Informativo do Tribunal de Contas do Estado de Roraima - ano XIV - nº 81 - Julho/Agosto de 2015 PRESTANDO CONTAS TJRR mantém decisão do TCE sobre suspensão de contratos de obras em escolas estaduais 07 Portal da Transparência: TCE realiza curso em parceria com CGU e MPF 03 Mais agilidade em processos: Instituído o Sirac no TCE 04 TCE e Governo do Estado firmam acordo para compartilhar informações 05 2 E X P E D I E N T E A luta pelos Tribunais de Contas *Alexandre Manir Figueiredo Sarquis PRESTANDO CONTAS é um informativo do Tribunal de Contas do Estado de Roraima COMPOSIÇÃO Conselheiro Presidente Henrique Manoel Fernandes Machado Conselheira Vice-Presidente Cilene Lago Salomão Conselheiro Corregedor Essen Pinheiro Filho Conselheiro Ouvidor Joaquim Pinto Souto Maior Neto Conselheiro Presidente da Escola de Contas Célio Rodrigues Wanderley Conselheiros Marcus Rafael de Hollanda Farias Manoel Dantas Dias MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS Procurador-geral Paulo Sérgio Oliveira de Sousa Procuradores de Contas Diogo Novaes Fortes Bismarck Dias de Azevedo Coordenadoria de Comunicação Social Sandra Michelli F. de Andrade – DRT/RR n° 124 Equipe Janete Araújo Gomes – DRT/RR nº 066 Penélope Gomes S. Buffi – DRT/RR nº 296 Lucyara Duarte de Albuquerque – DRT/RR nº 276 Eliliam Calheiros Pena Sibelesusi Correa Farias Edição e revisão Coordenadoria de Comunicação Social Layout e diagramação Leandro Araújo Fotos Cecom TCE/RR Impressão Gráfica Ioris Tiragem: 1000 exemplares Tribunal de Contas do Estado de Roraima Prédio Sede: Rua Prof. Agnelo Bittencourt nº 126 Centro - CEP: 69301-430 - Tel.: (95) 2121-4444. Prédio Controle Externo: Av. Cap. Ene Garcez nº 548 - Centro - CEP: 69301-160 - Tel.: (95) 21214500 E-mail: [email protected] www.tce.rr.leg.br Sou um membro de Tribunal de Contas e cheguei a essa condição por meio de um concurso público de provas e títulos que eu considerei duríssimo. Não é todo mundo que sabe da existência de membros concursados nos Tribunais. Então explico. Há duas categorias de membros, uma delas de concursados, os Auditores, que, no entanto, podem menos em relação à segunda classe, a dos Conselheiros, que dão a palavra final em processos e na direção do órgão. Eles são indicados. Todos nós, no entanto, cumprimos cinco condições: reputação ilibada, idoneidade moral, notórios conhecimentos de administração pública, 10 anos de carreira e 35 anos de idade. Já ouvi quem dissesse que a Lei deveria ser reformada para dificultar o acesso, referindo-se à entrada de políticos. Tento nunca assimilar reclamações como ofensa pessoal, mesmo porque quando o cidadão formula crítica ao servidor público deve-se ter presente que quem fala é o patrão, mas, pensando ter exaurido o que me incumbe, cheguei a algumas conclusões. Em primeiro lugar, vejo que a sociedade não se interessa pelas seleções de Conselheiros. A escolha de um Ministro do TCU, por exemplo, é dos eventos mais raros da Esplanada, nada obstante, pouco comenta-se na imprensa. Ninguém faz campanha aberta para o posto, é algo da intimidade do poder. Ninguém pergunta para jornalista, professor ou especialista se fulano ou beltrano é bom, vai mais da relação de quem quer ser com quem pode indicar. * Auditor, Conselheiro Substituto do TCE-SP e membro titular do Conselho Fiscal da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon) O artigo na íntegra está publicado no portal da Atricon, no link abaixo: http://www.atricon.org.br/artigos/a-luta-pelos-tribunais-de-contas MISSÃO VISÃO “Exercer o controle externo da administração pública, fiscalizando e orientando a gestão dos recursos públicos em benefício da sociedade roraimense.” “Ser reconhecido pela sociedade como órgão de excelência na fiscalização da gestão dos recursos públicos e indispensável instrumento de cidadania.” www.twitter.com/TCERR Raramente são considerados servidores do quadro ou membros de Tribunais Estaduais. E olha que isso tudo para investir alguém no