www.brasileconomico.com.br mobile.brasileconomico.com.br QUARTA-FEIRA, 19 DE JANEIRO, 2011 | ANO 3 | Nº 352 | DIRETOR RICARDO GALUPPO | DIRETOR ADJUNTO COSTÁBILE NICOLETTA Igo Estrela Ministro do Trabalho, Carlos Lupi, anuncia nível de emprego recorde em 2010, mas marca foi obtida com antecipação de dados do governo ➥ P14 R$ 3,00 Crescimento econômico mais modesto e ciclo de alta dos juros testam capacidade de empresas em recuperação judicial ➥ P32 Recuperação da região serrana do Rio vai demorar dez anos Mais de 60% das indústrias da região foram afetadas pelas chuvas. Comércio e turismo ainda contam suas perdas Fernando Nonato/DGABC Além dos alagamentos e da perda de estoque, matéria-prima e maquinário, indústria enfrenta falta de pessoal, por morte ou porque vítimas ainda buscam parentes desaparecidos. Em Nova Friburgo, onde o setor de serviços representa 78% do PIB, retomada econômica pode ser ainda mais lenta. As principais atrações turísticas e o patrimônio histórico da cidade foram comprometidos pelo lamaçal. Em Petrópolis, empresas ameaçam ir embora devido ao risco de novas enchentes. ➥ P4 Santo André, na Grande São Paulo, sofreu ontem novas inundações Para equilibrar preços, Ceasa isenta produtores afetados pelas chuvas Em Minas Gerais, 84 cidades decretam estado de emergência Burocracia prejudica liberação de verbas para cidades com áreas de risco INDICADORES ▼ ▼ ▲ ▲ ▼ ■ ▲ ▲ ▲ ▲ ▲ ▼ TAXAS DE CÂMBIO Dólar Ptax (R$/US$) Dólar comercial (R$/US$) Euro (R$/€) Euro (US$/€) Peso argentino (R$/$) JUROS Selic (a.a.) BOLSAS Bovespa - São Paulo Dow Jones - Nova York Nasdaq - Nova York S&P 500 - Nova York FTSE 100 - Londres Hang Seng - Hong Kong 18.1.2011 COMPRA VENDA 1,6745 1,6737 1,6780 1,6760 2,2388 2,2376 1,3370 1,3369 0,4207 0,4197 META EFETIVA 10,66% 11,25% VAR. % ÍNDICES 0,44 70.919,75 0,43 11.837,93 0,38 2.765,85 1.295,02 0,14 1,18 6.056,43 -0,01 24.153,98 Ação para frear dólar pode dar prejuízo ao BC A compra da moeda no mercado futuro (swap cambial reverso) deve fazer com que o BC pague mais do que vai receber sem que aconteça o esperado efeito de conter a valorização do real. ➥ P34 Battistella inaugura porto de R$ 500 milhões em Santa Catarina ➥ P26 Divisão imobiliária da Camargo Corrêa faz expansão regional ➥ P28 Usiminas Mecânica fecha contratos de R$ 286 mi para grandes obras ➥ P30 2 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 NESTA EDIÇÃO Henrique Manreza Em alta Produção de calçados cresce 5,5% Em 2010, foram colocados no mercado 858 milhões de pares, dos quais 143 milhões destinados ao mercado externo, 12,9% a mais em relação ao ano anterior. Para este ano, a previsão é de alta de 8% no mercado interno. ➥ P24 Hedeson Alves Vendas da Rossi atingem R$ 4 bilhões O volume corresponde a vendas contratadas da construtora e incorporadora. Em relação a 2009 houve aumento de 71%, sendo que somente no último trimestre, as vendas somaram R$ 1,2 bilhão, mais 40% sobre um ano antes. ➥ P29 Battistella prevê inaugurar o porto de Itapoá em março Grupo que, em 2010, rompeu a barreira de R$ 1 bilhão em faturamento, é sócio majoritário do empreendimento, com 42% de participação, juntamente com a Aliança Navegação (30%) e o grupo GP (28%). O valor total do projeto é de R$ 500 milhões, com investimento proporcional à participação de cada sócio. “Ter um grande polo portuário em Santa Catarina trará resultado bastante positivo no médio e longo prazo”, afirma Marcos Andreetto Perillo, diretor-superintendente da Holding Battistella. Itapoá terá capacidade inicial instalada para movimentar 300 mil contêineres por ano. ➥ P26 País gerou 2,5 milhões de empregos formais Pela primeira vez na série do Caged, iniciada em 1992, o número de empregos gerados no ano ultrapassou a marca de 2 milhões de vagas. “Viemos de um período em que a economia teve uma parada e voltou a crescer no meio do ano. A consequência dessa parada fez com que a retomada, em 2010, fosse mais forte”, explicou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Em dezembro, contudo, foram cortados 407.510 postos com carteira assinada, o que é atribuído pelo ministro a fatores sazonais, como a entressafra agrícola, em especial no setor canavieiro. “É um efeito sazonal que sempre ocorre, sempre acima de 300 mil cortes”, disse o ministro. ➥ P14 BC pode ter prejuízo com swap reverso No leilão do dia 14, o Banco Central comprou swaps a R$ 1,86 e R$ 1,87, mas analistas duvidam que a moeda norte-americana atinja esse valor, quando dos vencimentos, em abril e julho de 2012. ➥ P34 Murillo Constantino Consumo deve recuar no trimestre Previsão é do Programa de Administração do Varejo (Provar), cuja pesquisa constatou que o número de consumidores que pretendem ir às compras no primeiro trimestre de 2011 recuou para 71,8%, em comparação com os 76,2% no quarto trimestre de 2010. ➥ P18 Ofner abrirá três lojas até dezembro Rede de confeitarias, conhecida pelos seus chocolates e sorvetes, prevê encerrar o ano com 22 pontos de vendas em São Paulo. Serão investidos R$ 700 mil em cada unidade, diz Laury Roman, diretor comercial. ➥ P13 A experiência do ProUni no ensino médio Promessa de campanha da presidente Dilma Rousseff, a adaptação do modelo utilizado no ensino superior para ensino médio profissionalizante atrai instituições privadas, que já elaboraram seus modelos de cursos. ➥ P16 Divulgação Passivo elevado em recuperação judicial Sérgio Emerenciano, do Emerenciano, Baggio e Associados, calcula que as dívidas de 25 empresas em recuperação judicial somam R$ 10,3 bilhões. O maior passivo é o do frigorífico Independência, com R$ 3,5 bilhões. ➥ P32 Fundos imobiliários mudam estratégia Henrique Manreza Enquanto em 2010 predominou a compra de espaços corporativos para aluguel, neste início de 2011, os fundos destinam a maior fatia de recursos para ativos lastreados no setor imobiliário. São Certificados de Recebíveis Imobiliários, Letras e até ações de construtoras. ➥ P36 CCDI programa R$ 1,65 bi em lançamentos este ano Este ano, cerca de 25% dos lançamentos serão direcionados para Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná, numa mudança de postura em relação a 2010, quando 91,8% dos empreendimentos se encontraram no estado de São Paulo. Francisco Sciarotta, diretor-superintendente, explica que serão lançamentos dirigidos a consumidores de média renda, mas o atendimento do público de baixa renda também será ampliado, através da HM Engenharia, divisão do grupo, voltada para esse público. “Por enquanto a HM só atua em São Paulo, mas estudamos a possibilidade de construir imóveis em outras regiões do país”, explica Sciarotta. ➥ P28 Qualificação profissional muda Colíder A internet redespertou a democracia Em cinco anos, município do norte mato-grossense evolui de uma economia agrícola para um centro regional de serviços de saúde e educação e de formação de mão de obra qualificada. Número de cursos superiores passou de 5 para 30. ➥ P22 A frase é do ex-vice-presidente dos Estados Unidos e Prêmio Nobel da Paz, Al Gore, ontem, na Campus Party, em São Paulo. “Não deixem a rede cair no controle dos governos ou grandes corporações”, pediu à plateia. ➥ P38 Hannelore Foerster/Bloomberg A FRASE “É preciso moderação e responsabilidade” Michel Barnier, comissário de Mercado Interno da União Europeia, exortando os bancos europeus a demonstrarem “sensibilidade ética” na distribuição dos bônus aos executivos referentes a 2010. Ele lembrou que a conjuntura europeia segue marcada pela austeridade fiscal e alto nível de desemprego. Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 3 EDITORIAL Murillo Constantino GUILHERME MUYLAERT, SUPERINTENDENTE DA USIMINAS MECÂNICA A necessidade de nova postura contra tragédias A reconstrução das cidades de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis e respectivo entorno é uma boa oportunidade para que o governo federal inove em sua postura nesse tipo de tragédia, na tentativa de evitar ou, pelo menos, minimizar suas consequências. Mesmo que seja obrigado a costurar um acordo suprapartidário com as administrações nos níveis estadual e municipal envolvendo também autoridades do judiciário, num compromisso firme contra novos desastres. Rememorar a relação de omissões ou conivência dos órgãos públicos em relação a ocupações de áreas de risco é tão deprimente como ver, pelos noticiários, a evolução do número de mortos na região serrana do estado do Rio. Em alguns episódios, contudo, é difícil deixar de lado a indignação, como quando se fica sabendo que há mais de dez anos órgãos ambientais haviam alertado prefeituras serranas sobre a ocupação irregular de algumas das áreas atingidas pelos deslizamentos da semana passada. E o mais grave é que em muitos casos as ocupações aconteceram com anuência das autoridades municipais. Caso não sejam impostos objetivos e prazos às prefeituras, novas tragédias voltarão a acontecer “É um pontapé inicial”, diz Guilherme Muylaert, superintendente da Usiminas Mecânica, divisão de bens de capital e serviços da siderúrgica mineira, sobre a assinatura de cinco contratos para fornecimento de estruturas metálicas a obras no país no total de R$ 286 milhões. ➥ P30 Diretor de Redação Ricardo Galuppo Diretor Adjunto Costábile Nicoletta Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas Vasconcellos Diretor-Presidente José Mascarenhas Diretor-Vice-Presidente Ronaldo Carneiro Diretores Executivos Alexandre Freeland, Paulo Fraga e Ricardo Galuppo [email protected] BRASIL ECONÔMICO é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A. Redação, Administração e Publicidade Avenida das Nações Unidas, 11.633 - 8º andar, CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP), Tel. (11) 3320-2000. Fax (11) 3320-2158 Editores Executivos Arnaldo Comin, Gabriel de Sales, Jiane Carvalho, Thaís Costa, Produção Editorial Clara Ywata Editores Carla Jimenez (Brasil), Conrado Mazzoni (On-line), Fabiana Parajara (Destaque), Márcia Pinheiro (Finanças), Rita Karam (Empresas) Subeditores Estela Silva, Isabelle Moreira Lima (Empresas), Luciano Feltrin (Finanças), Marcelo Cabral (Brasil), Micheli Rueda (On-line) Repórteres Amanda Vidigal, Ana Paula Machado, Ana Paula Ribeiro, Bárbara Ladeia, Carolina Alves, Carolina Pereira, Cintia Esteves, Claudia Bredarioli, Daniela Paiva, Domingos Zaparolli, Dubes Sônego, Elaine Cotta, Eva Rodrigues, Fabiana Monte, Fábio Suzuki, Felipe Peroni, Françoise Terzian, João Paulo Freitas, Juliana Rangel, Karen Busic, Luiz Silveira, Lurdete Ertel, Maria Luiza Filgueiras, Mariana Celle, Mariana Segala, Martha S. J. França, Michele Loureiro, Natália Flach, Nivaldo Souza, Paulo Justus, Pedro Venceslau, Priscila Dadona, Priscila Machado, Regiane de Oliveira, Ruy Barata Neto, Thais Folego, Vanessa Correia, Weruska Goeking Brasília Maeli Prado, Simone Cavalcanti Rio de Janeiro Daniel Haidar, Ricardo Rego Monteiro Arte Pena Placeres (Diretor), Betto Vaz (Editor), Evandro Moura, Letícia Alves, Maicon Silva, Paulo Roberto Argento, Renata Rodrigues, Renato B. Gaspar, Tania Aquino (Paginadores), Infografia Alex Silva (Chefe), Anderson Cattai, Monica Sobral Fotografia Antonio Milena (Editor), Marcela Beltrão (Subeditora), Evandro Monteiro, Henrique Manreza, Murillo Constantino, Rafael Neddermeyer (Fotógrafos), Angélica Breseghello Bueno, Carlos Henrique, Fabiana Nogueira, Thais Moreira (Pesquisa) Webdesigner Rodrigo Alves Tratamento de imagem Henrique Peixoto, Luiz Carlos Costa Secretaria/Produção Shizuka Matsuno Departamento Comercial Paulo Fraga (Diretor Executivo Comercial), Mauricio Toni (Diretor Comercial), Júlio César Ferreira (Diretor de Publicidade), Ana Carolina Corrêa, Sofia Khabbaz, Valquiria Rezende, Wilson Haddad (Gerentes Executivos), Paulo Fonseca (Gerente Comercial), Celeste Viveiros, Mariana Sayeg (Executivos de Negócios), Jeferson Fullen (Gerente de Mercados), Andréia Luiz (Assistente Comercial) Projetos Especiais Márcia Abreu (Gerente), João Felippe Macerou Barbosa, Samara Ramos (Coordenadores), Daiana Silva Faganelli (Analista), Solange Santos (Assistente Executiva) Um ano atrás, as tragédias do morro do Bumba, em Niterói, e de Angra também aconteceram em áreas de risco, sem que também nesses casos nada tenha sido feito para evitar a ocupação. No primeiro, as construções foram erguidas sobre um lixão desativado, enquanto no segundo, alguns imóveis de luxo tiveram o aval até de arquitetos. Coincide com a tragédia no Rio a divulgação da informação de que na capital paulista existem 115 mil pessoas morando em áreas de risco. Não é o caso de discutir a conivência, por ação ou por omissão, da autoridade municipal com as ocupações, mas como agir a partir de agora. Se o governo central, em conjunto com os estados, não impuser objetivos e prazos rigorosos às prefeituras municipais na realização de obras e na remoção dos ocupantes de áreas ameaçadas, ficam em aberto as chances para que as tragédias se repitam. E a todos só restará, mais uma vez, voltar a contar os mortos. ■ Publicidade Legal Marco Panza (Diretor de Publicidade Legal e Financeira), Marco Aleixo (Gerente Executivo), Adriana Araújo, Ana Alves, Carlos Flores (Executivos de Negócios), Solange Santos (Assistente Comercial) Sucursal RJ Rua do Riachuelo, 359 – 5º andar - CEP 20230-902 – Rio de Janeiro – RJ - Tel.: (21) 2222-8151 e 2222-8707 Jornalista Responsável Ricardo Galuppo Departamento de Marketing Anysio Espindola, Evanise Santos (Diretores), Rodrigo Louro (Gerente de Marketing), Giselle Leme, Roberta Baraúna (Coordenadores de Marketing). Operações Cristiane Perin (Diretora) TABELA DE PREÇOS* Assinatura Nacional Trimestral Semestral Anual R$ 165,00 R$ 276,00 R$ 459,00 Departamento de Mercado Leitor Nido Meireles (Diretor), Nancy Socegan Geraldi (Assistente Diretoria), Denes Miranda (Coordenador de Planejamento) *Preços de assinatura com desconto de 13%, 27% e 39% para vigências trimestral, semestral e anual, respectivamente, em relação ao preço de capa Central de Assinantes e Venda de Assinaturas Marcello Miniguini (Gerente de Assinaturas), Vanessa Rezende (Supervisão de Atendimento), Conceição Alves (Supervisão) (circulação de segunda a sexta, exceto nos feriados nacionais) São Paulo e demais localidades 0800 021 0118 Rio de Janeiro (Capital) (21) 3878-9100 De segunda a sexta-feira - das 6h30 às 18h30. Sábados, domingos e feriados - das 7h às 14h. [email protected] Central de Atendimento ao Jornaleiro (11) 3320-2112 Condições especiais para pacotes e projetos corporativos Auditado pela BDO Auditores Independentes Impressão: Editora O Dia S.A. (RJ) Nova Forma (SP) FCâmara Gráfica e Editora Ltda. (DF/GO) 4 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 DESTAQUE DESASTRES CLIMÁTICOS Região serrana do Rio levará 10 anos para se recuperar Garis do Rio foram emprestados pela Comlurb para limpar as ruas de Nova Friburgo Firjan mostra que pelo menos 62,2% das empresas foram afetadas. Turismo e comércio também sofrem pesadas perdas Juliana Rangel [email protected] Além de contabilizarem e chorarem seus mortos, as cidades da região serrana do Rio se prepararam para um período de contração econômica nos próximos anos. Pesquisa feita pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) indica que 62,2% das empresas foram afetadas pelos temporais da semana passada. O prejuízo estimado por 278 companhias ouvidas chega a R$ 153,3 milhões. Em Petrópolis, a indústria tem peso de 27% sobre o Produto Interno Bruto (PIB). Em Nova Friburgo e Teresópolis, o percentual fica em torno de 12%. Além de muitas fábricas terem sofrido com a perda de funcionários, alagamentos e comprometimento de matéria-prima, estoque e máquinas, várias ficaram sem infraestrutura: 83,2% relataram problemas no abastecimento de energia elétrica. As linhas de telefone pararam de funcionar em 73,4% delas. E 67,6% tiveram o quadro de funcionários reduzido. O levantamento também mostrou que 21,4% foram alagadas. Ainda segundo a pesquisa, 65,3% foram afetadas em sua capacidade de produção. Para o vice-presidente da Firjan Carlos José Ieker, algumas das cidades, como Nova Friburgo, vão levar até dez anos para voltarem ao patamar econômico anterior às chuvas. Em Nova Friburgo, o setor de serviços, que inclui turismo e comércio, é responsável por 78% do PIB. Com as enchentes, alguns pontos turísticos como a Praça do Suspiro e o teleférico vieram abaixo, hotéis do centro foram afetados e as confecções de moda íntima, que movimentam o comércio, tentam descobrir o tamanho de suas perdas. Só ontem, uma semana após a tragédia, os bancos e o comércio voltaram a abrir, mas ainda de forma tímida. A Faol, principal empresa de transporte público, havia retomado parcialmente as atividades. Várias fá- “ Entrou 1,70 m de lama aqui e não tenho ideia de quando vou conseguir recuperar (o prejuízo). Isso, se eu conseguir Kênia Cariello, sócia da empresa de roupa esportiva CCM bricas estavam sem luz, telefone, internet e água. “Quem não foi afetado, ficou sem funcionário para trabalhar ou porque eles perderam suas vidas ou porque estão em busca de parentes ou tentando recuperar as casas. Além disso, não há transporte público”, diz Ieker. Alguns trechos da cidade, percorridos geralmente em meia hora, levam mais de duas horas para serem concluídos. Além disso, há muitas áreas de risco, com passagem proibida. Perda de até R$ 10 milhões A confecção de roupa esportiva CCM retirava ontem a lama de suas instalações. Com 120 funcionários e produção de 40 mil peças por mês, a sócia da empresa Kênia Cariello estima que sua perda financeira fique entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões. “Só se salvaram as máquinas, que estavam no segundo andar”, diz. “Entrou 1,70 metro de lama e não tenho ideia de quando vou conseguir recuperar isso, se conseguir”. Ieker, da Firjan, é dono de uma fábrica de aviamentos e perdeu todo o segmento de acabamentos de sua empresa. O prejuízo estimado é de R$ 2 milhões. “Vou ficar pelo menos dez dias sem conseguir trabalhar. Hoje, se eu quiser emitir uma nota fiscal não consigo, porque não tenho internet. Devo ter um prejuízo adicional de R$ 2 milhões”, diz. De acordo com a Firjan, as fábricas de Nova Friburgo foram as mais afetadas: 79,8%. Em Teresópolis, foram 68,8%. Petrópolis foi a menos afetada, com 30,7%. “Tentamos falar com mais de 500 empresas de Friburgo, sem sucesso. Muitas estão incomunicáveis”, diz Ieker. A atividade que mais emprega na cidade é a têxtil. O município, conhecido como capital da moda íntima, tem cerca de 900 confecções responsáveis pela geração de mais de 20 mil empregos e faturamento de R$ 600 milhões ao ano. A estimativa é que as empresas demorem 27 dias para voltar a funcionar. ■ TURISMO Em Friburgo, prefeitura deve suspender carnaval O secretário de Turismo de Nova Friburgo, José Mota, admite que avalia suspender os festejos de carnaval devido a tragédia da semana passada. Nessa época do ano, o setor hoteleiro fica 100% ocupado. Mas o município está sem infraestrutura para atender turistas e suas principais vias de acesso, como a RJ-116, estão sob ameaça de deslizamentos e rompimento de pista. Entre os principais pontos turísticos afetados estão o Teleférico, além do Parque Hotel, projetado por Lucio Costa, e as torres da igreja de Santo Antonio, na Praça do Suspiro, também do arquiteto. A Praça Getúlio Vargas e um dos lagos do chalé do Country Clube ficaram prejudicados. Eles foram feitos pelo engenheiro Auguste Marie François Glaziou, convidado em 1858 por Dom Pe- dro II para vir ao Brasil. “Eu diria que ao menos 30% do patrimônio histórico foi comprometido”, diz a diretora do Departamento de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural, Lilian Barreto. “Sem apoio, em uma semana Friburgo sai do noticiário e nossa memória fica perdida”. O empresário Ricardo Barbosa, dono do Hotel Monte Everest, estima que a cidade vai demorar a menos seis meses para recuperar sua vocação turística. “Os turistas vão ficar com medo de vir a Friburgo”, acredita. José Mota diz que vai se empenhar para retomar a agenda cultural da cidade. “Nada impede que façamos um carnaval fora de época. Vamos fazer com que Friburgo se destaque por suas atrações e não mais pela tragédia”. ■ J.R. Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 5 LEIA MAIS A Ceasa vai isentar produtores rurais afetados pelas chuvas do imposto cobrado pelo uso de espaços de comercialização de produtos. A taxa está em R$ 12 por dia. A Caixa vai liberar o uso do FGTS por vítimas das enchentes. Eles terão mais prazo da Receita para pagar impostos e empresários terão linhas especiais de crédito. O varejo de Blumenau, que também sofreu com desastres naturais em 2008, está praticamente recuperado. A liberação dos recursos do FGTS sustentou o comércio. Carlo Wrede/O Dia Tragédia pode levar à evasão de empresas Em Petrópolis, cervejaria controlada pelo príncipe Francisco de Orleans e Bragança pode mudar de endereço; pousadas de luxo devem diminuir Ruy Barata Neto Somente três empresas de Petrópolis declararam prejuízo de mais de R$ 4 milhões [email protected] Divulgação ATRAÇÕES EM RISCO Em Nova Friburgo, o hotel Recanto da Itália foi parcialmente invadido pela terra e está à beira de um precipício formado pelo deslizamento do morro. Ao lado, o boliche da cidade. Ambos ficam na Praça do Suspiro, perto do teleférico, que também foi interditado. Segundo a prefeitura, não é possível prever se ele voltará a funcionar. Os prejuízos para a economia dos municípios atingidos pelas chuvas na região serrana do Rio ainda não foram contabilizados, mas já é possível dizer que o mapa comercial de pelo menos uma delas, Petrópolis, deverá mudar com a tragédia. Depois do segundo prejuízo por causa de chuvas, a tradicional cervejaria Cidade Imperial, que pertence ao príncipe Francisco de Orleans e Bragança, deverá sair da região do Vale do Cuiabá, onde funciona desde 1997. Segundo um dos diretores da companhia, o mestre cervejeiro Rafael Farinha, a fábrica perdeu toda a matéria-prima estocada e o maquinário, paralisando a produção que era de, em média, 200 mil litros de cerveja clara, escura e chopp por mês. As perdas somam cerca de R$ 1,5 milhão. “Não pretendemos fechar o negócio, mas o lugar pode ser abandonado”, diz Farinha, hoje dedicado a retirar a espessa camada de quase 50 centímetros de lama que cobre o local. Trata-se do segundo prejuízo com chuva enfrentado pela empresa. Em 2008, a fábrica perdeu o equivalente a R$ 600 mil depois de um temporal na região. “Aqui ficamos muito expostos às tempestades, que estão ficando maiores”, diz. Na região do Vale do Cuiabá também ficavam propriedades de altos executivos, áreas para a criação de cavalos e pousadas de luxo cuja participação no Produto Interno Bruto era relevante, mas não estimada pela prefeitura local. Segundo o diretor de desenvolvimento econômico do município, José Francisco Secudese, pelo menos duas pousadas de luxo na região foram destruídas, a La Roche e a Los Incas, que deverá fechar as portas segundo sua proprietária, Gilka Leite Garcia. A prefeitura da cidade pretende concluir uma levantamento geral dos prejuídos nos setores produtivos. Segundo o secretário de abastecimento e agricultura de Petrópolis, Nelson Sabrá, três empresas da região somam prejuízos declarados de mais de R$ 4 milhões. A Agristar, indús- tria local de sementes, amarga perdas de R$ 3 milhões. Uma outra indústria da área têxtil, a Antonio Pacheco, soma mais R$ 800 mil e a granja Aluízio, conhecida na região, perdeu mais de R$ 300 mil. “É necessário haver vantagens de crédito providas pelo estado para financiar a retomada desses negócios”, afirma Sabrá. Segundo os cálculos da secretaria, os prejuízos na área de agricultura devem ultrapassar a casa dos R$ 15 milhões (leia mais na página 6). O montante será ainda maior em Teresópolis, que possui um setor agrícola ainda mais importante. Enquanto em Petrópolis há perdas de 550 famílias produtoras, em Teresópolis o número chega a abranger 1,3 mil famílias. ■ 6 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 DESTAQUE DESASTRES CLIMÁTICOS Ceasa isentará produtores para equilibrar preços CEASA DE NOVA FRIBURGO VIRA CENTRAL DE DISTRIBUÇÃO Região atingida é responsável por 60% do abastecimento de hortaliças do Rio; produtos ficaram três vezes mais caros Ruy Barata Neto [email protected] As Centrais de Abastecimento do Estado do Rio de Janeiro (CeasaRJ) vão isentar os produtores rurais afetados pelas chuvas na região serrana do Rio de Janeiro do imposto cobrado pela utilização de espaços de comercialização de produtos nas unidades da entidade, hoje em torno de R$ 12 por dia. O benefício será concedido por uma comissão especial, com representantes dos produtores de hortifrutis do Estado, que ficará responsável