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QUARTA-FEIRA, 19 DE JANEIRO, 2011 | ANO 3 | Nº 352 | DIRETOR RICARDO GALUPPO | DIRETOR ADJUNTO COSTÁBILE NICOLETTA
Igo Estrela
Ministro do Trabalho, Carlos Lupi,
anuncia nível de emprego recorde
em 2010, mas marca foi obtida com
antecipação de dados do governo ➥ P14
R$ 3,00
Crescimento econômico mais
modesto e ciclo de alta dos juros
testam capacidade de empresas
em recuperação judicial ➥ P32
Recuperação da região serrana
do Rio vai demorar dez anos
Mais de 60% das indústrias da região foram afetadas pelas chuvas. Comércio e turismo ainda contam suas perdas
Fernando Nonato/DGABC
Além dos alagamentos e da perda de estoque, matéria-prima e maquinário, indústria enfrenta falta de pessoal, por morte
ou porque vítimas ainda buscam parentes
desaparecidos. Em Nova Friburgo, onde o
setor de serviços representa 78% do PIB,
retomada econômica pode ser ainda mais
lenta. As principais atrações turísticas e o
patrimônio histórico da cidade foram
comprometidos pelo lamaçal. Em Petrópolis, empresas ameaçam ir embora devido ao risco de novas enchentes. ➥ P4
Santo André, na Grande
São Paulo, sofreu ontem
novas inundações
Para equilibrar
preços,
Ceasa isenta
produtores afetados
pelas chuvas
Em Minas
Gerais,
84 cidades
decretam estado
de emergência
Burocracia
prejudica
liberação de verbas
para cidades com
áreas de risco
INDICADORES
▼
▼
▲
▲
▼
■
▲
▲
▲
▲
▲
▼
TAXAS DE CÂMBIO
Dólar Ptax (R$/US$)
Dólar comercial (R$/US$)
Euro (R$/€)
Euro (US$/€)
Peso argentino (R$/$)
JUROS
Selic (a.a.)
BOLSAS
Bovespa - São Paulo
Dow Jones - Nova York
Nasdaq - Nova York
S&P 500 - Nova York
FTSE 100 - Londres
Hang Seng - Hong Kong
18.1.2011
COMPRA VENDA
1,6745
1,6737
1,6780
1,6760
2,2388
2,2376
1,3370
1,3369
0,4207
0,4197
META EFETIVA
10,66%
11,25%
VAR. % ÍNDICES
0,44 70.919,75
0,43 11.837,93
0,38 2.765,85
1.295,02
0,14
1,18 6.056,43
-0,01 24.153,98
Ação para frear
dólar pode dar
prejuízo ao BC
A compra da moeda no mercado
futuro (swap cambial reverso)
deve fazer com que o BC pague
mais do que vai receber sem que
aconteça o esperado efeito de
conter a valorização do real. ➥ P34
Battistella inaugura porto de R$ 500
milhões em Santa Catarina
➥ P26
Divisão imobiliária da Camargo
Corrêa faz expansão regional
➥ P28
Usiminas Mecânica fecha contratos
de R$ 286 mi para grandes obras
➥ P30
2 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011
NESTA EDIÇÃO
Henrique Manreza
Em alta
Produção de calçados cresce 5,5%
Em 2010, foram colocados no mercado 858 milhões
de pares, dos quais 143 milhões destinados ao mercado
externo, 12,9% a mais em relação ao ano anterior. Para este
ano, a previsão é de alta de 8% no mercado interno. ➥ P24
Hedeson Alves
Vendas da Rossi atingem R$ 4 bilhões
O volume corresponde a vendas contratadas da construtora
e incorporadora. Em relação a 2009 houve aumento de 71%,
sendo que somente no último trimestre, as vendas somaram
R$ 1,2 bilhão, mais 40% sobre um ano antes. ➥ P29
Battistella prevê inaugurar
o porto de Itapoá em março
Grupo que, em 2010, rompeu a barreira
de R$ 1 bilhão em faturamento, é sócio
majoritário do empreendimento, com 42%
de participação, juntamente com a Aliança
Navegação (30%) e o grupo GP (28%).
O valor total do projeto é de R$ 500
milhões, com investimento proporcional
à participação de cada sócio. “Ter um
grande polo portuário em Santa Catarina
trará resultado bastante positivo no médio
e longo prazo”, afirma Marcos Andreetto
Perillo, diretor-superintendente da
Holding Battistella. Itapoá terá capacidade
inicial instalada para movimentar
300 mil contêineres por ano. ➥ P26
País gerou 2,5 milhões
de empregos formais
Pela primeira vez na série do Caged, iniciada
em 1992, o número de empregos gerados
no ano ultrapassou a marca de 2 milhões
de vagas. “Viemos de um período em que
a economia teve uma parada e voltou a
crescer no meio do ano. A consequência
dessa parada fez com que a retomada, em
2010, fosse mais forte”, explicou o ministro
do Trabalho, Carlos Lupi. Em dezembro,
contudo, foram cortados 407.510 postos
com carteira assinada, o que é atribuído
pelo ministro a fatores sazonais, como
a entressafra agrícola, em especial no
setor canavieiro. “É um efeito sazonal que
sempre ocorre, sempre acima de 300 mil
cortes”, disse o ministro. ➥ P14
BC pode ter prejuízo com swap reverso
No leilão do dia 14, o Banco Central comprou swaps
a R$ 1,86 e R$ 1,87, mas analistas duvidam que
a moeda norte-americana atinja esse valor, quando
dos vencimentos, em abril e julho de 2012. ➥ P34
Murillo Constantino
Consumo deve recuar no trimestre
Previsão é do Programa de Administração do Varejo
(Provar), cuja pesquisa constatou que o número de
consumidores que pretendem ir às compras no primeiro
trimestre de 2011 recuou para 71,8%, em comparação
com os 76,2% no quarto trimestre de 2010. ➥ P18
Ofner abrirá três lojas até dezembro
Rede de confeitarias, conhecida pelos seus chocolates
e sorvetes, prevê encerrar o ano com 22 pontos de
vendas em São Paulo. Serão investidos R$ 700 mil em
cada unidade, diz Laury Roman, diretor comercial. ➥ P13
A experiência do ProUni no ensino médio
Promessa de campanha da presidente Dilma Rousseff,
a adaptação do modelo utilizado no ensino superior
para ensino médio profissionalizante atrai instituições
privadas, que já elaboraram seus modelos de cursos. ➥ P16
Divulgação
Passivo elevado em recuperação judicial
Sérgio Emerenciano, do Emerenciano, Baggio e Associados,
calcula que as dívidas de 25 empresas em recuperação
judicial somam R$ 10,3 bilhões. O maior passivo é
o do frigorífico Independência, com R$ 3,5 bilhões. ➥ P32
Fundos imobiliários mudam estratégia
Henrique Manreza
Enquanto em 2010 predominou a compra de espaços
corporativos para aluguel, neste início de 2011, os fundos
destinam a maior fatia de recursos para ativos lastreados
no setor imobiliário. São Certificados de Recebíveis
Imobiliários, Letras e até ações de construtoras. ➥ P36
CCDI programa R$ 1,65 bi
em lançamentos este ano
Este ano, cerca de 25% dos lançamentos
serão direcionados para Rio de Janeiro,
Minas Gerais e Paraná, numa mudança de
postura em relação a 2010, quando 91,8%
dos empreendimentos se encontraram no
estado de São Paulo. Francisco Sciarotta,
diretor-superintendente, explica que serão
lançamentos dirigidos a consumidores
de média renda, mas o atendimento
do público de baixa renda também será
ampliado, através da HM Engenharia,
divisão do grupo, voltada para esse público.
“Por enquanto a HM só atua em São Paulo,
mas estudamos a possibilidade de
construir imóveis em outras regiões
do país”, explica Sciarotta. ➥ P28
Qualificação profissional muda Colíder
A internet redespertou a democracia
Em cinco anos, município do norte mato-grossense evolui de
uma economia agrícola para um centro regional de serviços de
saúde e educação e de formação de mão de obra qualificada.