xerifado da probidade administrativa, que é o bem mais caro à sociedade brasileira. Em suma, com todo o respeito, a culpa também é de quem reclama, se dá de ombros para a escolha. Em segundo lugar, as denúncias sobre membros são, em boa parte, imprecisas, genéricas ou mordazmente estendidas a todos da categoria. A incerteza e a falta de julgamento os torna, por fim, incógnitos, em um borrado indistinguível entre os demais, que confundem-se. Sem um Tribunal de Contas dos Tribunais de Contas, e esta é a proposta do Conselho Nacional dos Tribunais de Contas, não há como dizer joio de trigo. O Tribunal de Contas não é sistemas, edifícios ou documentos, ele é essencialmente pessoas. Cada vez que uma pessoa merecedora entra, sinto-me mais digno, cada vez que uma pessoa não merecedora entra ou permanece, sinto-me menos. Recentemente ouvi o advogado Marcelo Harger citar o Pastor Luterano Martin Niemöller: “Quando os nazis vieram buscar os comunistas, eu fiquei em silêncio; eu não era comunista. Quando eles prenderam os sociais-democratas, eu fiquei em silêncio; eu não era um social-democrata. Quando eles vieram buscar os sindicalistas, eu não disse nada; eu não era um sindicalista. Quando eles buscaram os judeus, eu fiquei em silêncio; eu não era um judeu. Quando eles me vieram buscar, já não havia ninguém que pudesse protestar.” O papel constitucional de fiscalizar a regular aplicação dos recursos públicos é dos Tribunais de Contas. Por que a sociedade não bate à porta deles para exigir que eles sejam tudo que ela anseia? Quais são as sugestões do próprio sistema de Tribunais de Contas para melhorar a sua ação? www.facebook.com/tce.roraima VALORES • Imparcialidade • Transparência • Comprometimento • Legalidade • Celeridade • Efetividade DISK OUVIDORIA 0800 280 9566 Portal Nacional dos Tribunais de Contas: www.controlepublico.org.br 3 TCE realiza curso sobre Portal da Transparência com órgãos parceiros Por meio da Escola de Contas (Escon) e em parceria com a Controladoria Geral da União (CGU), o Ministério Público Federal (MPF) e a Universidade Virtual de Roraima (Univirr), o Tribunal de Contas de Roraima (TCE) promoveu o curso “Lei de Acesso à Informação e Portal da Transparência”, nos dias 12 e 13 de agosto. O presidente do TCE, conselheiro Henrique Machado, e o presidente da Escon, conselheiro Célio Wanderley, fizeram a abertura do evento. O curso, realizado no Centro de Multimídia da Univirr, teve como público-alvo prefeitos, secretários municipais, técnicos dos demais órgãos e secretarias estaduais e municipais, além de servidores do Ministério Público de Contas e do TCE. Os representantes dos municípios do interior tiveram a opção de participar do curso na própria cidade, pois as aulas foram transmitidas simultaneamente para os pólos da Univirr localizados nas sedes dos municípios. No primeiro dia do evento o instrutor foi o coordenador do Núcleo de Ação de Combate à Corrupção (NAP) da CGU em Roraima, Celso Duarte de Souza Júnior. Ele apresentou um levantamento minucioso da situação atual do portal de cada município, informando a nota obtida por cada um no ranking nacional e mostrando as deficiências existentes. Na análise do instrutor, nenhum dos portais avaliados atende adequadamente as disposições das leis nºs 131/2009 (complementar à LRF) e 12.527/2011(Lei de Acesso à Informação - LAI). “Os municípios fizeram seus próprios portais, e a intenção da Associação dos Municípios de Roraima (AMR) de criar um único portal para concentrar as informações de todos os municípios não deu certo, porque não está sendo alimentado”, lamentou Celso Duarte. No segundo dia, o palestrante foi o técnico Robson Guimarães Costa, do MPF, que falou sobre as implicações e responsabilidades a que estão sujeitos os gestores que não cumprirem a lei dentro do prazo. Ele explicou que os órgãos fiscalizadores já haviam promovido outros encontros para orientar os órgãos sobre a implantação dos portais, portanto o prazo concedido