por identificar os agricultores que tiveram prejuízos com a catástrofe. A medida, publicada hoje no Diário Oficial do estado, está entre as primeiras tomadas pelo governo no sentido de recuperar a atividade produtiva das sete cidades atingidas pelas chuvas — Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Bom Jardim, São José do Vale do Rio Preto, Sumidouro e Areal. A desoneração é uma das soluções para reestabelecer o nível de competitividade das hortaliaças produzidas na região serrana do Rio de Janeiro, que em condições normais é responsável por 60% do abastecimento do estado, segundo a Secretaria de Agricultura e Pecuária do Rio de Janeiro. A chuva devastou plantações e impediu o escoamento dos produtos para as centrais de abastecimemento, trazendo uma disparada nos preços. Na sexta-feira passada, a caixa de alface com 18 unidades chegou a ser vendida a R$ 30, seis vezes mais do que o valor normal de R$ 5. Ontem, o produto ainda continuava com valor distorcido, de R$ 15 a caixa. Segundo o presidente da Ceasa-RJ, Mário Domingues Ferreira, os preços aos poucos estão convergindo para baixo, mas não exatamente por conta da normalização da entrega da região serrana. “O que está acontecendo é que o déficit na entrega está tornando vantajoso para produtores de regiões mais distantes pagarem o frete para vender na capital, o que tem reestabelecido a oferta de alguns produtos”, diz Domingues. Mas o fenômeno não é homogêneo. A caixa de tomate de 20 quilos estava sendo vendida ontem a R$ 20, preço menor inclusive do que os R$ 25 normais. A Secretaria estadual de Agricultura conseguiu prorrogação de 180 dias para pagar os financiamentos de crédito rural que vencem de janeiro a março deste ano, sem a incidência de encargos Por outro lado, a caixa de couve continua custando R$ 1, longe dos R$ 0,30 normais. “A desoneração deverá evitar que o produtor da região serrana, com produção reduzida e dificuldade de oferta, mantenha os preços mais altos”. Além disso, a medida não deixa de ser uma compensação pelas perdas na catástrofe, o que ainda não foi contabilizado pelas autoridades. Nas sete cidades atingidas existem cerca de 17 mil famílias na área rural que movimentam por ano algo em torno de R$ 850 milhões. Apenas Teresópolis, uma das cidades mais afetadas, a estimativa é a de que o setor injete na economia local entre R$ 700 mil e R$ 1 milhão por dia. “Ainda não temos estimativas sobre os prejuízos uma vez que ainda estamos concluindo a abertura de estradas de acesso às comunidades produtoras do município”, afirma Fernando Luis Fernandes Mendes, secretário regional de agricultura de Teresópolis. Segundo ele, 90% do acesso via terrestre às comunidades rurais foi aberto, restam ainda três regiões isoladas. “Agora passamos a voltar o nosso foco para levantar os prejuízos”, diz. Em reunião com as secretarias regionais da cidades, o governo fluminense determinou a criação de uma frente de agricultura na cidade que ajudará no levantamento, a ser concluído até sextafeira. Em Petrópolis, onde atuam mais de 550 produtores rurais, a estimativa preliminar da secretaria regional é de que sejam necessários até R$ 15 milhões para recompor a atividade. ■ PRODUÇÃO ALFACE R$ 850 mi é quanto movimentava por ano R$ 15 era o preço de uma caixa de a produção de hortaliças das famílias rurais das sete cidades atingidas pelas chuvas no Rio, segundo o governo estadual. alface com 18 unidades ontem no Ceasa da capital fluminense. O valor é três vezes maior do que o cobrado antes da catástrofe. PRODUTORES RECUPERAÇÃO 17 mil é o número estimado de famílias R$ 15 mi é quanto a prefeitura de produtoras rurais nas sete cidades atingidas pelas chuvas no Rio. Elas respondem por 60% do abastecimento de hortaliças do RJ. Petrópolis estima como montante necessário para a recuperação das perdas na área de agricultura da cidade. Vítimas ganham BNDES também diz que está “à disposição para colaborar” se governo federal pedir Além de poderem contar com os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para reconstruir suas vidas, moradores das regiões atingidas pelas fortes chuvas da semana passada no Rio de Janeiro terão prazos maiores para pagar impostos. A Receita Federal informou ontem que os habitantes dos municípios de Areal, Bom Jardim, Nova Friburgo, Petrópolis, São José do Vale do Rio Preto, Sumidouro e Teresópolis terão o benefício da prorrogação do prazo de pagamento de tributos federais e a suspensão de prazos para o cumprimento de atos processuais no órgão. Os beneficiados terão seis meses para quitar tributos federais com vencimento entre 11 de janeiro e 31 de março. Os atos processuais ligados à Receita ficarão suspensos até 31 de março, e será prorrogada até 31 de julho a entrega de declarações ao fisco que vencem em janeiro, fevereiro e março. Além disso, a Investe Rio, agência estadual de fomento, ligada à Secretaria de Desenvolvimento, prometeu dar crédito Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 7 Valter Campanato/ABr DE DONATIVOS Sem produtos para comercializar, a Central de Abastecimento (Ceasa) do bairro de Conquista, em Nova Friburgo, virou um centro de distribuição de donativos e de assistência à população. Estão instalados no local um Centro de Comando da Polícia Militar e do Batalhão de Operações Especiais e um núcleo da recém-criada Secretaria Estadual de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca do Rio, além de um posto médico com profissionais de saúde da Polícia Militar. Na área reservada à venda de produtos agrícolas da região, agora estão empilhados donativos que chegam de todo o país. Sapatos, roupas, material de higiene pessoal e alimentos são levados a abrigos próximos ou são retirados ali mesmo pela população necessitada. Com informações da Agência Brasil crédito especial e mais prazo da Receita O trabalhador que tiver perdido os documentos nas chuva terá de pedir uma declaração à prefeitura para depois sacar o FGTS diferenciado a pequenas e microempresas dos municípios. Elas terão linhas com juros mais baixos que os de mercado, em prazo menor. Os limites de empréstimo ainda não foram definidos. O programa é destinado a financiar a compra de máquinas e equipamentos, e para a reconstrução de galpões e recomposição de capital de giro. O mesmo procedimento foi adotado no Noroeste do estado em 2009, e na tragédia de Angra dos Reis, no ano passado. No dia anterior, a Caixa Econômica Federal havia prometido liberar em até cinco dias o saque de parte do Fundo de Ga- rantia do Tempo de Serviço (FGTS). O prazo, segundo o banco, é contado a partir do recebimento de documentos das prefeituras das cidades afetadas. O trabalhador que tiver perdido os documentos nas chuva, terá de pedir uma declaração à prefeitura. A retirada pode ser feita em qualquer agência da Caixa. O banco montará postos avançados nas regiões afetadas. BNDES pode ajudar Procurado, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) disse estar “afinado e à disposição do Governo Federal para contribuir com os esforços de reconstrução dos municípios fluminenses afetados pelas chuvas”. Mas afirmou, via assessoria de imprensa, que não há qualquer linha de financiamento em estudo para as vítimas da tragédia. O banco financiou capital de giro a empresas vítimas de temporais em Santa Catarina, em dezembro de 2008. “A gente vai precisar de incentivos para respirar e poder manter cidade. E, principalmente, de linhas de financiamento”, disse Carlos José Ieker, vice-presidente da Firjan encarregado da região Norte-Fluminense. ■ Juliana Rangel, com agências FINANCIAMENTO Investe Rio A agência de fomento, ligada à secretaria de Desenvolvimento do estado, vai dar crédito a juro mais baixo que o de mercado e com maior agilidade a empresas. CAIXA ECONÔMICA FGTS O banco promete um prazo de cinco dias para liberar os saques de recursos do fundo, a partir de um pedido das prefeituras que foram afetadas pelas chuvas. 8 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 DESTAQUE DESASTRES CLIMÁTICOS Liberação de FGTS salvou o varejo Na avaliação de entidades como o Clube de Dirigentes Logistas (CDL) da cidade, dinheiro para recuperação Dubes Sônego [email protected] As chuvas que atingiram Blumenau, em Santa Catarina, em novembro de 2008, causaram estragos semelhantes aos da região serrana do Rio. As proporções da tragédia, no entanto, foram menores. A chuva lavou o solo de Blumenau, derreteu morros, soterrou casas e empresas. Deixou para trás prejuízos materiais e mais de 130 mortos. Agora, passados pouco mais de dois anos, a cidade está praticamente recuperada. Pelo menos no campo econômico. Em boa parte, admitem a Prefeitura e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) local, por causa da rápida liberação, pelo governo federal, do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). “Todo mundo recebeu, não só as famílias afetadas”, afirma Paulo Cesar Lopes, presidente do CDL. “Na expectativa da liberação, muita gente começou a gastar por conta”. Quem foi afetado, comprou o que precisava para refazer a vida. Quem não precisava, aproveitou os recursos para reformas e para a compra de outros tipos de bens. Para o prefeito João Paulo Kleinübing, é difícil dimensionar Quem não conseguiu escapar do prejuízo foram as micro e pequenas empresas, muitas delas informais, devido às exigências burocráticas o peso do FGTS na recuperação da economia, porque na época surgiram também outros estímulos em nível nacional, como a isenção de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis e eletrodomésticos da linha branca. Mas, ele diz que teve papel importante. No caso catarinense, o comércio foi pego pela inundação com os estoques cheios para as vendas de Natal e pouco depois do início da crise econômica internacional. Sem os incentivos, sofreria os prejuízos da perda dos estoques e da queda da demanda. Quem não conseguiu escapar do prejuízo foram as micro e pe- quenas empresas, em especial da área industrial e de serviços. Blumenau é um dos principais polos têxteis do país, com especialização nos segmentos de confecção em malha e artigos de cama, mesa e banho. Grandes empresas sediadas na região, como Karsten, Teka e Coteminas escaparam com prejuízos menores. Mas confecções que prestam serviços para empresas de médio e grande porte, muitas delas informais e instaladas em regiões periféricas, foram diretamente afetadas. De acordo Amarildo Ramos, presidente da Associação das Micro e Pequenas Empresas de Blu- Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 9 Jeferson Baldo/SECOM/AFP Construções no centro de Blumenau, uma das áreas de risco, foram limitadas depois da enchente de 2008 Billy Mao/Futura Press SOLIDARIEDADE S.A. Empresas recolhem donativos e oferecem auxílio no Rio Em paralelo às ações do governo e da sociedade civil, uma série de empresas se mobiliza para ajudar as vítimas das chuvas na região serrana do Rio de Janeiro. O Grupo Pão de Açúcar doou dez caminhões com itens de higiene, alimentos e colchões e iniciou campanha para o recolhimento de doações em 330 de suas lojas, nos estado de São Paulo e Rio de Janeiro. Além de preparar sua rede de lojas para receber doações, a rede varejista Ricardo Eletro anunciou que doará o lucro das vendas de amanhã, dia 20, para programas de ajuda do governo do Rio de Janeiro que visam apoiar os desabrigados e reconstruir as áreas atingidas. É uma iniciativa semelhante a de nove restaurantes Outback, que reverterão o lucro com as vendas de amanhã de seu carro chefe, as costelas com molho barbecue, para às vitimas da tragédia. As Lojas Americanas e a B2W dizem que estão enviando desde a última quarta-feira colchonetes, camisetas e travesseiros a região serrana do Rio, enquanto a Vale e a fabricante de máquinas JCB disponibilizaram uma série de equipamentos e operadores para auxiliar no trabalho de resgate de vítimas e remoção de terra e escombros. Há ainda empresas que estão realizando campanhas internas de doação junto aos funcionários, caso da Arcos Dourados, responsável pelas lojas do McDonald’s no Brasil, e da Dedini, fabricante de bens de capital. D.S. em Blumenau reduziu também o impacto da crise mundial menau (Ampe), apesar das promessas de liberação de recursos pelo governo federal, pouco dinheiro foi efetivamente liberado a tempo de salvar negócios do gênero, devido às exigências burocráticas. “As pequenas e micro empresas vivem da venda diária de seus produtos e serviços, não têm recursos em caixa para suportar períodos de paralização”. O próprio Ramos conta que viu sua empresa de terraplanagem e artefatos de cimento ser soterrada, junto com casas vizinhas, e teve de interromper as atividades por três meses. “O prejuízo foi de R$ 500 mil”, diz. Depois da inundação, Lençóis Paulista (SP) enfrenta risco de transbordamento de açudes Prejuízos também em São Paulo e Minas Capital paulista registrou novas inundações ontem à tarde Fabiana Parajara* [email protected] No fim da tarde de ontem, a região metropolitana de São Paulo voltou a ser atingida por fortes chuvas. Além da capital, que teve pelo menos 15 pontos de alagamento por volta das 19 horas, segundo informações do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), cidades do ABC paulista também foram afetadas. Um helicóptero da Polícia Militar teve de resgatar motoristas ilhados nas vias de Santo André. Uma parte da Via Anchieta, que liga a capital paulista ao litoral, foi fechada por precaução. As chuvas também causaram prejuízo no interior do estado e em Minas Gerais. Lençóis Paulista, a 283 quilômetros da capital paulistana, está em alerta desde anteontem por causa do nível das represas e açudes. Segundo José Antonio Marise, coordenador da Defesa Civil do município, há risco de rompimento em quatro locais. “São açudes que ficam a 13 e 15 quilômetros do centro, e não é possível saber o que vai ocorrer se No Rio Grande do Sul, por outro lado, a estiagem está completando um mês. A Defesa Civil decretou situação de emergência em dez municípios mentos e queda de pontes. As populações de Amparo, Pedreira, Jaguariúna e Bragança Paulista estão em alerta porque a Sabesp, companhia de saneamento do estado de São Paulo, avisou que aumentou ontem a vazão da Represa Jaguari-Jacareí descarregada no Rio Jaguari, para 80 metros cúbicos e há risco de inundações. Em Franco da Rocha, na Grande São Paulo, onde o aumento da vazão da represa Paiva Castro deixou a cidade alagada por mais de três dias, a situação começa a se normalizar. Alagamentos e seca estourarem”, diz Marise. “A água pode dispersar ou provocar deslizamentos e inundação”. Na madrugada de segunda-feira, o Rio Lençóis, que corta o município subiu quase dois metros, invadindo 70 casas. As famílias foram levadas para abrigos e para a casa de parentes. O restante da cidade permanece em alerta. Em Piracicaba, Águas de São Pedro, Socorro, Aparecida e São José dos Campos, todas no interior paulista, também houve prejuízos com inundações, desliza- De acordo com a Defesa Civil de Minas Gerais, pelo menos 84 cidades decretaram situação de emergência por causa das inundações. Foram registradas 16 mortes. No total, 2.390 pessoas estão desabrigadas e 17.185 tiveram que deixar suas casas. No Rio Grande do Sul, por outro lado, a estiagem está completando um mês. Estão em situação de emergência onze municípios: Piratini, Candiota, Pedras Altas, Herval, Hulha Negra, Cerrito, Santana do Livramento, Lavras do Sul, Pedro Osório, Bagé e Pinheiro Machado. ■ Com Agência Brasil Imóveis No setor imobiliário, um dos reflexos da tragédia na cidade foi o redirecionamento do plano diretor e de obras de infraestrutura para a Zona Norte do município, mais plana e alta que o Centro e o Sul, onde a valorização de terrenos e empreendimentos imobiliários é agora mais lenta. De acordo com Kleinübing, como medida de segurança, a prefeitura também decidiu limitar as construções em áreas mais tradicionais da cidade, para forçar uma aceleração do movimento em direção ao norte, e evitar o adensamento em áreas de maior risco. ■ COMO AJUDAR ● A Defesa Civil da capital paulista recebe doações na Rua Afonso Pena, 130, no Bom Retiro. Perecíveis não são aceitos. ● A rede Pão de Açúcar tem postos de arrecadação em suas lojas. Quem quiser pode fazer as compras no site da empresa, que enviará os produtos à região. As doações estão isentas de frete. ● A ONG Viva Rio recebe mantimentos na Rua do Russel, 76, na Glória. ● A Caixa Econômica Federal abriu uma conta corrente em nome da Defesa Civil do Estado do Rio: 2011-0, agência 0199. O código de operação é 006. ● No Banco do Brasil, as doações podem ser depositadas para: Teresópolis, agência 0741-2, conta: 110000-9; Nova Friburgo, agência 0335-2, conta: 120000-3; ou Petrópolis, agência 0080-9; conta corrente 76000-5. ● Em São Paulo, os donativos para a Cruz Vermelha devem ser entregues na Avenida Moreira Guimarães, 699, Indianópolis, de segunda a sexta, das 8h às 18h. ● No Rio de Janeiro, a Cruz Vermelha fica na Praça Cruz Vermelha, 1012. ● O HemoRio da capital fluminense precisa com urgência de doações de sangue. Ele fica na rua Frei Caneca, 8, centro do Rio. Todos os dias, das 7h às 18h. 10 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 DESTAQUE DESASTRES CLIMÁTICOS Burocracia impede que verba federal chegue às cidades Municípios em dívida com o governo federal não têm direito aos recursos para prevenção de acidentes Pedro Venceslau [email protected] A catástrofe na serra fluminense jogou luz sobre a intrincada relação entre municípios e Governo Federal. Ao longo do ano passado, o então ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima — responsável pelo repasse de verbas para prevenção de acidentes decorrentes do clima — teve de se explicar várias vezes por ter direcionado a maior parte dos recursos da pasta para seu estado, a Bahia. As cidades do Rio de Janeiro devastadas pelas chuvas na semana passada não receberam verbas do ministério para a prevenção. Vieira diz que o Rio de Janeiro recebeu toda a verba que foi solicitada no ano passado. Ele afirma, porém, que as cidades de Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo não foram contempladas porque não pediram ajuda. “Não foram apresentados projetos. As críticas que me fazem não são honestas”, diz o ex-ministro. “O estado precisa ser mais rigoroso e proibir água e luz em casas irregulares”. A declaração de Vieira deixa evidente o jogo de empurra quanto à responsabilidade pela falta de prevenção em áreas de risco. Prefeituras reclamam de falta de verbas, a União alega falta de projetos de estados e municípios e os governos estaduais, por sua vez, atribuem a responsabilidade às cidades e ao governo federal. Enquanto isso, como ocorreu em São Luiz do Paraitinga e Cunha, em São Paulo, que foram vítimas das inundações e deslizamentos no ano passado, muitas cidades entre o Rio de Janeiro e São Paulo convivem, há décadas, com áreas de risco extremo. Uma delas é Cubatão, na Serra do Mar. A prefeitura local, que é governada pelo PT, informa que pediu recursos de prevenção de acidentes ao Ministério da Integração Nacional no ano passado, mas até agora não foi atendida. “A informação que temos é que eles tiveram outras prioridades”, diz Fernando Alberto, secretário de Comunicação de Cubatão. Procurado, o Ministério da Integração Nacional informou que todos os seus técnicos foram deslocados ao Rio de Janeiro e, portanto, não há como fazer um levantamento de todas as cidades atendidas. Mas a pasta afirma que, na maioria dos casos não atendidos, como Cubatão, o problema é burocrático. Entre as cidades que estão em dia com a União, muitas simplesmente não conseguem reunir a documentação exigida para ter acesso ao dinheiro para obras Ao contrário dos recursos de emergência, que são liberados via Medida Provisória e sem precondições, as verbas de prevenção tramitam como qualquer outro convênio. Ou seja: municípios em dívida com o governo e que não tenham cumprido a Lei de Responsabilidade Fiscal entram automaticamente na linha de corte. Entre os que estão em dia, muitos simplesmente não conseguem reunir a documentação exigida. No caso de Cubatão, a prefeitura informa que foi contemplada no PAC-2 e no Programa Serra do Mar, do governo estadual. Já a pequena Cunha, no Vale do Paraíba, que é governada pelo PSDB, não tem do que reclamar. Segundo Ana Paula Monteiro, chefe de gabinete do prefeito Osmar Felipe, a cidade recebeu R$ 8 milhões do Ministério da Integração Nacional no ano passado. Lá, curiosamente o problema é outro: a prefeitura cobra a construção de 70 casas para desabrigados prometidas pelo governo estadual. Dinheiro parado O Ministério da Integração Nacional enviou ao Rio de Janeiro em 2010 apenas 0,6% dos R$ 167,5 milhões reservados para a rubrica “apoio a obras preventivas de desastres”. Segundo levantamento do Contas Abertas no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo (Siafi), o governo deixou de repassar R$ 21,7 milhões para obras de macrodrenagem em Nova Friburgo e outros R$ 450 mil para Petrópolis investir em contenção de estradas. ■ Valter Campanato/ABr A FRASE “O Rio de Janeiro recebeu toda a ajuda que pediu” Maior parte dos Desastres naturais precisam de contrato adicional, que costuma ser mais caro Thais Folego [email protected] Geddel Vieira Lima, ex-ministro da Integração Nacional Moradores e empresários da região de Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis não devem contar com a indenização de seus seguros para reconstruir parte do patrimônio. Ainda não há um levantamento preciso sobre a cobertura de seguros na região serrana do Rio de Janeiro, mas as seguradoras afirmam que, ao contrário dos contratos para automóveis, a cobertura para alagamentos e desmoronamentos residenciais ou comerciais é adicional, e deve ser contratada separadamente. “Essas coberturas acessórias têm uma adesão menor por pequenas e médias empresas, pois têm um custo mais alto quando comparado à cobertura patrimonial básica”, diz Paulo Umeki, diretor de produtos da Liberty Seguros. Para indústria e comércio de pequeno e médio porte, perfil Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 11 Antonio Milena Em Cubatão, na Serra do Mar, áreas de extremo risco ficam sem assistência INVESTIMENTO 39% dos R$ 425 milhões previstos pelo governo federal para obras preventivas de desastres e contenção foram utilizados ao longo do ano passado. REGIÃO SERRANA DO RIO Nada foi liberado de recursos para obras fundamentais na serra fluminense, que foi devastada pelas chuvas na última semana. CUNHA (SP) R$ 8 milhões foi o volume de recursos liberados pelo Ministério da Integração Nacional para obras na cidade do Vale do Paraíba, que teve prejuízos com as chuvas de 2010. CUBATÃO Nada foi liberado pelo Ministério da Integração Nacional para obras na cidade de Cubatão, na Baixada Santista, em São Paulo, que tem várias áreas de risco habitadas. seguros não cobre alagamentos da maioria das empresas da região serrana, as seguradoras normalmente fazem pacotes para facilitar a contratação. As apólices variam um pouco, mas as coberturas básicas patrimoniais cobrem incêndio, queda de raios e explosão. “Não são todos os pacotes que disponibilizam cobertura para alagamento, desmoronamento, dano elétrico, vendaval e roubo de bens. Elas normalmente têm que ser negociadas”, diz Laur Diuri, diretor executivo de sinistro da Allianz Seguros. Segundo Umeki, da Liberty, para uma apólice com valor segurado de R$ 300 mil, por exemplo, a cobertura de alagamento custaria, em média, entre R$ 3 mil e R$ 4 mil por ano. “É um valor alto se comparado às demais coberturas, que saem por cerca de R$ 800 por ano.” No caso de empresas, são colocados na apólice estoque, máquinas e equipamentos e prédio. Promessa de agilidade O Sindicato dos Corretores do Rio de Janeiro (Sincor-RJ) está Coberturas básicas patrimoniais cobrem apenas incêndio, queda de raios e explosão fazendo um levantamento de quantas apólices de pessoas jurídicas há na região serrana, que deve ficar pronto ainda esta semana. Henrique Brandão, presidente do Sincor-RJ, diz que há acordos com seguradoras para que o pagamento das indenizações seja feito mais rápido para as vítimas da região. “O processo normalmente leva um mês e meio. Estamos negociando para que o pagamento seja feito em 10 dias”, diz Brandão. Em casos de desastres grandes e localizados, as segurado- ras enviam peritos para e região e, em alguns casos, facilitam a documentação para agilizar o pagamento. “No caso de veículos vamos indenizar os carros, independentemente de acharmos o veículo, como fizemos em Blumenau”, diz Luiz Francisco Campos”, diretor de serviços da Liberty. Ele afirma que, em casos de perda total para baixo valor segurado, as indenizações saem mais rápido. Para perdas parciais de valores altos de indenizações, há necessidade de maiores avaliações. ■ 12 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 OPINIÃO Cláudio Conz Regina Camargo Presidente da Anamaco e integrante do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do governo federal Sócia-diretora da Across Mobile commerce vem aí Diversidade e inclusão Pagamentos via celular podem aumentar a base de clientes? Neste começo de ano aproveitei mais uma vez para visitar a maior convenção de varejo do mundo, a 100ª edição da National Retail Federation, que acontece todos os anos em Nova York. Diversos assuntos interessantes têm sido objeto de palestras e debates .Um tema muito discutido é o mobile commerce, ou comércio via celular. Segundo os dados da feira, até 2012, mais de 50% de todas as vendas em lojas estarão disponíveis, de alguma forma, em dispositivos móveis. Tal perspectiva abre caminho para as empresas passarem a pensar o pagamento por celulares com programas opcionais de marketing e fidelidade com a sua loja. Até o final do ano, a previsão é de que mais de 50% de todos os aparelhos celulares existentes sejam smartphones. E o que faz um celular ser smart? Segundo o CEO e fundador da Crone Consulting, LLC, Richard Crone, a resposta a esta pergunta é o que está fazendo com que os celulares mudem o jeito de se conduzirem negócios no mundo. Crone diz que smart é o celular que tem internet e câmera. E isso faz dele mais do que um canal de serviço. Por causa da era dos smartphones, os nossos consumidores estão mais exigentes e mais rápidos do que jamais vimos. De acordo com Crone, nos EUA, 48% dos consumidores tiram fotos dos produtos dentro da loja e, pelo celular, dividem essa informação com os amigos. Outros 16% usam celulares para pesquisas de preço. O estudo também mostrou que 57% de todos os usuários utilizam a internet pelo telefone móvel e 41% dos que ainda não têm acesso à internet pelo aparelho têm interesse em adquiri-lo nos próximos 12 meses. Além disso, 86% dos donos de smartphones acessam a internet pelo celular enquanto assistem televisão. O mais interessante é como esses consumidores usam o celular dentro das lojas. 