Transtorno Obsessivo-Compulsivo
e Síndrome de Tourette na
Infância e Adolescência:
implicações para a vida famíliar,
social e escolar.
Dr. Bruno Mendonça Coêlho
Membro da Sessão de Suicidologia da World Psychiatric Association;
Coordenador da Psiquiatria da Infância e da Adolescência da FMABC;
Pesquisador do Núcleo de Epidemiologia Psiquiátrica – NEP-IPq-FMUSP.
1
Transtorno ObsessivoCompulsivo
Sintomas Obsessivo-Compulsivos
e Tiques

De quem é a culpa?
Charles Darwin
Sintomas Obsessivo-Compulsivos

Comportamentos repetitivos são muito comuns

Biologicamente adaptados

Alguns estão presentes em outras espécies




Grooming - cães, gatos etc
Verificação/checagem – animais territoriais
Colecionismo – esquilos, pássaros, mamíferos
Simetria e organização – animais que fazem ninhos
O Que é TOC?




É uma doença do
cérebro!
A pessoa tem obsessões
e/ou compulsões
Podem parecer absurdos
ou ridículos
São incontroláveis,
repetitivas e
persistentes.
Diagnóstico

Crianças tem características similares aos adultos:



Obsessões;
Compulsões;
Ambas.



Ocorrem de maneira excessiva e não razoável.
Interferência importante na vida do indivíduo.
Insight geralmente presente, mas não obrigatório
ao diagnóstico.
Obsessões

Obsessões:





Ideias;
Imagens;
Impulsos,
Frases,
Palavras.





Podem ser desencadeados por estressores;
Incontroláveis, intrusivas (invadem), à revelia do indivíduo;
Conteúdo repetitivo, absurdo, inapropriado, sem sentido;
Seguem-se de medo, repugnância, incompletude, dúvidas.
Tentativas de resistir, suprimir, ignorar, suportar,
neutralizar...
Obsessões

Preocupação excessiva com sujeira, germes ou contaminação

Dúvidas constantes

Preocupação com simetria, exatidão, ordem, sequência ou alinhamento


Pensamentos, imagens ou impulsos de ferir, insultar ou agredir outras
pessoas
Pensamentos, cenas ou impulsos indesejáveis/impróprios (comportamento
sexual violento, abusar sexualmente de crianças, falar obscenidades etc.)

Preocupação em economizar, armazenar, poupar ou guardar coisas inúteis

Preocupações com doenças ou com o corpo

Religião (pecado, culpa, escrupulosidade, sacrilégios ou blasfêmias)


Pensamentos supersticiosos: preocupação com números especiais, cores
de roupa, datas e horários (que podem provocar desgraças)
Palavras, nomes, cenas ou músicas intrusivas e indesejáveis
Compulsões

Compulsões:


Comportamentos;
Atividades mentais (não observáveis).







Observáveis (ex.: lavar) ou encobertos (ex.: contar);
Repetitivos, estereotipados, seguem regras;
Feitos para reduzir desconforto, ansiedade, tensão;
Muitas vezes, seguem as obsessões;
Respondem a regras auto-impostas;
Seriam adaptativos se não fossem “exagerados”.
Comportamentos compulsivos podem estar presentes no
desenvolvimento normal

Ex.: pegar e soltar no 1º ano de vida, rotinas na fase pré-escolar,
colecionismo em escolares.
Compulsões














De lavagem ou limpeza
Verificações ou controle
Repetições ou confirmações
Contagens
Ordem, simetria, seqüência ou alinhamento
Acumular, guardar, colecionar coisas inúteis, poupar ou economizar
(colecionismo)
Diversas: tocar, olhar, bater de leve, confessar, estalar os dedos.
Repetir palavras especiais ou frases
Rezar
Relembrar cenas ou imagens
Contar ou repetir números
Fazer listas
Marcar datas
Tentar afastar pensamentos indesejáveis, substituindo-os por
pensamentos contrários.
Características