já havia se esgotado. A partir de agora serão procedidas as medidas punitivas para aqueles que não implantarem os portais e divulgarem ali todas as informações de interesse público. Convênios e contratos de repasse são temas de curso ministrado pelo TCE A Escola de Contas (Escon) do Tribunal de Contas de Roraima (TCE) organizou mais uma capacitação direcionada aos técnicos das esferas estadual e municipal, desta vez voltada aos que trabalham diretamente com convênios, planejamento e áreas afins. O tema escolhido para o aperfeiçoamento, que aconteceu nos dias 02 e 03 de julho, no plenário da instituição, trata de convênios e contratos de repasse. Na abertura do evento, o presidente da Escon, conselheiro Célio Wanderley, disse que o objetivo principal das capacitações oferecidas pelo TCE é fornecer as ferramentas necessárias para que os jurisdicionados possam aperfeiçoar a prestação de contas e, consequentemente, minimizar os erros na gestão dos recursos públicos. Da mesma forma, o presidente do TCE, conselheiro Henrique Machado, ressaltou que o trabalho da Corte de Contas vai além da fiscalização, sobretudo de primar pela linha pedagógica. O objetivo do treinamento foi de transmitir os aspectos teóricos e práticos sobre o tema, desde os conceitos básicos, envolvendo os requisitos para celebração e execução de convênios, até os resultados decorrentes da análise das prestações de contas, dentre as quais, a eventual instauração do processo de tomada de contas especial. Também foram apresentadas as novidades normativas a respeito do assunto, incluindo os entendimentos do Tribunal de Contas da União (TCU) acerca dos pontos mais controvertidos da matéria. A instrutora do treinamento e auditora federal do Tribunal de Contas da União (TCU), Karine Lílian de Sousa, explicou que por ser um assunto muito abrangente, a exposição do conteúdo foi dividida em duas partes. Na primeira, foram objetos de estudos as transferências voluntárias da União: legislação aplicável, modalidade de descentralização e principais conceitos. Num segundo momento, foram detalhados os procedimentos relativos aos convênios, de acordo com as fases em que se desenvolvem esses ajustes: proposição, celebração, execução e prestação de contas. 4 SIRAC Servidores do Iper e Pressem recebem treinamento do TCE Nos dias 6 e 7 de agosto, o Tribunal de Contas (TCE) realizou um treinamento para os servidores do Instituto de Previdência do Estado (Iper), da Previdência Social dos Servidores Públicos do Município de Boa Vista (Pressem) e da Secretaria Municipal de Administração e Gestão de Pessoas sobre o Sistema de Registro de Concessões (Sirac), para implementação da informatização dos processos de concessão de aposentadorias e pensões dos servidores do estado e da capital Boa Vista. Segundo explicou o auditor-fiscal de contas públicas do TCE, Carlos Heider da Silva Souza, instrutor da capacitação, o sistema tem por objetivo promover a celeridade e maior confiabilidade dos dados informados para análise e julgamento pelo TCE dos processos relativos à concessão de aposentadorias e pensões. Hoje tramitam no TCE 465 processos que tratam do assunto, e a informatização da análise dessas rotinas, a exemplo do que já acontece com os atos de admissão, trará grandes benefícios para os órgãos envolvidos, conforme explicou o instrutor. Carlos Heider destacou que, a partir da efetiva implantação do Sirac, o TCE não mais receberá informações de forma física, apenas online. O sistema - O módulo foi cedido pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) ao TC roraimense, e permite a transmissão remota de dados relativos à concessões de aposentadorias e pensões dos entes jurisdicionados ao TCE, possibilitando a análise e registro desses atos de forma mais ágil. Dentre suas vantagens estão a eliminação do trâmite de documentos em meio físico entre o TCE e o jurisdicionado, o controle completo do quadro de pessoal do órgão, rapidez e agilidade da análise dos