68% deles utilizam o aparelho para localizar a loja mais próxima. Outros 45% fazem pesquisa de preços de produtos, inclusive quando estão dentro da loja, para compararem com o seu concorrente. Outros 25% realizam todos os processos da compra através do celular. De acordo com uma pesquisa realizada recentemente pela Harris Interactive, a pedido da consultoria Capital H Group, com gerentes e líderes de companhias listadas pela revista Fortune, 95% dos profissionais consultados consideram a criação de diversidade na força de trabalho um objetivo. Mas o que é diversidade? Para muitos diversidade é apenas um conjunto de características que distinguem uma pessoa da outra. Isto é bom para a imagem pública da empresa mas, no dia a dia de trabalho, não é tão exercitada ou relevante. Diversidade não se restringe apenas a uma quantidade de funcionários com características distintas; é muito mais do que isso. Falamos de pessoas com religião, nacionalidade, cultura, orientação sexual, formação e idades diferentes. Mas uma empresa que é apenas diversa não terá necessariamente sucesso em seu negócio. Conseguirão melhores resultados aquelas organizações que também adotarem práticas de inclusão. Cada compra encerra três oportunidades de merchandising: quando o cliente abre o aplicativo, quando autentica, escaneia o código e confirma Mais do que nunca, as lojas têm de conhecer seu consumidor de acordo com as suas preferências, hábitos de consumo e estilo de vida. Os aplicativos para Iphone se multiplicam a cada dia e são exemplos de como expandir o seu e-commerce. Crone explicou que os 4 P do mobile-commerce são: Place (lugar), Promotion (promoção), Preferences (preferências) e Payment (pagamento). Durante o processo de compra, abrem-se pelo menos três oportunidades de merchandising: enquanto o consumidor está abrindo o aplicativo, enquanto ele está autenticando o aplicativo ou escaneando o código e quando ele confirma a compra. Tudo isso pode ampliar os pontos de acesso do automarketing durante e após a transação da venda. As lojas só precisam saber usar essa tecnologia a seu favor e não apenas com o objetivo de acompanhar as novas tendências. E muito em breve tudo isso também será realidade aqui no Brasil. ■ A base conceitual possibilita sair da redundância, ampliar horizontes e colaborar na construção de uma imagem respeitada e consolidada Ao considerar a inclusão uma empresa precisa, em primeiro lugar, definir quão norteada ela é contra a discriminação e esta deve ser uma prática que se inicia no momento da contratação. É bastante comum optar por pessoas com o mesmo repertório étnico, social e cultural que nós, mas isso não assegura decisões acertadas e mostra que é importante arriscar mais na seleção. Os líderes também devem reconhecer que todos, inclusive eles próprios, têm conceitos e ideias pré-formadas sobre outras pessoas. Depois que as diferenças tornam-se claras, o líder precisa reconhecer que deve não apenas aceitá-las, mas também entender o que cada estilo pessoal pode trazer de positivo para a equipe e para a organização. Caberá a ele estimular e desenvolver sua força de trabalho considerando a diversidade como um valor agregado. Fica claro que em ambientes onde os líderes incorporam com mais facilidade as diferenças e promovem oportunidades de desenvolvimento, o crescimento da equipe como um todo é mais consistente e, consequentemente, o da empresa também. É comum nos depararmos com líderes que apenas toleram as diferenças, “eu aceito você na reunião, mas não valorizo as suas ideias”. Isso faz com que sejam valorizados sempre um ou dois funcionários high-performance, que são aqueles que receberão maior atenção, serão estimulados e indicados para treinamentos. Neste cenário fica excluída grande parte da equipe que, teoricamente, também teria potencial de desenvolvimento. Isto ocorre porque nem todas as empresas e líderes têm a dimensão da importância da diversidade. Em multinacionais de países emergentes como China e Coreia, por exemplo, são adotadas posturas mais agressivas na aplicação destas práticas, haja visto que as empresas precisam dos mercados externos para continuar a crescer. Para isso, os líderes dessas companhias buscam diariamente aprender como lidar com outras culturas e, principalmente, com as diferenças. Enfim, diversidade e inclusão no ambiente de trabalho é muito mais do que escrever e adotar políticas de amplitude que acolhem diferenças. Podem ser, sim uma boa prática para as empresas exercitarem a tolerância. ■ CARTAS PREZADO SENHOR RICARDO Li e apreciei os comentários e a linha de raciocínio que o senhor desenvolveu no seu texto, publicado na edição de sexta-feira e fim de semana, 14, 15 e 16 de janeiro. Parabéns. Sim, porque somos, sim, todos cúmplices da tragédia. Os morros cariocas, por exemplo, por que fazer melhorias, colocar elevadores? Estas áreas são de risco e de muito risco, barracos construídos sem qualquer estudo do terreno. Mas governo populista, resolve manter as pessoas em locais de risco. Dá mais voto do que colocá-las em um lugar seguro. Já deixaram até, como foi o caso em Niterói, construírem casas em cima de um lixão! Barbaridade. Creio que o governo de dona Dilma será tão populista quanto foi o governo do senhor Lula. É uma lástima. O populismo é ruim, muito ruim para todos, pois nele não há espaço para deveres. O populismo se assemelha a um pai que faz todas as vontades do filho e não coloca limites e nem lhe ensina a andar sozinho, e a ser responsável por si e a saber exigir os seus direitos e a cumprir com seus deveres durante a vida. O filho acaba mimado, imprestável para todos. Ruth Joffily Copacabana - Rio de Janeiro rj. [email protected] PREZADO SR. DANIEL HAIDAR O BRASIL ECONÔMICO publicou ontem a sua matéria “Rio espera R$ 800 milhões para despoluir a Baía de Guanabara” onde está registrada parcialmente minha avaliação quanto à continuidade do Programa Estadual de Despoluição da Baía de Guanabara (PDGB). “Os gastos foram corretos. O problema foi que o programa de despoluição parou e não poderia ter parado seis anos atrás” — a parte publicada, no entanto, acredito que pode induzir o leitor a uma conclusão equivocada: de que o governo estadual não vem investindo na despoluição da Baía de Guanabara ao longo dos últimos anos. Desde 2007, o Estado do Rio de Janeiro tem realizado, através da Cedae, obras de esgotamento sanitário para a complementação do PDBG, com recursos do Fecam (cerca de R$ 120 milhões nos sistemas Alegria e Sarapuí). Entretanto, para concluir este grande desafio, os recursos estaduais são insuficientes, razão pela qual o governo estadual tem buscado outras fontes de financiamento, tendo solicitado recursos do PAC2 e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Certo do seu interesse em informar com exatidão os fatos aos leitores do BRASIL ECONÔMICO, conto com a divulgação deste esclarecimento. Atenciosamente, Gelson Serva Coordenador executivo do Psam (Programa de Saneamento dos Municípios do Entorno da Baía de Guanabara), vinculado diretamente ao secretário de Ambiente. Não é necessário sofrer assim. Os governos têm que realmente proibir a populaçãode construções em áreas de risco. As pessoas têm que aprender a deixar esses lugares só pra natureza e é isso que ela está cobrando. Amadeu Paraná Iporã Em primeiro lugar gostaria de cumprimentar todos pelo caderno especial sobre os consórcios. A fidelidade nas informações e a forma utilizada valorizaram muito o sistema de consórcios. Ao agradecer pelo brilhante trabalho, colocamo-nos à disposição. Um abraço, Claudio Licciardi Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac) Cartas para Redação - Av. das Nações Unidas, 11.633 – 8º andar – CEP 04578-901 – Brooklin – São Paulo (SP). [email protected] As mensagens devem conter nome completo, endereço e telefone e assinatura. Em razão de espaço ou clareza, BRASIL ECONÔMICO reserva-se o direito de editar as cartas recebidas. Mais cartas em www.brasileconomico.com.br. ERRATA Diferentemente do publicado na nota “Diretor financeiro e de investimento da Petros irá assumir presidência”, edição de 6/1/2011, página 35, o nome correto do ex-presidente da Petros é Wagner Pinheiro. Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 13 Mark Blinch/Reuters Marcha fúnebre ao policial morto em serviço Milhares de policiais na rua preparam-se para marchar em serviço fúnebre em homenagem ao sargento da Polícia de Toronto, Ryan Russell, ontem. Russell foi atropelado e morto ao tentar deter um arado de neve roubado no início deste mês. A homenagem e o serviço de funeral ocorreram ontem, no Centro de Convenções do Metrô de Toronto. A cremação foi realizada em seguida. Eric Thayer/Reuters DEPUTADA AMERICANA VÍTIMA DE ATENTADO SE RECUPERA E TEM MEMORIAL Uma homenagem foi feita ontem nos Estados Unidos à deputada Gabrielle Giffords e outras vítimas no Centro Médico da Universidade de Tucson, Arizona. Giffords se recupera bem de duas cirurgias no fim de semana para remover um tubo de respiração do nariz e reparar a órbita do olho direito, segundo informações médicas. A democrata de 40 anos, que está no terceiro mandato, foi baleada em atentado no último dia 8. O ex-universitário Loughner, de 22 anos, é o autor dos tiros durante ato público em frente a um supermercado. O agressor está preso e deve responder por cinco crimes na esfera federal. Seis pessoas morreram e outras 14 ficaram feridas. O crime continua provocando grande repercussão nos Estados Unidos. ENTREVISTA LAURY ROMAN Diretor comercial da Ofner Ofner expande atuação com três novas lojas Rede de confeitarias terá 22 lojas até dezembro e projeta pontos de venda fora da capital paulista da empresa, Laury Roman, fala do plano de expansão da rede e da expectativa com a chegada da Páscoa, principal data para a empresa depois do Natal. Fábio Suzuki [email protected] Fundada em 1952, a rede paulista de confeitarias Ofner abrirá pelo menos mais três lojas este ano para comercializar seus chocolates, sorvetes e doces em 22 pontos de venda em São Paulo até dezembro. Nesta entrevista, o diretor comercial Quais os planos da Ofner para 2011? Nossa expectativa é crescer 12% nesse ano sendo que em 2010 aumentamos as vendas em 6%. Para essa meta, vamos abrir uma nova loja no final desse mês no Shopping Center Norte, em São Paulo, e temos planos de inaugurar outros dois pontos de ven- Henrique Manreza “Não temos planos de incluir parceiros em nosso negócio neste momento” da até dezembro com investimento de até R$ 700 mil para cada estabelecimento. expandir nosso negócio é muito grande, mas temos que manter o conceito da Ofner. A companhia pretende atuar fora de São Paulo? São Paulo tem um potencial muito grande para ser explorado. Hoje, uma cidade do interior paulista com 150 mil habitantes já tem um bom shopping onde podemos abrir uma loja. Fora da capital, os próximos passos devem ser cidades da Grande São Paulo, Campinas, Santos e Ribeirão Preto. A tentação para E quais as expectativas para a Páscoa deste ano? Esperamos aumentar em 15% as vendas obtidas em 2010 pois a Páscoa nesse ano ocorre apenas no final de abril, o que aumenta o período de compra de chocolates e itens ligados à data. Devemos comercializar cerca de 70 mil toneladas de produtos, o que corresponde a praticamente um mês de vendas para nós. ■ 14 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 BRASIL País fecha ano com saldo de 2,5 mi de postos de trabalho Com nova fórmula, que adiantou dados da contratação do serviço público, Ministério do Trabalho cumpre meta do governo A economia brasileira criou mais de 2,5 milhões de vagas de empregos formais em 2010, apesar de ter cortado quase meio milhão de postos, mostraram dados do Ministério do Trabalho e Emprego nesta terça-feira. As informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostraram criação de 2,524 milhões de vagas em 2010, atendendo à meta do governo de abertura de 2,5 milhões de empregos. Em dezembro, o Ministro do Trabalho, Carlos Lupi, havia garantido que a meta seria cumprida. O número, no entanto, só foi atingido com a antecipação da divulgação do Rais, que concentra os dados de servidores públicos e informações de celetistas repassadas fora do prazo. Geralmente, o dado só é apresentado no meio do ano. O Ministério afirmou que, a partir de agora, os dados do Rais serão divulgados mensalmente para “reduzir a distância” entre os indicadores. Sem a antecipação do dado, o número de empregos criados no ano seria de 2.136.947. “Não há manipulação, a informação é a mesma, o dado é o mesmo, a metodologia é a mesma, apenas estou antecipando a divulgação”, disse Lupi a jornalistas. No mês passado, foram cortados 407.510 postos de trabalho com carteira assinada. O recuo se deve a fatores sazonais negativos, como a entressafra agrícola, o término do período escolar e fatores climáticos. “Dezembro temos os contratos temporários terminados, especialmente no setor de serviço de indústria, indústria alimentícia. Esse é um efeito sazonal que sempre ocorre, sempre acima de 300 mil (cortes)”, afirmou Lupi. Recorde Os únicos setores que criaram vagas em dezembro foram o comércio, devido às vendas de fi- ■ POSITIVO Saldo de vagas criadas ao longo de 2010 foi de 2,5 milhões SUDESTE 1,28milhão foi saldo de vagas criadas na região, com recordes registrados em São Paulo, Rio e Minas. SUL 444,7 mil foi o total de vagas criadas na região, com recordes registrados em todos os estados. NORDESTE 488,5 mil A região também apresentou recorde de criação de vagas em oito dos nove estados. NORTE 136,2 mil Nessa região, apenas um estado teve recorde na criação de empregos no ano passado. nal de ano, e os serviços industriais de utilidade pública. Pela primeira vez na série do Caged, iniciada em 1992, o número de empregos formais gerados no ano ultrapassou a marca de 2 milhões de vagas. Lupi atribuiu à retomada da economia em 2010 após a crise mundial para o recorde.“Viemos de um período que a economia teve uma parada e voltou a crescer no meio do ano. A consequência dessa parada fez com que a retomada, em 2010, fosse mais forte. Essa comparação favorece 2010”, explicou. Ano positivo Para este ano, a previsão é de que o país crie cerca de 3 milhões de vagas formais de emprego, afirmou Lupi. Ele acrescentou que a expectativa para janeiro “é bem positiva”, mas não deu números. “Serviços deve continuar puxando mais fortemente, comércio também deve avançar muito bem, e a construção civil”, disse Lupi. Para 2011, a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) é de 4,5 por cento, abaixo do crescimento estimado para 2010, de 7,5 por cento. Lupi creditou às vagas a serem criadas pelo Programa de Aceleração de Crescimento 2 (PAC) e o Minha Casa, Minha Vida, além dos preparativos para a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, para uma meta maior. Sudeste é destaque A região que apresentou o maior crescimento do número de empregos foi a Sudeste (geração de 1.276.903). Já a Região Norte foi a que apresentou o menor crescimento na comparação com as outras, apenas 136.259 empregos a mais do que em 2009. Apesar disso, o número é esse recorde para a região. São Paulo foi o estado que abriu o maior número de empregos (726.449), seguido por Minas Gerais (296.230) e Rio de Janeiro (217.805). ■ ABr e Reuters De acordo com o governo, a construção civil gerou quase 330 mil vagas no ano passado Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 15 José Cruz/ABr Após crise, presidente do Inep é demitido O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Joaquim Soares Neto, foi exonerado ontem do cargo, de acordo com portaria publicada no Diário Oficial da União. A demissão ocorreu após o registro de diversos problemas no acesso ao site de inscrições do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). A gestão de Neto foi marcada ainda por seguidas falhas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que chegou a ser aplicado novamente para os estudantes prejudicados. AGENDA DO DIA ● FGV divulga a segunda prévia de janeiro do IGP-M, índice usado para reajustar a maior parte dos contratos de aluguel. ● Banco Central anuncia sua decisão de política monetária. ● Tesouro publica o relatório da dívida pública federal de dezembro. CONHECIMENTO LOCAL EM OPORTUNIDADES GLOBAIS (11) 3138 5314 [email protected] www.bdobrazil.com.br João Laet/O Dia Serviços crescem, indústria recua Concorrência com importados e valorização cambial prejudicam segmento industrial no último trimestre do ano Carla Jimenez [email protected] SP É DESTAQUE ENTRE ESTADOS ● O destaque na geração de vagas entre os estado foi São Paulo, que encerrou o ano com um saldo de 726.449 novos postos de trabalho, seguido por Minas Gerais (296.230 vagas) e Rio de Janeiro (217.805). O pior número ficou com o Amapá, que gerou apenas 3 mil novas vagas. O entusiasmo com o número grandioso de criação de empregos em 2010 - com ou sem a antecipação dos dados da Rais deixa em segundo plano uma verdade preocupante que começou a despontar em novembro: a perda de vagas na indústria. Serviços lideraram a geração de vagas, com um saldo de 1 milhão de vagas, mas a Indústria ficou em terceiro com 536.070 postos de trabalho. Só em dezembro, a indústria de transformação teve uma perda de 152.978 postos. “A indústria, que antigamente liderava a criação de vagas, agora perde postos. Isso é um sinal de alerta”, pondera o professor de Economia Helio Zilberztajn, presidente do Instituto Brasileiro de Relações de Emprego e Trabalho (Ibrep). Zilberztajn critica ainda a antecipação dos dados da Rais que, segundo ele, prestam um “desserviço à transparência das informações” sobre trabalho no país. “O Brasil ter criado 2,150 milhões de vagas já é uma grande notícia. A expectativa de um crescimento mais moderado da economia este ano, além da desvalorização cambial que tem jogado contra a industrial nacional, cria uma incógnita sobre o papel do segmento industrial para o emprego em 2011. Igo Estrela Lupi: “Não ser leviano para inventar números” Comércio Depois de Serviços, o setor de Comércio foi o segundo maior gerador de vagas, com 601 mil postos de trabalho, mostram os números do Ministério do Trabalho divulgados ontem. Construção civil ficou em quarto lugar, com a retomada das atividades nos últimos anos, facilitada pelos incentivos ao crédito imobiliário e programas como o Minha Casa, Minha Vida. O único segmento que apresentou queda nos números de criação de vagas no ano passado foi o de Agricultura, que fechou o ano com perda de 2.580 postos de trabalho. As grandes perdas foram registradas no interior do país. Só em dezembro foram perdidas 223 mil vagas no interior de nove estados, contra 75 mil das metrópoles correspondentes. ■ ■ SERVIÇOS ■ COMÉRCIO 1 601 O setor foi o campeão de novas vagas, com geração de milhão O segundo colocado no número de postos de trabalho criou mil ■ INDÚSTRIA ■ AGRICULTURA 536 2,5 Segmento de transformação ficou na terceira posição, com mil Foi a única área com perda de vagas. Foram fechadas mil 16 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 BRASIL Henrique Manreza REPASSE DE VERBAS SAÚDE Governo de São Paulo deposita hoje R$ 222 milhões para 645 municípios Cidades do Norte lideram problemas de saúde gerados pela falta de saneamento O governo do estado de São Paulo deposita hoje R$ 222,18 milhões em repasses de ICMS para os 645 municípios paulistas. O repasse equivale ao montante arrecadado no período de 10 a 14 de janeiro de 2011. Os valores correspondem a 25% da arrecadação do imposto, que são distribuídos às administrações municipais com base na aplicação do Índice de Participação dos Municípios (IPM) definido para cada cidade. Estudo desenvolvido pelos pesquisadores Denise Maria Penna Kronemberger e Judicael Clevelário Júnior, a pedido do Instituto Trata Brasil, revela que as diarréias respondem por mais de 50% das doenças relacionadas a saneamento básico inadequado. As regiões Norte e Nordeste são as áreas com as maiores taxas de internação por diarréias. Ananindeua e Belém, ambas no Pará, encabeçam a lista. Faculdades já abrem vagas para atender o ‘Protécnico’ Faculdades querem reduzir a baixa utilização das salas de aula durante a tarde Plano da presidente Dilma de criar um Prouni para o ensino técnico vira objeto de cobiça de escolas de ensino superior Carolina Alves e Regiane de Oliveira Divulgação [email protected] Desde a campanha eleitoral, a então candidata Dilma Rousseff anunciava o plano de criar um sistema de financiamento do ensino técnico aos moldes do Programa Universidade para Todos (Prouni). No discurso de posse da presidente, o tema ganhou força: “Vamos estender a vitoriosa experiência do Prouni para o ensino médio profissionalizante, acelerando a oferta de vagas para que nossos jovens recebam uma formação educacional de qualidade”, disse Dilma. O Ministério da Educação (MEC), inclusive, já recebeu ordens para iniciar a elaboração do “Protécnico”. Atentas à demanda do governo, as instituições privadas de ensino superior demonstram interesse pelo projeto. As instituições apostam no potencial desse mercado. Embora não haja dados disponíveis específicos para o ensino técnico, no caso do Prouni, por exemplo, a renúncia fiscal do governo supera R$ 600 milhões por ano, segundo o portal Contas Abertas. Mercado na mira Algumas faculdades, como a Anhanguera Educacional, já estruturam novos cursos afim de ingressar no ensino básico. Seis meses atrás, a instituição iniciou o projeto de criar um formato híbrido de ensino médio profissionalizante, com foco em aulas presenciais e à distância, utilizando espaço ocioso das faculdades nos períodos da tarde e manhã, além do final de semana. “Toda estrutura está pronta para receber os alunos, desenvolvemos o material didático e só aguardamos a aprovação do Conselho Estadual de Educação de São Paulo para autorizar a abertura dos cursos”, afirma Ana Maria Sousa, vice-presidente acadêmica da Anhanguera. “E não Ilona Becskeházy Diretora da Fundação Lemann “Trazer o setor privado para o ensino é positivo como princípio, mas falta estrutura para regulamentar a educação no Brasil. Não dá para ficar só discutindo ideologias” somos os únicos, várias instituições de ensino superior estão criando seus cursos técnicos”, diz. Ana Maria sabe que o MEC ainda não definiu um modelo de financiamento, e garante que os cursos serão iniciados antes mesmo do apoio formal do governo. A meta é que as