A VEIA PORTA PAIXÃO Termômetro do coração Alimento da alma Inimiga da razão Necessidade do corpo Partilha da ilusão Explosão de sentimentos Trocas de carícias Comunhão de desejos Às vezes, verdadeira Quase sempre ardente Como um vulcão. Texto criado pelo método enumerativo Autora: Acadêmica Eliana Pesquisa = Planejar + Executar + Divulgar Há dois radicais gregos que significam porta: thyra e pýle. O primeiro indica a porta de uma casa; o segundo, de uma cidade ou fortaleza. O nome da veia porta deriva desse último; tanto é que chamamos de pileflebite a inflamação da veia porta. Na Idade Média, as cidades eram cercadas por muralhas, onde havia grandes portas por onde entravam e saíam as pessoas e as mercadorias. Galeno comparou a uma dessas portas o local de entrada, no fígado, dos nutrientes conduzidos pelas veias do sistema venoso esplâncnico. “Estas veias", diz Galeno, "são como os transportadores das cidades, que apanham o trigo limpo no celeiro e o levam a uma das padarias da cidade, onde ele será cozido e transformado em alimento útil; de igual modo, as veias conduzem o alimento elaborado no estômago a um lugar de cocção, que nós chamamos fígado (hépar). A rota que conduz ao fígado é única e recebeu de um antigo sábio em coisas da natureza, segundo penso, o nome de porta (pýle), que se conservou até hoje”. Aristóteles e Platão também se referiram às “portas do fígado”. A Nomina Anatomica (1980) recomenda que ela seja chamada de vena portae hepatis, ou seja, veia da porta do fígado. HINO NACIONAL BRASILEIRO Você sabe cantar e compreende a letra do HNB? Veja a primeira estrofe em ordem direta: “As margens plácidas do Ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heroico e o sol da liberdade brilhou no céu da Pátria, em raios fúlgidos, nesse instante”. SALVE 7 DE SETEMBRO, DIA DA PÁTRIA! Pátria: Nação onde se nasceu e em relação à qual se desenvolve sentimento de pertencimento e ligação afetiva. In: Dicionário auletedigital.com.br 4 VOX ACADEMICAE INFORMATIVO DO 1º ANO DE MEDICINA ANO I – Nº 4 – Maceió, AL, setembro de 2010 EDITORIAL VISITA A RIO LARGO Eis o quarto número do nosso informativo. Numa bela manhã de terça-feira, os acadêmicos do primeiro ano de medicina, juntamente com acadêmicos do quinto e sexto anos, e o doutor André Falcão, dirigiram-se para o município de Rio Largo, que foi devastado pelas enchentes , ocorridas no nosso estado. Num ato de solidariedade, esses estudantes fizeram o cadastramento de todas as famílias afetadas por tais cheias, majoritariamente da região conhecida como Ilha, para auxiliar o governo do Estado e a Secretaria Municipal de Saúde a identificarem as principais epidemias causadas pelas enchentes e buscarem, dessa forma, planos de ação para auxiliar esses cidadãos. Assim, foi essa experiência enriquecedora para todos nós, tanto pessoal quanto profissionalmente, uma vez que pudemos entrar em contato com a população, tarefa do cotidiano médico. No entanto, o agradecimento de todos foi o mais importante aprendizado que podíamos receber, visto que “fora da caridade não há salvação”, conforme ensina o Evangelho segundo o Espiritismo. Na foto ao lado, a graça e a alegria dos acadêmicos. Neste exemplar, um artigo sobre as cotas sociais e, como informamos no número anterior, iniciamos uma série de textos sobre a história da Medicina. Há, também, poemas e ditados. A Turma do 1º ano de Medicina, junto com outros acadêmicos, mostrou sua responsabilidade social, apoiando os trabalhos em prol da cidade de Rio Largo, atingida pelas enchentes. Além disso, está organizando outros projetos sociais e grupos de estudo, fazendo história na nossa Universidade. Redija seu artigo e publique-o no nosso informativo. A redação é uma arte que só se aprende redigindo. Acadêmica Fernanda Thaysa AS JUSTAS COTAS SOCIAIS Um comandante que conheci no Exército dizia que “A justiça no tratamento está na desigualdade de tratar”. Um dos princípios que norteia o SUS, Sistema Único de Saúde, é a equidade, definida como “Oferecer os recursos de saúde de acordo com as necessidades de cada um; ou seja, tratar situações desiguais de formas desiguais”. O polêmico “Bolsa Família”, programa do governo federal, é oferecido aos mais necessitados, e não, aos mais ricos. O olhar do médico é muito mais para o enfermo do que para o são, pois aquele é que necessita mais da sua assistência. Pela lógica cartesiana, esses argumentos, dentre milhares semelhantes, são irrefutáveis. A filosofia cristã e o bom-senso também apontam na mesma direção. Se oferecemos alimentos às classes mais desfavorecidas da nossa sociedade, eu lhe pergunto: - Será que elas estão, também, carentes de Educação? Se você disser que sim, há de concordar que é preciso oferecer Educação a quem mais precisa. Paremos