CURSO DE PÓS-LICENCIATURA
E M ENFERMAGEM DE REABILITAÇÃO
Intervenções de Enfermagem
na
DOENÇA DE PARKINSON
Margarida Rocha
DOENÇA DE PARKINSON
Intervenções de Enfermagem
As intervenções centram-se:
 na manutenção da força muscular, da coordenação
motora e dos movimentos articulares voluntários;
 no evitar as contracturas;
 na reeducação da postura e da marcha;
 na reaprendizagem das AVD (actividades da vida
diária);
 na terapia cognitiva.
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Intervenções de Enfermagem
1 - Exercícios respiratórios.
2 - Mobilização geral dos músculos faciais.
3 - Mobilização de todas as articulações das
extremidades, raquis e cintura escapular.
4 - Exercícios de coordenação e equilíbrio.
5 - Dissociação das cinturas.
6 - Técnicas de desbloqueio motor.
7 - Actividades diversas.
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1 - Exercícios respiratórios.
A respiração (torácica e diafragmática) deve estar
presente em toda a sessão; por isso, realiza-se no início,
em alguns exercícios e no final da sessão.
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2 - Mobilização geral dos músculos faciais.
 Objectivo - evitar a perda da capacidade de expressão.
Consiste em movimentos individualizados de cada
músculo facial:
a) Elevação das sobrancelhas (frontal e supraciliar);
b) Abrir e fechar os olhos (orbicular);
c) Aproximação das sobrancelhas (piramidal);
d) Afastar as asas do nariz (dilatador das asas do nariz e
zigomático menor);
e) Aproximação das asas do nariz (transverso do nariz);
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f) Sorrir (risório);
g) Bochechar (bucinador);
h) Elevar o lábio superior (elevador do lábio superior e
zigomático maior);
i) Assobiar (orbicular dos lábios);
j) Levar o lábio inferior para fora e para baixo
(quadrado do mento e triangular dos lábios).
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3 - Mobilização das articulações do pescoço, cintura
escapular, membros superiores e inferiores e raquis.
 Mobilizam-se individualmente, articulação por
articulação, na posição de deitado / sentado:
a) Pescoço: flexão-extensão, lateralização e rotação;
b) Cintura escapular: elevar e descair os ombros, protracção e
retracção (anterior e posterior do ombro), flexão-extensão,
abdução-adução e rotação interna e externa da articulação
escapulo-umeral;
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c) Cotovelos: flexão-extensão, pronação-supinação e movimentos
combinados com a cintura escapular;
d) Punhos: flexão-extensão, desvios cubital, radial e circular;
e) Dedos: pinça manual e abdução-adução;
f) Raquis: flexão-extensão, lateralização e rotação;
g) Membros inferiores: flexão-extensão da coxo-femural, flexãoextensão do joelho, flexão dorso-plantar e inversão-eversão do pé.
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4 - Exercícios de coordenação e equilíbrio.
 Na posição de sentado:
a) Extensão da perna até a um sítio marcado no chão;
b) Flectir as costas para a frente tentando apoiar as mãos
no chão, erguer-se e sentar-se novamente;
c) Com um dos braços apoiado sobre uma mesa, flexãoextensão do ombro para levar a mão a uma posição
determinada;
d) Extensão do braço para tentar enfiá-lo num pequeno
arco;
e) Apanhar objectos e colocá-los em determinados locais.
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 Em pé:
a) Diminuir a amplitude da base de sustentação: juntar os
pés; elevar os calcanhares do chão; elevar o membro
inferior com flexão da coxo-femural e do joelho,
abdução e extensão;
b) Aumentar as dificuldades para manter o equilíbrio:
mobilização simultânea dos membros superiores e
inferiores - flexão do membro inferior e abdução do
membro superior; com membro inferior direito em
flexão, tentar alcançar o joelho com o cotovelo
esquerdo;
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 Em pé:
c) Com um pé à frente do outro, transferir o peso de
um pé para outro;
d) Rodar sobre si mesmo;
e) Andar procurando apoiar os pés em locais
sinalizados no chão;
f) Andar procurando evitar obstáculos;
g) Apanhar e lançar uma bola enquanto caminha.
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5 - Dissociação das cinturas.
 Em decúbito dorsal, o doente coloca em flexão os
membros inferiores, com os pés apoiados no colchão. Ao
mesmo tempo, com os dedos das mãos entrelaçados,
ergue os membros superiores em extensão. Com ajuda,
vira as pernas para um lado e os braços para o lado
oposto.
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6 - Técnicas de desbloqueio motor.
a) Para ultrapassar o bloqueio, especialmente durante a
marcha, o doente apoia os calcanhares e começa a
balançar-se até ser capaz de avançar;
b) Outra técnica consiste em colocar um “bastão” no chão,
sobre o qual o doente terá de passar para superar o
bloqueio.
c) Pode também tentar-se, em qualquer postura, a flexão
de uma articulação dos membros superiores ou
inferiores (em especial o joelho).