primeiras turmas sejam abertas neste ano. “O Prouni como base de sustentação do ensino médio técnico vai levar muitas pessoas que não têm condições de arcar com sua capacitação de volta à sala de aula”, acredita. Para Naércio Menezes, professor e especialista em educação da Universidade de São Paulo, o “Protécnico” é um caminho possível para o desenvolvimento da área no Brasil. “Isso pode contribuir para reduzir a evasão escolar, pois traz uma relação mais direta de custo e benefício para o aluno, que hoje não se interessa pelos estudos.” A diretora executiva da Fundação Lemann, Ilona Becskeházy, defende que o governo abra o segmento para as empresas privadas e que crie mecanismos de regulação eficiente para exigir qualidade. “Esta regulamentação tem de valer para o privado, mas também para as escolas públicas”, avalia. Medida não é suficiente Para Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp, sindicato das entidades de ensino superior de São Paulo, o “Protécnico” é benéfico para as instituições privadas e para os alunos, mas não resolve o problema da baixa demanda. “Para as faculdades privadas seria interessante do ponto de vista da isenção tributária”, afirma. Além disso, elas poderão preencher as vagas ociosas, hoje na casa de 58%, segundo Capelato. “Mas o problema ainda é a falta de qualidade e o elevado índice de evasão. Cerca de 50% dos alunos do ensino fundamental não chegam ao ensino médio.” ■ Ensino básico Instituições do segmento negociam há três anos para receber alunos do sistema público A discussão sobre o financiamento do ensino básico não é nova no país. Há três anos, o governo federal vem se debruçando sobre propostas para utilizar a força do sistema privado para sanar as deficiências do ensino público. A Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep) apresentou ao governo em 2007 uma proposta para a criação do Probásico, com base no projeto de lei da então deputada federal Gorete Pereira (PR-CE). A ideia era utilizar um modelo similar ao do Programa Universidade (Prouni) para financiar alunos carentes em escolas particulares nas regiões com falta de vagas. De acordo com o presidente da Fenep, José Augusto de Mattos Lourenço, o projeto passou por algumas mudanças. “Em 2009, fomos conversar com o governo novamente e ficou claro que eles não têm interesse no ensino fundamental. Porém, no segmento de creches, há uma grande opor- Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 17 Divulgação POLÍTICA EXTERNA SALARIAL Dilma afirma que caso da iraniana Sakineh é questão de direitos humanos Centrais se unem em manifestação pelo salário mínimo de R$ 580 A presidente Dilma Rousseff reiterou ontem que o caso da viúva iraniana Sakineh Ashtiani, condenada ao enforcamento, deve ser discutido como assunto de defesa de direitos humanos. A manifestação foi uma resposta à carta que Dilma recebeu da deputada iraniana Zohreh Elahian, que teria relatado a suspensão da pena. “[Mantenho] a disposição de conferir aos direitos humanos um lugar central em nossa política externa.” As seis centrais sindicais (CGTB, Força Sindical, CUT, UGT, Nova Central e CTB) se uniram nacionalmente para realizar manifestação a favor do reajuste do salário mínimo para R$ 580. Em São Paulo, o ato ocorreu no vão livre do Masp, na avenida Paulista. A manifestação seguiu até a Justiça Federal, onde as centrais entraram com ação pela correção da tabela do Imposto de Renda (IR) de acordo com a inflação de 2010. Deisi Rezende/O Dia PL 4.446/2008 Projeto de lei que propõe bolsas de estudo está parado O Projeto de Lei 4.446/2008, da então deputada federal Gorete Pereira, pretende criar o Programa de Concessão de Bolsas de Ensino para Educação Básica — batizado de Pro-Básico. A PL, que aguarda parecer na Comissão de Educação e Cultura (CEC), prevê, mediante isenção tributária, a concessão de bolsas de estudo integrais e parciais de 50% ou de 25% do valor da mensalidade para estudantes em instituições privadas de ensino básico, com ou sem fins lucrativos. O público-alvo são alunos cuja renda familiar mensal per capita não exceda o valor de até dois salários mínimos e que tenham iniciado os estudos da Educação Básica em escolas da rede pública ou em instituições privadas na condição de bolsista integral. Uma das justificativas do projeto é que a concessão de bolsas ajudaria a controlar melhor os gastos públicos, uma vez que o Estado não teria gastos com edificações, laboratórios, manutenção, mobiliários, pessoal, energia, água, entre outros. também disputa alunos carentes Educadores discordam sobre a capacidade das faculdades em atender necessidades dos alunos de outra faixa etária tunidade”, conta. Segundo ele, só em São Paulo há 100 mil crianças sem vagas em creches. O Fenep também defende a participação das escolas particulares no que pode ser o Prouni do ensino médio. Para Naércio Menezes, professor e especialista em educação da Universidade de São Paulo (USP), o novo Prouni deve ser de responsabilidade de instituições privadas de ensino médio, e não de ensino superior. “As faculdades estão acostumadas a lidar com um outro tipo de público. Não acho que os professores delas tenham experiência para lidar com os alunos do ensino médio. É um outro público, muito diferente.” Menezes explica que a infraestrutura atual das faculdades privadas também pode ser um problema. “Na década de 90, a maioria das instituições nasceu com foco na área de humanidades, como direito, pedagogia, letras. Para ensino técnico, é preciso mais laboratórios, computadores. A estrutura necessária é mais específica”, diz. ■ R.O e C.A. EVASÃO RENDA 40% dos jovens entre 15 e 17 anos 27% dos jovens nessa faixa etária que não frequentam o ensino médio alegam falta de interesse como principal motivo, segundo pesquisa da FGV. afirmam que a evasão escolar vem da necessidade de trabalhar. Ao todo, 17,8% desse público está fora do sistema de ensino. MJ – DELEGACIA DE POLÍCIA FEDERAL EM CAMPINAS/SP !"#$%&#$# ! "#$!% & '()'*)'')())+'*))',))+'-))./01$23)) 452#$!%&67)()**)''+'8))% 18 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 BRASIL Ricardo Stuckert SAÚDE Ex-presidente Lula visita ex-vice José Alencar em hospital de São Paulo O ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, visitou ontem o ex-vice-presidente José Alencar no hospital Sírio-Libanês em São Paulo. Segundo a assessoria do hospital, Lula chegou por volta das 12h e permaneceu por uma hora. Alencar, que está está internado desde o dia 22 de dezembro, passa por tratamento após ser submetido a uma série de procedimentos para estancar sangramentos intestinais causados pelo câncer. Henrique Manreza Eletroeletrônicos lideram intenção de compra em São Paulo Varejo pode ter queda de 19% nas vendas no primeiro trimestre Pesquisa do Provar já vê impacto de medidas do governo e de juros mais altos na redução do consumo O número de consumidores que pretendem ir às compras caiu de 76,2% no quatro trimestre de 2010 para 71,8% no primeiro trimestre de 2011. Com relação ao mesmo período de 2010, a queda é de 5,4 pontos percentuais, já que a intenção de compra, no ano passado, era de 77,2%. Os dados estão na Pesquisa Trimestral de Intenção de Compra no Varejo, feita pelo Programa de Administração do Varejo (Provar) em parceria com a Fundação Instituto de Administração (FIA) e a Felisoni Consultores Associados. A partir do dados, o Provar projeta que as vendas no primeiro trimestre devem cair 19% em comparação com o último trimestre de 2010. Segundo pesquisa feita com 500 moradores do município de São Paulo, lideram as intenções de compra eletroeletrônicos (12,4%); materiais de construção (10,2%); telefonia e celulares; e equipamentos de informática, ambas com 9,8% das intenções. Em seguida estão automóveis e motos, com 8%. A intenção de compra de eletrodomésticos da linha branca no primeiro trimestre de 2011 ficou igual à do semestre anterior (9,4%). Houve recuos na intenção de compra de móveis (-16,7%), eletroeletrônicos (-6,1%), informática (-21%), cine e foto (-32,4%0, telefonia e celulares (-5,8%) e eletroportáteis (-21,4%). Já os materiais de construção cresceram 54,5%. Intenção de compras cai, mas expectativa de gastos aumentou devido à inflação O presidente do Provar, Claudio Felisoni, ressaltou que a estimativa de queda para a intenção de compras se deve ao fato de o Natal não ter sido tão bom quanto os comerciantes esperavam. “Outra causa é que, certamente, já há impactos das ações implementadas pelo governo no sentido de reduzir a demanda de consumo, como a possibilidade de aumento da taxa de juros e redução dos prazos de pagamento”. Menos compras, mais gastos Embora a intenção de compra tenha caído, a intenção de gastos aumentou. Segundo o presidente do Provar, Claudio Felisoni, isso se deve à inflação, que provoca no consumidor a sensação de que os preços su- biram de forma generalizada. Com relação à linha branca, os consumidores esperam gastar 95,6% a mais do que no trimestre anterior, percentual próximo ao aumento de gastos com móveis (93,9%). Por outro lado, o consumidor espera gastar menos este trimestre com eletroeletrônicos (-14,5%) e com material de construção (-24,7%). Com relação à compra de imóveis, praticamente dobrou o percentual de interessados: de 4,8% no quatro trimestre de 2010 para 8% nos primeiros três meses do ano. Entretanto, os possíveis compradores pretendem gastar menos. O valor caiu de R$ 124.167,67 no quarto trimestre para R$ 116.250,00 no primeiro trimestre de 2011. ■ ABr Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 19 CONCESSIONÁRIA DAS RODOVIAS AYRTON SENNA E CARVALHO PINTO S.A. - ECOPISTAS Sociedade Anônima CNPJ n.º 10.841.050/0001-55 - NIRE 35.300.368.657 AVISO AO MERCADO Concessionária das Rodovias Ayrton Senna e Carvalho Pinto S.A. - ECOPISTAS Companhia Aberta de Capital Autorizado Rodovia Ayrton Senna, km 32, Pista Oeste Itaquaquecetuba - SP CNPJ nº 10.841.050/0001-55 R$ 350.000.000,00 350.000 Debêntures Classificação de Risco Moody’s: “Aa2.br” Código ISIN - 1ª Série: BRASCPDBS003 Código ISIN - 2ª Série: BRASCPDBS011 Código ISIN - 3ª Série: BRASCPDBS029 Código ISIN - 4ª Série: BRASCPDBS037 Banco Itaú BBA S.A.(“Coordenador Líder”), em conjunto com o Banco Bradesco BBI S.A. (“Bradesco BBI”) e quando em conjunto com o Coordenador Líder, os “Coordenadores”), nos termos do artigo 53 da Instrução da Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”) n.º 400, de 29 de dezembro de 2003, conforme alterada (“Instrução CVM 400”), comunicam que foi protocolado na CVM, em 5 de outubro de 2010, o pedido de registro da 1ª emissão pública de debêntures da Concessionária das Rodovias Ayrton Senna e Carvalho Pinto S.A. - ECOPISTAS, sociedade com sede na Rodovia Ayrton Senna, Km 32, Pista Oeste, na Cidade de Itaquaquecetuba, Estado de São Paulo, inscrita no CNPJ/MF sob n.º 10.841.050/0001-55 (“Emissora”), de 350.000 (trezentas e cinquenta mil) debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie com garantia real representada por penhor de ações e cessão fiduciária de direitos creditórios, além de garantia adicional fidejussória, em 4 (quatro) séries, com valor nominal unitário de R$1.000,00 (um mil reais) (“Debêntures”) na data de emissão, perfazendo, na data de emissão, qual seja, 15 de janeiro de 2011 (“Data de Emissão”), o valor total de R$350.000.000,00 (trezentos e cinquenta milhões de reais) (“Emissão”). 1 - SUMÁRIO DA OFERTA Apresentamos a seguir um sumário da Oferta. Este sumário não contém todas as informações que um potencial investidor deve considerar antes de decidir investir nas Debêntures. Para uma melhor compreensão da Oferta, o potencial investidor deve ler cuidadosa e atentamente todo este Aviso ao Mercado, o Prospecto Preliminar e o Formulário de Referência, disponíveis pelos meios indicados neste Aviso ao Mercado, em especial as informações contidas na seção “Resumo das informações Financeiras e Operacionais”, “Fatores de Risco” e “Análise e Discussão da Administração sobre a Situação Financeira e o Resultado Operacional” do Prospecto Preliminar, bem como nas demonstrações financeiras da Companhia, respectivas notas explicativas e parecer dos auditores independentes, também incluídos no Prospecto. ► Emissora: ► Espécie: ► Tipo e Forma: ► Montante: ► Valor Nominal Concessionária das Rodovias Ayrton Senna e Carvalho Pinto S.A. - ECOPISTAS Com garantia real representada por penhor de ações e cessão fiduciária de direitos creditórios. Nominativas e escriturais R$ 350.000.000,00, sendo que o montante total poderá ser aumentado em até 5.71% caso seja exercida Opção de Debêntures Adicionais do montante inicialmente exercido. R$1.000,00 na Data de Emissão Unitário: ► Quantidade: ► Séries: ► Data de (1) Emissão: Garantias 350.000 debêntures 4 séries, sendo que serão alocadas 87.500 Debêntures em cada série, sem considerar a Opção das Debêntures Adicionais. A totalidade das debêntures será emitida em qualquer hipótese na proporção de 1 (uma) Debênture para cada série, sendo que somente poderão ser subscritas Debêntures na mesma proporção de que foram emitidas. 15 de janeiro de 2011 Garantias Reais: (i) um penhor de ações, a ser compartilhada com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (“BNDES”), da totalidade das ações ordinárias de emissão da Emissora, detidas pela Ecorodovias Concessões e Serviços S.A. (“Ecorodovias”) representativas de 99,99% (noventa e nove inteiros e noventa e nove centésimos por cento) do capital social da Emissora, a ser celebrado entre (a) a Ecorodovias, (b) o Agente Fiduciário, (c) a Emissora e (d) o BNDES (“Contrato de Penhor de Ações”). Tendo em vista que há um penhor sobre as referidas ações, o qual foi constituído em favor dos detentores das notas promissórias comerciais da 5ª emissão da Emissora, o penhor das ações a ser concedido aos Debenturistas terá eficácia a partir da averbação da desoneração dos gravames das notas promissórias comerciais da 5ª emissão da Emissora, conforme previsto no Contrato de Penhor de Ações. (ii) um contrato de cessão fiduciária, (“Contrato de Cessão Fiduciária”), a ser celebrado entre a Emissora, o Agente Fiduciário, o BNDES, e o Itaú Unibanco S.A., na qualidade de banco depositário, de: (a) todos os direitos de crédito da Emissora presentes e futuros decorrentes da prestação dos serviços de exploração, operação, conservação e construção das praças de pedágio instaladas no Sistema Rodoviário, nos termos do Contrato de Concessão (conforme definido abaixo), deduzida dos valores dos pagamentos essenciais para o cumprimento pela Emissora de suas obrigações nos termos do Contrato de Concessão Rodoviária N.º 006/ARTESP/2009, celebrado em 17 de junho de 2009 com o Estado de São Paulo, (o “Poder Concedente” e o “Contrato de Concessão”) e todas as receitas acessórias associadas ou decorrentes da concessão do Corredor Ayrton Senna / Carvalho Pinto, incluindo, sem limitação, as receitas de pedágio e todas e quaisquer indenizações a serem recebidas nos termos das garantias e apólices de seguro contratadas nos termos do Contrato de Concessão; (b) todos os direitos emergentes do Contrato de Concessão, inclusive os relativos a eventuais indenizações a serem pagas pelo Poder Concedente em decorrência da extinção, caducidade, encampação, ou revogação da concessão objeto do Contrato de Concessão, consoante o disposto no artigo 35 da Lei nº 8.987 de 13 de fevereiro de 1995 (“Direitos Emergentes da Concessão”); e (c) todos os direitos creditórios da Companhia sobre todos os valores a serem depositados e mantidos nas Contas do Projeto, deduzida dos valores dos pagamentos essenciais para o cumprimento pela Companhia de suas obrigações nos termos do Contrato de Concessão, bem como quaisquer aplicações financeiras, incluindo quotas de fundo de investimento resultantes de aplicações dos recursos depositados nas Contas do Projeto, , incluindo todo e qualquer ganho ou receita financeira delas decorrentes, nos termos do contrato de cessão fiduciária de direitos creditórios e outros (“Contrato de Cessão Fiduciária”). Garantias Garantias Reais: Adicionalmente, será celebrado (i) um contrato de compartilhamento de garantias a ser celebrado entre o BNDES e o Agente Fiduciário, representando os Debenturistas, (“Contrato de Compartilhamento de Garantias”); e (ii) um contrato de administração de contas, a ser celebrado entre a Emissora, a Ecorodovias, o Agente Fiduciário, o BNDES, e o Itaú Unibanco S.A., na qualidade de banco depositário e arrecadador (“Contrato de Administração de Contas”). Diante da cessão fiduciária de direitos creditórios descrita no sub-item “a” acima, a qual também é dada em garantia aos detentores das notas promissórias comerciais da 5ª emissão Emissora, o contrato de cessão fiduciária que tem por objeto a cessão fiduciária de direitos creditórios descrita no sub-item “a” é firmado com a condição suspensiva de que haja o pagamento das notas promissórias da 5ª emissão e a liberação das garantias com a liquidação da Oferta de Debêntures. Garantias (1) Garantias A Emissora requereu seu registro de companhia aberta na categoria B, em 05 de Reais: outubro de 2010, de modo que suas ações não possuirão autorização para serem negociadas em mercados regulamentados de valores mobiliários. As Garantias serão compartilhadas, de forma “pari passu” e sem ordem de preferência de recebimento no caso de excussão. Para tanto, será celebrado (i) um contrato de compartilhamento de garantias a ser celebrado entre o BNDES e o Agente Fiduciário, representando os Debenturistas, (“Contrato de Compartilhamento de Garantias”), cuja minuta é parte integrante da Escritura de Emissão; e (ii) um contrato de administração de contas, a ser celebrado entre (a) a Emissora, (b) a Ecororodovias, (c) o Agente Fiduciário, (d) o BNDES, e (e) o Itaú Unibanco S.A., na qualidade de banco depositário (“Contrato de Administração de Contas”). O Contrato de Cessão Fiduciária e o Contrato de Penhor de Ações são denominados, em conjunto, “Contratos de Garantia”. Os Contratos de Garantia e o Contrato de Administração de Contas são denominados, em conjunto “Contratos da Emissão”. Garantia Garantia fidejussória temporária (fiança solidária) da Ecorodovias condicionada Fidejussória ao cumprimento dos Covenants Financeiros “i” e “ii” por 2 anos consecutivos, e (“Fiança”): que a partir do 2º ano houver o cumprimento do Covenant Financeiro “iii”, conforme definidos abaixo. Com o cumprimento dos Covenants Financeiros, nas datas estipuladas, a Fiança será cancelada e a Ecorodovias deixará de ser parte da Escritura. ► Colocação As Debêntures serão objeto de distribuição pública, sob o regime de garantia firme, exceto para as Debêntures da Opção de Debêntures Adicionais, as quais serão objeto de distribuição sob o regime de melhores esforços de colocação, nos termos do Contrato de Distribuição, com a intermediação dos Coordenadores. As Debêntures serão colocadas de forma que a quantidade de Debêntures subscritas de cada série será igual para todas as séries. ► Prazo e Data de ► 1ª Série: 144 meses da Data de Emissão, vencendo-se, portanto, em 15 de janeiro de Vencimento: 2023 ► 2ª Série: 135 meses da Data de Emissão, vencendo-se, portanto, em 15 de abril de 2022 ► 3ª Série: 138 meses da Data de Emissão, vencendo-se, portanto, em 15 de julho de 2022 ► 4ª Série: 141 meses da Data de Emissão, vencendo-se, portanto, em 15 de outubro de 2022 ► Amortização do ► 1ª Série: Valor Nominal Unitário ► 3ª Série: Valor Nominal Unitário Principal: Atualizado, em 11 parcelas, Atualizado, em 11 parcelas, conforme abaixo: conforme abaixo: (1) sDEJaneiro de 2013: 1,3275% sDEJaneiro de 2014: 3,3000% sDEJaneiro de 2015: 3,3000% sDEJaneiro de 2016: 4,6580% sDEJaneiro de 2017: 5,3525% sDEJaneiro de 2018: 7,7763% sDEJaneiro de 2019: 10,2627% sDEJaneiro de 2020: 13,4773% sDEJaneiro de 2021: 16,9297% sDEJaneiro de 2022: 22,1787% sDEJaneiro de 2023: 11,4373% sDEJulho de 2012: 1,3275% sDEJulho de 2013: 3,3000% sDEJulho de 2014: 3,3000% sDEJulho de 2015: 4,6580% sDEJulho de 2016: 5,3525% sDEJulho de 2017: 7,7763% sDEJulho de 2018: 10,2627% sDEJulho de 2019: 13,4773% sDEJulho de 2020: 16,9297% sDEJulho de 2021: 22,1787% sDEJulho de 2022: 11,4373% ► 2ª Série: Valor Nominal Unitário ► 4ª Série: Valor Nominal Unitário Atualizado, em 11 parcelas, conforme abaixo: Atualizado, em 11 parcelas, conforme abaixo: sDE!Bril de 2012: 1,3275% sDE!Bril de 2013: 3,3000% sDE!Bril de 2014: 3,3000% sDE!Bril de 2015: 4,6580% sDE!Bril de 2016: 5,3525% sDE!Bril de 2017: 7,7763% sDE!Bril de 2018: 10,2627% sDE!Bril de 2019: 13,4773% sDE!Bril de 2020: 16,9297% sDE!Bril de 2021: 22,1787% sDE!Bril de 2022: 11,4373% sDE/UTUBRODE: 1,3275% sDE/UTUBRODE: 3,3000% sDE/UTUBRODE: 3,3000% sDE/UTUBRODE: 4,6580% sDE/UTUBRODE: 5,3525% sDE/UTUBRODE: 7,7763% sDE/UTUBRODE: 10,2627% sDE/UTUBRODE: 13,4773% sDE/UTUBRODE: 16,9297% sDE/UTUBRODE: 22,1787% sDE/UTUBRODE: 11,4373% 20 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 CONCESSIONÁRIA DAS RODOVIAS AYRTON SENNA E CARVALHO PINTO S.A. - ECOPISTAS Sociedade Anônima CNPJ n.