atos, eliminação da possibilidade de vários pedidos para um mesmo documento, viabilização do futuro acompanhamento do processo por parte do servidor, além da manifestação concomitante do órgão de controle sobre o assunto. Pleno referenda projeto que institui sistema no Tribunal O Pleno do Tribunal de Contas referendou no dia 12 de agosto, o projeto de instrução normativa que institui o Sistema de Registro de Concessões (Sirac) e disciplina o envio e processamento de informações e documentos necessários à apreciação e ao registro pelo TCE, de atos de concessão de aposentadoria, reforma, transferência para reserva remunerada, pensão e revisão que altere o fundamento legal do respectivo ato concessório inicial. Entre as informações que constam no projeto, o sistema possibilitará o envio das informações por preenchimento de suas telas, importação de dados ou outra forma de integração, a critério do Tribunal, sendo que o arquivo importado será validado e, na hipótese de inconsistência, rejeitado. Os procedimentos para cadastramento e envio de informações e documentos, bem como a forma de utilização do sistema pelo órgão ou entidade previdenciária, estarão estipulados no manual técnico do Sirac, que tem caráter normativo e estará disponível na área de acesso aos jurisdicionados. Os responsáveis pelo órgão ou entidade previdenciária deverão enviar as informações por intermédio do Sirac, via Internet, no endereço eletrônico www.tce.rr.leg. br, conforme orientações contidas no Manual Técnico do Sistema, nos prazos e condições estabelecidos na Instrução Normativa. 5 TCE e Governo do Estado firmam acordo para compartilhar informações Para compartilhar informações entre as instituições, o presidente do Tribunal de Contas de Roraima (TCE), conselheiro Henrique Machado, e a governadora Suely Campos assinaram no dia 20 de julho, no Palácio Senador Hélio Campos, acordo de cooperação que garante mais transparência, agilidade e efetividade na troca de informações entre o Executivo e a Corte de Cwontas. Com validade de 60 meses, o acordo tam- bém foi firmado pelo presidente do Detran (Departamento Estadual do Trânsito), Juscelino Pereira. A partir da vigência do documento, servidores do TCE foram habilitados para acesso direto à base de dados do governo, com o fornecimento de login e senha para o Sistema Integrado de Planejamento, Contabilidade e Finanças de Roraima (Fiplan), da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), e o sistema do Detran. Dentre outras informações poderão ser consultados pagamentos, movimentações, saldos, programas de benefícios sociais para saber, por exemplo, se pessoas beneficiadas enquadram-se na legislação atual. Já no sistema do Detran, o TCE poderá ter conhecimento de informações como a propriedade de veículos por determinada pessoa, sem precisar enviar ofício para obter esse dado. Segundo o presidente do TCE, o objetivo não é fiscalizar, nem devassar as contas do governo, mas garantir agilidade na troca de informações. Além disso, ele afirmou que o procedimento é sigiloso e o governo será informado sempre que os sistemas forem acessados. A governadora Suely Campos disse que a medida tem o objetivo de reforçar o compromisso de seu governo com a transparência na gestão dos recursos públicos na busca de resultados que tragam melhorias efetivas para a vida dos roraimenses. O presidente do Detran, Juscelino Pereira, reforçou que o acordo é importante para garantir a transparência, que é prioridade na gestão do Governo do Estado. Ouvidor do TCE participa do Seminário Regional de Ouvidoria Pública O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, fez a palestra magna na abertura do Seminário Regional de Ouvidoria Pública 2015 – Região Sudeste, que ocorreu em agosto, no Auditório Vivaldi Moreira do Tribunal de Contas de Minas Gerais. O Tribunal de Contas do Estado de Roraima foi representado pelo seu ouvidor, conselheiro Joaquim Neto. O tema da exposição do ministro do TCU foi