Compulsões sem obsessões em C&A
são mais comuns que em adultos;

Sintomas múltiplos;

Sintomas variam com o tempo;

Ritual X Tique: distinção por vezes
difícil:


Ritual – Pensamento prévio;
Tique – “Necessidade”/”Urgência de…”
TOC – Conteúdos freqüentes

Obsessões:








Contaminação; ♀
Dano para si/outros; ♂
Temas agressivos;
Simetria/exatidão
Ideias sexuais/desejo;
Escrúpulo/religiosidade;
Necessidade de simetria;
Necessidade de contar/
perguntar/confessar

Compulsões:









Limpeza; ♀
Repetição (palavras, frases);
Verificação; ♂
Toque;
Contagens;
Rezas;
Narração;
Ordenação/organização;
Acumulação/oração.
É fácil diagnosticar?

Frequentemente subdiagnosticado pelos seguintes
fatores:
 Específicos do TOC


Fatores específicos dos profissionais de saúde


falta de insight, vergonha dos sintomas etc;
diagnóstico incorreto, desconhecimento, tratam.
inadequados;
Fatores gerais

falta de locais de tratamento.
Epidemiologia

Prevalência: 0,5 – 4%



Brasil – 0,1%
4º transtorno psiquiátrico
que gera mais
incapacidade
Morbidade estende-se até
a vida adulta

30 – 50% dos casos tem
início em C&A
Evolução

Incidência bimodal

Precoce e 20 – 30 anos;

Idade média (9 -12a);

Início mais precoce em ♂
que em ♀(2a);

Crianças 3:2 (♂ : ♀);
Adultos 1:1;

Início insidioso e
silencioso.
Evolução

Fase de adaptação familiar aos sintomas
ou tentativa de controlá-los.

Sintomas incontroláveis e busca por tratamento;

Geralmente evolui como doença crônica de
curso flutuante com episódios recorrentes


6% remissão; 19% sem melhora ou com piora;
Presença de Tiques piora o prognóstico.
Características

Pacientes com início precoce

Maior proporção de familiares com TOC ou
TOC subclínico

Há 13 – 70% de SOCs/TOCs em pais/mães;
Etiologia

Exemplo de transtorno neuropsiquiátrico;

Aspectos:



Neuroanatômicos:
Neuroimunólógicos:
Genéticos:
Aspectos neuroanatômicos

Desequilíbrio em Circuitos
Fonto-subcorticais

Alça “direta” (“desinibem” o
tálamo e ativam o circuito
gerando programas motores
complexos relacionados a
estímulos biologicamente
significativos)


Córtex (+) Striatum (-)
Seg. Interno G. Pálido/Subs.
Nigra (pars reticulata) (-)
Talamo (+) Córtex
Alça “indireta” (“inibem” o
tálamo e desativam o
circuito)

Córtex (+) Striatum (-)
Seg. Externo G. Pálido (-)
Núcleo subtalâmico (+)
Seg. Interno G. Pálido/Subs.
Nigra (pars reticulata) (-)
Talamo (+) Córtex
Aspectos Genéticos



Altas taxas de TOC
em pais de crianças
com TOC;
Taxas aumentadas
de Tiques em
pacientes com TOC;
Taxas aumentadas
de TOC em pais de
pacientes com ST.
Aspectos neuroimunológicos

Associação entre TOC e Doenças que
afetam os Núcleos da Base




ST, Coréia de Huntington(CH), Coréia de
Sydenham (CS) etc;
Pacientes com CS tem mais SOCs;
Aumento de SOCs em pacientes com
Febre Reumática (com e sem CS);
Alguns TOCs desenvolvem-se a o partir
de alterações cerebrais mediadas por
anticorpos;


Alguns TOCs pioram em infecções por
EβHGB;
Subgrupo PANDAS (Paediatric Autoimmune
Neuropsychiatric Disorders Associated with
Streptococcal infection);

