concessão e o restante disseram que esta
restrição é negativa, por terem assim, sua capacidade de negociação limitada, ou seja, estes
gestores preferem assumir maiores riscos, como pode ser visto no Gráfico 13. Essa
informação, apesar da grande maioria afirmar que considera positiva, deixa muito a desejar, já
que historicamente, o banco já responsabilizou, com demissões, vários gerentes por perdas
financeiras oriundas de concessões de créditos de valores consideráveis aprovados pelas
ferramentas de análise de risco e autorização de seus superiores.
Opção
Freqüência
Percentual
Positiva
Negativa
26
04
86,67%
13,33%
TOTAL
31
100%
Fonte: Pesquisa Direta (2009).
Tabela 13 – Classificação da restrição do poder decisório
Através da aplicação de entrevistas e observação, procurou-se mapear o processo de
concessão do crédito às pessoas jurídicas. A Tabela 1 possibilita a esquematização das etapas,
processos conforme se segue:
Seqüência
1º.
2º.
3º.
4º.
5º.
25
4
1
24
2
1
1
1
2
1
24
2
1
5
6º.
7º.
8º.
Etapas
Conferência da documentação
Avaliação de risco da operação
Consulta das Restrições financeiras
Entrevistas
Ficha de Cadastro
Avaliação de risco do tomador
5
28
1
2
3
25
Contratação
Outra (s)
24
1
2
4
31
Fonte: Pesquisa Direta (2009).
Tabela 1: Etapas para a concessão de crédito
10
Os processos e/ou etapas da tabela 1 são descritos a seguir: 1 º. Etapa – Para uma
maioria considerável é a entrevista. O gerente que realiza uma entrevista para a concessão de
crédito tem que ser um profissional preparado para saber ouvir e fazer perguntas bem
estruturadas para que se possa atingir sucesso na mesma; 2º. Etapa – Conferência da
documentação. A documentação exigida para a concessão de crédito para pessoas jurídicas na
instituição pesquisada é: contrato social e aditivos, CNPF, comprovante de endereço e a
relação do faturamento dos últimos 12 meses; 3º. Etapa – Consulta das restrições financeiras –
Existe uma ferramenta on-line que possibilita à consulta as restrições financeiras no ato do
atendimento denominado “IRES”; 4º. Etapa – É o preenchimento da ficha de cadastro. É um
instrumento precioso que auxilia na análise e decisão de crédito capaz de proporcionar
informações relevantes sobre o proponente; 5º. Etapa – Avaliação de risco do tomador.
Conforme resultados apresentados anteriormente, através dos gráficos 10 e 11, esta avaliação
é realizada através dos sistemas de pontuação e classificação do risco dos clientes, baseados
nas técnicas do credit scoring e behavourial ocoring; 6º. Etapa – Avaliação do risco da
operação. Assim como as instituições financeiras avaliam o risco do tomador numa operação
de crédito, também precisam avaliar o risco da operação. Por essa razão é que algumas
operações exigem garantias. A garantia influencia na avaliação do crédito, porém não
asseguram a consecução do crédito. Dentre as principais garantias exigidas pela instituição
pesquisada para a concessão de crédito às pessoas jurídicas estão: alienação fiduciária, aval,
cheques custodiados, hipoteca e nota promissória; 7º. Etapa – É a contratação que consiste na
liberação do recurso financeiro através de crédito em conta. Nenhum dos respondentes citou
o 8º. Etapa, que no questionário possui a nomenclatura “outros” na opção à ser marcada.
Opção
Freqüência
Percentual
Entrevista
Ficha Cadastral
27
04
87,10%
12,90%
TOTAL
31
100%
Fonte: Pesquisa Direta (2009).