Governança Pública: O Desafio do Brasil. Durante o encontro, o ouvidorgeral da União adjunto, Gilberto Waller Júnior, contou que atualmente existem 306 ouvidorias federais. O ouvidor lembrou que nos protestos ocorridos em junho de 2013 no Brasil, os cartazes pediam, de acordo com ele, “transporte urbano” e “saneamento”. Uma pesquisa, então, foi feita para averiguar, junto ao Ministério das Cidades, como estava a questão do transporte urbano. O que se descobriu foi que o órgão não tinha uma ouvidoria para atender o cidadão. Para ele, se o cidadão não encontra um meio de se manifestar neste sentido, “vai para as ruas”. Outro aspecto importante destacado pelo ouvidor foi o prazo para responder ao cidadão. De acordo com ele, com base na Lei de Acesso à Informação (LAI), o prazo para resposta é de 20 dias, prorrogáveis por mais dez. Ele conta que, para sua surpresa, a resposta tem sido em 8,5 dias. Relatou, também, que depois da instituição da LAI, o Governo Federal já recebeu mais de 300 mil pedidos de informação e que a lei está diretamente ligada ao trabalho das ouvidorias. 6 TCE doa bens à Univirr e à Controladoria Geral do Estado O Tribunal de Contas (TCE) formalizou a doação definitiva de bens em desuso na instituição à Universidade Virtual de Roraima (Univirr) e à Controladoria Geral do Estado (CGE). O termo de doação foi assinado no início de agosto pelo presidente do TCE, conselheiro Henrique Machado, pela reitora da Univirr, Júlia América Vieira Campos, e pela controladora adjunta da CGE, Carina Leite de Lima. Ao todo foram doados 48 itens, entre notebooks, estabilizadores, armários, cadeiras e poltronas giratórias, aparelhos tele- fônicos, sofás, umidificadores e ionizadores, entre outros, com o objetivo de equipar setores primordiais das duas instituições beneficiadas. Na ocasião, as representantes dos dois órgãos agradeceram ao TCE pelos bens doados, que serão de grande utilidade para a continuidade das ações por eles desenvolvidas. Conforme explicou Júlia América, o material recebido vai ser encaminhado para as unidades da Univirr no interior do Estado, em especial as localizadas na região sul. Já Carina Leite informou que os dois notebooks recebidos pela CGE serão utilizados nas atividades de fiscalização. Outras doações - Ainda no mês de agosto, o TCE também fez doação de bens para o Centro de Tecnologia da Informação do Estado (CTI) e para o Hospital Délio de Oliveira Tupinambá, em Pacaraima. Para as duas unidades foram doados equipamentos como computadores, estabilizadores, pen drives, scanners leitores de código de barras, aparelhos telefônicos, cadeiras e mesa. Ex-prefeito de Normandia é multado em mais de R$ 25 mil Em sessão ordinária realizada no dia 7 de julho, a Primeira Câmara do Tribunal de Contas do Estado de Roraima (TCE) julgou diversos processos, dentre os quais o referente à prestação de contas de Gestão e do Fundeb da Prefeitura Municipal de Normandia, do exercício de 2009, sob a gestão do ex-prefeito Orlando Oliveira Justino. Em decorrência das irregularidades constatadas, as contas foram reprovadas, de acordo com o voto do relator, conselheiro Joaquim Neto, e o ex-prefeito recebeu duas multas que totalizam R$ 25.715,60, pelo envio ao TCE fora do prazo de todos os Relatórios Resumidos de Execução Orçamentária, do Relatório de Gestão Fiscal referente ao 1º quadrimestre, das informações mensais das folhas de pagamento pelo sistema AFPNet e dos Demonstrativos Gerenciais do Fundeb, e, ainda, devido à irregularidade das contas e sua apresentação ao TCE também fora do prazo, dentre outras irregularidades. O nome do responsável constará em lista específica enviada ao Ministério Público Eleitoral para as providências legais. O atual prefeito recebeu determinação do TCE para o cumprimento das normativas cuja desobediência ensejaram a irregularidade das contas. TCE condena ex-presidente de APM a devolver valores ao estado A tomada de contas especial relativa ao Convênio nº 