º 10.841.050/0001-55 - NIRE 35.300.368.657 ► Remuneração: ► Pagamento da Remuneração: As Debêntures farão jus a uma remuneração correspondente a um spread, na forma percentual ao ano, a ser definida em Procedimento de Bookbuilding, que se iniciará com remuneração definida com base no cupom da NTN-B 2017, acrescida de um spread equivalente a, no máximo, 2,20% (dois inteiros e vinte centésimos por cento) ao ano, base 252 dias úteis, incidentes sobre o Valor Nominal Unitário ou saldo do Valor Nominal Unitário das Debêntures da respectiva Série, conforme o caso, a partir da Data da Emissão ou da data de pagamento da Remuneração imediatamente anterior, conforme aplicável, calculado em regime de capitalização composta de forma pro rata temporis por dias úteis e pagos anualmente. O pagamento da Remuneração das respectivas Séries será feito anualmente, da seguinte forma: ► Pagamento da Remuneração da 1ª Série: sDEJaneiro de 2012 sDEJaneiro de 2013 sDEJaneiro de 2014 sDEJaneiro de 2015 sDEJaneiro de 2016 sDEJaneiro de 2017 sDEJaneiro de 2018 sDEJaneiro de 2019 sDEJaneiro de 2020 sDEJaneiro de 2021 sDEJaneiro de 2022 sDEJaneiro de 2023 ► Pagamento da Remuneração da 2ª Série: sDE!Bril de 2012 sDE!Bril de 2013 sDE!Bril de 2014 sDE!Bril de 2015 sDE!Bril de 2016 sDE!Bril de 2017 sDE!Bril de 2018 sDE!Bril de 2019 sDE!Bril de 2020 sDE!Bril de 2021 sDE!Bril de 2022 ► Negociação: ► Oferta de Resgate Antecipado: ► Eventos de Vencimento Antecipado: ► Covenants Financeiros: ► Pagamento da Remuneração da 3ª Série: Usuais, conforme a Escritura de Emissão, cuja cópia encontra-se anexa ao Prospecto Preliminar. A Emissora deverá observar os seguintes índices financeiros (“Covenants Financeiros”), a serem apurados trimestralmente a partir de 31 de março de 2011 (exceto para a alínea “iii” abaixo, que somente será observada trimestralmente a partir do cancelamento da Fiança), e calculados de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, com base nas últimas demonstrações financeiras da Emissora, sendo as demonstrações financeiras trimestrais revisadas, e as anuais auditadas: (i) superior à 20% (vinte por cento), obtido pela razão entre Patrimônio Líquido e Passivo Total na data das demonstrações financeiras; (ii) Índice de Cobertura do Serviço da Dívida igual ou superior a 1,20; e (iii) menor à 4,00, obtido pela razão entre Dívida Líquida e EBITDA Ajustado dos últimos 12 meses. sDEJulho de 2012 sDEJulho de 2013 sDEJulho de 2014 sDEJulho de 2015 sDEJulho de 2016 sDEJulho de 2017 sDEJulho de 2018 sDEJulho de 2019 sDEJulho de 2020 sDEJulho de 2021 sDEJulho de 2022 “Patrimônio Líquido”: significa a soma das seguintes contas das demonstrações financeiras da Emissora (a) Capital Social, (b) Reserva de Capital, (c) Ajustes de Avaliação Patrimonial, (d) Reservas de Lucros, (e) Ações em Tesouraria, e (f) Lucros (Prejuízos) Acumulados. “Passivo Total”: São todas as obrigações conhecidas ou calculáveis e os encargos estimados, inclusive contingências passivas. “Índice de Cobertura do Serviço da Dívida”: significa a seguinte equação, calculado com base nos últimos 12 meses de uma data de verificação: ► Pagamento da Remuneração da 4ª Série: EBITDA Ajustado - Impostos - Variação de Capital de Giro Amortização de Principal + Pagamento de Juros sDE/UTUBRODE sDE/UTUBRODE sDE/UTUBRODE sDE/UTUBRODE sDE/UTUBRODE sDE/UTUBRODE sDE/UTUBRODE sDE/UTUBRODE sDE/UTUBRODE sDE/UTUBRODE sDE/UTUBRODE As Debêntures da presente Emissão serão registradas para distribuição no mercado primário por meio do SDT - Módulo de Distribuição de Títulos, administrado e operacionalizado pela CETIP e para negociação no mercado secundário por meio do SND, também administrado e operacionalizado pelo CETIP, sendo a distribuição e a negociação liquidadas e as Debêntures custodiadas na CETIP, e/ou por meio do BOVESPAFIX (ambiente de negociação de ativos de renda fixa) administrado e operacionalizado pela BM&FBOVESPA, sendo processados pela BM&FBOVESPA a custódia e a liquidação financeira da Emissão e da negociação de Debêntures. A Emissora realizará a Oferta de Resgate Antecipado por meio de comunicação ao Agente Fiduciário e, na mesma data, por meio de publicação do Edital de Oferta de Resgate Antecipado, o qual deverá descrever os termos e condições da Oferta de Resgate Antecipado, incluindo: (a) se o resgate será total ou parcial, (sendo parcial, proporcional a todas as Séries) e, se for parcial, o procedimento para o resgate parcial (sorteio, nos termos do artigo 55, parágrafo 1º, da Lei das S.A.); (b) o valor do prêmio de resgate, caso exista; (c) se a Oferta de Resgate Antecipado estará condicionada à aceitação desta por um percentual mínimo de Debenturistas; (d) a data efetiva para o resgate e pagamento das Debêntures a serem resgatadas; (e) a forma de manifestação dos Debenturistas que optarem pela adesão à Oferta de Resgate Antecipado; e (f) demais informações necessárias para tomada de decisão pelos Debenturistas e para a operacionalização do resgate das Debêntures; (a) após a publicação do Edital de Oferta de Resgate Antecipado, os Debenturistas que optarem pela adesão à Oferta de Resgate Antecipado terão o prazo de 10 (dez) dias úteis para se manifestarem, através de correspondência formal encaminhada à Emissora, com cópia para o Agente Fiduciário, findo o qual a Emissora terá o prazo de 3 (três) dias úteis para proceder à liquidação da Oferta de Resgate Antecipado, a qual ocorrerá em uma única data, observado que a Emissora somente poderá resgatar a quantidade de Debêntures que tenham sido indicadas por seus respectivos titulares em adesão à Oferta de Resgate Antecipado; (b) a Emissora deverá comunicar a CETIP e a BM&FBOVESPA sobre a realização da Oferta de Resgate Antecipado com antecedência mínima de 2 (dois) dias úteis da respectiva data do resgate antecipado; e (c) o valor a ser pago aos Debenturistas no âmbito da Oferta de Resgate Antecipado será equivalente ao Valor Nominal das Debêntures, ou saldo do Valor Nominal das Debêntures, conforme o caso, acrescido da Atualização e da Remuneração (o “Saldo Devedor”), acrescido, se for o caso, de prêmio de resgate que, a exclusivo critério da Emissora, venha a ser oferecido no âmbito da Oferta de Resgate Antecipado. Para as Debêntures custodiadas na CETIP, quando se tratar de resgate antecipado parcial, o resgate antecipado parcial deverá ocorrer por meio de “operação de compra e venda definitiva no mercado secundário”, sendo que todas as etapas desse processo, tais como habilitação dos Debenturistas, qualificação, sorteio, apuração, rateio e validação das quantidades de Debêntures a serem resgatadas, serão realizadas fora do âmbito da CETIP. Os Debenturistas, na data do efetivo resgate parcial, deverão adotar todos os procedimentos de “operação de compra e venda definitiva no mercado secundário” junto a CETIP sob pena de não terem suas Debêntures efetivamente resgatadas. Fica ainda estabelecido que, caso a CETIP venha a implementar outra funcionalidade para operacionalização do resgate antecipado parcial, não haverá a necessidade de aditamento a esta Escritura ou qualquer outra formalidade. Onde: i. considera-se como “EBITDA Ajustado”, o lucro ou prejuízo operacional, antes da contribuição social e imposto de renda, adicionando-se as Despesas Financeiras, depreciação e amortização, e excluindo as Receitas Financeiras e adicionando, ainda, os custos com a provisão para manutenção da infraestrutura rodoviária e outras provisões similares que possam ser introduzidas através da alteração nas normas e procedimentos contábeis a partir da Data da Emissão, e deverá ser calculado, ao longo do prazo de vigência das Debêntures, com base nas contas contábeis citadas na presente definição e derivadas das demonstrações preparadas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil; ii. considera-se como “Impostos”, o somatório do Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido pagos no referido período; iii. considera-se como “Variação de Capital de Giro”, a Necessidade de Capital de Giro no referido período (-) Necessidade de Capital de Giro do período anterior, sendo tal Necessidade de Capital de Giro apurada como segue: (+) Ativo Circulante (-) caixa, bancos e aplicações financeiras - Passivo Circulante (-) Dívida de curto prazo iii.1. Ativo Circulante: É representado pelas disponibilidades financeiras e outros bens e direitos que se espera sejam transformados em disponibilidades, vendidos ou usados dentro de um ano ou no decorrer de um ciclo operacional. iii.2. Passivo Circulante: São as obrigações conhecidas ou calculáveis e os encargos estimados, inclusive contingências passivas, cujos prazos estabelecidos ou esperados situem-se no curso do exercício seguinte à data do levantamento dos balancetes mensais e do balanço patrimonial. iii.3. Divida de Curto prazo: equivalente aos saldos de curto prazo de empréstimos, financiamento, Swaps, Leasing Financeiros, Debêntures e demais títulos de divida de emissão da Emissora, inclusive saldo de mútuos; iv. considera-se como “Amortização de Principal”, valores pagos relacionados ao principal de Empréstimos, Financiamentos, Swaps, Arrendamentos Mercantis (Leasings) Financeiros, Debêntures e demais Títulos de Dívida de emissão da Emissora, excetuando-se as amortizações decorrentes de mútuos contraídos com a Ecorodovias, durante o referido período; e v. considera-se como “Pagamento de Juros”, valores pagos relacionados aos juros de dívidas de Empréstimos, Financiamentos, Swaps, Arrendamentos Mercantis (Leasings) Financeiros, Debêntures e demais Títulos de Dívida de emissão da Emissora, excetuando-se as amortizações decorrentes de mútuos contraídos com a Ecorodovias; durante o referido período. “Dívida Líquida”: significa (a) a soma do passivo referente a empréstimos, financiamentos, debêntures, encargos financeiros provisionados e não pagos, notas promissórias (commercial papers), títulos emitidos no mercado internacional (bonds, eurobonds, short term notes), registrados no passivo circulante e no exigível a longo prazo, (b) soma dos valores referente a concessão, conforme conta “Credor pela Concessão” das demonstrações financeiras da Emissora (c) diminuído pelos saldos de caixa e aplicações financeiras registrados no ativo circulante A alteração de qualquer dos Covenants Financeiros, por qualquer motivo, deverá ser aprovada por Debenturistas representando, no mínimo, 90% (noventa por cento) das Debêntures em circulação. ► Agente Planner Trustee DTVM Ltda. Fiduciário: Coorden Coordenador Líder A Emissão será realizada em quatro séries, sendo que o número de Debêntures a ser alocado em cada série será de 87.500 4. CRONOGRAMA DAS ETAPAS DA OFERTA (oitenta e sete mil e quinhentas) debêntures. Serão emitidas um total de 350.000 (trezentos e cinquenta mil) Debêntures. A quantidade de Debêntures poderá ser aumentada de forma proporcional entre as Séries, exclusivamente na data da A Oferta seguirá o cronograma tentativo abaixo: conclusão do Procedimento de Bookbuilding, a critério da Emissora com a prévia concordância dos Coordenadores, em até Data 5,71% (cinco inteiros e setenta e sete centésimos por cento) com relação à quantidade originalmente oferecida caso seja Ordem dos Evento Eventos Prevista* exercida a Opção de Debêntures Adicionais. Serão mantidas as mesmas condições e preço das Debêntures originalmente 1 Protocolo do pedido de registro da Oferta na CVM 05/10/10 oferecidas para a subscrição das Debêntures Adicionais. Os recursos obtidos por meio da emissão das Debêntures serão destinados para pagamento de parte do valor da dívida Publicação do Aviso ao Mercado 19/01/11 representada pelas notas promissórias comerciais da 5ª emissão da Emissora, na forma prevista no prospecto preliminar, 2 Disponibilização do Prospecto Preliminar ao público investidor cujo valor total aproximado na presente data é de R$ 371 milhões. Início das apresentações para potenciais investidores A Emissão e a prestação de garantias pela Emissora com relação à Oferta foram aprovadas conforme deliberação da As3 Encerramento das apresentações para potenciais investidores 25/01/11 sembléia Geral Extraordinária da Emissora realizada em 18 de janeiro de 2011, cuja ata será arquivada na Junta Comercial 4 Procedimento de Bookbuilding 18/02/11 do Estado de São Paulo (“JUCESP”) e publicada no jornal “Diário de Notícias”, e no Diário Oficial do Estado de São Paulo 5 Obtenção do Registro da Emissão na CVM 02/03/11 (“DOESP”) até a concessão do registro da Oferta pela CVM. Adicionalmente, a fiança e o penhor de ações da Ecorodovias foi Publicação do Anúncio de Início e Disponibilização do Prospecto Definitivo ao público 03/03/11 aprovada em Reunião do Conselho de Administração da desta, realizada em 18 de janeiro de 2011, cuja ata será arquivada 6 investidor na JUCESP e publicada no DOESP e no jornal “Diário de Notícias”, edição nacional, até a concessão do registro da Oferta 7 Liquidação da Emissão 04/03/11 pela CVM, na qual foram deliberadas as condições da concessão da fiança e do penhor das ações para as Debêntures 8 Publicação do Anúncio de Encerramento da Emissão 08/03/11 desta Emissão. *As datas previstas para os eventos futuros são meramente indicativas e estão sujeitas a alterações, antecipações e atraA presente Oferta encontra-se em análise e está sujeita à concessão do respectivo registro pela CVM. sos. 2. PROSPECTO PRELIMINAR Regime de Colocação e Procedimento da Emissão O prospecto preliminar da Emissão (“Prospecto Preliminar”) está, nesta data, disponível nos endereços e páginas da rede As Debêntures serão objeto de distribuição pública, sob regime de garantia firme de colocação para as Debêntures da 1ª mundial de computadores abaixo descritos: Série, Debêntures da 2ª Série, Debêntures da 3ª Série e Debêntures da 4ª Série, para o limite de até R$350.000.000,00 (trezentos e cinquenta milhões de reais), exceto para as Debêntures da Opção de Debêntures Adicionais, as quais serão Concessionária das Rodovias Ayrton Senna e Carvalho Pinto S.A. - Ecopistas objeto de distribuição sob o regime de melhores esforços de colocação, até o limite de R$20.000.000,00 (vinte milhões de Rodovia Ayrton Senna, km 32, Pista Oeste reais). Não existirão reservas antecipadas, nem fixação de lotes mínimos ou máximos, sendo que o Coordenador Líder em Itaquaquecetuba - SP - Brasil conjunto com o Bradesco BBI, com expressa anuência da Emissora, organizarão a colocação das Debêntures perante os At.: Sr. Flavio Viana de Freitas Telefone: (11) 4646-3411 investidores interessados, podendo levar em conta suas relações com clientes e outras considerações de natureza comercial Fax: (11) 4648-0627 ou estratégica. As Debêntures serão colocadas junto a pessoas físicas e pessoas jurídicas, fundos de investimento, fundos http://www.ecopistas.com.br (neste website acessar “Dados Econômico Financeiros”, no item “Debêntures” e “Prospecto de pensão, entidades administradoras de recursos de terceiros registradas na CVM, entidades autorizadas a funcionar pelo Preliminar”) Banco Central do Brasil, seguradoras, entidades de previdência complementar e de capitalização, bem como investidores institucionais ou qualificados assim considerados pelas regras vigentes no país, levando em conta o perfil de risco dos Banco Itaú BBA S.A. destinatários da Emissão. Não será constituído fundo de sustentação de liquidez ou firmado contrato de garantia de liquidez Avenida Brigadeiro Faria Lima, n° 3400, 4° andar para as Debêntures. Na eventualidade do exercício de garantia firme pelos Coordenadores, a mesma será exercida de forma São Paulo - SP - Brasil proporcional entre as Séries, porém de forma individual e não solidária. At.: Sr. Eduardo Prado Santos Fone: (0xx11) 3708-8717 Fax: (0xx11) 3708-8107 Informações sobre o Procedimento de Bookbuilding http://www.itaubba.com.br/portugues/atividades/prospectos.asp A Remuneração das Debêntures será definida no Procedimento de Bookbuilding, a ser realizado após a publicação deste Aviso ao Mercado. O Procedimento de Bookbuilding será conduzido pelos Coordenadores para verificação, junto a investiBanco Bradesco BBI S.A. dores, da demanda pelas Debêntures, por meio da coleta de intenções de investimento. Avenida Paulista, nº 1450, 8º andar São Paulo - SP - Brasil Declaração de Inadequação de Investimento At.: Sr. João Carlos Zani O investimento nas Debêntures não é adequado a investidores que (a) necessitem de liquidez, tendo em vista a possibilidade Fone: (0xx11) 2178-4800 de serem pequenas ou inexistentes as negociações das Debêntures no mercado secundário; e/ou (b) não estejam dispostos Fax: (0xx11) 2178-4880 http://www.bradescobbi.com.br/ofertaspublicas (neste website acessar “Ecopistas”, no item “Debêntures” e depois acessar a correr o risco de crédito de empresa do setor privado. “Prospecto Preliminar”) Demais Características da Emissão Comissão de Valores Mobiliários - CVM As demais características das Debêntures encontram-se descritas no Prospecto Preliminar. Rua Sete de Setembro, n.º 111, 5º andar, Rio de Janeiro, RJ Rua Cincinato Braga, n.º 340, 2º, 3º e 4º andares, São Paulo, SP Agente Fiduciário http://www.cvm.gov.br (ao acessar esta página, o investidor deverá clicar em “Registros de Ofertas Públicas” e após em O Agente Fiduciário da Emissão é a Planner Trustee DTVM Ltda., instituição financeira com sede na Cidade de São Paulo, “Prospectos de Ofertas Públicas de Distribuição”) Estado de São Paulo, Avenida Brigadeiro Faria Lima nº 3.900, 10º andar, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 67.030.395/000146. CETIP S.A. - Balcão Organizado de Ativos e Derivativos Avenida República do Chile, n.º 230, 11º andar, Rio de Janeiro, RJ Rua Líbero Badaró, n.º 425, 24º andar, São Paulo, SP Banco Mandatário http://www.cetip.com.br/informacao_tecnica/prospectos_debentures.asp O banco mandatário é o Itaú Unibanco S.A. (“Banco Mandatário”). BM&FBOVESPA S.A. - BOLSA DE VALORES, MERCADORIAS E FUTUROS Praça Antonio Prado, n.º 48, São Paulo, SP Rua XV de Novembro, n.º 275, São Paulo, SP Site: http://www.bmfbovespa.com.br/pt-br/download/Prospecto_Ecopistas.pdf Agente Escriturador O agente escriturador é a Itaú Corretora de Valores S.A. (“Agente Escriturador”) 5. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES O Prospecto Preliminar encontra-se à disposição dos interessados na CVM. Exemplares impressos do Prospecto Preliminar A Emissão está sujeita à análise e registro por parte da CVM. Informações complementares sobre as Debêntures, a Emisestão disponíveis para retirada, pelos interessados, junto aos endereços da Emissora e dos Coordenadores. são e/ou a Emissora poderão ser obtidas junto à Emissora e aos Coordenadores, nos endereços indicados neste Aviso ao 3. DATAS ESTIMADAS E LOCAIS DE DIVULGAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO Mercado. As informações constantes do Prospecto Preliminar estão sujeitas à análise da CVM, bem como a complementação e alterações. O Prospecto Definitivo será disponibilizado aos investidores nos locais referidos acima, a partir da data A Emissora e os Coordenadores realizarão a divulgação da Emissão a partir da data de publicação deste Aviso ao Mercado, de publicação do Anúncio de Início. As informações relativas às Debêntures, à Emissão e à Emissora estão detalhadas no até a data de realização do Procedimento de Bookbuilding. As apresentações aos potenciais investidores estão programadas Prospecto Preliminar. para realizar-se entre os dias 19 de janeiro de 2011 e 25 de janeiro de 2011. Para informações adicionais sobre as Debêntures, a Emissão e/ou sobre a Emissora, os investidores interessados deverão contatar a Emissora e/ou os Coordenadores. A Emissão somente terá início após a concessão do respectivo registro pela CVM, a publicação do anúncio de início (“Anún- O Registro da Emissão não implica, por parte da CVM, garantia de veracidade das informações prestadas ou em julgamento sobre a qualidade da Emissora, bem como sobre as debêntures a serem distribuídas. cio de Início”) e a disponibilização, aos investidores, da versão definitiva do prospecto da Oferta (“Prospecto Definitivo”). O Anúncio de Início e o anúncio de encerramento da Emissão (“Anúncio de Início” e “Anúncio de Encerramento” respectivaLeia o Prospecto em conjunto com o Fomulário de Referência da Emissora, antes de aceitar a oferta. mente) serão publicados no jornal “Brasil Econômico”. nadores f.lopes Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 21 22 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 INOVAÇÃO & GESTÃO QUINTA-FEIRA SEXTA-FEIRA SUSTENTABILIDADE TECNOLOGIA Colíder investe em qualificação Atração de cursos superior e técnico é saída para suprir laticínios e frigoríficos locais com mão de obra Paulo Justus [email protected] A economia do município de Colíder, no norte do Mato Grosso, teve uma grande transformação nos últimos cinco anos. A cidade passou de predominantemente agrícola para uma fornecedora de serviços de saúde e educação para os 17 municípios do entorno, além de atrair investimentos de frigoríficos e laticínios locais que motivaram a criação de empregos na região. A mudança de perfil elevou a demanda por qualificação profissional no município, em áreas que antes não estavam desenvolvidas. Em 2005, o trabalho urbano respondia por uma pequena parte da renda da cidade e estava concentrado principalmente em torno das atividades de um frigorífico que operava no local. De lá para cá já foram instalados mais um frigorífico, um abatedouro, dois laticínios e um curtume, que movimentaram a economia local. “Percebemos que a nossa economia estava muito verticalizada, na produção de carne e leite in natura. Por isso, incentivamos a vinda de frigoríficos e laticínios, além das pequenas indústrias de móveis e a prestação de serviços”, afirma o prefeito de Colíder, Celso Banazeski. Para atender a procura por trabalhadores qualificados, a prefeitura buscou parceiros. Fortaleceu a sede do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), e trouxe, pela primeira vez no município o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Empreendedorismo Além dos cursos de qualificação profissional, o município também também atraiu faculdades. Em Colíder, a oferta de cursos superiores passou de cinco, em 2005, para 30, em 2010. “Hoje temos faculdades públicas e privadas, que oferecem desde direito e administração à enfermagem”, afirma Banazeski. A política de incentivo ao setor de serviços também passou pelo fortalecimento das micro e pequenas empresas. Nos últimos cinco anos, município atraiu faculdades, frigoríficos e laticínios Os incentivos se refletiram na formalização de negócios. O número de empresas formais passou de 700 em 2005 para 1.483 em 2010 Para isso, a prefeitura elaborou uma série de incentivos, como a redução do IPTU e a implantação de um sistema de compras públicas que privilegia as empresas de pequeno porte. “Fomos uma das primeiras cidades a colocar emprática a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas”, diz Banazeski. Formalização Os incentivos se refletiram na formalização de negócios. O número de empresas formais passou de 700 em 2005 para 1.483 em 2010. O município também incentivou a formali- zação de 228 microempreendedores individuais. “Hoje mais de 90% das compras da prefeitura provêm de pequenos fornecedores locais”, diz. O investimento na infraestrutura de saúde também foi pensado estrategicamente como uma maneira de estimular a prestação de serviços na cidade, que formou um consórcio regional com outros sete municípios para financiar procedimentos de saúde que antes não eram fornecidos no município. A estratégia foi ainda fortalecida pelo investimento do governo estadual no hospital regional (veja mais ao lado). “O hospital estimula o giro de dinheiro dentro do município e também atrai pessoas de outras cidades, que quando vêm para serem atendidas também fazem compras e movimentam hotéis e restaurantes”, diz o prefeito. Como resultado das políticas de incentivo aos serviços, o orçamento da prefeitura quadruplicou, nos últimos cinco anos. Os preços dos imóveis também cresceram, em linha com o dinamismo econômico. “Em alguns locais do centro, o preço dos imóveis cresceu 900%”, diz Banazeski. ■ Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 23 SEGUNDA-FEIRA TERÇA-FEIRA EDUCAÇÃO EMPREENDEDORISMO AFONSO COZZI para crescer Coordenador do Núcleo de Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral Fotos: divulgação SERVIÇOS Empreendedor e inovação nas organizações O investimento em cursos de qualificação profissional, como os de corte e costura (foto acima) foi fundamental para estimular a economia regional. O investimento estadual no hospital local também movimentou o comércio e o setor hoteleiro da cidade. ■ EMPRESAS ■ SAÚDE 112 R$ ■ EDUCAÇÃO ■ POLO REGIONAL 30 17 Aumento das empresas formalizadas de 2005 a 2010 % Cursos superiores ofertados em 2010 (eram 5 em 2005) Orçamento anual do Hospital Regional saiu de R$ 3 mi para 10 milhões Número de municípios atendidos pelo polo de serviços SAÚDE Hospital regional atende 30 municípios, até o sul do Pará O Hospital Regional de Colíder teve uma forte reestruturação nos últimos quatro anos. A partir de 2006 começou a intensificar os serviços, com a contratação de mais médicos. De lá para cá, o hospital aumentou o número de médicos em sua equipe, de 16 para 54. O orçamento também subiu, chegando hoje a cerca de R$ 10 milhões por ano, apenas para a manutenção e salário de funcionários, contra um orçamento de R$ 3 milhões há quatro anos. “O maior desafio para atrair bons profissionais para uma cidade que fica a 650 quilômetros da capital foi ter uma boa infraestrutura e qualidade de serviços”, diz a diretora-geral do Hospital Regional, Jucineide Oliveira Silva. Esse investimento se reflete na infraestrutura do hospital, que passou a contar com 18 leitos de UTI, entre adulto, pediátrico e neonatal, e quase dobrou o número de leitos, que passou de 50 para 90 nos últimos quatro anos. “Saí de São Paulo para cá, graças à qualidade de vida e às condições para desenvolver meu trabalho”, diz o cardiologista Marcelo Luiz Sanson. Com a expansão dos serviços, o hospital passou a atender 30 municípios da região norte do Mato Grosso e até do Sul do Pará. “Também atendemos uma comunidade indígena”, diz Jucineide. P.J. Vivemos na era do conhecimento, contexto em que sua criação e uso se tornam referências para decisões econômicas. Podemos hoje “criar mais valor com uma idéia em 10 segundos do que com 10 mil horas de uma linha de montagem”, como afirma o escritor Alvin Toffler. Basta considerarmos o aumento da proporção do trabalho relacionada ao uso de conhecimento e informação contido nos bens, e compará-la com a parte manual envolvida na produção. Os bens baseados em conhecimento, tais como patentes, consultoria e atividades culturais entre outros, têm rentabilidade mais elevada. Dados recentes indicam que esses bens participam com mais de 50% da riqueza gerada no mundo. Sendo o conhecimento fator-chave na criação de riqueza, sua utilização para gerar valor econômico está diretamente relacionada à inovação, não apenas tecnológica, nas também ligada a outras formas – por exemplo, na organização e gestão ou no modelo de negócio. Nesse contexto, cresce o papel do empreendedorismo. Segundo Peter Drucker, a inovação é um instrumento específico dos empreendedores e o meio pelo qual exploram a mudança como oportunidade para um negócio diferente. Na cultura empresarial voltada para a inovação encontramos as mesmas bases formadoras de um ambiente propício aos “empreendedores corporativos” (ou intraempreendedores), onde todos os A partir de colaboradores são responexperiência iniciada sáveis pela competitividade da empresa e a alta adem Minas Gerais, ministração apóia as inivários municípios ciativas empreendedoras e os projetos inovadores. brasileiros já Como, então, promover aplicam uma uma cultura orientada pedagogia especial para o empreendedorismo e a inovação? A União Europeia reconheceu que seu sistema de ensino formal não tem criado as bases para uma sociedade mais empreendedora e inovadora. Dessa forma, propôs uma profunda reforma do sistema educacional, partindo do pressuposto que atitudes e referências culturais tomam forma desde a primeira idade. O programa de trabalho, conhecido como “Educação e Formação 