Número de cursos superiores passou de 5 para 30. ➥ P22
A frase é do ex-vice-presidente dos Estados Unidos
e Prêmio Nobel da Paz, Al Gore, ontem, na Campus Party,
em São Paulo. “Não deixem a rede cair no controle dos
governos ou grandes corporações”, pediu à plateia. ➥ P38
Hannelore Foerster/Bloomberg
A FRASE
“É preciso moderação
e responsabilidade”
Michel Barnier, comissário de Mercado Interno da União Europeia, exortando
os bancos europeus a demonstrarem “sensibilidade ética” na distribuição
dos bônus aos executivos referentes a 2010. Ele lembrou que a conjuntura
europeia segue marcada pela austeridade fiscal e alto nível de desemprego.
Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 3
EDITORIAL
Murillo Constantino
GUILHERME MUYLAERT, SUPERINTENDENTE DA USIMINAS MECÂNICA
A necessidade de
nova postura
contra tragédias
A reconstrução das cidades de Nova
Friburgo, Teresópolis e Petrópolis e respectivo entorno é uma boa oportunidade para que o governo federal inove em
sua postura nesse tipo de tragédia, na
tentativa de evitar ou, pelo menos, minimizar suas consequências. Mesmo
que seja obrigado a costurar um acordo
suprapartidário com as administrações
nos níveis estadual e municipal envolvendo também autoridades do judiciário, num compromisso firme contra
novos desastres.
Rememorar a relação de omissões ou
conivência dos órgãos públicos em relação a ocupações de áreas de risco é tão
deprimente como ver, pelos noticiários,
a evolução do número de mortos na região serrana do estado do Rio. Em alguns episódios, contudo, é difícil deixar
de lado a indignação, como quando se
fica sabendo que há mais de dez anos
órgãos ambientais haviam alertado prefeituras serranas sobre a ocupação irregular de algumas das áreas atingidas
pelos deslizamentos da semana passada. E o mais grave é que em muitos casos as ocupações aconteceram com
anuência das autoridades municipais.
Caso não sejam impostos
objetivos e prazos às
prefeituras, novas tragédias
voltarão a acontecer
“É um pontapé inicial”, diz Guilherme Muylaert, superintendente da Usiminas Mecânica,
divisão de bens de capital e serviços da siderúrgica mineira, sobre a assinatura de cinco contratos
para fornecimento de estruturas metálicas a obras no país no total de R$ 286 milhões. ➥ P30
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Projetos Especiais Márcia Abreu (Gerente), João Felippe Macerou Barbosa, Samara Ramos (Coordenadores), Daiana Silva Faganelli (Analista), Solange
Santos (Assistente Executiva)
Um ano atrás, as tragédias do morro
do Bumba, em Niterói, e de Angra também aconteceram em áreas de risco,
sem que também nesses casos nada tenha sido feito para evitar a ocupação.
No primeiro, as construções foram erguidas sobre um lixão desativado, enquanto no segundo, alguns imóveis de
luxo tiveram o aval até de arquitetos.
Coincide com a tragédia no Rio a divulgação da informação de que na capital paulista existem 115 mil pessoas
morando em áreas de risco. Não é o
caso de discutir a conivência, por ação
ou por omissão, da autoridade municipal com as ocupações, mas como agir a
partir de agora.
Se o governo central, em conjunto
com os estados, não impuser objetivos
e prazos rigorosos às prefeituras municipais na realização de obras e na remoção dos ocupantes de áreas ameaçadas, ficam em aberto as chances para
que as tragédias se repitam. E a todos
só restará, mais uma vez, voltar a contar os mortos. ■
Publicidade Legal Marco Panza (Diretor de Publicidade
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respectivamente, em relação ao preço de capa
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4 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011
DESTAQUE DESASTRES CLIMÁTICOS
Região serrana do
Rio levará 10 anos
para se recuperar
Garis do Rio foram
emprestados pela Comlurb para
limpar as ruas de Nova Friburgo
Firjan mostra que pelo menos 62,2% das empresas foram
afetadas. Turismo e comércio também sofrem pesadas perdas
Juliana Rangel
[email protected]
Além de contabilizarem e chorarem seus mortos, as cidades
da região serrana do Rio se prepararam para um período de
contração econômica nos próximos anos. Pesquisa feita pela
Federação das Indústrias do
Estado do Rio de Janeiro (Firjan) indica que 62,2% das empresas foram afetadas pelos
temporais da semana passada.
O prejuízo estimado por 278
companhias ouvidas chega a
R$ 153,3 milhões. Em Petrópolis, a indústria tem peso de 27%
sobre o Produto Interno Bruto
(PIB). Em Nova Friburgo e Teresópolis, o percentual fica em
torno de 12%.
Além de muitas fábricas terem sofrido com a perda de funcionários, alagamentos e comprometimento de matéria-prima, estoque e máquinas, várias
ficaram sem infraestrutura:
83,2% relataram problemas no
abastecimento de energia elétrica. As linhas de telefone pararam de funcionar em 73,4%
delas. E 67,6% tiveram o quadro
de funcionários reduzido.
O levantamento também
mostrou que 21,4% foram alagadas. Ainda segundo a pesquisa, 65,3% foram afetadas em
sua capacidade de produção.
Para o vice-presidente da Firjan
Carlos José Ieker, algumas das
cidades, como Nova Friburgo,
vão levar até dez anos para voltarem ao patamar econômico
anterior às chuvas.
Em Nova Friburgo, o setor de
serviços, que inclui turismo e
comércio, é responsável por
78% do PIB. Com as enchentes,
alguns pontos turísticos como a
Praça do Suspiro e o teleférico
vieram abaixo, hotéis do centro
foram afetados e as confecções
de moda íntima, que movimentam o comércio, tentam descobrir o tamanho de suas perdas.
Só ontem, uma semana após
a tragédia, os bancos e o comércio voltaram a abrir, mas ainda
de forma tímida. A Faol, principal empresa de transporte público, havia retomado parcialmente as atividades. Várias fá-
“
Entrou 1,70 m de
lama aqui e não tenho
ideia de quando vou
conseguir recuperar
(o prejuízo).
Isso, se eu conseguir
Kênia Cariello,
sócia da empresa de roupa
esportiva CCM
bricas estavam sem luz, telefone, internet e água. “Quem não
foi afetado, ficou sem funcionário para trabalhar ou porque eles
perderam suas vidas ou porque
estão em busca de parentes ou
tentando recuperar as casas.
Além disso, não há transporte
público”, diz Ieker.
Alguns trechos da cidade,
percorridos geralmente em
meia hora, levam mais de duas
horas para serem concluídos.
Além disso, há muitas áreas de
risco, com passagem proibida.
Perda de até R$ 10 milhões
A confecção de roupa esportiva
CCM retirava ontem a lama de
suas instalações. Com 120 funcionários e produção de 40 mil
peças por mês, a sócia da empresa Kênia Cariello estima que
sua perda financeira fique entre
R$ 5 milhões e R$ 10 milhões.
“Só se salvaram as máquinas,
que estavam no segundo andar”, diz. “Entrou 1,70 metro de
lama e não tenho ideia de quando vou conseguir recuperar
isso, se conseguir”.
Ieker, da Firjan, é dono de
uma fábrica de aviamentos e
perdeu todo o segmento de acabamentos de sua empresa. O
prejuízo estimado é de R$ 2 milhões. “Vou ficar pelo menos
dez dias sem conseguir trabalhar. Hoje, se eu quiser emitir
uma nota fiscal não consigo,
porque não tenho internet.
Devo ter um prejuízo adicional
de R$ 2 milhões”, diz.
De acordo com a Firjan, as
fábricas de Nova Friburgo foram
as mais afetadas: 79,8%. Em Teresópolis, foram 68,8%. Petrópolis foi a menos afetada, com
30,7%. “Tentamos falar com mais
de 500 empresas de Friburgo,
sem sucesso. Muitas estão incomunicáveis”, diz Ieker.
