UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE EDUCAÇÃO Título do trabalho: Gestão democrática em Alagoas: a cultura interferindo na definição dos papéis sociais, o cotidiano escolar. Maria Betânia Gomes da Silva Brito (Aluna da especialização em Gestão Escolar – UFAL/MEC- 2009) Rosa Maria Alexandre Vieira Romão (Aluna da especialização em Gestão Escolar – UFAL/MEC- 2009) INTRODUÇÃO O reconhecimento da importância de refletirmos acerca das ações e experiências adotadas pelo indivíduo, quando da análise dos fenômenos sociais, é imprescindível no compartilhamento e entendimento das relações significativas ao momento histórico em que estamos inseridos. Desta forma, a cultura tem se tornado o elemento crucial no modo como o cotidiano é configurado e modificado, ela é fundamental na constituição e definição da forma como os grupos sociais se organizam. Pensando nessa problemática, buscamos compreender as razões de determinados comportamentos, tomando por base da análise as escolas públicas estaduais em que fomos gestoras no período de 2004 a 2007. Ao longo desse processo buscamos entender a dinâmica do gestor escolar dentro de um modelo democrático, implantado ainda recentemente nas escolas públicas alagoanas. A partir de uma reflexão sobre a interferência da cultura na definição dos papéis assumidos pelos sujeitos envolvidos na prática educativa, buscamos relacionar a forma de agir dentro da escola com a cultura assumida no cotidiano da sociedade alagoana • PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS • Em primeiro momento, refletimos sobre a fragilidade dos educadores na resolução de problemas que fazem parte da dinâmica diária existente em nossas salas de aula. Em seguida, nos referimos a busca por um modelo padrão e universal na escola pública. E, para finalizamos, voltamos nosso olhar sobre a gestão democrática como concepção que propõe avanços no projeto educacional de forma articulada entre os diversos segmentos responsáveis pelo processo decisório no âmbito escolar. A problemática das relações entre escola e cultura é inerente a todo processo educativo. Não há educação que não esteja imersa na cultura da humanidade e, particularmente, do momento histórico em que se situa. A reflexão sobre esta temática é co-extensiva ao próprio desenvolvimento do pensamento pedagógico. Não se pode conceber uma experiência pedagógica ‘desculturalizada’, em que a referência cultural não esteja presente. (MOREIRA, 2003, p.159) • • • RESULTADOS E DISCUSSÃO Mediante reflexões com o coletivo da escola nos foi possível pontuar algumas práticas metodológicas que podem tornar a escola desejável para aqueles que dela se apropriam, através de um conhecimento articulado e coerente com a experiência vivida pelos grupos que constituem o cotidiano escolar. Podemos perceber que, na consolidação de uma prática participativa, os que estão envolvidos com um projeto coletivo, podem garantir uma dinâmica possibilitadora de mudanças e capaz de desestabilizar esse modelo aristocrata e oligárquico tão presente ainda nas escolas e na sociedade alagoana. Este é o ethos profundo da sociedade alagoana, que só uma análise de longa duração de sua história nos permitiria decifrar e cuja expressão parece se manter, com toda força, na Educação que ainda hoje se prática em Alagoas em todos os níveis. (VERCOSA, 2006, p.163) CONSIDERAÇÕES FINAIS Apesar das dificuldades enfrentadas na concretização da gestão democrática como: o sucateamento dos espaços, baixos salários, desvalorização do profissional da educação, etc. O compromisso dos educadores perpassa pela coletividade e pela minimização da desigualdade social, elementos que poderão construir na escola um espaço favorável ao enfrentamento dessa realidade, a partir de um projeto contra-hegemônico e promotor de transformação nas relações sociais vigentes. Nesse novo panorama, podemos sintetizar que: extremamente mais importante que a beleza dos prédios construídos, tão visível e agradável aos olhos, é a beleza concebida pela construção humana, através da troca de saberes, valores, experiências e ideias; processo indispensável ao fortalecimento de uma proposta democrática, onde cada um possa contribuir para consolidação desse projeto de emancipação e valorização humana na sua totalidade. REFERÊNCIAS ALAGOAS. Secretaria de Estado da Educação de Alagoas. Carta de Princípios da Educação: Construindo a Escola Cidadã. Maceió/AL, 1999. ALAGOAS. Lei orgânica do município. Maceió, março de 2003. ALAGOAS. Constituição do Estado de Alagoas. Maceió/AL. Agosto de 1998. COUTINHO, Carlos Nelson. “O Estado brasileiro: gênese, crises, alternativas”. In: LIMA, Júlio César França; NEVES, Lúcia Maria Wanderley (orgs). Fundamentos da educação escolar do Brasil contemporâneo. Rio de Janeiro: FIOCRUZ/EPSJV, 2006. DOURADO, L. F. ; AGUIAR, M. A. ; GRACINDO, R. V. . Gestão democrática da escola: movimentos, tensões e desafios. In: SILVA, Aída M. & Aguiar, Márcia A . S. (Org.). Retrato da Escola no Brasil. Brasília: CNTE, 2004. p. 65-79. DOURADO, Luis Fernandes. Políticas e gestão da educação básica no Brasil: limites e perspectivas. Educação e Sociedade, vol. 28, n. 100 – Especial, p. 921-946, out. 2007. ENGUITA, Mariano Fernandez. A face oculta da escola: educação e trabalho no capitalismo. Trad. Tomaz Tadeu da Silva. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989. VERCOSA, Elcio de Gusmão. Cultura e educação nas Alagoas: histórias, histórias. 4. ed. Maceió: EDUFAL, 2006.