ESTADO DE ALAGOAS
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DE ALAGOAS
SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA À SAÚDE – SUVISA
DIRETORIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA – DIVEP
Informe Trimestral sobre Leptospirose
Ano II
nº 4
Edição: Trimestral
Dezembro
EDITORIAL
Este informe tem como objetivo
fornecer informações semanais sobre a situação
epidemiológica da leptospirose.
É de circulação geral e tem
como população-alvo qualquer profissional ou
cidadão que necessita ter acesso as estas
informações, sendo disponibilizado por meio
eletrônico na página da Secretaria de Saúde do
Estado de Alagoas.
As
informações
aqui
disponibilizadas têm como fonte de dados três
meios de informação:
• Sistema de Informação de Agravos de
Notificação – SINAN;
• Tabela diária de notificação imediata de casos
de doenças nos municípios em Estado de
Calamidade Pública (ECP) do Centro de
Informação Estratégicas de Vigilância a Saúde
(CIEVS);
• Informações
fornecidas
pelo
Núcleo
Hospitalar Epidemiológico do Hospital Escola
Helvio Auto (HEHA).
CONCEITOS
É uma doença infecciosa febril de início
abrupto, cujo espectro pode variar desde um
processo inaparente até formas graves.
Acomete o homem e os animais, causada por
uma bactéria chamada Leptospira.
O principal reservatório da doença são os
roedores domésticos (ratazana, rato de telhado
e camundongo) que ao se contaminarem
eliminam a Leptospira no meio ambiente
através da urina, contaminando desta forma,
água, solo e alimentos.
A infecção humana resulta da exposição direta
ou indireta da Leptospira pela penetração
através da pele lesada ou das mucosas da boca,
narinas e olhos, causando a doença chamada
leptospirose. Pode também ocorrer através da
pele íntegra quando imersa em água por longo
tempo. O contato com água e lama
contaminadas demonstra a importância do elo
hídrico na transmissão da doença ao homem.
Ocorre
normalmente
nas
concentrações
populacionais de baixa renda, residentes à beira
de córregos, em locais desprovidos de
saneamento básico (em condições, inadequadas
de higiene e habitação) coabitando com
roedores infectados (que aí encontram água,
abrigo e alimentos). No inverno, quando
aumentam as precipitações pluviométricas, em
decorrência das chuvas, provocando enchentes,
ocorrem
picos
epidêmicos
da
doença,
aumentando a incidência de casos humanos.
SINTOMAS E TRATAMENTOS
O início dos sintomas pode ocorrer de 1 a 30
dias após contato com a bactéria, mas em
média é de 7 a 14 dias.
A leptospirose pode ocasionar sintomas leves
como febre de início súbito, cefaléia, mal
estar, anorexia, náusea, vômitos e dores
musculares (principalmente na região da
panturrilha).
Nas formas graves podem apresentar ainda
tosse seca, icterícia (pele amarela) e
hemorragias
(principalmente
nasal),
alterações do volume urinário e de coloração
escura.
O tratamento consiste na administração de
antibióticos e medicamento de suporte, que
devem ser iniciados precocemente para evitar
complicações da doença.
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Ano II
nº 4
PERFIL EM ALAGOAS
Em Alagoas a doença é considerada endêmica.
No período de 2007 a 2011, foram notificados
544 casos suspeitos de Leptospirose com
confirmação de 75% (360) desses casos.
A maior frequência foi verificada nos anos 2011
(85 Casos), 2008 (78 Casos), 2009 (78 casos) e
2010 (70 Casos). Em 2007 foram confirmados 49
casos.
A faixa etária com maior ocorrência foi a de 20 a
39 anos (47%), onde o sexo masculino
representa 82% dos casos. Os meses de maior
ocorrência são de maio a Julho, correspondendo
ao período de maior precipitação pluviométrica.
No mesmo período houve notificações de casos
confirmados em 43 municípios, onde a capital do
estado concentrou o maior número de casos
(70%).
SITUAÇÃO ATUAL DA LEPTOSPIROSE
NO ESTADO
Em 2012, até a semana epidemiológica 52,
foram notificados 63 Casos suspeitos e 47
confirmados.
Os casos confirmados estão distribuídos em
15 Municípios.
Houve confirmação de 27 casos em Maceió.
Atalaia 04 casos, Capela, Penedo e Rio
Largo 02 casos, confirmados.
Edição: Trimestral
Dezembro
Arapiraca , Colônia de Leopoldina, Flexeiras,
Maragogi, Matriz de Camaragibe, Ibateguara,
Jequiá da Praia, Marechal Deodoro e São Luís
do Quitunde, confirmaram 01 caso cada.
Gráfico 1. Número absoluto de casos de
Leptospirose
notificados
e
confirmados,
segundo mês de ocorrência no período de 2007
a 2011. Alagoas
2007 a 2011
Notificados
Confirmados
Fonte: SINANnet/DIVEP/SUVISA/SESAU.
Dados Sujeitos a revisão
2007 a 2011: soma total
.
Mapa 1. Distribuição dos casos de leptospirose no período de Janeiro a Dezembro de 2012. Alagoas.