A atividade que mais emprega na cidade é a têxtil. O
município, conhecido como
capital da moda íntima, tem
cerca de 900 confecções responsáveis pela geração de mais
de 20 mil empregos e faturamento de R$ 600 milhões ao
ano. A estimativa é que as empresas demorem 27 dias para
voltar a funcionar. ■
TURISMO
Em Friburgo, prefeitura
deve suspender carnaval
O secretário de Turismo de Nova
Friburgo, José Mota, admite que
avalia suspender os festejos de
carnaval devido a tragédia da
semana passada. Nessa época do
ano, o setor hoteleiro fica 100%
ocupado. Mas o município está
sem infraestrutura para atender
turistas e suas principais vias de
acesso, como a RJ-116, estão sob
ameaça de deslizamentos e
rompimento de pista.
Entre os principais pontos turísticos afetados estão o Teleférico, além do Parque Hotel, projetado por Lucio Costa, e as torres
da igreja de Santo Antonio, na
Praça do Suspiro, também do arquiteto. A Praça Getúlio Vargas e
um dos lagos do chalé do Country Clube ficaram prejudicados.
Eles foram feitos pelo engenheiro
Auguste Marie François Glaziou,
convidado em 1858 por Dom Pe-
dro II para vir ao Brasil. “Eu diria
que ao menos 30% do patrimônio histórico foi comprometido”, diz a diretora do Departamento de Patrimônio Histórico,
Artístico e Cultural, Lilian Barreto. “Sem apoio, em uma semana
Friburgo sai do noticiário e nossa
memória fica perdida”.
O empresário Ricardo Barbosa, dono do Hotel Monte Everest, estima que a cidade vai demorar a menos seis meses para
recuperar sua vocação turística.
“Os turistas vão ficar com medo
de vir a Friburgo”, acredita.
José Mota diz que vai se empenhar para retomar a agenda
cultural da cidade. “Nada impede que façamos um carnaval
fora de época. Vamos fazer com
que Friburgo se destaque por
suas atrações e não mais pela
tragédia”. ■ J.R.
Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 5
LEIA MAIS
A Ceasa vai isentar
produtores rurais afetados
pelas chuvas do imposto
cobrado pelo uso de espaços
de comercialização de produtos.
A taxa está em R$ 12 por dia.
A Caixa vai liberar o uso
do FGTS por vítimas das
enchentes. Eles terão mais
prazo da Receita para pagar
impostos e empresários terão
linhas especiais de crédito.
O varejo de Blumenau,
que também sofreu com
desastres naturais em 2008,
está praticamente recuperado.
A liberação dos recursos do
FGTS sustentou o comércio.
Carlo Wrede/O Dia
Tragédia pode
levar à evasão
de empresas
Em Petrópolis, cervejaria
controlada pelo príncipe
Francisco de Orleans e Bragança
pode mudar de endereço;
pousadas de luxo devem diminuir
Ruy Barata Neto
Somente três
empresas de
Petrópolis declararam
prejuízo de mais
de R$ 4 milhões
[email protected]
Divulgação
ATRAÇÕES EM RISCO
Em Nova Friburgo, o hotel Recanto da Itália foi parcialmente invadido pela terra
e está à beira de um precipício formado pelo deslizamento do morro. Ao lado,
o boliche da cidade. Ambos ficam na Praça do Suspiro, perto do teleférico, que também
foi interditado. Segundo a prefeitura, não é possível prever se ele voltará a funcionar.
Os prejuízos para a economia
dos municípios atingidos pelas
chuvas na região serrana do Rio
ainda não foram contabilizados,
mas já é possível dizer que o
mapa comercial de pelo menos
uma delas, Petrópolis, deverá
mudar com a tragédia. Depois
do segundo prejuízo por causa
de chuvas, a tradicional cervejaria Cidade Imperial, que pertence ao príncipe Francisco de
Orleans e Bragança, deverá sair
da região do Vale do Cuiabá,
onde funciona desde 1997.
Segundo um dos diretores da
companhia, o mestre cervejeiro
Rafael Farinha, a fábrica perdeu
toda a matéria-prima estocada
e o maquinário, paralisando a
produção que era de, em média,
200 mil litros de cerveja clara,
escura e chopp por mês. As perdas somam cerca de R$ 1,5 milhão. “Não pretendemos fechar
o negócio, mas o lugar pode ser
abandonado”, diz Farinha, hoje
dedicado a retirar a espessa camada de quase 50 centímetros
de lama que cobre o local. Trata-se do segundo prejuízo com
chuva enfrentado pela empresa.
Em 2008, a fábrica perdeu o
equivalente a R$ 600 mil depois
de um temporal na região. “Aqui
ficamos muito expostos às tempestades, que estão ficando
maiores”, diz.
Na região do Vale do Cuiabá
também ficavam propriedades
de altos executivos, áreas para a
criação de cavalos e pousadas de
luxo cuja participação no Produto Interno Bruto era relevante, mas não estimada pela prefeitura local. Segundo o diretor
de desenvolvimento econômico
do município, José Francisco
Secudese, pelo menos duas
pousadas de luxo na região foram destruídas, a La Roche e a
Los Incas, que deverá fechar as
portas segundo sua proprietária, Gilka Leite Garcia. A prefeitura da cidade pretende concluir
uma levantamento geral dos
prejuídos nos setores produtivos. Segundo o secretário de
abastecimento e agricultura de
Petrópolis, Nelson Sabrá, três
empresas da região somam prejuízos declarados de mais de
R$ 4 milhões. A Agristar, indús-
tria local de sementes, amarga
perdas de R$ 3 milhões. Uma
outra indústria da área têxtil,
a Antonio Pacheco, soma mais
R$ 800 mil e a granja Aluízio,
conhecida na região, perdeu
mais de R$ 300 mil. “É necessário haver vantagens de crédito
providas pelo estado para financiar a retomada desses negócios”, afirma Sabrá. Segundo os
cálculos da secretaria, os prejuízos na área de agricultura devem
ultrapassar a casa dos R$ 15 milhões (leia mais na página 6). O
montante será ainda maior em
Teresópolis, que possui um setor
agrícola ainda mais importante.
Enquanto em Petrópolis há perdas de 550 famílias produtoras,
em Teresópolis o número chega
a abranger 1,3 mil famílias. ■
6 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011
DESTAQUE DESASTRES CLIMÁTICOS
Ceasa isentará
produtores para
equilibrar preços
CEASA DE NOVA FRIBURGO VIRA CENTRAL DE DISTRIBUÇÃO
Região atingida é responsável por 60% do abastecimento
de hortaliças do Rio; produtos ficaram três vezes mais caros
Ruy Barata Neto
[email protected]
As Centrais de Abastecimento do
Estado do Rio de Janeiro (CeasaRJ) vão isentar os produtores rurais afetados pelas chuvas na região serrana do Rio de Janeiro do
imposto cobrado pela utilização
de espaços de comercialização de
produtos nas unidades da entidade, hoje em torno de R$ 12 por
dia. O benefício será concedido
por uma comissão especial, com
representantes dos produtores de
hortifrutis do Estado, que ficará
responsável por identificar os
agricultores que tiveram prejuízos com a catástrofe. A medida,
publicada hoje no Diário Oficial
do estado, está entre as primeiras
tomadas pelo governo no sentido
de recuperar a atividade produtiva das sete cidades atingidas pelas chuvas — Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Bom Jardim, São José do Vale do Rio Preto, Sumidouro e Areal.
A desoneração é uma das soluções para reestabelecer o nível de competitividade das
hortaliaças produzidas na região serrana do Rio de Janeiro,
que em condições normais é
responsável por 60% do abastecimento do estado, segundo a
Secretaria de Agricultura e Pecuária do Rio de Janeiro. A
chuva devastou plantações e
impediu o escoamento dos produtos para as centrais de abastecimemento, trazendo uma
disparada nos preços. Na sexta-feira passada, a caixa de alface com 18 unidades chegou a
ser vendida a R$ 30, seis vezes
mais do que o valor normal de
R$ 5. Ontem, o produto ainda
continuava com valor distorcido, de R$ 15 a caixa.
Segundo o presidente da
Ceasa-RJ, Mário Domingues
Ferreira, os preços aos poucos
estão convergindo para baixo,
mas não exatamente por conta
da normalização da entrega da
região serrana. “O que está
acontecendo é que o déficit na
entrega está tornando vantajoso
para produtores de regiões mais
distantes pagarem o frete para
vender na capital, o que tem
reestabelecido a oferta de alguns produtos”, diz Domingues. Mas o fenômeno não é homogêneo. A caixa de tomate de
20 quilos estava sendo vendida
ontem a R$ 20, preço menor inclusive do que os R$ 25 normais.