Patógeno + Hospedeiro suceptível 
Reação imune  CS ou PANDAS.
Comorbidades



TOC “puro”: exceção (20 – 25%)!!!
Transtorno de tiques, TC, TDAH, TOD, transtorno específico do
desenvolvimento, enurese, onicofagia, dermatotilexomania,
tricotilomania, transtorno dismórfico corporal e Síndrome de
Tourette.
Amostras clínicas (Ex’s)




FE – mais frequente (~50%)
TAG – 16%
TAS – 7%
Amostras comunitárias (Ex’s)


TAS – 34%
Qualquer fobias – 29%
Tratamento


É um transtorno de difícil tratamento;
O tratamento baseia-se em:
 Intervenções Educacionais;
 Intervenções Psicológicas;
 Intervenções Biológicas.
Tratamento

Não Farmacológicos





Farmacológicos




Psicoeducação;
TCC (Exposição + Prevenção de resposta);
TCC em grupo;
TCC familiar em grupo.
ISRS;
Clomipramina (após 2 ou 3 ISRS);
Venlafaxina;
Casos resistentes:







ISRS + TCC;
ISRS + Clomipramina / Buspirona / Lítio / Pindolol / Dual / Triptofano / APs;
Inositol;
Clonazepan (?);
Antagonistas opióides (tramadol; morfina);
ECT (se associado à depressão e risco de suicídio);
Clomipramina EV.
Tratamento

Tratamento combinado

 melhor que um dos dois
isoladamente;


Se houver TCC, menor taxas de recaídas;
Tratamento farmacológico com
resposta inicial demorada

8-12 semanas;

Resposta de 30% na redução dos
sintomas;

TCC isolado  melhor que ISRS
isolado.
Transtornos de Tiques (TT)
Introdução

Tique


Movimento ou emissão de som súbitos, rápidos, recorrentes, sem
ritmo e estereotipados;
Vivenciado como irresistíveis;




Controle por certo tempo, com salvas “para compensar”;
São os movimentos anormais mais comuns em crianças;
Ocorrem em ataques e com curtos intervalos;
Classificados de acordo com o tipo, número, duração,
frequência, intensidade, localização corporal e grau de
comprometimento.
Introdução

Tipos:

Simples


Complexos



motores e vocais ou fônicos
motores e vocais ou fônicos
Podem ser crônicos ou
transitórios;
Constelações/seqüências
de Tiques.
Características

Início, em geral com tiques motores simples,

Por volta dos 7a (3-8a) com evolução rostro-caudal;

Tendem a melhorar na adolescência e adultícia;

Tiques vocais iniciam após dois anos;

Ocorre sensação (fenômenos sensoriais) antes do tique



Coceira, irritação, pressão interna, “necessidade de...”
95% dos pacientes;
“Agilidade de pensamento/ações”;
Características

Os pacientes tentam disfarçar os tiques



Grande impulsividade, por vezes,
ataques de raiva ou ira.
Modificadores dos tiques



movimentos “com sentido” como arrumar
a roupa, ajustar os óculos etc;
exacerbam com ansiedade
reduzem com atividades que demandem
atenção;
2-3:1 (♂ : ♀);
Características

Para o diagnóstico



presença de tiques motores
ou vocais
comprometimento no
funcionamento familiar,
social, escolar ou
profissional;
Sd. de G.L. Tourette


vários tiques motores (>2)
ao menos 1 vocal associado.
Diagnósticos

Quatro transtornos são
incluídos na seção de TT:

Síndrome de Tourette (ST) – TT mais
estudado!!!

Transtorno de Tique Motor ou Vocal
Crônico (TTMVC)

Transtorno de Tique Transitório (TTT)

Transtorno de Tique Sem Outra
Especificação
Epidemiologia

TT (sem Sd. Tourette)


TT



2,9 – 18% (média 10%);
4.4% em ♂;
1.1% em ♀;
20% delas apresentam tiques transitórios;

2 – 6% - TT crônicos (maioria é leve);

Sd. Tourette


4,5 -10/10.000 indivíduos (~1%);
Coprolalia - 15% dos pacientes com ST.
Comorbidades

Atinge até 90% dos pacientes com ST.