097/2005, firmado entre a então Secretaria de Estado da Educação, Cultura e Desporto (Secd) e a Associação de Pais e Mestres (APM) da Escola Estadual Padre Calleri com o objetivo de repassar recursos financeiros do Estado de Roraima para custear, de forma descentralizada, a alimentação escolar, considerou irregulares os atos praticados na gestão dos recursos, conforme julgamento da Primeira Câmara do Tribunal de Contas no dia 7 de julho. O então presidente da APM, Edson Moraes da Costa, foi condenado a devolver aos cofres públicos o valor de R$ 8.201,36, a ser devidamente atualizado, e declarado em alcance perante o Poder Público, ficando impedido de celebrar contratos, convênios, receber suprimentos de fundos e de participar de licitações em qualquer esfera da Administração Pública, pelo período de cinco anos, ou até a data da quitação do débito, se o fizer voluntariamente. Foi ainda aprovada recomendação a ser dirigida à Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) para que adote um procedimento mais célere na instauração dos processos de Tomada de Contas Especial, de pelo menos 180 dias, a contar do término do prazo final para prestação de contas de convênio. À Secretaria de Estado da Educação foi recomendado que viabilize a fiscalização mais célere e efetiva dos convênios, com vistas a evitar novas ocorrências dessa natureza. 7 Atricon celebra cooperação com TCU e IRB sobre Auditorias Coordenadas O Tribunal de Contas da União (TCU), a Associação dos Membros dos Tribunais de Contas (Atricon) e o Instituto Rui Barbosa (IRB) celebraram em Brasília no início do mês de julho um acordo de cooperação técnica com a finalidade de realizar auditorias coordenadas para levantamento de informações sobre a situação de governança no âmbito da administração pública nacional. Trinta e um Tribunais de Contas participaram do evento, no qual o TCE de Roraima foi representado pela vice-presidente, conselheira Cilene Salomão. As auditorias coordenadas serão realizadas em cada estado nas áreas de Previdência, Saúde, Educação, Folha de Pessoal, Segurança e Governança Pública, conforme a adesão de cada TC. Seu objetivo é levantar informações sobre as deficiências de cada uma dessas áreas, e também boas práticas de governança, ajudando a corrigir falhas e a disseminar bons exemplos de gestão pública. Adesão de Roraima – O Tribunal de Contas de Roraima aderiu à cooperação técnica para a auditoria coordenada em quatro áreas: nos regimes próprios de previdência instituídos pelo Estado e município de Boa Vista; gestão da saúde no Estado e municípios; verificação de informações obtidas no levantamento nacional da situação de governança na administração pública, e atualização de informações de governança na administração pública. TC’s a serviço da boa governança – Ao discursar na solenidade, o presidente da Atricon, conselheiro Valdecir Pascoal, assinalou que a celebração dos acordos de cooperação representa a continuidade da integração institucional entre o TCU, a Atricon e o IRB, visando ao fortalecimento do “sistema” Tribunais de Contas. Disse também que o foco das auditorias são “temas essenciais” para o Brasil e os seus cidadãos, e que o resultado final irá contribuir para a consolidação do indicador de governança pública. “Isso revela o papel dos TCs para a garantia e efetividade da qualidade dos serviços prestados pelo poder público, tanto sob o aspecto da legalidade como também, e principalmente, sob o aspecto da eficiência”, acrescentou Valdecir. Diretor da Difip fala sobre controle de gastos públicos em evento do CRC-RR Convidado pelo Conselho Regional de Contabilidade (CRC) de Roraima a participar do II Simpósio de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, cedendo um de seus técnicos como palestrante, o Tribunal de Contas de Roraima (TCE) foi representado no evento pelo diretor de Fiscalização das Contas Públicas (Difip), Laurindo Gabriel de Souza Neto. O evento foi realizado no dia 28 de agosto, no