A Secretaria estadual
de Agricultura
conseguiu
prorrogação de
180 dias para pagar
os financiamentos
de crédito rural que
vencem de janeiro
a março deste ano,
sem a incidência
de encargos
Por outro lado, a caixa de couve
continua custando R$ 1, longe
dos R$ 0,30 normais. “A desoneração deverá evitar que o
produtor da região serrana,
com produção reduzida e dificuldade de oferta, mantenha os
preços mais altos”.
Além disso, a medida não
deixa de ser uma compensação
pelas perdas na catástrofe, o que
ainda não foi contabilizado pelas autoridades. Nas sete cidades
atingidas existem cerca de 17
mil famílias na área rural que
movimentam por ano algo em
torno de R$ 850 milhões. Apenas Teresópolis, uma das cidades mais afetadas, a estimativa é
a de que o setor injete na economia local entre R$ 700 mil e R$ 1
milhão por dia.
“Ainda não temos estimativas
sobre os prejuízos uma vez que
ainda estamos concluindo a
abertura de estradas de acesso às
comunidades produtoras do município”, afirma Fernando Luis
Fernandes Mendes, secretário
regional de agricultura de Teresópolis. Segundo ele, 90% do
acesso via terrestre às comunidades rurais foi aberto, restam
ainda três regiões isoladas. “Agora passamos a voltar o nosso foco
para levantar os prejuízos”, diz.
Em reunião com as secretarias
regionais da cidades, o governo
fluminense determinou a criação
de uma frente de agricultura na
cidade que ajudará no levantamento, a ser concluído até sextafeira. Em Petrópolis, onde atuam
mais de 550 produtores rurais, a
estimativa preliminar da secretaria regional é de que sejam necessários até R$ 15 milhões para
recompor a atividade. ■
PRODUÇÃO
ALFACE
R$
850 mi
é quanto movimentava por ano
R$
15
era o preço de uma caixa de
a produção de hortaliças das
famílias rurais das sete cidades
atingidas pelas chuvas no Rio,
segundo o governo estadual.
alface com 18 unidades ontem
no Ceasa da capital fluminense.
O valor é três vezes maior do
que o cobrado antes da catástrofe.
PRODUTORES
RECUPERAÇÃO
17
mil
é o número estimado de famílias
R$
15 mi
é quanto a prefeitura de
produtoras rurais nas sete cidades
atingidas pelas chuvas no Rio.
Elas respondem por 60% do
abastecimento de hortaliças do RJ.
Petrópolis estima como
montante necessário para
a recuperação das perdas
na área de agricultura da cidade.
Vítimas ganham
BNDES também diz que está
“à disposição para colaborar”
se governo federal pedir
Além de poderem contar com
os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
(FGTS) para reconstruir suas
vidas, moradores das regiões
atingidas pelas fortes chuvas da
semana passada no Rio de Janeiro terão prazos maiores para
pagar impostos.
A Receita Federal informou
ontem que os habitantes dos
municípios de Areal, Bom Jardim, Nova Friburgo, Petrópolis,
São José do Vale do Rio Preto,
Sumidouro e Teresópolis terão o
benefício da prorrogação do
prazo de pagamento de tributos
federais e a suspensão de prazos
para o cumprimento de atos
processuais no órgão. Os beneficiados terão seis meses para
quitar tributos federais com
vencimento entre 11 de janeiro e
31 de março. Os atos processuais ligados à Receita ficarão
suspensos até 31 de março, e
será prorrogada até 31 de julho a
entrega de declarações ao fisco
que vencem em janeiro, fevereiro e março.
Além disso, a Investe Rio,
agência estadual de fomento, ligada à Secretaria de Desenvolvimento, prometeu dar crédito
Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 7
Valter Campanato/ABr
DE DONATIVOS
Sem produtos para
comercializar, a Central
de Abastecimento (Ceasa)
do bairro de Conquista,
em Nova Friburgo, virou
um centro de distribuição
de donativos e de
assistência à população.
Estão instalados no local
um Centro de Comando
da Polícia Militar e do
Batalhão de Operações
Especiais e um núcleo
da recém-criada
Secretaria Estadual de
Desenvolvimento
Regional, Abastecimento
e Pesca do Rio, além
de um posto médico com
profissionais de saúde
da Polícia Militar.
Na área reservada à venda
de produtos agrícolas
da região, agora estão
empilhados donativos que
chegam de todo o país.
Sapatos, roupas, material
de higiene pessoal e
alimentos são levados a
abrigos próximos ou são
retirados ali mesmo pela
população necessitada.
Com informações da
Agência Brasil
crédito especial e mais prazo da Receita
O trabalhador que
tiver perdido os
documentos nas
chuva terá de pedir
uma declaração
à prefeitura para
depois sacar o FGTS
diferenciado a pequenas e microempresas dos municípios.
Elas terão linhas com juros mais
baixos que os de mercado, em
prazo menor. Os limites de empréstimo ainda não foram definidos. O programa é destinado a
financiar a compra de máquinas
e equipamentos, e para a reconstrução de galpões e recomposição de capital de giro. O
mesmo procedimento foi adotado no Noroeste do estado em
2009, e na tragédia de Angra
dos Reis, no ano passado.
No dia anterior, a Caixa Econômica Federal havia prometido liberar em até cinco dias o
saque de parte do Fundo de Ga-
rantia do Tempo de Serviço
(FGTS). O prazo, segundo o
banco, é contado a partir do recebimento de documentos das
prefeituras das cidades afetadas.
O trabalhador que tiver perdido os documentos nas chuva,
terá de pedir uma declaração à
prefeitura. A retirada pode ser
feita em qualquer agência da
Caixa. O banco montará postos
avançados nas regiões afetadas.
BNDES pode ajudar
Procurado, o Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) disse estar
“afinado e à disposição do Governo Federal para contribuir
com os esforços de reconstrução dos municípios fluminenses afetados pelas chuvas”.
Mas afirmou, via assessoria de
imprensa, que não há qualquer
linha de financiamento em estudo para as vítimas da tragédia. O banco financiou capital
de giro a empresas vítimas de
temporais em Santa Catarina,
em dezembro de 2008.
“A gente vai precisar de incentivos para respirar e poder manter cidade. E, principalmente, de
linhas de financiamento”, disse
Carlos José Ieker, vice-presidente da Firjan encarregado da região Norte-Fluminense. ■ Juliana Rangel, com agências
FINANCIAMENTO
Investe
Rio
A agência de fomento, ligada à
secretaria de Desenvolvimento
do estado, vai dar crédito a juro
mais baixo que o de mercado
e com maior agilidade a empresas.
CAIXA ECONÔMICA
FGTS
O banco promete um prazo de
cinco dias para liberar os saques
de recursos do fundo, a partir
de um pedido das prefeituras
que foram afetadas pelas chuvas.
8 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011
DESTAQUE DESASTRES CLIMÁTICOS
Liberação de FGTS salvou o varejo
Na avaliação de entidades como o Clube de Dirigentes Logistas (CDL) da cidade, dinheiro para recuperação
Dubes Sônego
[email protected]
As chuvas que atingiram Blumenau, em Santa Catarina, em novembro de 2008, causaram estragos semelhantes aos da região
serrana do Rio. As proporções da
tragédia, no entanto, foram menores. A chuva lavou o solo de
Blumenau, derreteu morros, soterrou casas e empresas. Deixou
para trás prejuízos materiais e
mais de 130 mortos. Agora, passados pouco mais de dois anos, a
cidade está praticamente recuperada. Pelo menos no campo econômico. Em boa parte, admitem a
Prefeitura e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) local, por causa
da rápida liberação, pelo governo
federal, do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço (FGTS).
“Todo mundo recebeu, não só
as famílias afetadas”, afirma
Paulo Cesar Lopes, presidente
do CDL. “Na expectativa da liberação, muita gente começou a
gastar por conta”. Quem foi afetado, comprou o que precisava
para refazer a vida. Quem não
precisava, aproveitou os recursos para reformas e para a compra de outros tipos de bens.
