MEDICINA POPULAR
AMOR
Amor é fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É nunca contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Texto criado pelo método enumerativo
Luís de Camões, poeta português
VISITA AO HGUJP
A Turma do 1º Ano de Medicina visitará
o Hospital de Guarnição de João Pessoa,
organização de saúde modelo do Exército
Brasileiro. Vai conhecer a rotina do hospital
e da carreira do médico militar. A visita está
prevista para o 12 de novembro e o retorno,
13. É, também, uma oportunidade para
conhecer a bela capital paraibana.
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Coberto de glória por ter realizado, na África do Sul, o primeiro transplante cardíaco do mundo, o cirurgião
Christian Barnard estava em visita ao
Brasil, quando foi abordado por uma
repórter que lhe dirigiu uma típica pergunta de leigo: “Qual foi a primeira
vida que o senhor salvou?” O Dr.
Barnard não se fez de rogado e foi
logo respondendo:
“Eu era recém-formado e fui chamado
a atender uma criança pobre atacada de
pneumonia. Chegando ao casebre, vi
amarrado à porta um cabrito que iria
ser sacrificado para ter sua pele, ainda
quente e sangrante, enrolada ao tórax
da criança e aí deixada por dois ou três
dias. Tal era o tratamento popular
usado na região há séculos. Estávamos
então iniciando o uso da penicilina,
arma recém-introduzida no arsenal
terapêutico. Administrei-a à criança,
que ficou completamente restabelecida”.
“- Então, a vida desta criança foi a
primeira que o Sr. salvou?”, perguntou
a repórter.
“- Não! A primeira vida que salvei foi
a daquele pobre cabrito”, respondeu
risonho o cirurgião.
In: Estórias da História da Medicina,
de Marcelo Lopes Costa
Nosso muito obrigado aos monitores
MARCELO e ISABELA pelas
ótimas aulas práticas de
neuroanatomia no sábado, dia 24/10.
VOX ACADEMICAE
INFORMATIVO DO 1º ANO DE MEDICINA
ANO I – Nº 5 – Maceió, AL, outubro de 2010
EDITORIAL
Salve 15 de Outubro, Dia do
Professor. A Turma do 1º Ano de
Medicina prestou uma simples, mas
significativa homenagem aos mestres,
por ocasião da passagem do seu dia.
Neste exemplar: lançada a ideia de
pintar a UNCISAL, artigos sobre
avaliação, crônica sobre as séries
médicas americanas, poesia, história da
Medicina.
O Conselho Estadual de Educação
de Alagoas recomenda que seja instalada
uma assessoria para desenvolver “um
novo modelo pedagógico”, para a
UNSICAL. Contribuir com essa difícil
missão é preciso. É uma tarefa dos
acadêmicos, também.
PINTANDO O SETE
E A UNCISAL
A Turma do 1º Ano de Medicina anda pintando o sete e quer
pintar a nossa universidade.
Como diziam os gregos, “As
aparências enganam”. A UNCISAL
está muito mais bonita por dentro
do que por fora.
A Turma lançou a ideia: PINTAR
A UNCISAL POR FORA. Está em busca
de parcerias, de patrocinadores, de
quem queira participar. Se você tem
alguma ideia, junte-se a nós e vamos
deixar a nossa universidade muito
mais bonita do que está.
TROPA DE ELITE
Dia 18, após as aulas, a turma
se reuniu no Shopping Farol para
assistir ao filme Tropa de Elite, uma
contundente análise sobre a corrupção político-administrativa na Polícia Militar do Rio de Janeiro.
Vale a pena assistir.
A vida é maravilhosa. Cabe a gente saber vivê-la.
José Sometti
ETIMOLOGIA
AVALIAÇÃO
A avaliação é uma atividade das mais difíceis da prática educativa. Existem
muitos conceitos sobre avaliação, formados no decorrer do tempo, que
passam pela classificação, descrição, julgamento, negociação, envolvendo
aspectos objetivos e subjetivos. Seguindo-se um princípio didático, costuma-se
classificar a avaliação em diagnóstica, formativa e somativa, conforme ela seja
aplicada no início, durante ou após o processo de ensino-aprendizagem.
Li obras de grandes mestres, que escreveram sobre avaliação: Maria
Thereza Penna Firme, da UFRJ; Pedro Demo, da UnB e Cipriano Carlos Luckesi,
da UFBA.