auditório da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (FAERR). Na palestra do diretor da Difip, foi abordado o tema “Controle dos Gastos Públicos”, com o objetivo de alertar os profissionais da área e os gestores públicos sobre a necessidade de cumprir a legislação vigente e as normas que norteiam o setor. Gabriel é graduado em Direi- to pela Universidade Regional do Cariri-CE, pós-graduado em Gestão e Auditoria Pública pela Universidade Federal de Roraima e em Direito do Estado e a Administração Pública, com ênfase no Controle Externo pela Escola de Direito do Rio de Janeiro da Fundação Getúlio Vargas. Programação - Durante o evento foram ministradas outras palestras, por profissionais de órgãos sediados fora do Estado, abordando os seguintes temas: “Contabilidade Aplicada ao Setor Público”, “A Contabilidade e Forma de Controle de Gastos Públicos” e “Contabilidade Aplicada ao Setor Público - Novas Mudanças”. 8 TJRR mantém decisão do TCE sobre suspensão de contratos de obras em escolas estaduais Após decisão do desembargador Mauro Campelo no dia 4 de agosto, em que extinguiu sem resolução do mérito o mandado de segurança impetrado pela empresa DR7 Serviços de Obras de Alvenaria Ltda, alegando que o Tribunal de Contas (TCE) não teria julgado o pedido de suspeição do relator da prestação de contas da Secretaria de Estado de Educação e Desportos (Seed), o Governo do Estado por meio da Procuradoria-geral do Estado (Proge), entrou com uma medida cautelar para continuar com a execução dos contratos com as duas empresas do Amazonas que prestam serviços para as escolas públicas de Roraima. A liminar foi deferida pelo juiz Erasmo Halysson Campos. Mas após conhecimento da decisão, o TCE por meio da sua consultoria jurídica, entrou com Agravo de Instrumento que derrubou a medida cautelar no último dia 26 de agosto. Com isso, permanecem suspensos os contratos do Governo com as empresas para manutenção e reforma das escolas estaduais e o conselheiro Essen Pinheiro também permanece como relator da prestação de contas da Seed. Entenda o caso - Em maio deste ano, o conselheiro Essen Pinheiro, relator das contas da Seed, suspendeu os contratos de prestação de serviços de manutenção e reforma predial das escolas firmados entre o Governo e as empresas Costa Rica Serviços Técnicos Ltda. e DR7 Serviços e Obras Ltda., sediadas em Manaus (AM). A decisão monocrática foi referendada pelo Pleno do TCE. Conforme as justificativas, a Secretaria de Educação utilizou o sistema de registro de preços para contratação das empresas para obras de reforma, mas a modalidade só pode ser aplicada quando a finalidade é de manutenção e conservação, em que a demanda pelo objeto é repetida e rotineira. Somados, os contratos ultrapassam o valor de R$ 59 milhões. No entanto, na mesma semana o TJRR concedeu liminar derrubando a decisão do TCE, em atendimento a uma ação ajuizada pela empresa DR7, que alegou o fato de o TCE não ter julgado o pedido de suspeição do relator da prestação de contas da Seed. No início de julho, o primeiro pedido de suspeição impetrado pela DR7 foi julgado pelo TCE e também considerado improcedente, devido à inexistência do parentesco alegado entre a secretária Selma Mulinari e o conselheiro Essen Pinheiro, pois segundo o presidente do TCE, Henrique Machado, o parentesco indireto existe apenas com a governadora Suely Campos, e não com a secretária de Educação. No dia 22 de julho, em sessão ordinária, o Pleno do TCE rejeitou os pedidos de suspeição, em conformidade com o voto do presidente Henrique Machado, o qual explicou que “analisando o que dos autos consta, ficou demonstrado que os fundamentos que ensejaram a propositura para tentar afastar o conselheiro Essen Pinheiro da relatoria do Processo de Prestação de Contas nº 0255/2015 não se mostram convincentes”. REMETENTE: TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE RORAIMA Rua Agnelo Bittencourt, 126 - Centro 69301-430 - Boa Vista - Roraima