Para o prefeito João Paulo
Kleinübing, é difícil dimensionar
Quem não
conseguiu escapar
do prejuízo foram
as micro e pequenas
empresas, muitas
delas informais,
devido às exigências
burocráticas
o peso do FGTS na recuperação da
economia, porque na época surgiram também outros estímulos
em nível nacional, como a isenção
de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis e
eletrodomésticos da linha branca.
Mas, ele diz que teve papel importante. No caso catarinense, o
comércio foi pego pela inundação
com os estoques cheios para as
vendas de Natal e pouco depois do
início da crise econômica internacional. Sem os incentivos, sofreria os prejuízos da perda dos
estoques e da queda da demanda.
Quem não conseguiu escapar
do prejuízo foram as micro e pe-
quenas empresas, em especial da
área industrial e de serviços. Blumenau é um dos principais polos
têxteis do país, com especialização nos segmentos de confecção
em malha e artigos de cama,
mesa e banho. Grandes empresas
sediadas na região, como Karsten, Teka e Coteminas escaparam
com prejuízos menores. Mas
confecções que prestam serviços
para empresas de médio e grande
porte, muitas delas informais e
instaladas em regiões periféricas,
foram diretamente afetadas.
De acordo Amarildo Ramos,
presidente da Associação das Micro e Pequenas Empresas de Blu-
Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 9
Jeferson Baldo/SECOM/AFP
Construções no centro
de Blumenau, uma das áreas
de risco, foram limitadas
depois da enchente de 2008
Billy Mao/Futura Press
SOLIDARIEDADE S.A.
Empresas recolhem
donativos e oferecem
auxílio no Rio
Em paralelo às ações do governo
e da sociedade civil, uma série de
empresas se mobiliza para ajudar
as vítimas das chuvas na região
serrana do Rio de Janeiro.
O Grupo Pão de Açúcar doou dez
caminhões com itens de higiene,
alimentos e colchões e iniciou
campanha para o recolhimento
de doações em 330 de suas lojas,
nos estado de São Paulo e Rio
de Janeiro. Além de preparar
sua rede de lojas para receber
doações, a rede varejista Ricardo
Eletro anunciou que doará o lucro
das vendas de amanhã, dia 20,
para programas de ajuda do
governo do Rio de Janeiro que
visam apoiar os desabrigados
e reconstruir as áreas atingidas.
É uma iniciativa semelhante a de
nove restaurantes Outback, que
reverterão o lucro com as vendas
de amanhã de seu carro chefe,
as costelas com molho barbecue,
para às vitimas da tragédia.
As Lojas Americanas e a B2W
dizem que estão enviando desde
a última quarta-feira colchonetes,
camisetas e travesseiros a região
serrana do Rio, enquanto a Vale e
a fabricante de máquinas JCB
disponibilizaram uma série de
equipamentos e operadores
para auxiliar no trabalho de
resgate de vítimas e remoção
de terra e escombros. Há ainda
empresas que estão realizando
campanhas internas de doação
junto aos funcionários, caso
da Arcos Dourados, responsável
pelas lojas do McDonald’s no
Brasil, e da Dedini, fabricante
de bens de capital. D.S.
em Blumenau
reduziu também o impacto da crise mundial
menau (Ampe), apesar das promessas de liberação de recursos
pelo governo federal, pouco dinheiro foi efetivamente liberado a
tempo de salvar negócios do gênero, devido às exigências burocráticas. “As pequenas e micro
empresas vivem da venda diária
de seus produtos e serviços, não
têm recursos em caixa para suportar períodos de paralização”.
O próprio Ramos conta que
viu sua empresa de terraplanagem e artefatos de cimento ser
soterrada, junto com casas vizinhas, e teve de interromper as
atividades por três meses. “O
prejuízo foi de R$ 500 mil”, diz.
Depois da inundação,
Lençóis Paulista (SP)
enfrenta risco de
transbordamento de açudes
Prejuízos também em
São Paulo e Minas
Capital paulista registrou novas
inundações ontem à tarde
Fabiana Parajara*
[email protected]
No fim da tarde de ontem, a região metropolitana de São Paulo
voltou a ser atingida por fortes
chuvas. Além da capital, que teve
pelo menos 15 pontos de alagamento por volta das 19 horas, segundo informações do Centro de
Gerenciamento de Emergências
(CGE), cidades do ABC paulista
também foram afetadas. Um helicóptero da Polícia Militar teve
de resgatar motoristas ilhados
nas vias de Santo André. Uma
parte da Via Anchieta, que liga a
capital paulista ao litoral, foi fechada por precaução.
As chuvas também causaram
prejuízo no interior do estado e
em Minas Gerais. Lençóis Paulista, a 283 quilômetros da capital
paulistana, está em alerta desde
anteontem por causa do nível das
represas e açudes. Segundo José
Antonio Marise, coordenador da
Defesa Civil do município, há risco de rompimento em quatro locais. “São açudes que ficam a 13 e
15 quilômetros do centro, e não é
possível saber o que vai ocorrer se
No Rio Grande
do Sul, por outro
lado, a estiagem está
completando um
mês. A Defesa Civil
decretou situação
de emergência em
dez municípios
mentos e queda de pontes. As populações de Amparo, Pedreira,
Jaguariúna e Bragança Paulista
estão em alerta porque a Sabesp,
companhia de saneamento do
estado de São Paulo, avisou que
aumentou ontem a vazão da Represa Jaguari-Jacareí descarregada no Rio Jaguari, para 80 metros cúbicos e há risco de inundações. Em Franco da Rocha, na
Grande São Paulo, onde o aumento da vazão da represa Paiva
Castro deixou a cidade alagada
por mais de três dias, a situação
começa a se normalizar.
Alagamentos e seca
estourarem”, diz Marise. “A água
pode dispersar ou provocar deslizamentos e inundação”. Na madrugada de segunda-feira, o Rio
Lençóis, que corta o município
subiu quase dois metros, invadindo 70 casas. As famílias foram
levadas para abrigos e para a casa
de parentes. O restante da cidade
permanece em alerta.
Em Piracicaba, Águas de São
Pedro, Socorro, Aparecida e São
José dos Campos, todas no interior paulista, também houve prejuízos com inundações, desliza-
De acordo com a Defesa Civil de
Minas Gerais, pelo menos 84 cidades decretaram situação de
emergência por causa das inundações. Foram registradas 16
mortes. No total, 2.390 pessoas
estão desabrigadas e 17.185 tiveram que deixar suas casas.
No Rio Grande do Sul, por outro lado, a estiagem está completando um mês. Estão em situação
de emergência onze municípios:
Piratini, Candiota, Pedras Altas,
Herval, Hulha Negra, Cerrito,
Santana do Livramento, Lavras do
Sul, Pedro Osório, Bagé e Pinheiro
Machado. ■ Com Agência Brasil
Imóveis
No setor imobiliário, um dos reflexos da tragédia na cidade foi o
redirecionamento do plano diretor e de obras de infraestrutura
para a Zona Norte do município,
mais plana e alta que o Centro e o
Sul, onde a valorização de terrenos e empreendimentos imobiliários é agora mais lenta. De
acordo com Kleinübing, como
medida de segurança, a prefeitura
também decidiu limitar as construções em áreas mais tradicionais da cidade, para forçar uma
aceleração do movimento em direção ao norte, e evitar o adensamento em áreas de maior risco. ■
COMO AJUDAR
● A Defesa Civil da capital
paulista recebe doações na Rua
Afonso Pena, 130, no Bom Retiro.
Perecíveis não são aceitos.
● A rede Pão de Açúcar tem
postos de arrecadação em suas
lojas. Quem quiser pode fazer
as compras no site da empresa,
que enviará os produtos à região.
As doações estão isentas de frete.
● A ONG Viva Rio recebe
mantimentos na Rua do Russel,
76, na Glória.
● A Caixa Econômica
Federal abriu uma
conta corrente em nome
da Defesa Civil do Estado do Rio:
2011-0, agência 0199.
O código de operação é 006.