aqui e vejamos o que diz o MEC. Conforme dados do MEC e de várias pesquisas, em números redondos, 20% dos egressos do Ensino Médio vêm de escolas particulares e 80% de escolas públicas. Na universidade, há uma inversão: os 20% vão para as instituições públicas, normalmente para os cursos mais valorizados, e os 80% para as IES particulares, o que parece ser bastante injusto: quem pode pagar escola particular estuda em universidade pública e quem não pode vai para a rede privada, dividindo seu salário entre o comer e o aprender. Pensando racionalmente, e considerando que as universidade públicas existem para todos, numa partilha justa, as cotas sociais deveriam ser de 80% das vagas para os alunos oriundos das escolas públicas. Quem sabe, essa seria a maior revolução social desta Nação: os filhos do povo na universidade. Nesse ponto, evoca-se a falácia intelectual, a suposta seleção do vestibular. Sou a favor do mérito, mas o vestibular não é uma ferramenta para mostrar quem é mais competente. A maioria dos profissionais formados seria reprovada no vestibular. Diz-se até que os alunos das escolas públicas não acompanhariam os cursos universitários. Vejamos o que dizem as pesquisas. Em 2008, a UFBA fez uma pesquisa sobre o desempenho dos alunos cotistas matriculados nos seus 52 cursos. Em 32, esses acadêmicos superaram ou tiveram avaliação igual aos alunos não cotistas. Isso mostra, com clareza, que há inteligência nas escolas públicas; o que lhes falta é oportunidade. É uma concorrência desigual e injusta, os alunos que estudaram em escolas públicas disputarem a mesma vaga com aqueles que estudaram nas melhores escolas do país e ainda tiveram o apoio dos caros cursinhos preparatórios para o vestibular. Isso é tratar com igualdade os desiguais. Nada mais justo do que as cotas sociais, pelo menos até que as escolas públicas estejam em igualdade de condições com as particulares. E isso pode demorar um pouco. Depois, vamos descobrir que inteligência, mérito e competência não dependem de classe social, mas de justas oportunidades. ETIMOLOGIA Quinase ou cinase? Essa palavra vem de um radical grego: kínema e indica movimento. Não existe, em Português, uma única palavra com esse significado que comece com “q”. Portanto, diga cinase, sem se importar com o que os ingleses falam. 2 Na ilha de Cós, na Grécia, bem no centro da cidade, há uma árvore milenar, Platano orientalis, conhecida como “a árvore de Hipócrates”. À sua sombra, segundo a tradição, Hipócrates reunia-se com seus discípulos. É hoje um local de visita obrigatória para os turistas. Não importa saber se é ou não o mesmo plátano dos século V a. C., à sombra do qual Hipócrates fazia suas preleções. O importante é o seu valor simbólico, assinalando o local de nascimento da medicina racional e científica, que sucedeu à medicina mágica e sacerdotal dos povos primitivos, e uma lembrança do maior legado que nos deixou Hipócrates e sua escola – os princípios éticos que constituíram as bases da deontologia* médica e conferiram dignidade ao médico. In: À Sombra do Plátano, de Joffre Marcondes de Rezende (*) Conjunto de normas e procedimentos próprios de uma determinada categoria profissional. COMO A OBESIDADE APAGA INFORMAÇÕES CONSELHO EDITORIAL Editor-Chefe Acad. José Carlos Equipe Acad. Maria Carolina Acad. Rafael Costa Acad. Rose Viviane 1 – A sobrecarga no depósito de gordura está intimamente ligada à liberação de substâncias inflamatórias na circulação. Elas, por sua vez, prejudicam o cérebro, atrapalhando a comunicação entre os neurônios e favorecendo falhas de memória e até quadros de demência. 2 – O excesso de peso também costuma estar por trás da resistência à insulina. Esse distúrbio altera a oferta de açúcar às células e interfere na memorização, já que, sem glicose, os neurônios ficam desprovidos de energia. 3 – O tecido adiposo produz ainda muita leptina, hormônio que logo cai na corrente sanguínea. Mas os receptores dessa substância, localizados no hipocampo, área do cérebro vital ao processo de memorização, têm dificuldade de captá-la, e isso estorva a capacidade de reter lembranças. 4 – Gordura além da conta, principalmente aquela acumulada no abdômen, estimula a aterosclerose, o entupimento dos vasos. Dessa forma, o fluxo de sangue, oxigênio e nutrientes até o cérebro fica reduzido e a memória acaba prejudicada. Acad. Thaysa Fernanda Revisores Acad. José Carlos Acad. Rose Viviane Correspondências: Acadêmico José Carlos de Freitas HISTÓRIA DA MEDICINA [email protected] MEDEIROS, R. Revista Saúde, nº 327, agosto de 2010. “Sou o mestre do meu destino. Sou o capitão da minha alma.” Do poema Invictus, de William Ernest Henley, recitado por Nelson Mandela durante o seu cativeiro nas prisões do Apartheid, África do Sul. 3