Com a primeira, tive o prazer de conversar, a quem considero a maior
autoridade em avaliação no Brasil. Na revista Anais, publicada pela editora da
UFRJ, voltada para a prática avaliativa, ela enumera quatro critérios
avaliativos: justiça, exatidão, utilidade e viabilidade. A justiça é o critério ético:
avalia-se o que se ministrou, o que se acordou, e não, as notas de rodapé. A
avaliação não deve ser usado como instrumento disciplinar. A exatidão é o
critério técnico: mais objetividade e menos subjetividade, formas variadas,
enunciados precisos, questões factíveis e não idealizadas. A utilidade é o
critério político-social: a avaliação deve ser útil ao estudante, para saber o seu
progresso; ao docente, a fim de constatar se os objetivos educacionais estão
sendo atingidos; à instituição, para confirmar o perfil do profissional que está
sendo formado; e à sociedade, a fim de que ela possa saber se o cidadão que
está sendo formado atende as suas necessidades. A viabilidade é um critério
técnico: a avaliação precisa ser exequível, possa ser posta em prática.
Pedro Demo abordou mais a avaliação qualitativa, que permite
acompanhar o progresso do avaliado. Avalia-se o progresso, e não, a nota em
si. Como um exemplo rudimentar, usando-se notas, quem passou de 4 para 7
teve um progresso bem maior do que aquele que saiu de 8 para 9.
Quanto ao conceito de avaliação, cito aqui o de Cipriano Carlos Luckesi:
“Avaliação é um instrumento de compreensão do estágio de aprendizagem em
que se encontra o aluno, tendo em vista tomar decisões suficientes e
satisfatórias para que ele possa avançar no seu processo de aprendizagem”.
Gosto desse conceito, pois ele é formativo. A avaliação é um momento a mais
para aprender, corrigir metas, mudar o que não deu certo.
É muito comum avaliação ser confundida com prova. Prova é, apenas,
uma das formas de avaliar; todavia, é a mais usada pelos docentes, por ser a
mais fácil de aplicar, principalmente as objetivas. Miniaulas, seminários,
resumos, práticas, pesquisas, questões abertas, debates, perguntas, respostas,
observações, autoavaliação, avaliação discente, jornadas, congressos, dentre
muitos outros, são algumas formas de avaliar a aprendizagem.
A avaliação integrada prevê dois fatores básicos: parâmetros factíveis ou
alcançados e enfoque interdisciplinar dos resultados. Oxalá, eles nos alcancem
muito breve, para que possamos ultrapassar o aspecto apenas classificatório.
Eicosanoides ou
icosanoides?
Essa palavra vem
de um radical
grego: eikos-,
eikosas-, e
significa “vinte”.
Não existe, em
Português, uma
única palavra com
esse significado
que comece com
eico. Portanto, a
forma icosanoides
tem tudo a ver
com o que
falamos.
CONSELHO
EDITORIAL
Editor-Chefe
Acad. José Carlos
Equipe
2
Quem nunca assistiu a Grey’s Anatomy, House ou Emergency Room e
pensou: “Quero essa vida pra mim”? É ou não comum ver estudantes de
Medicina acompanhando ao menos uma dessas mundialmente mais famosas
séries médicas?
Tal fenômeno parece refletir os anseios dos acadêmicos, uma vez
que esses TV shows mostram um “mundo mágico” do exercício da Medicina,
que envolve o telespectador e aguça nele a vontade de colocar logo a “mão
na massa”, resolver casos.
Confesso que, às vezes, eu mesma me sinto assim depois de assistir a
um episódio do drama Grey’s Anatomy. E, como todos aqueles médicos da
TV são sempre os suprassumos, os melhores em suas áreas, quem os assiste
também nutre o desejo de ser o melhor, projetando-se nas personagens.
Mas, todo esse envolvimento com a realidade médica que está nos
scripts televisivos por aí afora é bom até certo ponto. Se os seriados
iluminam nossa fantasia, também subtraem-nos horas de leituras
obrigatórias.
Há quem diga que de bom esses programas não têm nada, pois
frustram quem espera encontrar na profissão a realidade idealizada da TV.
“Nada é perfeito assim”, comentam; e o pior é que é verdade, mas isso não
deve ser motivo de frustração, deve, sim, servir para superarmos nossas
expectativas sobre nós mesmos fazendo com que sejamos os melhores
apesar de uma realidade não tão perfeita.
Tudo é uma questão de sabedoria; com ela conseguimos extrair o
melhor das coisas!
Acadêmica Maria Carolina Malafaia
Acad. Maria Carolina
Acad. Rafael Costa
MIMETISMO CONTRADITÓRIO
Acad. Rose Viviane
Acad. Thaysa Fernanda
Revisores
Acad. José Carlos
Acad. Rose Viviane
Correspondências:
Acadêmico José Carlos de Freitas
FANTASIA E REALIDADE
[email protected]
Não é uma patologia. No sentido figurado, conforme o dicionário
Aulete Digital, é “mudança consoante o meio, adaptação”. Um exemplo:
durante o regime militar, era comum o governo fazer dossiês de supostos
integrantes dos partidos de esquerda. Eles e outros políticos sempre
condenaram essa prática abusiva. Hoje, essas mesmas pessoas usam de
dossiês como arma política contra seus adversários. Tal atitude atende pelo
nome de mimetismo contraditório.
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