● No Banco do Brasil,
as doações podem ser
depositadas para: Teresópolis,
agência 0741-2, conta: 110000-9;
Nova Friburgo, agência
0335-2, conta: 120000-3;
ou Petrópolis, agência 0080-9;
conta corrente 76000-5.
● Em São Paulo, os donativos
para a Cruz Vermelha devem ser
entregues na Avenida Moreira
Guimarães, 699, Indianópolis, de
segunda a sexta, das 8h às 18h.
● No Rio de Janeiro,
a Cruz Vermelha fica na
Praça Cruz Vermelha, 1012.
● O HemoRio da capital
fluminense precisa com urgência
de doações de sangue. Ele fica na
rua Frei Caneca, 8, centro do Rio.
Todos os dias, das 7h às 18h.
10 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011
DESTAQUE DESASTRES CLIMÁTICOS
Burocracia impede
que verba federal
chegue às cidades
Municípios em dívida com o governo federal não têm
direito aos recursos para prevenção de acidentes
Pedro Venceslau
[email protected]
A catástrofe na serra fluminense
jogou luz sobre a intrincada relação entre municípios e Governo
Federal. Ao longo do ano passado,
o então ministro da Integração
Nacional, Geddel Vieira Lima —
responsável pelo repasse de verbas para prevenção de acidentes
decorrentes do clima — teve de se
explicar várias vezes por ter direcionado a maior parte dos recursos da pasta para seu estado, a Bahia. As cidades do Rio de Janeiro
devastadas pelas chuvas na semana passada não receberam verbas
do ministério para a prevenção.
Vieira diz que o Rio de Janeiro
recebeu toda a verba que foi solicitada no ano passado. Ele afirma,
porém, que as cidades de Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo
não foram contempladas porque
não pediram ajuda. “Não foram
apresentados projetos. As críticas
que me fazem não são honestas”,
diz o ex-ministro. “O estado precisa ser mais rigoroso e proibir
água e luz em casas irregulares”.
A declaração de Vieira deixa evidente o jogo de empurra quanto à
responsabilidade pela falta de
prevenção em áreas de risco. Prefeituras reclamam de falta de verbas, a União alega falta de projetos
de estados e municípios e os governos estaduais, por sua vez,
atribuem a responsabilidade às
cidades e ao governo federal.
Enquanto isso, como ocorreu
em São Luiz do Paraitinga e Cunha, em São Paulo, que foram vítimas das inundações e deslizamentos no ano passado, muitas
cidades entre o Rio de Janeiro e
São Paulo convivem, há décadas,
com áreas de risco extremo. Uma
delas é Cubatão, na Serra do Mar.
A prefeitura local, que é governada pelo PT, informa que pediu
recursos de prevenção de acidentes ao Ministério da Integração
Nacional no ano passado, mas até
agora não foi atendida. “A informação que temos é que eles tiveram outras prioridades”, diz Fernando Alberto, secretário de Comunicação de Cubatão. Procurado, o Ministério da Integração
Nacional informou que todos os
seus técnicos foram deslocados ao
Rio de Janeiro e, portanto, não há
como fazer um levantamento de
todas as cidades atendidas. Mas a
pasta afirma que, na maioria dos
casos não atendidos, como Cubatão, o problema é burocrático.
Entre as cidades
que estão em dia
com a União, muitas
simplesmente não
conseguem reunir
a documentação
exigida para ter
acesso ao dinheiro
para obras
Ao contrário dos recursos de
emergência, que são liberados via
Medida Provisória e sem precondições, as verbas de prevenção
tramitam como qualquer outro
convênio. Ou seja: municípios em
dívida com o governo e que não
tenham cumprido a Lei de Responsabilidade Fiscal entram automaticamente na linha de corte.
Entre os que estão em dia, muitos
simplesmente não conseguem
reunir a documentação exigida.
No caso de Cubatão, a prefeitura
informa que foi contemplada no
PAC-2 e no Programa Serra do
Mar, do governo estadual.
Já a pequena Cunha, no Vale
do Paraíba, que é governada pelo
PSDB, não tem do que reclamar.
Segundo Ana Paula Monteiro,
chefe de gabinete do prefeito Osmar Felipe, a cidade recebeu R$ 8
milhões do Ministério da Integração Nacional no ano passado. Lá,
curiosamente o problema é outro:
a prefeitura cobra a construção de
70 casas para desabrigados prometidas pelo governo estadual.
Dinheiro parado
O Ministério da Integração Nacional enviou ao Rio de Janeiro em
2010 apenas 0,6% dos R$ 167,5
milhões reservados para a rubrica “apoio a obras preventivas
de desastres”. Segundo levantamento do Contas Abertas no
Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo
(Siafi), o governo deixou de repassar R$ 21,7 milhões para
obras de macrodrenagem em
Nova Friburgo e outros R$ 450
mil para Petrópolis investir em
contenção de estradas. ■
Valter Campanato/ABr
A FRASE
“O Rio de Janeiro
recebeu toda a
ajuda que pediu”
Maior parte dos
Desastres naturais precisam
de contrato adicional,
que costuma ser mais caro
Thais Folego
[email protected]
Geddel Vieira Lima,
ex-ministro da
Integração Nacional
Moradores e empresários da região de Nova Friburgo, Petrópolis
e Teresópolis não devem contar
com a indenização de seus seguros para reconstruir parte do patrimônio. Ainda não há um levantamento preciso sobre a cobertura de seguros na região serrana do Rio de Janeiro, mas as
seguradoras afirmam que, ao
contrário dos contratos para automóveis, a cobertura para alagamentos e desmoronamentos
residenciais ou comerciais é adicional, e deve ser contratada
separadamente. “Essas coberturas acessórias têm uma adesão
menor por pequenas e médias
empresas, pois têm um custo
mais alto quando comparado à
cobertura patrimonial básica”,
diz Paulo Umeki, diretor de produtos da Liberty Seguros.
Para indústria e comércio de
pequeno e médio porte, perfil
Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 11
Antonio Milena
Em Cubatão, na Serra do
Mar, áreas de extremo risco
ficam sem assistência
INVESTIMENTO
39%
dos R$ 425 milhões previstos
pelo governo federal para
obras preventivas de desastres
e contenção foram utilizados
ao longo do ano passado.
REGIÃO SERRANA DO RIO
Nada
foi liberado de recursos
para obras fundamentais
na serra fluminense, que
foi devastada pelas chuvas
na última semana.
CUNHA (SP)
R$
8 milhões
foi o volume de recursos liberados
pelo Ministério da Integração
Nacional para obras na cidade do
Vale do Paraíba, que teve
prejuízos com as chuvas de 2010.
CUBATÃO
Nada
foi liberado pelo Ministério da
Integração Nacional para obras na
cidade de Cubatão, na Baixada
Santista, em São Paulo, que tem
várias áreas de risco habitadas.
seguros não cobre alagamentos
da maioria das empresas da região serrana, as seguradoras
normalmente fazem pacotes
para facilitar a contratação. As
apólices variam um pouco, mas
as coberturas básicas patrimoniais cobrem incêndio, queda
de raios e explosão. “Não são
todos os pacotes que disponibilizam cobertura para alagamento, desmoronamento, dano
elétrico, vendaval e roubo de
bens. Elas normalmente têm
que ser negociadas”, diz Laur
Diuri, diretor executivo de sinistro da Allianz Seguros.
Segundo Umeki, da Liberty,
para uma apólice com valor segurado de R$ 300 mil, por exemplo, a cobertura de alagamento
custaria, em média, entre R$ 3
mil e R$ 4 mil por ano. “É um
valor alto se comparado às demais coberturas, que saem por
cerca de R$ 800 por ano.” No
caso de empresas, são colocados
na apólice estoque, máquinas e
equipamentos e prédio.
Promessa de agilidade
O Sindicato dos Corretores do
Rio de Janeiro (Sincor-RJ) está
Coberturas
básicas patrimoniais
cobrem apenas
incêndio, queda
de raios e explosão
fazendo um levantamento de
quantas apólices de pessoas jurídicas há na região serrana, que
deve ficar pronto ainda esta semana. Henrique Brandão, presidente do Sincor-RJ, diz que há
acordos com seguradoras para
que o pagamento das indenizações seja feito mais rápido para
as vítimas da região. “O processo normalmente leva um mês e
meio. Estamos negociando para
que o pagamento seja feito em
10 dias”, diz Brandão.