TDAH, TOC, SOCs, TOD, TC...

Presença de comorbidades influi na evolução;

Apesar dos sintomas de ansiedade não serem critério para os TT,
eles estão intimamente associados

50% dos pacientes com TT tem TA associado

ST – 46% tem SOCs;

23% tem TOC;
Etiologia

Vulnerabilidade genética para Sd. Tourette na
maioria dos casos:



Freq. irmãos 10%;
Freq. irmãs 5%
Freq. gêmeos MZ 56 – 100% (critério dep.);

Algumas famílias, susceptíveis para ST, TOC ou
ambos;

Uso de cigarro, infecções ou hiperandrogenia
durante a gestação e dificuldades pré e perinatais;

PANDAS.
Fatores que pioram os tiques









A pressão do tempo (particularmente tempo durante os testes
escolares).
Ambientes ou programas que não oferecem oportunidade adequada
para descarregar sintomas ou dissipar a atividade motora.
Antecipação de férias, aniversários, e outros estressores "positivos",
como férias.
Escola reabertura em fevereiro.
Substâncias como a cafeína, nicotina, ou estimulantes.
Estrogênio e progesterona alterações durante a menstruação.
Fatores ambientais, tais como estações de alergia ou tempo quente.
Configurações específicas da escola onde se espera que as crianças
sentem-se calmamente (como sala de estudo, biblioteca).
Fadiga.
Problemas na escola








Dificuldades com a escrita/caligrafia
Dificuldades para usar utensílios
Problemas de leitura
Leves dificuldades acadêmicas (QI normal)
Agressividade/oposição/comportamentos
explosivos
Dificuldades sociais (disregulação emocional)
Evitação em certas atividades que aumentam os
tiques
Dificuldades de atenção
Sd. de Gilles de la Tourette


Múltiplos tiques motores e
um ou mais tiques vocais
Ocorrem muitas vezes ao
dia quase todos os dias ou
intermitentemente



Geralmente em salvas
Por período de mais de 1
ano, sem uma fase livre de
tiques superior a 3 meses
consecutivos.
O início antes dos 18 anos.
TT Motor ou Vocal Crônico



Tiques motores ou vocais, mas não
ambos, isolados ou múltiplos
estiveram presentes em algum
momento durante a doença;
Os tiques ocorrem muitas vezes ao
dia, quase todos os dias ou
intermitentemente;
Período de mais de 1 ano, sem uma
fase livre de tiques superior a 3
meses consecutivos;

A perturbação causa acentuado
sofrimento ou prejuízo significativo;

O início dá-se antes dos 18 anos de
idade.
T. Tique Transitório


Presença de tiques motores e/ou
vocais, isolados ou múltiplos;
Os tiques ocorrem muitas vezes
ao dia, quase todos os dias, por
pelo menos 4 semanas, mas não
mais do que 12 meses
consecutivos;

A perturbação causa acentuado
sofrimento ou prejuízo

O início dá-se antes dos 18 anos
de idade.
Tratamento

Não farmacológico


Psicoeducação
TCC (melhor se TA associado)



Individual;
Familiar.
Farmacológico (se há interferência na rotina do indivíduo)

Melhora em 80% dos casos de Sd. Tourette;

Agonistas α-2 Adrenérgicos (eficácia de 25-35%) - 1ª opção pelos ECs



Neurolépticos (eficácia de 70%)





Clonidina
Guanfacina
Haloperidol;
Pimozida;
Risperidona;
Outros APs (amissulprida, flufenazina, trifluoperazina etc).
Tratar comorbidades!
Tratamento

Importante


Tratamento é focado nos sintomas;
Discutir o custo-benefício do tratamento medicamentoso (off-label);