2010”, sugere mudanças do primeiro ciclo do ensino básico até a universidade. Essas mudanças já estão em curso em diversos paises membros da comunidade européia. No Brasil, a prática tem revelado um quadro semelhante, exigindo a implantação da educação empreendedora em todos os níveis. A partir de experiência iniciada em Minas Gerais, vários municípios brasileiros já aplicam uma pedagogia especial, chamada de empreendedora, a partir da educação infantil até o segundo grau, de forma a estimular a capacidade de escolha do aluno, sem influenciar suas decisões, preparando-o para suas próprias opções, na vida pessoal e profissional. Em São José dos Campos, o método já funciona há 12 anos em escolas da rede municipal. Cada vez mais, as grandes empresas também estão buscando soluções, para desenvolver entre seus colaboradores a capacidade empreendedora e uma postura voltada à inovação. Assim, conseguem suprir a deficiência da formação escolar básica e superior, conscientes de que inovar não é função apenas do departamento de P&D, mas de toda a organização. Estudos convergem para a visão do empreendedor como alguém capaz de desenvolver sonhos que contribuam para a evolução de sua individualidade e possam gerar valores humanos para a organização onde trabalha e para sua comunidade. A energia empreendedora pode então ser despertada nas pessoas em um ambiente que estimule a competição por sonhos, com base numa estratégia e visão de futuro perceptível, que seja excitante e satisfatória para cada um e para o grupo. ■ Colaboração de Anna Goussevskaia, professora da Fundação Dom Cabral 24 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 ENCONTRO DE CONTAS LURDETE ERTEL Teh Eng Koon/AFP Tomando pé As indústrias brasileiras de calçados reforçaram a sola da produção em 2010: juntas, colocaram no mercado 858 milhões de pares, 5,5% mais do que no ano anterior. Pelos dados da Abicalçados, deste total, 143 milhões foram exportados, um salto de 12,9%, apesar da defasagem cambial que vem reduzindo a receita os embarques. Além de ampliar as vendas ao exterior, o setor também viu crescer o mercado doméstico: a entidade estima que o consumo per capita dos brasileiros tenha passado de 3,7 pares em 2009 para 3,9 pares no ano passado. Para 2011, a Abicalçados projeta que a produção para o mercado interno aumente cerca de 8%. Já para o exterior, as perspectivas são tímidas, por causa do câmbio. Realinhamento no passaporte A China avançou em mais um ranking mundial em 2010: o país da Grande Muralha ultrapassou a Espanha e se tornou o terceiro país mais assediado por turistas no mundo. Balanço preliminar da Organização Mundial de Turismo (OMT) mostra que a China recebeu 56 milhões de visitantes estrangeiros no ano passado. O número empurrou a Espanha, que atraiu 53 milhões de turistas, para a quarta posição. Na dianteira da lista, a França consagrou sua posição como principal destino turístico do globo, seguida pelos Estados Unidos na segunda posição. No total, 935 milhões de turistas circularam no mundo no ano passado, cerca de 6,7% mais do que em 2009. Isso significa que 58 milhões de pessoas a mais cruzaram fronteiras a passeio em 2010. Na América Latina, o país que mais atraiu turistas foi o México, com 22,9 milhões de visitantes. O Brasil ficou em segunda posição, com 5,05 milhões. E a Argentina, em terceiro, com 4,9 milhões. Pierre-Philippe Marcou/AFP Mudança de passo Bisturi turbinado O balanço da indústria calçadista em 2010 confirmou a supremacia dos estados do Nordeste nas exportações do setor. Juntos, Ceará, Bahia, Paraíba e Sergipe enviaram ao exterior 99 milhões de pares, do total de 143 milhões de pares embarcados pelo país. Rio Grande do Sul exportou 30 milhões e São Paulo 7 milhões. Vice-campeão no ranking mundial de cirurgias plásticas, o Brasil voltará a receber mil renomados especialistas em março, para o simpósio mundial da área. O evento, em São Paulo, terá Ivo Pitanguy como convidado. Com 645 mil cirurgias plásticas por ano, o país tem uma média de 1.768 intervenções por dia. Sola externa ▲ Estados Unidos, Argentina, Reino Unido, Itália e França foram os cinco principais compradores de calçados brasileiros em 2010. Os americanos importaram 29 milhões de pares e os argentinos, 14,1 milhões. Para os ingleses foram enviados 7,5 milhões de pares, para os italianos, 4,8 milhões, e para os franceses, 2,6 milhões. Com as vendas externas, o Brasil faturou US$ 1,48 bilhão. O preço médio foi de US$ 10,40, 3,2% menos do que em 2009. Saído do mar Depois de Roma, na Itália, é a vez de Madri, na Espanha, ganhar um hotel de lixo, totalmente construído com objetos e materiais recolhidos em praias da Europa. Iniciativa da artista alemã Ha Schult, o Corona Beach Garbage Hotel é uma tentativa de alertar para o preocupante volume de lixo jogado no mar no mundo. “Defendam a internet. Ela não pode ser controlada por governos ou grandes corporações. A internet é do povo” Al Gore, ex-vice-presidente dos EUA, durante sua breve apresentação na Campus Party, em São Paulo. Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 25 Divulgação MARCADO Sorriso do lagarto A Ilha de Itaparica, na Bahia, prepara grande festa para o próximo final de semana, para brindar o aniversário de um de seus filhos mais ilustres. Os 70 anos de nascimento do escritor João Ubaldo Ribeiro serão comemorados com um festival de atrações — de espetáculos musicais a filmes. Mas a principal atração deve ser mesmo a presença do autor de clássicos como Viva o Povo Brasileiro e Sargento Getúlio. ● A Funcef, terceiro maior fundo de pensão do país, inaugura amanhã o Porto Vitória Hotel, em Vitória (ES). Com 302 apartamentos, o hotel já nasce como o maior da cidade e será operado pelo grupo BHG, com a bandeira Golden Tulip. [email protected] Fotos: divulgação Cilindradas A nova hora da estrela São Paulo acaba de ganhar a maior loja do mundo da marca austríaca de motos KTM. A concessionária, que oficializa o desembarque da fabricante europeia no mercado brasileiro, ocupa uma área de de 4.700 metros quadrados na Avenida dos Bandeirantes, na Vila Olímpia. Musa de estilistas como Valentino, Stella McCartney e Francisco Costa, da Calvin Klein, a atriz Gwyneth Paltrow estreou nesta semana em novo papel fora da telona. Em festa de gala durante o Salão Internacional de Alta Relojoaria de Genebra, a loira foi apresentada como nova embaixadora da marca suíça de relógios Baume & Mercier. A primeira missão da bela foi exibir uma nova coleção de relógios da Baume & Mercier inspirada no charmoso balneário de Hamptons, perto de Nova York (EUA)– onde, aliás, Gwyneth tem residência, assim como uma constelação de outras celebridades internacionais, de Steven Spielberg a Lady Gaga. Copo exclusivo Uma das mais premiadas cervejarias artesanais do Brasil está instalando um posto avançado em São Paulo. A primeira loja própria da Bamberg Bier abre nesta semana no bairro Perdizes. Só em 2010, a Bamberg bebericou seis prêmios internacionais. Chave na ignição O grupo Eurobike acelera a expansão de sua nova bandeira de concessionárias Mini Eurobike. Depois da primeira revenda em Porto Alegre (RS), a empresa presidida por Henry Visconde estaciona a segunda loja em Ribeirão Preto (SP). A nova concessionária paulista especializada no modelo Mini aciona os motores neste mês. Asas soltas A companhia aérea uruguaia Pluna aciona trem de pouso em mais um estado brasileiro. A partir de 21 de fevereiro, passa a operar quatro voos semanais diretos entre Belo Horizonte (MG) e Montevidéu. Filippo Monteforte/AFP Embora não falte quem acredite que a afirmação seja para despistar a Justiça, a declaração do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, de que tem “uma namorada formal e estável” deflagrou uma caçada na Itália. A mídia procura quem seria a mulher que teria conquistado o título de oficial no coração do mulherengo político. Como Il Cavaliere disse que a namorada esteve nas polêmicas festas em que o acusam de ter pago prostitutas como a menor Rubu (abaixo), dúzias de jovens começaram a pipocar nos jornais. GIRO RÁPIDO Sorte na passarela É com o patrocínio da rede China in Box que a Rosas de Ouro, atual campeã do Carnaval de São Paulo, vai para o Sambódromo em 2011. Um dos carros alegóricos e uma das alas da escola serão dedicados ao biscoitinho da sorte, que é um dos hits do menu da empresa de gastronomia. Magia circense Já a Vogue bateu o martelo para o tema do badalado Baile de Carnaval que promove anualmente em São Paulo. A tradicional festa, que ocupará quatro quartos do Hotel Unique na noite de 25 de fevereiro, terá como inspiração o mundo do circo. Neste ano, o evento ganha status internacional, se unindo ao Met Ball, realizado pela Vogue America e Anna Wintour, e ao Bal Masque, que comemorou os 90 anos da Vogue francesa em Paris. Água em caixa Nome do fotógrafo/Agência Depois de ganhar espaço na indústria de vinhos, a embalagem do tipo bag-in-box está chegando ao mercado de água mineral. A empresa catarinense Rio do Ouro prepara o lançamento da marca Ariwa, que terá versões de 5, 10 e 20 litros em caixas com uma embalagem embalada a vácuo e uma pequena torneira para consumo fracionado. 26 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 EMPRESAS Operação de porto no Sul reforça o caixa da Battistella Holding ultrapassa a marca de R$ 1 bilhão em faturamento e planeja vender ativos para reduzir dívida de R$ 220 milhões Priscila Machado [email protected] O ano de 2011 será de consolidação para a holding Battistella. Após romper a barreira de R$ 1 bilhão em faturamento, a companhia se prepara para o início das operações do Porto Itapoá, em Santa Catarina, do qual é sócia majoritária com 42% de participação. A Hamburg Süd, por meio da Aliança Navegação (30%) e a BRZ Log (fundo do grupo GP (28%) são os outros acionistas. O valor total do projeto é de R$ 500 milhões e o investimento da Battistella é proporcional à sua participação. O empreendimento já conta com sua própria geração de caixa e a expectativa é que o investimento se pague em prazo de cinco a oito anos . O novo porto vem sendo apresentado como uma alternativa aos custos elevados e às limitações de expansão do Porto de Paranaguá, no Paraná, se caracterizando como um porto de concentração de cargas de importação e exportação. “Ter um grande pólo portuário em Santa Catarina com certeza trará um resultado bastante positivo no médio e longo prazos”, diz Marcos Andreetto Perillo, diretor superintendente da holding. O Porto Itapoá será inaugurado em março e terá capacidade instalada inicial para movimentar cerca de 300 mil contêineres por ano. A escolha do local para sediar o empreendimento foi motivada pelo calado — profundidade a que se encontra o ponto mais baixo da quilha de uma embarcação — de 16 metros existente nesta região, característica que possibilitará receber navios de grande porte. Outros negócios Além do porto, onde atua como investidora, a companhia que já tem 62 anos completos possui ativos nas áreas de energia, florestal e de veículos pesados, na qual mantém 12 concessionárias Porto Itapoá, em Santa Catarina, será inaugurado em março. Investimento de R$ 500 milhões deve se pagar no prazo de cinco a oito anos que vendem os caminhões da marca Scania no Paraná e em Santa Catarina e detêm praticamente 30% do mercado nessas duas regiões. Segundo Perillo, apesar de tão diferentes entre si, juntos esses três segmentos fazem sentido economicamente. “O mercado de florestas é menos sujeito a oscilações. A área de veículos, um mercado maduro, aliada à de energia, que é a base da economia, faz as projeções de resultados serem muito mais constantes”, afirma. Perillo destacou o ano de 2010 para o segmento de veículos que, em setembro, já havia vendido um volume 25% superior ao total realizado no ano anterior. Na mesma data o faturamento já era 78% superior ao de 2009. Para 2011, a expectativa é manter os patamares do ano passado. Resultados Apesar de ter superado a marca de R$ 1 bilhão de faturamento (R$ 1,1 bilhão) no último ano, a Battistella tem como principal desafio neste ano a redução de seu endividamento. Hoje a dívida líquida do grupo, sem considerar as operações e financiamento da Scania e a dívida oriunda do Porto Itapoá, gira em torno de R$ 220 milhões. Para equilibrar a estrutura patrimonial, a empresa realizará a venda de ativos não-operacionais (terrenos e imóveis) e, eventualmente, ativos operacionais. “Vamos fazer um trabalho contínuo para reduzir o passivo da companhia, além de intensificar a busca por pagamento da dívida a prazos mais compatíveis”, garante Perillo. No último dia útil de 2010, a companhia anunciou a venda da Vale Rio Canoas Silvicultura e Extração à Sociedade Pyatov Participações por US$ 23,1 milhões. Os ativos vendidos são compostos por árvores de pinos e outras espécies, localizadas no Estado de Santa Catarina. ■ Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 27 Simon Dawson/Bloomberg Bancos estrangeiros darão € 1,5 bi para Angra 3 Um grupo de bancos estrangeiros, entre eles o francês Société Générale, venceu a concorrência para o financiamento externo de € 1,5 bilhão para a usina nuclear de Angra 3. A instituição vai liderar o pool de bancos estrangeiros, dos quais sairão os recursos para compra de equipamentos e serviços importados. De acordo com informações da Dow Jones, os bancos ofereceram um financiamento de 30 anos. A usina, que deve entrar em operação em 2015, terá um custo total de R$ 10,4 bilhões. Hedeson Alves FATURAMENTO R$ 1,1 bi Foi o faturamento do grupo em 2010. É a primeira vez que a holding ultrapassa a marca de R$ 1 bilhão. As unidades de veículos pesados, energia e florestas responderam por 77%, 15% e 10% da receita, respectivamente. DÍVIDA R$ 220 mi Era a dívida líquida da companhia no último balanço, divulgado em 30 de setembro, sem considerar as operações da Scania e a dívida oriunda do porto. Segundo a holding, desde então este número não apresentou grande alteração. Marcos Andreetto Perillo, diretorsuperintendente da holding Battistella: esforço para reduzir o endividamento Divulgação Usina Speed Maquigeral concebida para suprir falta de energia em menos de 15 segundos Unidade de energia do grupo desenvolve usina inovadora Hospital Sírio-Libanês e a Localweb foram os primeiros a adquirir o equipamento O grupo Battistella acaba de desenvolver uma usina capaz de restabelecer a energia elétrica, em caso de falha na concessionária, em até 14 segundos, utilizando motores e alternadores fabricados no Brasil. Os equipamentos disponíveis hoje no mercado costumam levar até um minuto ou mais para restabelecer a energia. A inovação irá ajudar estabelecimentos que não podem ter suas atividades interrompidas, como no caso de hospitais e centros de processamento de dados, nos quais a companhia espera obter um crescimento de até 80% nas vendas. De acordo com Sandra Battistella, diretora da unidade de energia auxiliar, o equipamento batizado de Speed Maquigeral permitirá que muitos casos nos quais o fornecimento antes só poderia ser feito com aparelhos de grande porte, importados, seja realizado por meio de aparelhos com alto índice de nacionalização, garantindo economia e ampliando o mercado da indústria nacional. “Quando se compara essa solução com a importada fica em torno de 30% mais barata”, afirma Sandra que terá como concorrente empresas tradicionais como a Caterpillar, Cummins e a Perkins. A executiva diz que as usinas disponíveis no mercado interno são compostas de dois ou mais grupos geradores ligados em paralelo para compensar a potência menor dos aparelhos nacionais. No caso da usina Speed são usados grupos geradores de grande porte. A Unidade Itaim do hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e a fornecedora de serviços de internet Localweb são as primeiras empresas a instalar essa usina. Para 2011, já foi contratada a instalação de outras duas. O tempo de fabricação para um projeto completo é de 180 dias. Mercado Segundo Sandra, o segmento de energia auxiliar está bastante aquecido. Para ela, as empresas estão mais conscientes da necessidade da energia de backup e o mercado de grupos geradores irá crescer em 2011 acima do Produto Interno Bruto (PIB) do país. A Battistella deve investir em outros lançamentos neste ano, avançando para linhas nas quais ainda não atua. Em 2010, a unidade de energia representou 10% do faturamento de R$ 1,1 bilhão. ■ P.M. 28 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 EMPRESAS Nelson Ching/Bloomberg PESQUISA Comércio de tablets deve crescer 162% em 2011, prevê consultoria IDC O mercado global de tablets deve totalizar 44,6 milhões de unidades vendidas em 2011, ante 17 milhões de dispositivos comercializados no ano passado. Em 2012, a previsão dos especialistas é que o segmento responda por 70,8 milhões de tablets. Este crescimento será conduzido pelo lançamento de aparelhos com o sistema operacional Android e outros, além de dispositivos mais baratos e com novos recursos. Incorporadora da Camargo Corrêa vai a Minas, Rio e Paraná Francisco Sciarotta, diretor da CCDI: 45% dos lançamentos serão para o público de baixa renda CCDI, que tem em São Paulo 92% de seus negócios, prevê crescer 20% em 2011 com lançamentos e novas áreas de atuação Michele Loureiro [email protected] A Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI) planeja regionalizar sua atuação a fim de incrementar em 20% o número de lançamentos para este ano. A maioria dos empreendimentos da companhia lançados em 2010 — 92%— foram concentrados no Estado de São Paulo. Segundo o diretor-superintendente da empresa, Francisco Sciarotta, esse panorama vai mudar e cerca de 25% dos negócios da CCDI serão direcionados para Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais em 2001. “As regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Curitiba e Belo Horizonte estão na mira dos nossos novos negócios, que serão empreendimentos voltados para consumidores de média renda”, disse o executivo. A HM Engenharia, divisão do grupo que é dedicada à construção de imóveis voltados ao público de baixa renda e que respondeu por 44,6% do total dos lançamentos em 2010, também pode ter sua atuação ampliada. “Por enquanto a HM só atua em São Paulo, mas estudamos a possibilidade de construir imóveis em outras regiões do país”, revelou. A CCDI prevê R$ 1,65 bilhão em lançamentos para este ano, volume 20% maior do que o verificado em 2010, quando o montante foi de R$ 1,39 bilhão. O objetivo é incrementar as margens da companhia e o pro- HM Engenharia, divisão dedicada à construção de imóveis para o público de baixa renda, também tem planos de atuar fora de São Paulo grama federal Minha Casa, Minha Vida será o principal agente para a alavancada dos negócios. Cerca de 45% dos lançamentos serão voltados para o segmento de baixa renda. A expectativa na CCDI é que, até o final de fevereiro, o governo federal amplie de R$ 130 mil para R$ 170 mil o valor dos financiamentos do Minha Casa, Minha Vida. “Com valores maiores de financiamento, nossos imóveis se enquadram melhor no programa e nosso crescimento poderá ser consolidado”, afirmou Sciarotta. Outra aposta da empresa são os apartamentos menores, voltados para solteiros ou recémcasados, em áreas bem localizadas nas capitais. “Este formato tem sido bem sucedido. Recentemente lançamos o ‘In Berrini’, em uma área nobre de São Paulo. Tudo foi vendido em um mês”, relatou o executivo. Sciarotta disse ainda que 2011 será “o ano das entregas” da CCDI. Em 2010 foram terminadas 2.373 unidades em 13 empreendimentos, que geraram R$ 628,8 milhões. O número deve ser ainda maior neste ano. “Nós já planejamos essas entregas e não deve haver atrasos e problemas com falta de mãode-obra especializada. Temos uma política de investir anualmente cerca de R$ 500 mil em treinamento e desenvolvimento de funcionários, o que garante que nossos colaboradores estejam prontos para dar conta do calendário”, ressaltou. Resultados LANÇAMENTOS TREINAMENTO R$ 1,65 bi é o montante estimado em R$ 500 mil são investidos anualmente pela lançamentos da CCDI para 2011. O número é 20% superior ao verificado em 2010, quando o total foi de R$ 1,39 bilhão. companhia para o treinamento de funcionários, a fim de preservar mão de obra especializada e cumprir os cronogramas. As vendas da CCDI alcançaram R$ 1,179 bilhão em 2010, um aumento de 75,3% em relação a 2009. Este aumento deve-se, principalmente, ao avanço de 160% no número de lançamentos ao longo do ano passado que somaram 26 empreendimentos, com um total de 8.157 unidades, informa a empresa. ■ RESULTADO Resultado da Brookfield cresce 60,2% e atinge A incorporadora Brookfield registrou vendas de R$ 980,5 milhões no quarto trimestre de 2010 e fechou o ano com um total de vendas de R$ 3,6 bilhões, o que representou um crescimento de 60,2% em relação ao registrado no ano de 2009. “Com essas vendas, superamos nossas expectativas do início do ano e até mesmo as projeções revisadas em agosto que previam um total de negócios inferior a R$ 3,5 bilhões”, disse Nicholas Reade, CEO da Brookfield. Do total de imóveis comercializados pela incorporadora, o segmento residencial representou 64% dos negócios no ano, um total de R$ 2,3 bilhões. O segmento comercial, por sua vez, foi responsável por 36% do total de vendas no mesmo período, o que correspondeu a R$ 1,3 bilhão. A velocidade de vendas contratadas (VSO) também aumentou, passando de 38% Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 29 João Laet RESULTADOS ENERGIA MRV bate recorde de vendas no quarto trimestre de 2010 e cresce 33% no ano Eletronuclear prepara lista com 40 cidades que podem receber usinas atômicas A construtora e incorporadora MRV Engenharia informou que apurou vendas contratadas de R$ 1,15 bilhão no último trimestre de 2010, alta de 53% sobre igual intervalo de 2009. O resultado da comercialização de imóveis de outubro a dezembro do ano passado foi o maior para um trimestre na história da companhia. Em 2010, as vendas da MRV cresceram 33%, para R$ 3,75 bilhões. Até o fim do primeiro semestre, a Eletronuclear pretende encaminhar ao governo federal uma lista com 40 locais, nas regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, onde poderão ser instaladas as novas usinas nucleares brasileiras, informou o presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro, no Rio de Janeiro, durante o 2º Seminário Nacional de Energia Nuclear. Henrique Manreza Vendas da Rossi crescem 71% em 2010 Empreendimentos econômicos responderam por 50% dos lançamentos no ano passado A incorporadora Rossi somou vendas de R$ 4 bilhões em 2010, montante 71% superior aos negócios fechados em 2009. Somente no último trimestre do ano passado, a companhia concretizou vendas de R$ 1,2 bilhão, aumento de 40% sobre igual período do ano anterior. Do total da receita obtida no ano, a Rossi contabilizou em seu balanço R$ 3,1 bilhões, cabendo o restante aos seus sócios nos empreendimentos imobiliários. A velocidade de vendas (VSO) — relação entre comercialização e oferta — registrou recorde da companhia e alcançou 28%. Os dados fazem parte de uma prévia de resultados operacionais divulgada pela companhia. A Rossi, porém, não se manifestou sobre as perspectivas de vendas e lançamentos para 2011. Volume de lançamentos da incorporadora aumentou 74% e chegou a R$ 4,8 bilhões Lançamentos Em 2010, a companhia efetuou um volume de lançamentos de R$ 4,8 bilhões, total 74% maior do que o registrado no ano anterior. Somente entre outubro e dezembro, a construtora contabilizou lançamentos de R$ 1,6 bilhão, alta de 53% na comparação com o mesmo intervalo de 2009. Os empreendimentos voltados aos públicos de baixo e mé- R$ 3,6 bi em 2010 em 2009 para 52% em 2010. O volume de lançamentos em 2010 atingiu R$ 3 bilhões, um crescimento de 11,5% comparado ao ano anterior, com 11.349 unidades. Deste total, a região CentroOeste foi responsável por 44,4% dos lançamentos, São Paulo, com 25,3%, ficou em segundo, seguido pelo Rio de Janeiro, com 20,8% e Paraná com 7,6%, os demais estados responderam por apenas 1,8% dos negócios. M.L. dio poder aquisitivo responderam por 50% do total de imóveis lançados durante o último ano. A Rossi, empresa com 31 anos de mercado, está presente em 83 cidades de 16 estados do Brasil. ■ M.L. 30 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 EMPRESAS Divulgação FUSÃO INVESTIMENTO Agência reguladora dos Estados Unidos aprova compra da NBC por Comcast Grupo português Prébuild investe R$ 310 milhões no Brasil A Comissão Federal de Comunicações dos EUA aprovou a compra de uma participação majoritária na NBC Universal pela Comcast. A FCC determinou que a Comcast deve garantir acesso