Em casos de desastres grandes e localizados, as segurado-
ras enviam peritos para e região
e, em alguns casos, facilitam a
documentação para agilizar o
pagamento. “No caso de veículos vamos indenizar os carros,
independentemente de acharmos o veículo, como fizemos em
Blumenau”, diz Luiz Francisco
Campos”, diretor de serviços da
Liberty. Ele afirma que, em casos de perda total para baixo valor segurado, as indenizações
saem mais rápido. Para perdas
parciais de valores altos de indenizações, há necessidade de
maiores avaliações. ■
12 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011
OPINIÃO
Cláudio Conz
Regina Camargo
Presidente da Anamaco e integrante
do Conselho de Desenvolvimento
Econômico e Social do governo federal
Sócia-diretora da Across
Mobile commerce vem aí
Diversidade e inclusão
Pagamentos via celular podem aumentar a base de
clientes? Neste começo de ano aproveitei mais uma vez
para visitar a maior convenção de varejo do mundo, a
100ª edição da National Retail Federation, que acontece
todos os anos em Nova York. Diversos assuntos interessantes têm sido objeto de palestras e debates .Um tema
muito discutido é o mobile commerce, ou comércio via
celular. Segundo os dados da feira, até 2012, mais de
50% de todas as vendas em lojas estarão disponíveis, de
alguma forma, em dispositivos móveis. Tal perspectiva
abre caminho para as empresas passarem a pensar o
pagamento por celulares com programas opcionais de
marketing e fidelidade com a sua loja.
Até o final do ano, a previsão é de que mais de 50%
de todos os aparelhos celulares existentes sejam
smartphones. E o que faz um celular ser smart? Segundo o CEO e fundador da Crone Consulting, LLC,
Richard Crone, a resposta a esta pergunta é o que está
fazendo com que os celulares mudem o jeito de se conduzirem negócios no mundo. Crone diz que smart é o
celular que tem internet e câmera. E isso faz dele mais
do que um canal de serviço. Por causa da era dos
smartphones, os nossos consumidores estão mais exigentes e mais rápidos do que jamais vimos.
De acordo com Crone, nos EUA, 48% dos consumidores tiram fotos dos produtos dentro da loja e, pelo
celular, dividem essa informação com os amigos. Outros 16% usam celulares para pesquisas de preço.
O estudo também mostrou que 57% de todos os
usuários utilizam a internet pelo telefone móvel e 41%
dos que ainda não têm acesso à internet pelo aparelho
têm interesse em adquiri-lo nos próximos 12 meses.
Além disso, 86% dos donos de smartphones acessam a
internet pelo celular enquanto assistem televisão.
O mais interessante é como esses consumidores
usam o celular dentro das lojas. 68% deles utilizam o
aparelho para localizar a loja mais próxima. Outros
45% fazem pesquisa de preços de produtos, inclusive
quando estão dentro da loja, para compararem com o
seu concorrente. Outros 25% realizam todos os processos da compra através do celular.
De acordo com uma pesquisa realizada recentemente
pela Harris Interactive, a pedido da consultoria Capital
H Group, com gerentes e líderes de companhias listadas
pela revista Fortune, 95% dos profissionais consultados
consideram a criação de diversidade na força de trabalho um objetivo. Mas o que é diversidade? Para muitos
diversidade é apenas um conjunto de características que
distinguem uma pessoa da outra. Isto é bom para a imagem pública da empresa mas, no dia a dia de trabalho,
não é tão exercitada ou relevante.
Diversidade não se restringe apenas a uma quantidade de funcionários com características distintas; é muito
mais do que isso. Falamos de pessoas com religião, nacionalidade, cultura, orientação sexual, formação e idades diferentes. Mas uma empresa que é apenas diversa
não terá necessariamente sucesso em seu negócio. Conseguirão melhores resultados aquelas organizações que
também adotarem práticas de inclusão.
Cada compra encerra três oportunidades
de merchandising: quando o cliente
abre o aplicativo, quando autentica,
escaneia o código e confirma
Mais do que nunca, as lojas têm de conhecer seu
consumidor de acordo com as suas preferências, hábitos de consumo e estilo de vida. Os aplicativos para
Iphone se multiplicam a cada dia e são exemplos de
como expandir o seu e-commerce.
Crone explicou que os 4 P do mobile-commerce
são: Place (lugar), Promotion (promoção), Preferences
(preferências) e Payment (pagamento). Durante o processo de compra, abrem-se pelo menos três oportunidades de merchandising: enquanto o consumidor está
abrindo o aplicativo, enquanto ele está autenticando o
aplicativo ou escaneando o código e quando ele confirma a compra. Tudo isso pode ampliar os pontos de
acesso do automarketing durante e após a transação da
venda. As lojas só precisam saber usar essa tecnologia a
seu favor e não apenas com o objetivo de acompanhar
as novas tendências. E muito em breve tudo isso também será realidade aqui no Brasil. ■
A base conceitual possibilita sair
da redundância, ampliar horizontes
e colaborar na construção de uma
imagem respeitada e consolidada
Ao considerar a inclusão uma empresa precisa, em
primeiro lugar, definir quão norteada ela é contra a discriminação e esta deve ser uma prática que se inicia no
momento da contratação. É bastante comum optar por
pessoas com o mesmo repertório étnico, social e cultural que nós, mas isso não assegura decisões acertadas e
mostra que é importante arriscar mais na seleção.
Os líderes também devem reconhecer que todos, inclusive eles próprios, têm conceitos e ideias pré-formadas sobre outras pessoas. Depois que as diferenças tornam-se claras, o líder precisa reconhecer que deve não
apenas aceitá-las, mas também entender o que cada estilo pessoal pode trazer de positivo para a equipe e para a
organização. Caberá a ele estimular e desenvolver sua
força de trabalho considerando a diversidade como um
valor agregado. Fica claro que em ambientes onde os líderes incorporam com mais facilidade as diferenças e
promovem oportunidades de desenvolvimento, o crescimento da equipe como um todo é mais consistente e,
consequentemente, o da empresa também.
É comum nos depararmos com líderes que apenas toleram as diferenças, “eu aceito você na reunião, mas não
valorizo as suas ideias”. Isso faz com que sejam valorizados sempre um ou dois funcionários high-performance, que são aqueles que receberão maior atenção,
serão estimulados e indicados para treinamentos. Neste
cenário fica excluída grande parte da equipe que, teoricamente, também teria potencial de desenvolvimento.
Isto ocorre porque nem todas as empresas e líderes
têm a dimensão da importância da diversidade. Em
multinacionais de países emergentes como China e Coreia, por exemplo, são adotadas posturas mais agressivas na aplicação destas práticas, haja visto que as empresas precisam dos mercados externos para continuar a
crescer. Para isso, os líderes dessas companhias buscam
diariamente aprender como lidar com outras culturas e,
principalmente, com as diferenças.
Enfim, diversidade e inclusão no ambiente de trabalho é muito mais do que escrever e adotar políticas de
amplitude que acolhem diferenças. Podem ser, sim uma
boa prática para as empresas exercitarem a tolerância. ■
CARTAS
PREZADO SENHOR RICARDO
Li e apreciei os comentários e a linha de raciocínio
que o senhor desenvolveu no seu texto, publicado na
edição de sexta-feira e fim de semana, 14, 15 e 16 de
janeiro. Parabéns. Sim, porque somos, sim, todos
cúmplices da tragédia. Os morros cariocas, por
exemplo, por que fazer melhorias, colocar elevadores?
Estas áreas são de risco e de muito risco, barracos
construídos sem qualquer estudo do terreno.
Mas governo populista, resolve manter as pessoas
em locais de risco. Dá mais voto do que colocá-las em
um lugar seguro. Já deixaram até, como foi o caso
em Niterói, construírem casas em cima de um lixão!
Barbaridade. Creio que o governo de dona Dilma será
tão populista quanto foi o governo do senhor Lula.