Casos leves  psicoeducação e psicoterapia
Casos mais graves  medicamentos
Terapias comportamentais:










Terapia de reversão de hábitos (HRT) – PRINCIPAL!
Exposição com prevenção de resposta (poucos estudos),
Auto-monitorização (poucos estudos),
Psicoterapia de apoio,
Terapia cognitivo-comportamental,
Terapia de relaxamento (treinamento autógeno),
Treinamento de assertividade,
Gestão de contingência,
Técnica de redução de tensão,
Treinamento de biofeedback.
Terapia de reversão de hábito

Terapia comportamental introduzida na década de
1970 que visa prevenir tiques, agindo sobre o
"impulso premonitório”







Descrição do tique – como?
Identificação do tique – quando?
Ficar alerta – depois de que?
Conscientização – onde/com quem?
Desenvolvimento de comportamento competitivo – pode
ser suprimido?
Revisão dos comportamentos indesejáveis – quais são
bons/ruins?
Suporte social – reforço...
Considerações importantes
sobre o tratamento do
TOC e dos Tiques/Sd. Tourette
Indicação para tratamento
Extraído da Dra. Mariângela Gentil Savóia
TERAPIA
COMPORTAMENTAL
FARMACOLÓGICO
TOC
ORIENTAÇÃO
FAMILIAR
Profa. Maria Angélica Sadir
PSICOTERAPIAS
GRUPO, DINÂMICA
Qual o papel das famílias?

Como ocorre com outras doenças
crônicas, o TOC e a ST causam grande
impacto familiar:



Empobrecimento vivencial, quebra de laços
sociais, limitações no estudo, trabalho etc.
Mais 3/4 das famílias de portadores de
TOC se envolvem nos sintomas mudando
comportamentos e suas rotinas para
acomodar os sintomas do paciente.
Familiares de TOC tem maior índice de
acomodação e de desgaste nos pacientes
refratários quando comparados aos
familiares de pacientes respondedores
Intervenções educativas


Muitas pessoas desconhecem que as diversas manifestações do TOC são
sintomas de um transtorno tratável.
Fornecer informações sobre:







Etiologia,
Epidemiologia,
Características clínicas,
Prognóstico,
Diferentes tipos de tratamentos
Modelo explicativo de origem e perpetuação dos sintomas,
Objetivos:



Habilitá-lo a reconhecer e tentar “controlar” os sintomas,
Diminuir o estigma, facilitar a aceitação do tratamento,
Engajamento de todos os envolvidos nas medidas que serão propostas ao longo do
tratamento.
O Papel dos cuidadores

Muitos pais muitas vezes desconhecem a melhor forma de
ajudar seu filho com TOC.

A doença pode ser confusa para todos os envolvidos e pode
colocar pressão nas relações familiares.


Professores na escola/faculdade podem perceber que algo
não está certo, mas podem ficar inseguros sobre como
abordar o assunto.
Às vezes, comportamentos relacionados ao TOC podem ser
discretos e considerados hábitos de infância que a criança
eventualmente carregou consigo ao longo do tempo.
Comportamentos
frequentemente adotados por
familiares








Responder reassegurando às
dúvidas do paciente,
Esperar que ele complete os
rituais,
Obedecer as suas exigências ou
imposições,
Assumir suas responsabilidades.
Separar objetos para uso
exclusivo do paciente,
Não entrar em certos cômodos,
Deixar de receber visitas,
Outros.
Sinais de alerta em casa








Necessidade de ter seu quarto arrumado de uma maneira
específica, com tudo perfeitamente organizados ou alinhado
Lavagem repetida/prolongada das mãos ou em banhos
Preocupação excessiva com caligrafia/limpeza de trabalhos
escolares
Preocupação com eventuais danos dos pais, irmãos, amigos
ou animais de estimação
Ir a extremos para proteger a casa da família, verificando
repetidamente fechaduras e torneiras
Sentir a necessidade de contar ao mesmo tempo em que
executa determinadas tarefas, às vezes em múltiplos de um
determinado número
Recusar-se a descartar itens aparentemente inúteis ou velhos
Preocupação excessiva com adoecer ou contrair doenças
Sinais de alerta na escola