Tabela 14 – Principal instrumento de informação sobre o cliente
Dentre as etapas da concessão de crédito, procurou-se investigar na visão dos gerentes,
qual destes instrumentos de informação de clientes eles consideram mais importante e
percebeu-se que a maioria, 87% deles, considera a entrevista como primordial conforme
gráfico 14. Tal pesquisa prende-se ao fato de que autores como Blatt (1999) e Silva, J (2000)
afirmam que a eficácia da entrevista e das informações da ficha cadastral influencia
diretamente no risco de crédito.
Para que os sistemas de análise de risco de crédito possam ser precisos é necessário
serem alimentados pelas informações do cliente; estas, por sua vez, são tratadas como
variáveis que vão permitir aos sistemas indicar o risco do tomador ou da operação. Tendo em
vista conhecer quais as principais variáveis que influenciam na concessão de crédito,
investigou-se o grau de importância a cada uma delas. A Tabela 2 mostra como ficou a
pontuação para a classificação das variáveis.
Grau de Importância
Informações do cliente
Dados patrimoniais
1º.
6
2º.
3
3º.
21
4º.
11
Faturamento
21
4
2
3
Ramo de Atividade
2
1
7
31
Referência
2
21
6
Fonte: Pesquisa Direta (2009).
Tabela 2: Grau de importância das variáveis consideradas na análise para concessão de crédito à pessoa jurídica
para Gerentes Gerais e Gerentes de Crédito
De acordo com os dados, percebeu-se que para a principal variável é o faturamento,
onde a empresa apresentará uma relação contendo os valores de suas vendas mensais dos
últimos 12 meses; em 2º. lugar as referências, que são utilizadas para a confirmação da
idoneidade do cliente; em 3º. os dados patrimoniais que são, normalmente, informados pelos
clientes e comprovados através dos recibos, escrituras e notas fiscais e em 4º. o ramo de
atividade que é fundamental para saber se tal segmento está em evidência ou decadência na
região .
Opção
Freqüência
Percentual
Sempre consulto às referencias
Só consulto quando tenho dúvidas
04
26
12,90%
83,87%
Nunca consulto
1
3,23%
TOTAL
31
100%
Fonte: Pesquisa Direta (2009).
Tabela 15 – Realização de consulta às referências pessoal, comercial e bancária
Com relação à consulta às referências, que apareceram em 2º. Lugar no grau de
importância atribuído às informações do cliente, a maioria dos gerentes, ou seja, 84% apenas
as consultam quando têm dúvidas em relação às demais informações fornecidas; outro fator
que chamou a atenção: 3% deles nunca efetuam tais consultas e apenas 13% sempre
consultam as referências, conforme mostra o Gráfico 15. Apesar de ser de vital importância
nas etapas de concessão de créditos, a grande parte dos gerentes só as consulta quando tem
dúvidas, pelo fato de que toda empresa que solicita credito é visitada pessoalmente pelo
gerente responsável à concessão, para confirmação da existência física da empresa, entretanto
as informações juntamente com outros documentos apresentados dispensam as consultas às
referencias.
Um fato interessante desta pesquisa, é que todos os entrevistados afirmaram que a
concessão de crédito não está condicionada à aquisição de um outro produto, uma vez que tal
procedimento não é permitido pela Procuradoria do Consumidor (Procon). Os gerentes são
orientados e instruídos por meio de cursos de técnicas de vendas para oferecerem os diversos
produtos disponíveis nas agencias quando do atendimento a qualquer cliente, principalmente
para os que necessitam de créditos, já que esses estão dispostos a contratar outro produto em
troca do crédito solicitado, porém essa venda é realizada de maneira adequada enfatizando os
benefícios que aquele produto trará para o cliente.
Tabela 17 – Monitoramento da concessão de crédito
Monitoramento da Concessão de Crédito Freqüência Percentual
Relatórios
Contatos Pessoais
29
13
30,85%
13,83%
Correspondências
30
31,91%
12
Telefonemas
21
22,34%
Outro (s)
1
1,07%
TOTAL
94
100%
Fonte: Pesquisa Direta (2009).
