DOENÇAS INFECCIOSAS
DE CÃES
Rafael Fighera
Laboratório de Patologia Veterinária
Universidade Federal de Santa Maria
DOENÇAS INFECCIOSAS
MUITO COMUNS
DE CÃES NO RS
LEPTOSPIROSE
Doenças que cursam com morte de cães
____________________
Doenças que cursam com
morte de filhotes de cães
_________________________
Doenças que cursam com morte de cães adultos
____________________
Doenças que cursam com
morte de cães idosos
___________________________
Leptospirose
(relação hospedeiro-parasita)
Hospedeiros
hospedeiros
de manutenção
hospedeiros
acidentais
Leptospirose
(relação hospedeiro-parasita)
Hospedeiros
hospedeiros
de manutenção

 sensíveis à infecção
hospedeiros
acidentais

 resistentes à infecção
Leptospirose
(relação hospedeiro-parasita)
Hospedeiros
hospedeiros
de manutenção

 sensíveis à infecção

doença subclínica ou
doença crônica
hospedeiros
acidentais

 resistentes à infecção

doença aguda grave
Leptospirose
(relação hospedeiro-parasita)
Hospedeiros
hospedeiros
de manutenção

 sensíveis à infecção

doença subclínica ou
doença crônica

 excreção
de leptospiras
e por longos períodos
hospedeiros
acidentais

 resistentes à infecção

doença aguda grave


 excreção
de leptospiras
e por pequenos períodos
Leptospirose
(hospedeiros de manutenção)
icterohemorrhagiae – ratazana
grippotyphosa – skunk, raccoon e opossum
pomona – suíno e opossum
canicola – cão
bratislava – equino (e ratos, suínos e cães)
hardjo – bovino
autumnalis – camundongo
Leptospirose
(hospedeiros de manutenção)
icterohemorrhagiae – ratazana
grippotyphosa – skunk, raccoon e opossum
pomona – suíno e opossum
canicola – cão
bratislava – equino (e ratos, suínos e cães)
hardjo – bovino
autumnalis – camundongo
Leptospirose
(hospedeiros de manutenção)
icterohemorrhagiae – ratazana
grippotyphosa – skunk, raccoon e opossum
pomona – suíno e opossum
canicola – cão
bratislava – equino (e ratos, suínos e cães)
hardjo – bovino
autumnalis – camundongo
Striped skunk (Mephitis mephitis)  zorrilho (Conepatus chinga)
Common raccoon (Procyon lotor)  mão-pelada (Procyon cancrivorus)
Virginia opossum (Didelphis virginiana)  gambá (Didelphis albiventris)
Leptospirose
(hospedeiros de manutenção)
icterohemorrhagiae – ratazana
grippotyphosa – skunk, raccoon e opossum
pomona – suíno e opossum
canicola – cão
bratislava – equino (e ratos, suínos e cães)
hardjo – bovino
autumnalis – camundongo
Leptospirose
(hospedeiros de manutenção)
icterohemorrhagiae – ratazana
grippotyphosa – skunk, raccoon e opossum
pomona – suíno e opossum
canicola – cão
bratislava – equino (e ratos, suínos e cães)
hardjo – bovino
autumnalis – camundongo
Leptospirose
(hospedeiros de manutenção)
icterohemorrhagiae – ratazana
grippotyphosa – skunk, raccoon e opossum
pomona – suíno e opossum
canicola – cão
bratislava – equino (e ratos, suínos e cães)
hardjo – bovino
autumnalis – camundongo
Leptospirose
(relação hospedeiro-parasita)
Hospedeiros*
hospedeiros
de manutenção

 sensíveis à infecção

doença subclínica ou
doença crônica

 excreção
de leptospiras
e por longos períodos
(ratazana - Rattus norvegicus)
(roedores selvagens)
hospedeiros
acidentais

 resistentes à infecção

doença aguda grave


 excreção
de leptospiras
e por pequenos períodos
(humano e animais domésticos)
*Exemplo: sorovar icterohemorrhagiae.
Leptospirose
(patogênese)
Infecção



urina
secreção genital


(HM e HA)
(HM)

pele com solução
mucosas
pele  hidratada
de continuidade


período de incubação (4 a 12 dias [5-14])

bacteremia (horas até 7 dias)*
*Fase em que o HA elimina leptospiras na urina.
Leptospirose
(patogênese da leptospirose aguda)
Bacteremia



rins
microvasculatura
fígado



degeneração e necrose
vasculite
colestase


tubular aguda



insuficiência renal
CID
disfunção hepática
aguda

colestática aguda



sinais de
hemorragias
sinais de
uremia aguda
hepatopatia aguda
Leptospirose
(patogênese da leptospirose aguda)
Bacteremia