Falta de atenção (por conta das obsessões/realização de rituais
mentais)
Redução de notas
Visitas WC frequente ou prolongada
Incapacidade de tocar em objectos, materiais ou outras pessoas
Questionamento excessiva e necessidade de segurança
Evitar a participação em atividades escolares com outras crianças
Chegar atrasado para a escola
Entregar trabalhos no final do prazo
Apagar frequente e insatisfação com o trabalho concluído
Comportamentos repetitivos
Dificuldades de tomar decisões
Perguntas que ajudam







Sua cabeça é invadida por frases, pensamentos,
imagens ou palavras que não consegue afastar ?
Você tem que fazer coisas sem sentido
repetidamente?
Você se preocupa excessivamente com padrões,
simetria, perfeição ou alinhamento?
Você verifica ou checa coisas excessivamente?
Você se preocupa demais com sujeira, germes,
contaminação ou ficar doente?
Você evita tocar em objetos diversos por achar
que estão sujos ou contaminados?
Você se lava ou toma banhos exageradamente?
O que fazer em casos suspeitos


Procurar um médico (ou psicólogo)!
Quanto mais precoce o tratamento,
maiores as chances de melhora.
Principal medida no TOC

Exposição

Exposição a situações
próximas a situação temida
Gradual e protegida;
 Partir do nível mais fácil até o
nível mais complexo.


Prevenção de resposta

Impedimento das compulsões
Passos a seguir


Criar lista hierarquizada dos medos
Em crianças pequenas, podemos ajudar comparando o
sintoma a colega de escola que pratica bullying o que
reduz sua culpa

Estar preparado para aceitar e ouvir novos sintomas que
lhe forem relatados

Lembrar sempre dos objetivos da TCC quando medo
surgir durante tarefa

Manter o treinamento sempre que aprender algo novo:
persistência é fundamental.

Lembrar que as medicações precisam de tempo para
agir

Lembre: a culpa do seu filho ter TOC não é sua! Livrese dela!
Mais alguns passos

As vezes é difícil decidir entre seguir a TCC e seguir o que a criança
pede: decida-se pelo tratamento!

Se a criança percebe a ansiedade subir, perceberá também ela
diminuir

Contar na escola sobre o problema é uma decisão individual dos
pais e da criança

Diálogo entre equipe de saúde, família e escola ajuda a atingir
metas comuns do tratamento

Identificar locais, situações ou objetos que desencadeiam
pensamentos, imagens ou medos obsessivos

Identificar os rituais, verificações, evitações e estressores
associados

Verificar tempo que tomam e grau de interferência na vida do
paciente
E na escola? Como ajudar?

Se dificuldade com letra ("perfeição") considerar usar computadores (permite concluir tarefa)

Em Matemática atenção a problemas ao usar números (números “azarados”)

Considerar tarefas abertas com regras claras (angustia com “ter que decidir”)

Considerar que o aluno escolha uma mesa/local que se sinta confortável ​

Pensar no impacto de exames e discutir como eles podem ser apoiados

Dar ao aluno uma lista de atividades do dia (reduz pressão)

Apoiar aluno na manutenção de relacionamentos com seus pares

Situações estressantes muitas vezes aumentam os sintomas

Atenção às obsessões de vestuário (roupa desconfortável ou contaminada)

TOC pode prejudicar a confiança e auto-estima (focar em pontos fortes)

Bullying por causa de comportamentos compulsivos/baixa auto-estima

Apoio extra em períodos de adaptação (troca de professores etc)

Nunca punir um aluno por comportamentos TOC (per si, muito difíceis de lidar)
ESTRATÉGIA A.C.A.L.M.E.‐S.E.