Quanto ao monitoramento de crédito, percebeu-se que o acompanhamento é efetuado
principalmente por correspondências seguidos por relatórios, embora telefonemas sejam
freqüentes na realização deste procedimento; 14% dos entrevistados afirmaram que, também,
é realizado o monitoramento através de contatos pessoais, já que nesta questão poderia ser
assinalada mais de um meio, conforme Gráfico 17. O monitoramento das operações de
créditos concedidas possui grande importância para a instituição, pois impacta diretamente no
lucro da agência que é o retorno do capital emprestado com os devidos juros contratados e
para os clientes que mantém sua condição de bons pagadores, aumentando seu relacionamento
e melhorando seu comportamento na ferramenta behaviourial scoring.
5 Considerações finais
Este trabalho teve como tema central descrever à análise do processo de concessão de
crédito às pessoas jurídicas no Banco Bradesco S.A.. Partindo das informações obtidas através
das pesquisas documentais e bibliográfica e, posteriormente, com a pesquisa de campo, essa
última efetuada através da aplicação de questionário, constatou-se que, de maneira geral, o
tratamento dado às concessões de créditos na instituição pesquisada se dá de forma criteriosa,
seguindo normas expressas na política de crédito adotada pela instituição, buscando captar
clientes por meio da oferta de menores taxas de juros e do processo de concessão de crédito
desburocratizado facilitando o acesso ao crédito e solidificando a permanência das pequenas e
médias empresas no mercado dentro de um cenário de incertezas na atual conjuntura.
Observou-se, em alguns itens, certa uniformidade na percepção dos gerentes diante das
questões exploradas no questionário, o que produziu resultados percentuais bastante
próximos, dificultando a interpretação da realidade.
Com relação ao processo de concessão de crédito na instituição, verificou-se que, em
relação ao sistema de análise de risco do crédito, o banco utiliza, inicialmente, os sistemas de
classificação e pontuação, com base nas técnicas do credit scoring. Passa a utilizar também o
behavioural scoring, técnica baseada no comportamento e relacionamento do cliente junto à
instituição, sempre procurando garantir o retorno das concessões. Quanto às variáveis que
influenciam para a concessão de crédito, verificou-se que a entrevista é essencial para uma
boa concessão. No tocante à esquematização das etapas da concessão do crédito, verificou-se
a seguinte ordem: entrevista, conferência da documentação, consulta às restrições,
preenchimento da ficha cadastral, avaliação do risco do tomador, avaliação do risco da
operação e, por fim, a contratação.
Assim, conclui-se que o processo de concessão de crédito às pessoas jurídicas no
Banco Bradesco S.A. obedece às normas estabelecidas na política de crédito na instituição e
que seus profissionais estão constantemente se qualificando nesta área para um maior
incremento das operações, buscando atender a demanda do mercado, com boas concessões,
utilizando técnicas atualizadas e bem monitoradas que amenizem o risco.
Referências
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ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
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Federal.2007.Monografia.(Graduação em Administração).Bananeiras:UFPB,2007.
BLATT, A. Avaliação de risco e decisão de crédito: um enfoque prático. São Paulo: Nobel, 1999.
FORTUNA, E. Mercado Financeiro: produtos e serviços. 16. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark Ed., 2005.
FREITAS,
N.
TEORIA
GERAL
DO
CRÉDITO
BANCÁRIO.
http://www.newton.freitas.nom.br/artigos.asp?cod=203. Acesso em 21 maio 2009.
Disponível
em:
GIL, A. C. Como elaborar projeto de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira – essencial. 2. ed. Tradução Jorge Ritter. Porto Alegre. Ed.
Bookman, 2001.
HUNT’S. Modern marketing theory – critical issu es in the Philosophy of marketing Science. Cincinati: Southwestem
Publishing, 1991.
SCHRICKEL, W. K. Análise de Crédito: Conceitos e gerência de empréstimos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1997.
SILVA, J. P. Gestão e análise de risco de crédito. 3ª. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 7ª ed. São Paulo, 2006.
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