à programação para suas concorrentes e que estará sujeita a processos de arbitragem em caso de disputas. A Comcast precisa proteger o desenvolvimento da distribuição online de vídeo e não pode discriminar a distribuição de programação. A nova unidade pretende reforçar a estratégia de internacionalização do grupo para a América do Sul. A fábrica, que vai produzir materiais para pré-fabricados (principalmente madeira e alumínio), terá uma área de 650 mil metros quadrados e ficará localizada em Alagoas, prevendo-se que, dentro de um ano estejam resolvidos todos os trâmites burocráticos para a instalação da unidade, disse o presidente do grupo, João Leão. Usiminas fecha contratos de R$ 286 mi para grandes obras Divisão de bens de capital da siderúrgica atenderá Gerdau, Petrobras e Vale, enquanto planeja ir ao Suape Nivaldo Souza [email protected] A Usiminas Mecânica, divisão de bens de capital e serviços da siderúrgica mineira, anunciou ontem a assinatura de cinco contratos de fornecimento de estruturas metálicas para grandes obras em andamento no país. Entre os clientes, Gerdau Açominas, Gestamp Wind Steel, Petrobras e Vale. Os contratados somam R$ 286 milhões em volume de negócios. Mais do que uma boa venda, as parcerias carimbam o passaporte da empresa para os projetos de infraestrutura ligados ao setor de logística e petróleo — além das construções para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. “É um pontapé inicial”, indica o superintendente da Usiminas Mecânica, Guilherme Muylaert. As vendas foram fechadas no final de 2010. “São bons contratos e representam um porte significativo dentro dos nossos negócios. Eles nos dão mais estímulos para 2011”, diz. O executivo avalia o fornecimento como um reforço à meta da empresa de crescer no mesmo nível do PIB deste ano, cuja elevação é estimada em 6%. Parte do crescimento virá da divisão de vagões, na qual investe R$ 50 milhões e que tem objetivo de vender 600 unidades em 2011. “Projetamos um crescimento anual na proporção do PIB como o mínimo.” O principal comprador do pacote anunciado pela Usiminas Mecânica será, curiosamente, outra siderúrgica. A Gerdau Açominas contratou estruturas metálicas da concorrente para o edifício de 110 mil metros onde instala dois novos laminadores. A usina de Ouro Branco (MG) recebe R$ 2,4 bilhões em investimento para produzir 1,9 milhão de toneladas de chapas grossas e bobinas a quente. A Vale também acertou a compra de seis pontes ferroviárias de aço para a extensão da Estrada de Ferro Carajás (PA). “Somos o maior fabricante de pontes ferroviárias do Brasil e a Vale a maior compradora. Esse é um capítulo que vamos levar para frente”, indica Muylaert. “ Murillo Constantino O Brasil vai explodir em crescimento nas áreas nas quais atuamos. Estamos extremamente otimistas para os próximos anos Guilherme Muylaert, superintendente da Usiminas Mecânica Entra no pacote da Usiminas Mecânica a vitória em licitação da Petrobras para a construção de parte da estrutura metálica do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). O lote pode ser também o primeiro de uma série para petrolífera, que opera novos complexos petroquímicos do Porto do Suape (PE). A Usiminas reportou que fornecerá as estruturas da fábrica de fios de poliéster que a petrolífera constrói na região. Centros de operações Suape O conselho de administração da Usiminas avalia a possível instalação de um centro de operações da Usiminas Mecânica no complexo industrial do Suape. “Estamos de olho no Suape. Estudamos ir para lá com um centro de operações”, diz Muylaert. A empresa mantém um “contrato experimental” de fornecimento de blocos para estaleiro na região e, por conta disso, pode precisar de espaço para movimentá-los. “Estamos com o primeiro lote que, dando certo, vamos aumentar”, diz. Por ora, a companhia fechou o fornecimento de blanks (peças de aço cortadas sob medida) para a base de 180 torres eólicas. A encomenda é da Gestamp Wind Steel Pernambuco, do parque energético no Suape. O fornecimento começa em fevereiro, com prazo final de entrega para agosto. ■ A Usiminas Mecânica pode instalar centro operacional no Suape, diz Muylaert CLIENTES 1. 2. 3. A Gerdau contratou a Usiminas Mecânica para o fornecimento de estruturas metálicas da Açominas. A Codeme, subsidiária da Usiminas, fará o projeto básico do edifício, incluindo cálculo estrutural, jateamento e pintura, transporte e montagem, colocação das telhas e sistema de iluminação. O prédio em Ouro Branco (MG) terá um laminador de chapas grossas e outro de bobinas a quente. A ampliação está orçada em R$ 2,4 bilhões. A Gestamp Wind Steel acertou a compra de blanks (peças de aço cortadas) para erguer 180 torres eólicas no Complexo Industrial de Suape. A Usiminas também vai participar da obra da petroquímica da Petrobras no Suape, uma fábrica de fios de poliéster para tecidos e polímero termoplástico (PET). A estatal contratou o fornecimento de bases metálicas do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). A mineradora vai receber seis pontes metálicas da Usiminas mecânica para o projetos de ampliação da Estrada de Ferro Carajás. A Vale está construindo um ramal ferroviário de 100 km de extensão, ligando a nova mina de Serra Sul ao porto Ponta da Madeira (PA). A mina receberá US$ 11,3 bilhões para produzir 90 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. A logística ficará com US$ 7,8 bilhões do montante. Gerdau contrata estruturas metálicas para a Açominas Petrobras puxa projetos em Suape e no Comperj Vale compra novas pontes para ferrovia no Pará Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 31 32 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 JUSTIÇA Recuperação judicial acumula dívida de R$ 10 bi Empresas em dificuldades podem ser afetadas pelo ritmo mais lento no crescimento da economia e novas súmulas da Justiça Daniel Haidar, do Rio de Janeiro [email protected] Com perspectivas de crescimento econômico mais moderadas do que o ano passado, 2011 pode ter a injeção de R$ 10,3 bilhões na economia se empresas em recuperação judicial conseguirem pagar suas dívidas, segundo levantamento realizado pelo advogado Sergio Emerenciano. Essa é a soma do passivo negociado por 25 empresas em planos de recuperação, embora duas delas (frigorífico Independência e Arantes Alimentos) tenham iniciado recentemente a renegociação de seus planos de recuperação com credores. Na pior das hipóteses, essas empresas em recuperação podem ter a falência decretada pela Justiça para remunerar os credores com a alienação de ativos. Desde que começou a valer, em junho de 2005, a nova lei de falências, que criou o instituto da recuperação judicial, beneficiou pelo menos 439 empresas. Enquanto antes a decadência empresarial terminava em falência ou concordata (extinta com a nova legislação), a recuperação permite uma pausa no pagamento de dívidas para renegociar prazos e juros enquanto um plano não for aprovado em assembleia de credores. É uma forma de preservar empregos e atividade econômica enquanto a companhia se recupera. Tribunal de Justiça de São Paulo deve aprovar em fevereiro novas regras para recuperação judicial Mas se 2010 deve consolidar crescimento econômico superior a 7% - e isso facilitou a recuperação de empresas em dificuldades -, as projeções para 2011 giram em torno de 4,5%, de acordo com projeção do Banco Central. A saúde financeira de empresas em dificuldades responde, por melhor que seja a administração, à demanda do mercado. Além do desempenho da economia, da taxa de juros e do câmbio serem fundamentais para essas firmas em recuperação, a Justiça deve começar a especificar novas regras para a recuperação judicial, o que pode alterar o cenário. De acordo com o desembargador Boris Kauffman, integrante da Câmara Reservada à Falência e Recuperação do Tribunal de Justiça de São Paulo, 25 teses devem ser submetidas ao Órgão Especial para aprovação de súmulas a partir de fevereiro. “O objetivo é orientar, tanto os juízes de primeiro grau como os advogados, a respeito do entendimento da Câmara”, observa Kauffmann. O desembargador não comenta os temas que devem ser tratados nas súmulas, mas o advogado Sergio Emerenciano avalia que alguns entendimentos firmados em decisões recentes do Tribunal de Justiça de São Paulo devem se tornar definitivos com as súmulas. “O Tribunal de Justiça de São Paulo está entendendo que não Sergio Emerenciano, do Emerenciano, Baggio e Associados: expectativa para súmulas do TJ-SP pode haver recuperação judicial de produtores rurais que não têm inscrição na Junta Comercial”, afirma Emerenciano. Apesar das perspectivas mais moderadas para o desempenho econômico neste ano, especialistas divergem sobre os reflexos para os pedidos de falências e recuperações judiciais. O economista Keyler Carvalho Rocha, presidente do Instituto Nacional de Recuperação Empresarial (INRE), diz que deve diminuir o número de empresas em recuperação judicial. “Depende também das medidas que o governo adotar. Au- mento da taxa de juros para a recuperação é péssimo”, exemplifica Rocha, que também é presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças. Já o advogado Sergio Emerenciano, especialista em recuperação judicial, argumenta que os pedidos devem aumentar. “Tem efeito cascata. Há transportadoras que trabalham só em determinado segmento. Com aumento de juros e flexibilização do câmbio, mais alavancagem acumulada de 2009 de algumas empresas, deve ter um aumento de recuperações”, projeta Emerenciano. ■ Os desafios da presidente da República LUIZ FLÁVIO BORGES D’URSO Advogado criminalista, mestre e doutor pela USP, é presidente da OAB-SP Mais do que demonstrar que “de fato está no comando”, a presidente Dilma Rousseff tem pela frente o desafio de concluir as grandes reformas que o país necessita. No presente imediato, o Brasil precisa construir as bases que ditarão o tamanho do futuro. O cenário atual é de desenvolvimento econômico e otimismo, ou seja, temos as condições ideais para buscar a solução de problemas estruturais históricos, que sempre vimos adiando. Uma das reformas sempre proteladas é a da educação, sendo que já há falta mão de obra especializada no Brasil, uma economia em franca expansão. Atualmente, temos um sistema educacional de baixo desempenho e que precisa em curto espaço atingir a excelência. Essa revolução na educação é inadiável e envolve amplos e continuados investimentos, com a definição de metas, aprimoramento dos docentes e orientação dos alu- nos, que precisam ter sua criatividade e habilidade incentivadas, para que o desempenho efetivamente melhore. A reforma política também precisa estar entre as prioridades da presidente e deve envolver alguns pontos fundamentais, como a redução do número de siglas partidárias para que tenhamos partidos fortes e representativos e a retomada da discussão sobre a fidelidade partidária, devendo o parlamentar Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 33 NEGOCIAÇÃO DE DÍVIDAS Crescimento mais moderado pode influenciar negativamente a recuperação de empresas no ano. Caso consigam pagar dívidas, empresas podem injetar R$ 10 bilhões na economia. Desde que passou a valer, nova Lei das Falências beneficiou mais de 400 empresas. Sua principal vantagem é preservar empregos, enquanto empresas negociam dívidas. Uma nova rodada de aumento nas taxas de juros, por exemplo, pode levar um número maior de empresas a se endividar, estimam advogados especialistas. Murillo Constantino DANDO A VOLTA POR CIMA Empresas que começam 2011 em processo de recuperação judicial DÍVIDA FRIGORIFICO INDEPENDÊNCIA R$ 3,5 bilhões ARANTES ALIMENTOS R$ 1 bilhão INFINITY BIO-ENERGY USINAS R$ 1 bilhão SEMENTES SELECTA R$ 1 bilhão FRIGOL FRIGORÍFICO R$ 550 milhões FRIGORÍFICO QUATRO MARCOS R$ 450 milhões LOJAS CASA & VÍDEO R$ 400 milhões GRUPO GUIMARÃES R$ 300 milhões IFC – ALIMENTOS R$ 280 milhões DESTILARIA LIBRA R$ 200 milhões JURÍDICAS 1 Ordem e Cruz vermelha A OAB SP e a Cruz Vermelha Brasileira firmaram convênio que permitirá que as 223 Subsecções da Ordem no Estado recebam doações para as vítimas das enchentes do Sudeste do Brasil, especialmente da região serrana do Rio de Janeiro. As pessoas interessadas em ajudar podem doar água, alimentos não perecíveis, produtos de higiene, fraldas e material de limpeza. Os donativos podem ser entregues nas subsecções e na sede da seccional de segunda a sexta-feira, em horário comercial. Fontes: Emerenciano, Baggio e Associados 2 Solidariedade “Com o convênio, a Cruz Vermelha amplia substancialmente os pontos de entrega de donativos em todo o Estado. As subsecções do Estado formam uma verdadeira rede organizada que permitirá contribuir efetivamente para enfrentar as necessidades mais urgentes das áreas alagadas, especialmente da Serra fluminense, alvo da maior tragédia climática do país, graças à solidariedade do povo de São Paulo, que não faltará”, salienta o presidente da OAB SP, Luiz Flávio Borges D´Urso. 2010 TEVE O MAIOR NÚMERO DE RECUPERAÇÕES CONCEDIDAS 3 Pedidos de falência caíram progressivamente REC. JUDICIAL REQUERIDAS 2005 REC. JUDICIAL DEFERIDAS 2005 110 2006 252 2006 2007 269 2007 2008 312 2008 670 2009 2010 Arrecadação 475 160 Experian 320 Fonte:0Serasa S asa xpe 480 an 640 800 53 156 195 222 492 361 permanecer no partido no qual se elegeu durante o mandato, sendo a mudança permitida apenas no pleito seguinte, evitando-se qualquer forma de cooptação. Também a discussão deverá abranger o voto distrital, que trará o candidato para perto dos interesses da comunidade e do eleitor. Ainda entre as reformas necessárias para o país está a modernização do Estado brasileiro, que vai além dos processos de privatizações e concessões em setores determinados. O sistema tributário brasileiro precisa ser urgentemente revisto para desafogar setores de nossa economia que se encontram 2005 2006 6 2006 2007 18 2007 48 151 2009 215 2010 160 320 480 640 800 FALÊNCIAS REQUERIDAS 2005 1 2008 2009 2010 REC. JUDICIAL CONCEDIDAS 0 160 320 480 640 800 4.666 4.192 2.721 2005 2006 2007 2008 2.243 2008 2009 2.371 2009 1.939 2010 0 2010 1000 2000 3000 4000 5000 sem rumo e para ampliar a competitividade nos mercados interno e externo. O modelo tributário brasileiro é, em muitos casos, reflexo direto de ajustes precários impostos por sucessivas administrações que encontram no bolso do contribuinte a forma mais rápida de obter recursos para tapar buracos provocados por má gestão e ineficiência. A reforma tributária é também um desafio urgente, principalmente se levarmos em conta a preocupação de alguns empresários que estão freando o próprio crescimento e prosperidade dos negócios para não perderem o enquadramento de suas empresas no Para o presidente da Cruz Vermelha Brasileira, Walmir Moreira Serra, a parceria com 1.557 a OAB SP é importante porque a história da instituição foi 1.977 construída a partir da somatória 1.479 de diferentes braços para vencer situações críticas como 969 guerras e desastres, como este 908 que assolou a região serrana do Estado do Rio de Janeiro, 732 que vem se confirmando como 1250 2500 3750 500 um dos graves no quadro mundial. FALÊNCIAS DECRETADAS Uma revolução educacional é inevitável e envolve amplos e continuados investimentos 0 modelo tributário conhecido como Simples que, além de oferecer vantagens econômicas — com menor carga tributária — é mais prático de ser operado, como menor burocracia e número de procedimentos. Esse paradoxo é inusitado e pode comprometer o crescimento brasileiro. Diante de tantos desafios, a nova presidente e o Congresso Nacional devem demonstrar destemor, capacidade de trabalho, empenho em dialogar e comprometimento com o interesse público para estruturar o Brasil para ser efetivamente uma das principais economias do mundo no futuro próximo. ■ 34 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 FINANÇAS Medida para conter dólar deve dar prejuízos ao BC O uso do swap cambial reverso, que significa comprar moeda americana no mercado futuro, pode gerar perdas, pois o banco poderá ter de pagar mais do que vai receber Priscila Dadona [email protected] O uso do swap cambial reverso, o mais recente remédio utilizado pela equipe econômica para conter a desvalorização excessiva do dólar, pode ter um efeito colateral amargo: prejuízo. Além disso, a operação pode não alcançar seu objetivo principal, que é conter a escalada da moeda brasileira, fator que gera perda de competitividade às empresas brasileiras, já que as importações ficam mais baratas e as exportações mais caras. Para especialistas é praticamente impossível reverter a tendência de queda do dólar, porque o país tem juro extremamente alto para os padrões internacionais. No máximo, o que pode ocorrer é uma estabilização das cotações ou uma leve alta. No leilão realizado no último dia 14, o Banco Central (BC) comprou os swaps acima de R$ 1,69 (R$ 1,86, R$ 1,69 e R$ 1,87, que vencem em abril, julho e janeiro de 2012). Não dá para imaginar que as cotações subirão até o primeiro vencimento. “Não atinge o objetivo e tem ônus para o erário”, enfatiza Sidnei Nehme, diretor de câmbio da NGO Corretora. Na prática, a operação significa a compra de dólares no mercado futuro. Os bancos que aceitaram vender a moeda ficam com os juros e o BC, com a variação cambial. Como no Brasil, historicamente, a taxa de juro é atípica e sempre maior do que a variação cambial, o BC poderá ter de pagar mais do que vai receber. “A tendência é perder sempre. Os juros são muito altos e desequilibrados e o dólar não segue esta trajetória”, analisa Nehme. “Numa operação de swap cambial reverso tem uma ponta ativa e outra passiva, com o BC ficando com o ativo em dólar e o passivo em CDI, o que pressupõe uma perda e um ganho”, complementa Jorge Knauer, diretor de Tesouraria do Banco Prosper. Outra hipótese levantada por Nehme é se os bancos promoverem um movimento especulati- BC vendeu no último leilão desse tipo 20 mil contratos em um total aproximado de US$ 1 bilhão vo para ganhar tanto nos juros quanto na variação cambial. Nesse caso, como o volume é pequeno, não tem peso indutor, mas caso adote novos leilões dessa natureza, o prejuízo pode ser maior. “Se avançar com a crença de que vai conter a queda do real, [o BC] pode perder.” No leilão realizado na sextafeira, a autoridade monetária vendeu apenas 20 mil lotes de swaps em um total de quase US$ 1 bilhão. O último leilão desse tipo havia ocorrido no dia 5 de maio de 2009, quando o BC vendeu todo o lote de 67,6 mil contratos ofertados. Em julho de 2010, a autoridade monetária chegou a sondar o mercado para verificar a demanda, mas não concretizou a oferta. Divulgação Carlos Thadeu Freitas Ex-diretor do BC “O uso desse mecanismo pode ser um sinal de que o aperto monetário deverá ser mais forte agora e depois vai parar” Evandro Monteiro Sidnei Nehme Diretor da NGO Corretora Sinal Segundo Carlos Thadeu de Freitas Gomes, executivo-chefe da Confederação Nacional do Comércio, o uso desse mecanismo pode ser um sinal de que o aperto monetário não deverá ser tão rígido. “Talvez, [o BC] esteja querendo dizer que haverá um aumento mais forte agora e depois vai parar.” Para o ex-diretor do BC, o momento não é adequado para realizar compras de moeda no mercado futuro. “O swap ainda não serve nas atuais circunstâncias. Se os juros vão subir, a tendência do dólar é cair”, projeta. Felipe Pellegrini, gerente de operações do Banco Confidence, diz que a iminente alta nos juros pode atrapalhar os planos do governo. “Pode ser por isso que as medidas foram antecipadas”, afirma. “A tendência é perder sempre. Os juros são muito altos e desequilibrados e o dólar não segue esta trajetória” COMO FUNCIONA Outros exemplos Embora o ministro da Fazenda, Guido Mantega, tenha dito que não haverá perda, a opinião do mercado é contrária. Nehme, por exemplo, lembra que, em 2007 o BC “foi salvo” pela crise. “Foi uma coisa inesperada e inverteu as expectativas, criando especulação para cima. O prejuízo quem tomou foram as empresas.” Foi nesta época que companhias como Sadia e Votorantim tiveram perdas com derivativos de câmbio. ■ ✽ Swap cambial reverso É a compra de dólares no mercado futuro. No leilão, os bancos que adquirem os contratos recebem a variação dos juros e o BC, que vende os papéis, ganha a variação cambial do período de validade dos contratos. São reversos porque o comum é o BC receber juros e pagar a variação do câmbio. LEILÕES REALIZADOS Em 30 meses, a maior operação ocorreu em 2009, de US$ 3,4 bi; dólar teve leve alta após anúncio de swap na semana passada US$ 988 milhões foi o volume levantado pelo BC em leilão de swap reverso realizado na semana passada. Foram comprados 20 mil contratos Fontes: Banco Central e Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 35 Simon Dawson/Bloomberg AGENDA DO DIA Citigroup reverte prejuízo no 4º trimestre ● Às 8h, a FGV divulga a segunda prévia do IGP-M de janeiro. ● Às 12h30, o Banco Central divulga o fluxo cambial semanal. ● O Tesouro divulga dívida pública federal de dezembro. ● O Banco Central anuncia a nova taxa básica de juros. O Citigroup reportou ontem lucro líquido de US$ 1,309 bilhão no quarto trimestre de 2010, revertendo o prejuízo de US$ 7,579 bilhões apurado no mesmo período de 2009. Com esse resultado, o banco americano encerrou o ano com um lucro líquido de US$ 10,6 bilhões, ante perda de US$ 1,6 bilhão verificada em 2009. Por ação, o lucro foi de US$ 0,04 no quarto trimestre e de US$ 0,35 no ano. O banco provisionou cerca de US$ 2,3 bilhões para créditos de liquidação duvidosa. Murillo Constantino Atuação é decisiva para evitar quedas Bancos podem usar operação no mercado futuro para ganhar com juros e variação cambial Especialistas admitem que dólar poderia estar mais baixo, caso governo não agisse Há consenso no mercado de que as medidas adotadas pelo governo, até agora, para impedir a enxurrada de dólares no país e conter a valorização do real, são pontuais e, muitas vezes, paliativas. No entanto, muitos admitem que, sem elas, talvez o dólar estaria em um patamar muito mais baixo do que o atual. Segundo cotação de ontem, a moeda vale R$ 1,678. Além do leilão de 20 mil contratos de swap cambial reverso, realizado no último dia 14, o Banco Central (BC) adotou recentemente depósito compulsório de 60% de posições vendidas que os bancos mantêm em dólares, sempre que superam os US$ 3 bilhões ou o valor patrimonial de referência da instituição. A medida deve ter efeito somente em abril, quando entra em vigor. Desde o ano passado, a autoridade monetária faz compras diárias de dólar no mercado à vista. Em 2010, chegou a adquirir US$ 41 bilhões. Também no ano passado, elevou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para 6% sobre a entrada de recursos estrangeiros nas aplicações de renda fixa. “As medidas para conter a valorização do real ajudaram, sim. Mas de certa forma algumas têm efeitos pontuais e outras só irão apresentar resultados em um prazo mais longo, SWAP CAMBIAL REVERSO MOEDA AMERICANA DATA DO LEILÃO COTAS VALOR OFERTADAS, EM MIL NEGOCIADAS EM US$ BILHÕES FECHAMENTO EM R$/US$ 28/JUL/2008 40,2 89,80% 26/AGO/2008 27,6 79,50% 29/SET/2008 42,4 25,94% 5/MAI/2009 67,6 100% 14/JAN/2011 20,0 100% 1,69 1,707 7 1,678 1,688 *Leilões nos últimos 30 meses 1,043 0 1,677 0,527 0 LEILÃO REVERSO 1,666 3,4122 0,988 9 0,000000 0,633333 1,266667 1,900000 2,533333 3,166667 3,800000 1,655 1,644 14/JAN = 1,685 1,651 3/JAN 7/JAN 13/JAN 18/JAN como é o caso dos compulsórios”, admite Felipe Pellegrini, gerente do Banco Confidence. Jorge Knauer, diretor de Tesouraria do Banco Prosper, acrescenta que todas as ações juntas contribuíram para a menor valorização do real. No entanto, sozinhas, não teriam o efeito desejado. “O mercado é ágil e sofisticado e sempre encontra uma brecha para baratear as operações. Talvez por isso seja importante atuar em várias frentes”, sugere. Segundo Alfredo Barbutti, economista do BGC Liquidez, com o compulsório, o BC tirou uma fotografia do mercado e, com o swap, colocou uma camisa de força. “Pode ser eficaz. Não vai fazer leilão todo dia, mas coloca uma espada na cabeça do mercado”. “O BC não tem muitas alternativas e tem que tentar todas”, pontua Carlos Thadeu de Freitas, da Confederação Nacional do Comércio. Contraponto Sem opinar sobre os efeitos do swap cambial, Tatiana Pinheiro, economista do Santander, acredita que nenhuma das duas medidas (compulsório e IOF) foram eficazes para conter a alta do real. Para ela, a cotação do dólar foge de qualquer ação do governo, já que o preço das commodities é maior determinante para o câmbio. “É mais importante do que qualquer medida”. Segundo Tatiana, as investidas só evitam distorções. ■ P. D. 36 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 INVESTIMENTOS RENDA FIXA Mariana Segala [email protected] Fundo imobiliário busca ativo financeiro Os fundos imobiliários — que, em 2010, entraram de vez no gosto do investidor brasileiro — prometem passar por uma fase de mudança neste ano. Em especial, no que diz respeito à estratégia de investimento. No ano passado, dos R$ 2,8 bilhões efetivamente vendidos em cotas nas ofertas, 53% foram captados por fundos que se propunham a comprar espaços corporativos para alugar. Agora, dos R$ 9,5 bilhões previstos nas ofertas já em andamento ou em análise na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), apenas 11% buscam esse segmento. A maior fatia dos recursos, de 38%, deve ser destinada a ativos financeiros lastreados no setor imobiliário, segundo levantamento do consultor Marcelo D’Agosto, especializado em fundos de investimentos. Entram nessa categoria papéis como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e até ações de companhias de construtoras. Mais de 15 mil pessoas físicas participaram das ofertas de 2010, comprando 77% das cotas disponíveis. Liberados para adquirir ativos do tipo desde 2008, só depois que foram isentados da cobrança de Imposto de Renda em títulos de renda fixa imobiliária — em 2009 — que os fundos começaram a comprar CRIs e outros papéis. O benefício, já concedido aos investidores pessoa física que investissem diretamente nos papéis, marcou o setor. “Os CRIs são um produto testado e aprovado pelos investidores individuais, mas têm preço de emissão de R$ 300 mil”, explica o diretor da RB Capital, Marcelo Michaluá, sobre os papéis lastreados em fluxos de prestações e aluguéis. “Mas em um fundo, com cotas que podem custar R$ 10 mil, os certificados atingem uma nova classe de investidores.” Popularidade Não que se possa chamar os fundos imobiliários de ativos financeiros de “populares”. Pelo estudo de D’Agosto, as carteiras desse tipo foram as que tiveram maior aporte médio por A ESTRATÉGIA DOS FUNDOS IMOBILIÁRIOS Alocação prevista das carteiras em captação ou em análise na CVM 21% INCORPORAÇÃO 17% NÃO DEFINIDA 11% LAJES CORPORATIVAS 6% BUILT-TO-SUIT 4% GALPÕES 2% COMERCIAL 1% COTAS DE FUNDOS 0 Marcelo D’Agosto, consultor especializado em fundos (EM PONTOS) 71.000 70.850 70.700 Máxima 71.093,97 Mínima 70.612,23 Fechamento 70.919,75 70.400 Fonte: BM&FBovespa 15h 1,00 1,00 1,00 1,10 1,50 2,00 3,00 3,50 4,00 4,00 Fundo Data BB REF DI LP ESTILO FIC FI BB REF DI ESTILO FICFI ITAU PERS MAXIME REF DI FICFI BB REFERENCIADO DI 5 MIL FIC FI BB NC REF DI LP PRINCIPAL FIC FI BB REFERENCIADO DI 200 FIC FI HSBC FIC REF DI LP POUPMAIS ITAU PREMIO REF DI FICFI BRADESCO FIC DE FI REF DI HIPER SANTANDER FIC FI CLAS REF DI 17/JAN 18/JAN 18/JAN 18/JAN 17/JAN 18/JAN 18/JAN 18/JAN 18/JAN 18/JAN Rent. (%) 12 meses No ano 50.000 80.000 30.000 5.000 5.000 200 50 100 300 9,44 9,04 9,01 7,39 7,13 6,78 6,59 5,73 5,27 4,94 0,42 0,44 0,45 0,37 0,33 0,35 0,35 0,31 0,28 0,26 Taxa Aplic. mín. adm. (%) (R$) 0,70 1,00 1,00 2,50 2,47 3,00 3,00 4,00 4,50 5,00 Fundo Data BB ACOES VALE DO RIO DOCE FI CAIXA FMP FGTS VALE I BRADESCO FIC DE FIA BRADESCO FIC DE FIA MAXI BRADESCO FIC DE FIA IV UNIBANCO BLUE FI ACOES SANTANDER FIC FI ONIX ACOES ITAU ACOES FI ALFA FIC DE FI EM ACOES BB ACOES PETROBRAS FIA 17/JAN 17/JAN 17/JAN 17/JAN 17/JAN 17/JAN 17/JAN 17/JAN 17/JAN 17/JAN Rent. (%) 12 meses No ano 10.000 ND 80.000 5.000 100 200 30 1.000 100 100 13,67 12,97 (0,69) (0,86) (0,91) (3,26) (4,18) (4,19) (7,44) (22,39) 9,31 9,20 1,93 1,94 1,94 1,36 1,40 1,45 1,71 (0,09) Taxa Aplic. mín. adm. (%) (R$) 2,00 1,90 4,00 4,00 ND 5,00 2,50 4,00 8,50 2,00 Fundo Data SANT FI CAP PROT VGOGH 4 BR MULT ITAU EQUITY HEDGE MULTIM FI CAPITAL PERF FIX IB MULT FIC BB MULTIM TRADE LP ESTILO FICFI ITAU PERS K2 MULTIM FICFI ITAU PERS MULTIE MULT FICFI ITAU PERS MULT MODERADO FICFI ITAU PERS MULT ARROJADO FICFI SANTANDER FIC FI ESTRAT MULTIM ITAU PERS MULT AGRESSIVO FICFI 17/JAN 17/JAN 17/JAN 17/JAN 17/JAN 17/JAN 17/JAN 17/JAN 17/JAN 17/JAN Rent. (%) 12 meses No ano 200 200 100 1.000 200 14,92 11,09 9,41 9,33 9,19 9,03 6,66 6,22 5,79 5,23 2,15 0,26 0,40 0,43 0,47 0,43 0,78 0,98 0,41 1,38 Taxa Aplic. mín. adm. (%) (R$) 2,30 2,00 1,50 1,50 1,50 1,25 2,00 2,00 2,00 2,00 IBRX-100 SMALL CAP - SMLL MIDLARGE CAP - MLCX 22.780 1.434 1.004 22.710 1.431 1.001 22.640 1.428 998 22.570 1.425 995 1.422 22.500 14h 0,40 0,40 0,46 0,40 0,37 0,40 0,35 0,32 0,27 0,31 5.000 5.000 20.000 50.000 5.000 5.000 5.000 10.000 5.000 *Taxa de performance. Ranking por número de cotistas. Fonte: Anbima. Elaboração: Brasil Econômico IBOVESPA 13h 9,28 9,28 9,24 8,81 8,24 8,06 6,88 6,39 5,85 5,84 MULTIMERCADOS “O fato de grandes bancos começarem a oferecer fundos imobiliários tende a pulverizá-los” 12h 17/JAN 17/JAN 18/JAN 17/JAN 17/JAN 18/JAN 18/JAN 18/JAN 17/JAN 18/JAN Taxa Aplic. mín. adm. (%) (R$) AÇÕES investidor entre as ofertas do ano passado. Foram R$ 516 mil por pessoa física, contra R$ 139 mil por investidor na média dos fundos imobiliários. Já as carteiras destinadas a investir em imóveis comerciais (como lojas de shopping center) foram os mais acessíveis, com aporte médio de R$ 59 mil por investidor de varejo. A pulverização das carteiras focadas em ativos financeiros e dos fundos imobiliários em geral ainda depende da chegada de certo tipo de instituição financeira ao segmento. “O fato de grandes bancos começarem a oferecer fundos imobiliários até na rede de agências tende a pulverizá-los”, avalia D’Agosto. A isenção de impostos e a rentabilidade são atrativos adicionais. Segundo estudo da consultoria Fundo Imobiliário, a rentabilidade média dos 25 principais fundos negociados na BM&FBovespa atingiu 26,87% em 2010, considerando a distribuição de rendas e a valorização das cotas. ■ A FRASE 11h BB RENDA FIXA LP 50 MIL FICFI BB RENDA FIXA LP ESTILO FICFI ITAU PERS MAXIME RF FICFI CAIXA FIC EXEC RF LONGO PRAZO CAIXA FIC IDEAL RF LONGO PRAZO BB RENDA FIXA 5 MIL FIC FI BB RENDA FIXA 200 FIC FI BB RENDA FIXA 50 FIC FI BB RENDA FIXA LP 100 FICFI ITAU PREMIO RENDA FIXA FICFI Rent. (%) 12 meses No ano 5 10 15 20 25 30 35 40 Fonte: Marcelo D'Agosto Heloisa Ballarini 70.550 Data DI 38% ATIVOS FINANCEIROS Fundo 16h 17h 18h 11h 18h 992 11h 18h 11h 18h Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 37 BOLSA JURO Giro financeiro Contrato futuro R$ 6 bilhões 11,06% foi o volume financeiro registrado ontem no segmento acionário da BM&FBovespa. O principal índice encerrou a sessão com variação positiva de 0,44%, aos 70.919 pontos. foi a taxa de fechamento do contrato futuro de DI com vencimento em fevereiro de 2011, o de maior liquidez ontem. O giro neste contrato foi de R$ 37,9 bilhões, em 381.230 negócios. HOME BROKER NA REDE BM&FBovespa, fechamento em R$ 16,00 ,9999996 15,14 3,5999997 14,29 3,1999997 13,43 2,7999998 12,60 12,57 ,3999998 “Chuvas castigam Brasil e Austrália. Coincidentemente, os maiores exportadores de minério do mundo. Resultado: preço spot batendo recorde!” 12,10 @chrinvestor, consultor financeiro Christian Cayre 11,71 ,9999999 10,86 ,5999999 10,60 10,00 000000 30/JUL 1/SET 1/OUT 1/NOV 1/DEZ 03.jan 18/JAN “LREN3. Suporte forte sendo testado. Tendência mais longa de baixa. Hoje (ontem) tivemos entrada de volume” @leandrostormer, investidor e analista gráfico comenta movimento nas ações das Lojas Renner Fontes: Vinícius Vereza, Economatica, BM&FBovespa e Brasil Econômico Objetivo Suporte Resistência BVMF3 Grafista sugere ficar fora da ação da bolsa Investidores, deem um tempo para as ações da BM&FBovespa (BVMF3). O recado é do analista gráfico da Doji Star Four Gráficos Vinícius Vereza. “Sugiro ficar fora do papel por enquanto. A ação rompeu uma formação de queda na quinta-feira passada e agora projeta um objetivo na faixa de R$ 10,60”, explica o grafista. Se cumprir a projeção, diante da cotação de fechamento de ontem, a R$ 12,22, o papel tem potencial para recuar mais de 13%. Isso em um momento em que o Ibovespa, principal índice de ações do mercado brasileiro, desponta para cima com alguma força — o índice já sobe 2,33% desde o começo do mês, enquanto BVMF3 perde perto de 7% no mesmo período. As ações da BM&FBovespa vinham sendo negociadas praticamente desde agosto dentro do intervalo entre os R$ 12 e os R$ 13,50. “Ela até chegou a subir acima dos R$ 15 em outubro, atingindo um topo, mas isso ajudou a montar a formação de queda, confirmada com a perda dos R$ 12,60”, explica Vereza. O patamar de R$ 12,60, aliás, está funcionando nesse momento como uma espécie de divisor de águas. Somente se a ação ultrapassá-lo, é possível voltar a acreditar no movimento de alta. Mesmo assim, Vereza sugere atenção antes de uma compra. “Uol perto de R$ 15 e Copel perto de R$ 45. Fantástico. Essas empresas merecem!” @rcinvestimentos, consultor financeiro Raphael Cordeiro “Os EUA têm oportunidade breve para evitar crise no estilo europeu. Banco Central, Congresso e Casa Branca devem fazer escolhas difíceis agora” @PIMCO, citando seu executivo Neel Kashkari “O que é uma holding? É uma empresa que possui como atividade principal participação acionária em uma ou mais empresas” @ativa corretora Embraer Número de aeronaves entregues no quarto trimestre do ano passado agrada Spinelli A Embraer anunciou a entrega de 92 aeronaves no quarto trimestre de 2010, ante 44 aeronaves no trimestre anterior e 91 aviões entregues no quarto trimestre de 2009. “Analisando as entregas por segmento, nota-se uma boa melhora do modelo Embraer 190, além de cinco Lineage 1000, o que reforça um bom cenário para receita da companhia”, destaca Kelly Trentin, analista-chefe da Spinelli Corretora, em relatório. De acordo com a analista, o bom desempenho de entregas no trimestre vem acompanhado de uma significativa melhora nas perspectivas para o mercado mundial de aviação, em consequência do aquecimento do transporte aéreo internacional. “Uma variável que pesa contra uma recuperação mais forte dos resultados da Embraer é a manutenção do real valorizado. No quarto trimestre do ano passado, o dólar caiu 2% em relação ao mesmo período do ano anterior”, destacou Kelly. OFERTAS DERIVATIVOS AÇÕES Dona do Frango Assado e Viena retoma IPO Bolsa lança novo contrato futuro de soja A International Meal Company (IMC), dona das redes Frango Assado, Viena e Brunella, retomou o processo de abertura de capital na BM&FBovespa (IPO, na sigla em inglês). Após a interrupção da operação em fevereiro do ano passado, em virtude das condições adversas do mercado, a companhia voltou a entrar com pedido de distribuição primária e secundária de ações ordinárias (ON) na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A oferta da IMC, controlada pelo fundo de private equity Advent, será coordenada pelo BTG Pactual, com o auxílio do Credit Suisse e do Santander. Três novos derivativos referenciados em soja começam a ser negociados na próxima semana na BM&FBovespa. No dia 27, estreia o contrato futuro de soja com liquidação financeira, que tem como objeto de negociação a soja em grão a granel tipo exportação transferida e comercializada no porto de Paranaguá, no Paraná. O primeiro vencimento autorizado é o de maio. Cada contrato será cotado em dólares, equivalendo a 450 sacas de 60 quilos líquidos ou 27 toneladas métricas. A oscilação de preço máxima diária será de 5% para mais ou para menos. Link Trade realiza palestra gratuita sobre home broker De acordo com o prospecto preliminar disponível na CVM, a rede conta com 214 restaurantes próprios, com mais de 8 mil funcionários e uma receita líquida de R$ 750 milhões em 2010. Os recursos captados serão usados para abertura de novas lojas, reforma de unidades existentes e redução do endividamento de longo prazo da IMC, segundo informações do prospecto. A empresa terminou dezembro com dívida líquida de R$ 266,9 milhões. Com a IMC, o número de ofertas de ações em análise na CVM chega a 14, das quais sete são de empresas novatas que não estão na bolsa. Já no dia 28 começam a ser operados contratos de opções de compra e de venda sobre futuro de soja. As opções são do tipo americano e podem ser exercidas a qualquer momento. A unidade, o código, os horários de negociação e os vencimentos das opções são os mesmos válidos para os futuros. Os três novos contratos serão liquidados com base no Indicador de Preços da Soja Esalq BM&FBovespa, que considera a soja transferida e comercializada exclusivamente em armazéns ou silos no corredor de exportação do Porto de Paranaguá, localidade de referência de preço para a soja brasileira. O Link Trade, home broker da Link Investimentos, promove amanhã, em São Paulo, a palestra “Home Broker Link Trade”. No evento, os participantes vão aprender como comprar e vender ações. Os temas abordados vão desde tipos de ordens, carteira virtual, box de cotação, até papéis em destaque e posição de custódia. A palestra será realizada na sede da Link, às 19h, na Rua Leopoldo Couto de Magalhães Júnior, nº 758, 10º andar, Itaim Bibi. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas pelo site www.linktrade.com.br. 38 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Thony Belizaire/AFP MUNDO Ex-ditador Baby Doc é preso no Haiti A polícia haitiana deteve ontem o ex-ditador Jean-Claude Duvalier, o “Baby Doc”, para que seja interrogado e possivelmente processado pelo desvio de verbas durante seu governo (1971-86). Policiais escoltaram Duvalier, de 59 anos, para tirá-lo do hotel de luxo onde se instalou desde seu surpreendente regresso ao país, no domingo, após 25 anos de exílio na França. O ex-ditador, apontado por grupos de direitos humanos como responsável pela morte de opositores, foi levado para o Ministério Público haitiano. Cristiano Sant’ Anna “Como ex-jornalista, entendo o interesse público em documentos oficiais”, afirmou Al Gore Em São Paulo, Al Gore defende liberdade no uso da internet Ex-vice-presidente dos EUA disse que caso do portal WikiLeaks “não é um problema da rede, mas dos governos” Bárbara Ladeia [email protected] ELES ESTÃO NA REDE Célebre pelo discurso ambientalista — que resultou no seu premiado documentário “A Verdade Inconveniente”, sobre as mudanças climáticas — o ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore, surpreendeu os brasileiros em sua participação na Campus Party, evento sobre mídias digitais na capital paulista. O Prêmio Nobel da Paz em 2007 foi além do discurso verde e arrancou aplausos da platéia defendendo a liberdade total e irrestrita da internet. Em referência ao países que controlam o acesso e a navegação dos usuários na rede, Al Gore afirmou que os jovens é que são os responsáveis hoje pela defesa de uma internet livre. ● Al Gore afirma passar pouco tempo na internet, mas utiliza algumas redes sociais, em especial o Facebook e o Twitter. Diariamente, visita de 30 a 40 páginas de notícias de diversos países para manter-se informado. ● Tim Berners-Lee, o criador da www, informa que, apesar de gastar o dia inteiro conectado à internet, o melhor jeito de contatá-lo é entrando em seu site e enviando o bom e velho e-mail. Segundo ele, há décadas existem tentativas de “calar a democracia transformando a população em audiência e os indivíduos em consumidores”. A internet teria sido responsável por uma mudança significativa nesse cenário. “A internet redespertou a democracia”, aponta. “Não deixem a rede cair no controle dos governos ou grandes corporações”. Nesse contexto, o tema WikiLeaks — o portal que divulga documentos sigilosos do governo dos EUA — marcou presença no debate. Gore afirma não saber dizer se há ou não um crime no vazamento, mas destaca que não é um problema da internet, mas dos governos e suas leis. Al Gore dividiu a cena com Tim Berners-Lee, criador do prefixo “www” (World Wide Web), que também não apresentou uma opinião taxativa para o assunto WikiLeaks. “Segredos militares vão sempre continuar existindo”, afirmou. “É bom esclarecer que ele não é culpado pelo vazamento, mas um meio”, conclui. Berners-Lee ressaltou a discussão sobre a veracidade das informações divulgadas na rede. “A pergunta ‘no que eu deveria acreditar’ tem sido uma questão existencial da humanidade há eras”, aponta. “Pessoas tem ideias malucas o tempo inteiro. Cabe ao leitor ter bom senso e discernir no que ele deve ou não acreditar.” Meio ambiente O ex-vice-presidente também defendeu a utilização da internet como meio de divulgação como meio de debate dos assuntos relacionado ao meio ambiente, como não poderia ser diferente. “A internet deu poder aqueles que se importam com o assunto”, aponta. “A geração de vocês tem a missão de usar as ferramentas digitais para dar uma virada nesse cenário.” Além de ter feito questão de se mostrar solidário às vítimas das enchentes no sudeste brasileiro, Al Gore agradeceu a presença de Marina Silva, ex-candidata à Presidência, à quem chamou de “minha amiga”. Após o debate, Marina valorizou o discurso do amigo. “Acho muito importante o que ele disse sobre a troca de conhecimentos”, aponta. Sobre o início do governo Dilma Rousseff, a excandidata afirma que ainda é cedo para fazer avaliações. ■ Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 39 40 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 BRASIL ECONÔMICO é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A, com sede à Avenida das Nações Unidas, 11.633, 8º andar - CEP 04578-901 - Brooklin - São Paulo (SP) - Fone (11) 3320-2000 Central de atendimento e venda de assinaturas: São Paulo e demais localidades 0800 021 0118 Rio de Janeiro (Capital) (21) 3878-9100 - [email protected] É proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização da Empresa Jornalística Econômico S.A. ÚLTIMA HORA Diógenis Santos Petrobras garante oferta à Compagas Ricardo Galuppo [email protected] Diretor de Redação A estatal confirmou que irá ampliar em 1,1 milhão de metros cúbicos por dia a oferta de gás natural para a Companhia Paranaense de Gás, dobrando o fornecimento do insumo no estado. Conforme noticiou o BRASIL ECONÔMICO anteontem, há cerca de três meses a Compagas vinha pleiteando junto à Petrobras o aumento no fornecimento. Na ocasião Stenio Jacob, presidente da empresa, afirmou que esse impasse limitava sua expansão. O novo contrato permitirá à companhia atender à demanda de duas grandes empresas de fertilizantes: a Vale Fertilizantes, antiga Fosfértil, que deverá consumir 530 mil metros cúbicos de gás por dia, e a fábrica de ureia e fertilizantes que o consórcio Conapar projeta para construir até 2013. Esta fábrica deverá consumir cerca de 600 mil metros cúbicos diários. Jacob declarou estar satisfeito com a decisão da estatal, já que deixará o cargo tendo resolvida essa questão. A partir do dia primeiro de fevereiro, o deputado federal pelo Paraná, Luciano Pizzatto, passará a presidir a companhia. ■ Priscila Machado O fundo mais soberano Vale lidera lista Azul amplia Lucro da Apple de exportação voos no interior cresce 78% A Vale liderou o ranking de maiores exportadoras brasileiras em 2010, com vendas ao mercado externo totalizando US$ 24 bilhões, crescimento de 122,1% sobre o ano anterior, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A Petrobras, que em 2009 tinha sido a primeira da lista, aparece em segundo lugar na compilação referente ao ano passado, com vendas externas de US$ 18,2 bilhões, alta de 47,8%. Bunge Alimentos e Embraer ocupam as duas posições seguintes, com exportações no ano de US$ 4,3 bilhões e de US$ 4,2 bilhões, respectivamente. Terceira e quarta colocadas, ambas mantiveram as posições em que apareciam em 2009. ■ Reuters Azul dá início ao projeto de voos regionais. A empresa vai antecipar a operação com a chegada de três turboélices ATR 72 200, com capacidade para 70 passageiros. Os aviões serão arrendados e devolvidos à fabricante assim que começarem a chegar a encomenda de 40 ATR 72 600, no segundo semestre deste ano. As primeiras rotas serão Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, sendo que todas tem como destino final o aeroporto de Viracopos, em Campinas. O fundador da empresa e presidente do Conselho de Administração, David Neeleman, disse que a ideia da Azul é usar as aeronaves menores para ligar pólos econômicos aos grandes centros do país. ■ Ana Paula Machado O lucro da Apple no primeiro trimestre do ano fiscal de 2011 cresceu 78%, impulsionado pelas vendas de iPads, iPhones e computadores no fim do ano. O lucro líquido da empresa totalizou US$ 6 bilhões, contra US$ 3,38 bilhões um ano antes. As vendas avançaram 71%, totalizando US$ 26,7 bilhões no trimestre. Analistas previam um faturamento de US$ 24,4 bilhões. No período, a empresa vendeu 16,2 milhões de iPhones, 4,13 milhões de computadores, 19,5 milhões de iPods e 7,33 milhões de iPads. O anúncio dos resultados ocorre logo após Steve Jobs, CEO da Apple, ter anunciado seu afastamento do comando da empresa por motivos de saúde. ■ Bloomberg Andre Penner EMC lança mais de 40 produtos A EMC, empresa americana de sistemas de armazenamento de dados, anunciou ontem 41 novos produtos com foco no mercado de pequenas empresas, nicho em que a companhia ainda não atuava. Com os lançamentos, a companhia pretende bater de frente no quesito preço com concorrentes como Dell, Netapp, IBM e HP que, segundo o presidente da EMC no Brasil, Carlos Cunha, tinham preços menores. Os produtos serão fabricados no Brasil a partir do segundo trimestre ■ Carolina Pereira Um apelido que o economista Edmar Bacha deu ao Brasil nos anos 1980 expôs com perfeição as diferenças entre o lado rico e o lado pobre do país. Todo mundo se lembra que Belíndia — o tal apelido — se referia a um lugar em que índices de desenvolvimento belgas conviviam com uma miséria de profundidade indiana. O tempo passou e o Brasil, que agora cresce a ponto de se firmar como potência mundial, se vê mais uma vez merecedor da velha alcunha. De um lado, enfrenta desafios macroeconômicos de país rico. Do outro, vê os efeitos de catástrofes naturais agravados pelo uso irresponsável do solo — exatamente como se vê nos lugares mais pobres do mundo. E, o que é pior, demonstra despreparo e falta de agilidade para enfrentar tragédias previsíveis. Por que não buscar nos dilemas de país rico a solução para os problemas de país pobre? Alguns poderão dizer que a ideia é generosa, porém ingênua e inexequível. De qualquer modo, não custa apresentá-la. Um dos problemas mais agudos que o país tem enfrentado é o da entrada de moeda estrangeira em volumes caudalosos — e a prova mais evidente disso é o aumento exagerado das reservas cambiais. Apenas neste ano, elas cresceram mais de US$ 1,5 bilhão — uma evolução superior a US$ 118 milhões por dia útil. (Boa parte do aumento se deu enquanto brasileiros morriam soterrados ou se viam ilhados sobre os tetos de seus carros colhidos por enchentes no meio de uma metrópole.) A ideia é destinar parte dos dólares que entram a um fundo que pagaria a reconstrução das áreas atingidas O ingresso de recursos, como se sabe, causa problemas à medida que mantém o real valorizado e os esforços do governo para puxar o dólar para cima têm se mostrado ineficazes. Já que o país não consegue, no curto prazo, conter a enchente de capital estrangeiro, por que não se valer dela para levantar o dinheiro necessário para reconstruir as áreas atingidas? Os recursos (que poderiam corresponder a, digamos, 5% de cada dólar que entrar no país) ficariam retidos por dez anos e, depois, devolvidos com os juros dos títulos do governo americano. Assim, seria possível reconstruir as áreas devastadas em ritmo de país desenvolvido. Cinco anos depois de destruída pelo furação Katrina, a cidade americana de Nova Orleans já realizou muito do que precisava ser feito para se reerguer. Por que não tentar o mesmo por aqui? ■ www.brasileconomico.com.br DESTAQUE MAIS LIDAS ONTEM BuscaPé investirá R$ 300 mil em projeto brasileiro ● Justiça veta venda de lata de cerveja da Itaipava O site de buscas BuscaPé pretende investir R$ 300 mil em um projeto tecnológico brasileiro, que será escolhido durante o evento Campus Party, em São Paulo. A ideia da empresa é se tornar sócia de alguma iniciativa embrionária que estiver relacionada com comércio social ou comércio através de aparelho móvel. ● Acordo entre Cosan e São Martinho entra em 2ª fase ● Campus Party fica sem energia elétrica no 1º dia ● Citigroup sai do prejuízo e lucra US$ 1,3 bi no 4º tri ● Brasil gera 2,52 milhões de empregos em 2010 Acompanhe em tempo real www.brasileconomico.com.br Leia versão completa em www.brasileconomico.com.br ENQUETE Você acredita que o governo está conduzindo a questão cambial de forma correta? Sim 52% Não 48% Fonte: BrasilEconomico.com.br Vote em www.brasileconomico.com.br RESULTADO FINAL