Aceite a sua ansiedade  Mesmo que pareça absurdo, aceite as sensações do seu corpo como
acietaria um hóspede inesperado. Não lute contra. Resistir prolonga e intensifica o desconforto.
Contemple as coisas à sua volta . Não olhe para dentro, observando cada coisa que sente.
Deixe acontecer o que seu corpo quiser, sem julgamento. Olhe em volta. Observe cada detalhe.
Descreva-os minuciosamente. Quanto mais puder separar-se de sua experiência interna e ligar-se
nos acontecimentos externos, melhor se sentirá.
Aja com sua ansiedade  Aja como se não estivesse ansioso. Diminua o ritmo com que faz as
coisas, mas mantenha-se ativo! Não fuja. Se fugir, a sua ansiedade diminuirá, mas o medo
aumentará e na próxima vez será pior.
Libere o ar de seus pulmões, bem devagar!  Inspirando pouco ar pelo nariz e expirando
longa e suavemente pela boca. Não encha os pulmões. Não sopre: apenas deixe o ar sair
lentamente pela boca.
Mantenha os passos anteriores  Repita tudo até que ansiedade diminua e fique confortável.
Examine seus pensamentos  Talvez você esteja antecipando catástrofes. Elas não acontecem.
Já passou por isso muitas vezes e nunca aconteceu nada. Lembre-se: você está só. Você pensa
que está em perigo, mas tem provas reais e definitivas disso?
Sorria, você conseguiu!  Você merece todo crédito e todo reconhecimento. Conseguiu sozinho
traquilizar-se e superar esse momento. Não é uma vitória, pois não havia um inimigo, apenas um
visitante de hábitos estranhos que você passou a compreender e aceitar melhor.
Espere o futuro com aceitação  Livre-se do pensamento mágico de que terá se livrado para
sempre de sua ansiedade. Ela é necessária para viver e continuar vivo. Esperando a ocorrencia de
ansiedade no futuro, você estará em uma boa posição para lidar com ela novamente.
Questionamento Socrático e o TOC
Questionamento
Socrático e o TOC
·
Existem evidências de que meus rituais de fato impedem o acontecimento das
coisas que temo?
·
Existem evidências contrárias?
·
Se algum dia acontecesse uma das coisas que temo, qual seria (de 0 a 100%, igual a
totalmente) a minha responsabilidade?
·
Posso provar que a culpa foi inteiramente minha ou existem outros fatos que
podem ter contribuído para o ocorrido?
·
Se algo semelhante acontecesse a um conhecido meu, eu o responsabilizaria
inteiramente?
·
As pessoas iriam me responsabilizar se acontecesse algo que tanto temo?
·
O fato de eu ter pensado em algo de ruim é suficiente para provocá‐lo?
·
Meus rituais de fato reduzem a probabilidade de que coisas ruins aconteçam ou
apenas diminuem o grau da minha aflição? O que seria mais provável?
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É possível chegar a uma decisão 100% certa?
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É possível realizar atividades sem qualquer falha?
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É possível passar pela vida sem cometer falhas?
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Preciso mesmo alcançar sempre o grau de minhas expectativas?
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As pessoas vão me condenar se eu cometer algum erro?
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Quais as conseqüências de eu cometer uma falha? Elas seriam de fato reais ou são
formulações minhas?
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Eu condenaria uma pessoa que tivesse cometido uma mesma falha que eu?
Outras técnicas usadas
Links de interesse
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www.astoc.org.br
www.abp.org.br
http://www.virtual.epm.br/tratamento/sostoc/
http://www.neurociencias.org.br/pt/568/tiquese-sindrome-de-tourette/
www.ocfoundation.org
http://tourettes-syndrome-teens.webs.com
http://www.ocduk.org/
www.centrodeneuropsiquiatria.com.br
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Transtorno Obsessivo-Compulsivo e Síndrome de Tourette