O VALOR DO BRINCAR NO HOSPITAL: A IMPORTÂNCIA E CONTRIBUIÇÃO ÀS CRIANÇAS HOSPITALIZADAS NO (HUJBB) Emanuela Santos dos Santos¹, Cleiton Silva da Silva², Cláudia Magno de Oliveira³, Paulo Henrique Almeida Pascoal4 1; 2; 3; 4; Universidade Federal do Pará Eixo temático II: Políticas Educacionais: níveis e modalidades de ensino, currículo e financiamento. E-mail do autor principal: [email protected] INTRODUÇÃO Para início de conversa, tomaremos como referência uma criança fictícia. Ela se encontra no aconchego de seu lar, brinca, se diverte, está próxima de seus pais e irmãos, vai à escola e possui amigos. Nesse âmbito, ela se sente totalmente amparada, querida, amada. De repente essa criança, fica doente e tem que ser internada imediatamente em uma unidade hospitalar. Agora, o ambiente em que ela se encontra é totalmente oposto ao anterior. As paredes em sua maioria são predominantemente brancas, as pessoas que estão próximas a ela estão vestidas de branco e lhe causam dor, embora lhe falem que os procedimentos aos quais precisa se submeter são para sanar as dores que sente por estar doente. A criança sem dúvida sente acuada. Muitas vezes, a forma do olhar dos pais sobre essa criança e a maneira como há tratam expressa a preocupação que sentem e quão grave pode ser a sua doença, a deixando ainda mais angustiada. O modo como os pais lidam com o internato, acaba afastando a criança daquele cotidiano agradável, do ambiente familiar e acaba promovendo um confronto com a dor, com a limitação física e com a passividade. Esse confronto leva, em sua maioria, a sentimento de culpa, punição e ao medo da morte. OBJETIVOS Este trabalho objetiva o tratamento do brincar como uma das atividades essenciais para o desenvolvimento físico, emocional e social da criança. Destacamos neste texto, o processo de hospitalização e aprofundamos o estudo na atuação. Um dos objetivos deste texto é mostrar a importância de termos em hospitais às brinquedotecas para ajudar na recuperação das crianças. Nessa conjuntura, a brinquedoteca hospitalar visa contribuir para a elaboração das angustias infantis através de brincadeiras. METODOLOGIA O estudo numa fase exploratória foi desenvolvido com base em referências teórico sobre a brinquedoteca e o brincar na infância e pesquisa de campo, realizada no hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), como quesito avaliativo para o curso de extensão universitária em: A Brinquedoteca e o Brincar na Escola: O enriquecimento do aprender na educação infantil e no ensino fundamental, realizado na plataforma on-line do Centro Universitário Claretiano de Batatais e teve como orientador o Prof. Dr. Cesar Augusto Bueno Zanella. RESULTADOS E DISCUSSÃO Buscando esclarecer a importância que a Brinquedoteca hospitalar trás para as crianças que se encontram hospitalizadas e para sua recuperação, foi realizada uma pesquisa no hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), onde foi aplicado um questionário com 7 questões, sendo uma sobre o brincar na infância e seis questões sobre a brinquedoteca hospitalar. Foi observado a brinquedoteca e todo espaço e como as crianças reagem diante deste espaço lúdico. Os questionários foram direcionados para familiares das crianças e para a brinquedista. Entre as questões que foram distribuídas para que familiares das crianças e a brinquedista respondessem, vamos destacar algumas: Contribuições do brincar no Hospital ao desenvolvimento da criança. De acordo com as respostas dos participantes da pesquisa todos concordaram que a criança precisa usufruir dos benefícios que ás atividades lúdicas proporciona. Pode-se perceber o quanto as crianças e seus familiares relaxam com as atividades aplicadas, pois as crianças interagem bastante com todos. OLIVEIRA, 2006 afirma que o lúdico da espaço para que o ingressar na sociedade e na cultura em diferentes contextos, aconteça de forma gradativa e natural, pois no lúdico predomina o prazer, o relaxamento e assim compreendemos o lúdico como uma ferramenta para o desenvolvimento da criança em todos os aspectos de sua vida. Benefícios promovidos pela recreação hospitalar. Com base na resposta dos participantes da pesquisa aconteceu unanimidade, todos concordam que a brinquedoteca hospitalar torna o ambiente mais alegre