rins
microvasculatura
fígado



degeneração e necrose
vasculite
colestase


tubular aguda



insuficiência renal
CID
disfunção hepática
aguda

colestática aguda



sinais de
hemorragias
sinais de
uremia aguda
hepatopatia aguda
Leptospirose
(patogênese da leptospirose aguda)
Bacteremia



rins
microvasculatura
fígado



degeneração e necrose
vasculite
colestase


tubular aguda



insuficiência renal
CID
disfunção hepática
aguda

colestática aguda



sinais de
hemorragias
sinais de
uremia aguda
hepatopatia aguda
Leptospirose
(patogênese da leptospirose crônica)
Bacteremia

rins

nefrite tubulointersticial crônica

insuficiência renal crônica

sinais de uremia crônica
Leptospirose
(patogênese da leptospirose crônica)
Bacteremia

trato genital

abortamento, natimortalidade e infecção congênita
Quais os valores de bilirrubina
para que ocorra icterícia?
Ausência de icterícia: 0,1 a 0,5 mg/dl*
Icterícia no soro/plasma: ≥1 mg/dl
Icterícia na mucosa: ≥2 mg/dl
Icterícia na pele: ≥ 3 mg/dl
Icterícia na esclera: ≥ 5 mg/dl
Icterícia na íris: ≥ 20 mg/dl
*Para alguns autores: 0 a 0,4 mg/dl.
Leptospirose
(diagnóstico da doença aguda)
achados clínicos
+
achados de laboratório clínico
+
métodos de detecção de anticorpos
ou
métodos de detecção de antígenos
+
achados de necropsia
Leptospirose
(diagnóstico da doença aguda)
achados clínicos
+
achados de laboratório clínico
+
métodos de detecção de anticorpos
ou
métodos de detecção de antígenos
+
achados de necropsia
Quais os principais sinais clínicos vistos
em casos de leptospirose?
Apatia
Inapetência ou anorexia
Febre
Icterícia
Hemorragias
Petéquias e sufusões em mucosas
Mucosas oral e genital e pele
Melena ou hematoquezia
Hematúria
Diarreia*
Vômito*
Dispneia
Sinais de uremia
Úlceras orais
Emagrecimento progressivo
*Consequentemente desidratação.
Quais os diagnósticos diferenciais
clínicos vistos em casos de leptospirose?
Crises hemolíticas
Rangeliose
Erliquiose
Babesiose
Anemia hemolítica auto-imune primária
Anemia hemolítica por agentes oxidantes
Síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS)
Hepatite tóxica aguda
Aflatoxicose aguda
Hepatite idiossincrásica aguda
Reação medicamentosa
Hepatite infecciosa canina
Toxoplasmose
Leptospirose
(hemograma na doença aguda)
Leucocitose*
neutrofilia
desvio à esquerda
monocitose
Leucopenia
neutropenia
desvio à esquerda
Trombocitopenia
*Quase sempre moderada (20.000-40.000/mm3 de sangue).
Leptospirose
(urinálise na doença aguda)
Amarelo-escura e turva.
Aumento da densidade.
Proteinúria.
Bilirrubinúria.
Sedimento ativo.
Leptospirose
(bioquímica clínica na doença aguda)
Aumento da ALT e AST.
Aumento da FA.
Aumento da bilirrubina.
Aumento da ureia.
Aumento da creatinina.
Aumento da PPT.
Aumento da lipase e amilase.
Aumento da CK.
Leptospirose
(diagnóstico da doença aguda)
achados clínicos
+
achados de laboratório clínico
+
métodos de detecção de anticorpos
ou
métodos de detecção de antígenos
+
achados de necropsia
Quais os principais entraves no diagnóstico
sorológico da leptospirose aguda?
Janela imunológica
Cicatriz imunológica
Leptospirose
(diagnóstico da doença aguda –
definições de termos e expressões)
Janela imunológica
(soroconversão média de 5-7 dias [até 10 dias])
(período de incubação de 4-12 dias [5-14 dias])
Cicatriz imunológica
Leptospirose
(diagnóstico da doença aguda)
Métodos de detecção de anticorpos
(aglutinação ou ELISA)
coleta de sangue no momento da suspeita clínica

coleta de sangue após uma semana

coleta de sangue após duas e/ou três semanas
Diagnóstico (+): soroconversão ( mínimo de 4 vezes).
Diagnóstico (–): ausência de soroconversão.
Leptospirose
(diagnóstico da doença aguda)
Métodos de detecção de anticorpos
(aglutinação ou ELISA)
coleta de sangue no momento da suspeita clínica