01 caso
02 casos
04 casos
27 casos
Fonte: SINANnet/DIVEP/SUVISA/SESAU
.Dados Sujeitos a revisão
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Ano II
nº 4
Edição: Trimestral
Avaliando a distribuição de casos demonstrada
no mapa 1,verificamos uma maior concentração
de casos confirmados em Maceió. Onde os
bairros mais expressivos são: Tabuleiro dos
Martins, Vergel do Lago, e Benedito Bentes.
Quadro 1 – Distribuição de Casos Confirmados de
Leptospirose, por bairro ,Janeiro a Dezembro– 2012.
BAIRRO
Tabuleiro dos Martins
Nº. de Casos
05
Vergel do Lago
05
Cid. Universitária
Cruz das Almas
Levada
02
02
02
Benedito Bentes
03
Serraria
02
Chã da jaqueira
02
Santa Lúcia
01
Bom Parto
01
Antares
01
Ponta Grossa
01
Fonte: SINANnet/DIVEP/SUVISA/SES-AL.
Dados Sujeitos a revisão
Dezembro
TAXA DE LETALIDADE
Em 2007 e 2009 evoluíram para óbito 6
casos ano, demonstrando uma taxa de
letalidade respectivamente de
8% e
12%. Em 2010 ocorreram 2 óbitos, com
letalidade de 3% e 2011 ocorreram 07
óbitos, com letalidade de 8%.
Em 2012, de Janeiro a Dezembro,
foram confirmados 05 óbitos em Maceió,
com letalidade de 9% ; 01 óbito Atalaia,
Capela e Rio Largo; com letalidade de
3%.
Na rotina, as medidas mais eficazes são
preventivas, concentradas na limpeza
ambiental e no controle da população das
espécies
de
ratos que
vivem
no
peridomicílio. Esse controle é efetivado
através de medidas que impeçam o acesso
dos ratos aos alimentos e o uso sistemático
de raticidas.
Os profissionais de saúde devem estar
atentos às situações de risco relatadas pelo
paciente e aos sinais e sintomas da doença.
A transmissão da doença ocorreu em 58%
dos casos por contato com água ou lama,
77% com sinais de roedores; 38% por água
de rio/córrego; 63% por lixo; 23% por água
de fossa e esgoto.
Em 2012, no período de janeiro a dezembro
foram confirmados 47 casos; em 2011 no
mesmo período foram confirmados 85 casos.
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Ano II
nº 4
Edição: Trimestral
Dezembro
•
Manter os alimentos em local
protegido para que os ratos não tenham
contato, principalmente em prateleiras;
RECOMENDAÇÕES
•
Nas áreas consideradas afetadas em
decorrência de casos humanos ou
aumento de proliferação de roedores, os
agentes de saúde devem realizar trabalho
de orientação para prevenir a ocorrência de
novos casos (limpeza, antirratização e
desratização) e encaminhar pacientes
suspeitos para diagnóstico e tratamento.
•
Utilizar água fervida,
clorada, para ingestão;
filtrada
ou
•
Evitar ao máximo o contato com água
suja ou lama proveniente de enchentes,
esgoto ou empoçada em terrenos baldios,
quintais ou margens de córregos, bem
como impedir que crianças nadem ou
brinquem nas águas de enchentes e
córregos;
•
Usar botas e luvas de borracha
durante o trabalho de limpeza da lama, nas
residências e nas ruas ou, na ausência
destes, utilizar sacos plásticos duplos
presos às mãos e pés. Usar também um
pano ou lenço limpo para cobrir a boca e o
nariz.
•
Lavar chão, paredes, objetos caseiros
e roupas atingidas com sabão e água
sanitária, na proporção de 1 litro de
hipoclorito de sódio (2,5%) ou água
sanitária para 4 litros de água, deixando
agir por 30 minutos, caso tenha ocorrido
inundação na residência;
•
Lavar também a caixa D’água com a
seguinte solução: 1 litro de água sanitária
para 1.000 litros de água, aguardar 1 hora
e esvazia-la podendo utilizar essa água na
limpeza da casa;
•
Jogar fora todo alimento que teve
contato com água de enchente e
encontrado com embalagem danificada;
• Acondicionar o lixo em sacos
plásticos e lixeiras bem fechadas,
mantendo-o distante do chão;
• Manter limpos e desmatados os
quintais e terrenos baldios;
• Conservar caixa D’águas, ralos e
vasos sanitários bem fechados;
• Distribuição de materiais educativos
para a população (1.000 cartazes sobre
Leptospirose) e distribuição de folder
para profissionais de saúde.
Expediente
O Informe Mensal sobre Leptospirose é uma
publicação oficial da Gerência de Agravos não
Transmissíveis de Fatores Ambientais (GANTFA)
da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVEP)
da Secretária Executiva da Saúde de Alagoas.
Governador do Estado: Teotônio Vilela Filho
Secretário de Estado da
Saúde: Alexandre
Toledo
Superintendente de Vigilância à Saúde: Sandra
Tenório Accioly Canuto.
Diretor de Vigilância Epidemiológica: Cleide
Maria da Silva Moreira.
Gerência de Agravos não Transmissíveis de
Fatores Ambientais: Marina de Abreu Accioly
Canuto.
Área Técnica das Zoonoses: Valmir Costa.
Editoração Eletrônica: Patrícia Lages Sarmento
Barbosa e Laiza Granja de Souza.
Endereço
para
correspondência:
[email protected]
Disponibilizado na pagina www.saude.al.gov.br
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leptospirose-dezembro2012.2