Nota: Em geral, no caso de freezing, não se consegue qualquer
resposta, nem com fármacos, nem com exercício físico.
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7 - Actividades diversas.
 Realização de exercícios utilizando escadas,
rampas, bicicletas, etc.
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APOIO COGNITIVO BÁSICO
 Objectivo - melhorar o nível de comunicação do
doente, assim como travar, na medida do possível, a
sua deterioração mental.
1. Orientação no espaço e no tempo.
2. Memorização do passado.
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1. Orientação no espaço e no tempo.
 Deve ser um processo contínuo para que, em cada
interacção com o doente, haja oportunidade de lhe
fornecer informação corrente e actualizada, falando do
que acontece à sua volta.
 O doente deve recordar:
- o seu nome,
- o sítio onde se encontra,
- acontecimentos recentes (o que comeu, o que fez, o
que vai fazer a seguir…). Para reforçar esta informação,
utilizam-se apoios de memória, quadros com informação
e relógios grandes.
 Nestes exercícios devem ser incluídas perguntas como:
"Que dia é hoje? ", "Onde estamos? “, etc.
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2. Memorização do passado.
 Esta técnica é, basicamente, uma actividade de
comunicação que se centra na memória intacta das
recordações do doente. Através de conversas
agradáveis, o doente recorda a sua vida "falando" e
"calando-se".
 A "revisão da vida" é uma forma estruturada que ajuda o
doente a recordar e a reformular a sua história.
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Nas técnicas cognitvas, podem-se considerar várias
fases:
a) Primeiro contacto com o doente, tentando ganhar a
sua confiança.
b) Apresentação. Usam-se perguntas específicas para a
orientação na realidade: “Como se chama? ", "Onde
nasceu? “, “Como se chama o seu marido /mulher? ",
“Como se chamam os seus filhos / filhas? ", "Que dia
é hoje? ", "Onde estamos? "
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c) Desenvolvimento. Actividades específicas que
favoreçam: a orientação temporo-espacial, a memória,
a atenção, a escuta, a linguagem, a interacção social.
Podem ser utilizados jogos e livros didácticos, jornais
e revistas, fotografias de festas locais e da família.
d) Avaliação. Verificar a eficácia das estratégias
utilizadas.
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APOIO NAS ACTIVIDADES
DA VIDA DIÁRIA
1. Alimentação.
2. Movimentações / Transferências.
3. Conselhos úteis.
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1. Alimentação.
Orientações:
 Fechar a boca antes de
deglutir para facilitar o
reflexo da deglutição;
 Utilizar ajudas
técnicas: palhinhas, pratos
térmicos, antiderrapantes e
fundos, canecas com duas
asas e tampa, etc.
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2. Movimentações / Transferências.
 Posicionamento: em decúbito dorsal, o doente coloca
em flexão os membros inferiores, com os pés apoiados
no colchão. Ao mesmo tempo, com os dedos das mãos
entrelaçados, ergue os membros superiores em
extensão. Com ajuda, roda os membros inferiores,
depois a cabeça e os membros superiores para o lado
que se pretende.
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2. Movimentações / Transferências.
 Para se sentar na cama:
partindo do decúbito dorsal, o
doente flecte o pescoço e
apoia-se nos antebraços sobre o
colchão. A seguir, eleva(–se) o
tronco mantendo o apoio das
mãos e os membros superiores
em extensão, colocando depois
os membros inferiores para
Movimentação com ajuda
fora da cama.
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2. Movimentações / Transferências.
Não esquecer:
 Valorizar as capacidades
físicas e intelectuais do
doente;
 Postura ergonómica
correcta;
 Transferência faseada.
Transferência com ajuda
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3. Conselhos úteis.
 Utilizar ajudas técnicas: camas com altura que facilite
o acesso para o doente se deitar / levantar, colchões
duros, etc.;
 Usar vestuário solto, utilizando velcro ou fitas em vez
botões ou colchetes. Eliminar os tecidos com pouca
elasticidade;
 Usar calçado com sola porosa e com bom apoio do
tornozelo, sem cordões;
 No W.C., utilizar ajudas técnicas como: barras de apoio,
elevadores de sanita, tapetes antiderrapantes,
torneiras de monocomando, etc.
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Não esquecer
 Tranquilizar o doente desmontando os mitos que carrega
em relação à doença e realçando os pontos positivos
 Evolução diferente de doente para doente, formas “benignas” da doença
 Eficácia do tratamento e grande leque de opções terapêuticas
 Funções intelectuais preservadas
 Incentivar o doente a manter actividades profissionais /
sociais
 Realçar a importância do exercício físico
 Exercício físico não é sinónimo de reabilitação
 Papel da reabilitação no curso da doença
 Incentivar a manter ou mesmo a aumentar a actividade física em todas
as fases da doença
 Papel e importância das associações de doentes para os
doentes e cuidadores.
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