morte do cão
Diagnóstico (+): titulações mínimas de 1:800 ou 1:1.000.
Diagnóstico (–): não pode ser realizado.
Leptospirose
(diagnóstico da doença aguda)
achados clínicos
+
achados de laboratório clínico
+
métodos de detecção de anticorpos
ou
métodos de detecção de antígenos
+
achados de necropsia
Leptospirose
(diagnóstico da doença aguda)
Métodos de detecção de antígenos
(ante-mortem)
Cultura (urina)
Microscopia de campo escuro (urina)
Microscopia de contraste de fase (urina)
PCR (sangue)*
*Bacteremia (horas até 7 dias).
Leptospirose
(diagnóstico da doença aguda)
achados clínicos
+
achados de laboratório clínico
+
métodos de detecção de anticorpos
ou
métodos de detecção de antígenos
+
achados de necropsia
Quais as principais lesões macroscópicas
vistas em casos de leptospirose?
Icterícia
Ausência de esplenomegalia
Hemorragias
Hemorragia mucocutânea
Hemorragia pulmonar
Hepatomegalia
Descoloração hepática
Fígado alaranjado a esverdeado
Nefromegalia
Descoloração renal
Rim amarelado a esverdeado
Lesões de uremia
Gastropatia e enteropatia urêmica
Quais lesões macroscópicas podem ser
ocasionalmente vistas em casos de leptospirose?
Hemorragias
Hemorragia nodal, vesical, cardíaca e renal
Hemotórax
Hemorragia encefálica
Acentuação do padrão lobular
Linfadenomegalia generalizada
Intussuscepção
Necrose da gordura abdominal
Lesões de uremia
Pneumopatia urêmica
Úlceras gástricas
Mineralização da pleura parietal
Endocardite mural ulcerativa
Quais as principais lesões histológicas
vistas em casos de leptospirose?
Nefrite tubulointersticial
Degeneração e necrose tubular aguda (“nefrose tubular”)
Obstrução tubular aguda
Nefrite intersticial
Dissociação dos cordões de hepatócitos
Colestase
Hepatite reativa não específica
Necrose individual de hepatócitos
Hipertrofia de células de Kupffer
Lesão alveolar aguda
Edema alveolar agudo
Hemorragia alveolar aguda
Capilarite neutrofílica
Necrose da mucosa gástrica
Hemorragia em diversos órgãos
Quais lesões histológicas podem ser
ocasionalmente vistas em casos de leptospirose?
Mineralização renal
Degeneração vacuolar hepática
Reação de drenagem em linfonodos
Drenagem de edema
Drenagem de hemorragia
Pneumopatia urêmica
Mineralização dos septos alveolares
Neutrófilos intra-alveolares
Vasculite fibrinoide na submucosa gástrica
Hiperplasia pericapilar de macrófagos da polpa vermelha esplênica
Plasmocitose da polpa vermelha
Leptospirose
(diagnóstico da doença aguda)
achados clínicos
+
achados de laboratório clínico
+
métodos de detecção de anticorpos
ou
métodos de detecção de antígenos
+
achados de necropsia
Leptospirose
(diagnóstico da doença aguda)
Métodos de detecção de antígenos
(post-mortem)
Histoquímica
Imunofluorescência*
Imuno-histoquímica*
PCR
*Vários tecidos, mas, principalmente, fígado e rim.
Leptospirose em cães
(principais perguntas feitas pelos proprietários)
“Leptospirose canina tem cura?”
“O cão doente pode transmitir a doença para outro cão?”
“O cão doente pode transmitir a doença para minha família?”
“Eu posso comprar a vacina na agropecuária?”
“A vacina protege pelo resto da vida do cão”?
“O que eu faço para controlar essa doença?”
Leptospirose
(importância como zoonose)
Doença ocupacional
trabalhadores trabalhadores práticas
rurais
urbanos
esportivas



lavouras de arroz
limpeza
canoagem
criação de bovinos de redes
natação
granjas de suínos de esgoto
pesca
rafting
atividades
de lazer

jardinagem
caça
Veterinários: exposição a hospedeiros de manutenção.
exposição a hospedeiros acidentais.
Leptospirose
(importância como doença ocupacional)
29% dos casos relacionados com atividade agropecuária.
44% dos casos relacionados com habitat rural.
55% dos casos relacionados com atuação em lavouras.
92% dos casos relacionados com contato com roedores.
Fonte: Núcleo de Vigilância Epidemiológica,
HUSM, UFSM.
Leptospirose
(comparação da prevalência em humanos)
Prevalência no Brasil: 1,86/100.000
Prevalência no RS: 5,13/100.000
Prevalência na Região Central do RS: 9,67/100.000
Prevalência em Santa Maria: 11,61/100.000
Fonte: Núcleo de Vigilância Epidemiológica,
HUSM, UFSM.
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Leptospirose - Rafael Fighera