e descontraído. No Hospital Universitário onde foi realizada a pesquisa, a brinquedista diz que a criança tem a companhia da família o tempo integral, e ela deixa a criança interagir com a mãe e a família em si, e ela afirma ainda que as crianças sentem-se como se estivessem em suas próprias casas ou as vezes melhor ainda, pois as vezes na brinquedoteca ela pode encontrar maior variedade de brinquedos. Portanto a brinquedoteca torna, tanto para a família quanto para a criança o ambiente hospitalar menos traumatizante. Segundo SANTOS, 1997 a valorização do brinquedo como atividade geradora de desenvolvimento intelectual, emocional e social, enriquece o relacionamento entre as crianças e suas famílias, valorizando os sentimentos afetivos e cultivando a sensibilidade. Dessa forma pode-se afirmar que: O processo de hospitalização infantil é, sem dúvida, marcante na vida de qualquer criança, uma vez que nesse momento ela se percebe frágil e impossibilitada de realizar suas atividades normalmente, alterando sua rotina diária como brincar e ir à escola. Todos esses fatores podem alterar seu comportamento durante e depois da internação. Assim, a hospitalização e o adoecimento podem ser fatores de risco para o desenvolvimento infantil. (JUNQUEIRA, 2003). A redação da questão oferece vários itens: brinquedos educativos, livros de estória, materiais de papelaria (lápis, giz de cera, papel e outros), gibis, televisão, computador, jogos educativos, massas de modelar e fantoches. Os pesquisados deveriam escolher três itens da lista, baseados em critério pessoal. Para evitar dúvidas em relação ao número de escolhas, a opção três itens foi devidamente sublinhada. Os quatorzes pesquisados responderam o seguinte: doze pesquisados escolheram brinquedos educativos, dez pesquisados escolheram jogos educativos, cinco pesquisados escolheram livros de estória, quatro pesquisados escolheram fantoches, dois pesquisados escolheram massas de modelar. Convém fazer a seguinte observação: um pesquisado só escolheu dois itens e um pesquisado escolheu cinco itens. A preferência por brinquedos educativos pode ser demonstrada através da seguinte afirmação de Nébia Figueiredo: É essencial que a equipe envolvida com a criança, no hospital, conheça a fase de desenvolvimento da criança e sua realidade social. Nesse sentido, destaca-se a função do brinquedo educativo que exerce importante papel estimulando habilidades, capacidades e despertando interesse do paciente infantil. (FIGUEIREDO, 2003). CONCLUSÕES É evidente que a Pedagogia Hospitalar venha se apresentando como um novo caminho no processo educativo, visto que vem se ampliando de forma satisfatória na conquista de seus ideais. Reconhecemos que ainda dentro de um ambiente hospitalar a criança precisa continuar a sua vida escolar, o seu desenvolvimento cognitivo não podendo ficar estático ou simplesmente ficar somente sobre os cuidados médicos, sem nenhuma expectativa no âmbito escolar. É de uma extrema importância que os pais de crianças hospitalizadas tenham o conhecimento dos direitos do atendimento escolar no espaço hospitalar. A contribuição social e pedagógica para o desenvolvimento da criança, e sua aplicabilidade é de essencial importância, haja vista que a criança recebe estímulos diversificados, seja pela companhia de outras crianças que estão sendo assistidas por pedagogos que têm interesses em comum dentro desta área que é a Pedagogia Hospitalar, seja pela variedade de atividades desenvolvidas com os mesmos cuja visão humanística corrobora com o desenvolvimento da criança como um todo. REFERÊNCIAS FIGUEIREDO, Nébia Maria Almeida de. Práticas de Enfermagem: Ensinando a cuidar da criança. São Caetano do Sul: Yendis, 2003. JUNQUEIRA, M. P. S. A mãe, seu filho e o brincar: um relato de experiência. Estudos de Psicologia, 2003, volume 1, número 8. LIBÂNEO, J. C. Pedagogia e Pedagogos, para quê? 4ª ed. São Paulo, 2001. OLIVEIRA, Lecila Duarte Barbosa et al. A Brinquedoteca hospitalar como fator de promoção no desenvolvimento infantil: relato de experiência. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, São Paulo, v. 19, n. 2, ago. de 2009. SANTOS, S. M. P. dos. Brinquedoteca: O lúdico nos diferentes contextos. 4ª ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 1997