É uma lástima. O populismo é ruim, muito ruim
para todos, pois nele não há espaço para deveres.
O populismo se assemelha a um pai que faz todas
as vontades do filho e não coloca limites e nem
lhe ensina a andar sozinho, e a ser responsável
por si e a saber exigir os seus direitos e
a cumprir com seus deveres durante a vida.
O filho acaba mimado, imprestável para todos.
Ruth Joffily
Copacabana - Rio de Janeiro
rj. [email protected]
PREZADO SR. DANIEL HAIDAR
O BRASIL ECONÔMICO publicou ontem a sua matéria
“Rio espera R$ 800 milhões para despoluir a Baía
de Guanabara” onde está registrada parcialmente
minha avaliação quanto à continuidade do Programa
Estadual de Despoluição da Baía de Guanabara
(PDGB). “Os gastos foram corretos. O problema foi
que o programa de despoluição parou e não poderia
ter parado seis anos atrás” — a parte publicada, no
entanto, acredito que pode induzir o leitor a uma
conclusão equivocada: de que o governo estadual
não vem investindo na despoluição da Baía de
Guanabara ao longo dos últimos anos. Desde 2007,
o Estado do Rio de Janeiro tem realizado, através
da Cedae, obras de esgotamento sanitário para
a complementação do PDBG, com recursos do
Fecam (cerca de R$ 120 milhões nos sistemas
Alegria e Sarapuí). Entretanto, para concluir este
grande desafio, os recursos estaduais são
insuficientes, razão pela qual o governo estadual
tem buscado outras fontes de financiamento,
tendo solicitado recursos do PAC2 e do Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID). Certo
do seu interesse em informar com exatidão os fatos
aos leitores do BRASIL ECONÔMICO, conto com a
divulgação deste esclarecimento. Atenciosamente,
Gelson Serva
Coordenador executivo do Psam
(Programa de Saneamento dos Municípios do
Entorno da Baía de Guanabara), vinculado
diretamente ao secretário de Ambiente.
Não é necessário sofrer assim. Os governos
têm que realmente proibir a populaçãode
construções em áreas de risco. As pessoas
têm que aprender a deixar esses lugares só
pra natureza e é isso que ela está cobrando.
Amadeu Paraná
Iporã
Em primeiro lugar gostaria de cumprimentar todos
pelo caderno especial sobre os consórcios. A fidelidade
nas informações e a forma utilizada valorizaram muito
o sistema de consórcios. Ao agradecer pelo brilhante
trabalho, colocamo-nos à disposição. Um abraço,
Claudio Licciardi
Associação Brasileira de Administradoras
de Consórcios (Abac)
Cartas para Redação - Av. das Nações Unidas, 11.633 –
8º andar – CEP 04578-901 – Brooklin – São Paulo (SP).
[email protected]
As mensagens devem conter nome completo, endereço e telefone e assinatura. Em razão de espaço ou clareza, BRASIL ECONÔMICO reserva-se o direito de editar as
cartas recebidas.
Mais cartas em www.brasileconomico.com.br.
ERRATA
Diferentemente do publicado na nota “Diretor financeiro
e de investimento da Petros irá assumir presidência”,
edição de 6/1/2011, página 35, o nome correto
do ex-presidente da Petros é Wagner Pinheiro.
Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 13
Mark Blinch/Reuters
Marcha fúnebre ao policial morto em serviço
Milhares de policiais na rua preparam-se para marchar
em serviço fúnebre em homenagem ao sargento da Polícia
de Toronto, Ryan Russell, ontem. Russell foi atropelado e
morto ao tentar deter um arado de neve roubado no início
deste mês. A homenagem e o serviço de funeral ocorreram
ontem, no Centro de Convenções do Metrô de Toronto.
A cremação foi realizada em seguida.
Eric Thayer/Reuters
DEPUTADA AMERICANA VÍTIMA DE ATENTADO SE RECUPERA E TEM MEMORIAL
Uma homenagem foi
feita ontem nos Estados
Unidos à deputada
Gabrielle Giffords e
outras vítimas no Centro
Médico da Universidade
de Tucson, Arizona.
Giffords se recupera bem
de duas cirurgias no fim
de semana para remover
um tubo de respiração
do nariz e reparar a órbita
do olho direito, segundo
informações médicas.
A democrata de 40 anos,
que está no terceiro
mandato, foi baleada em
atentado no último dia 8.
O ex-universitário
Loughner, de 22 anos, é
o autor dos tiros durante
ato público em frente
a um supermercado.
O agressor está preso e
deve responder por cinco
crimes na esfera federal.
Seis pessoas morreram e
outras 14 ficaram feridas.
O crime continua
provocando grande
repercussão nos
Estados Unidos.
ENTREVISTA LAURY ROMAN Diretor comercial da Ofner
Ofner expande atuação com três novas lojas
Rede de confeitarias terá
22 lojas até dezembro
e projeta pontos de venda
fora da capital paulista
da empresa, Laury Roman, fala
do plano de expansão da rede e
da expectativa com a chegada
da Páscoa, principal data para a
empresa depois do Natal.
Fábio Suzuki
[email protected]
Fundada em 1952, a rede paulista de confeitarias Ofner abrirá pelo menos mais três lojas
este ano para comercializar
seus chocolates, sorvetes e doces em 22 pontos de venda em
São Paulo até dezembro. Nesta
entrevista, o diretor comercial
Quais os planos da
Ofner para 2011?
Nossa expectativa é crescer 12%
nesse ano sendo que em 2010
aumentamos as vendas em 6%.
Para essa meta, vamos abrir uma
nova loja no final desse mês no
Shopping Center Norte, em São
Paulo, e temos planos de inaugurar outros dois pontos de ven-
Henrique Manreza
“Não temos
planos
de incluir
parceiros
em nosso
negócio
neste
momento”
da até dezembro com investimento de até R$ 700 mil para
cada estabelecimento.
expandir nosso negócio é muito
grande, mas temos que manter
o conceito da Ofner.
A companhia pretende
atuar fora de São Paulo?
São Paulo tem um potencial
muito grande para ser explorado. Hoje, uma cidade do interior paulista com 150 mil habitantes já tem um bom shopping
onde podemos abrir uma loja.
Fora da capital, os próximos passos devem ser cidades da Grande
São Paulo, Campinas, Santos e
Ribeirão Preto. A tentação para
E quais as expectativas
para a Páscoa deste ano?
Esperamos aumentar em 15% as
vendas obtidas em 2010 pois a
Páscoa nesse ano ocorre apenas
no final de abril, o que aumenta
o período de compra de chocolates e itens ligados à data. Devemos comercializar cerca de 70
mil toneladas de produtos, o que
corresponde a praticamente um
mês de vendas para nós. ■
14 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011
BRASIL
País fecha ano com
saldo de 2,5 mi de
postos de trabalho
Com nova fórmula, que adiantou dados da contratação do
serviço público, Ministério do Trabalho cumpre meta do governo
A economia brasileira criou
mais de 2,5 milhões de vagas
de empregos formais em 2010,
apesar de ter cortado quase
meio milhão de postos, mostraram dados do Ministério do
Trabalho e Emprego nesta terça-feira. As informações do
Cadastro Geral de Empregados
e Desempregados (Caged) mostraram criação de 2,524 milhões de vagas em 2010, atendendo à meta do governo de
abertura de 2,5 milhões de empregos. Em dezembro, o Ministro do Trabalho, Carlos Lupi,
havia garantido que a meta seria cumprida.
O número, no entanto, só foi
atingido com a antecipação da
divulgação do Rais, que concentra os dados de servidores
públicos e informações de celetistas repassadas fora do prazo. Geralmente, o dado só é
apresentado no meio do ano. O
Ministério afirmou que, a partir de agora, os dados do Rais
serão divulgados mensalmente
para “reduzir a distância” entre os indicadores.
Sem a antecipação do dado, o
número de empregos criados no
ano seria de 2.136.947. “Não há
manipulação, a informação é a
mesma, o dado é o mesmo, a
metodologia é a mesma, apenas
estou antecipando a divulgação”, disse Lupi a jornalistas.
No mês passado, foram cortados 407.510 postos de trabalho com carteira assinada. O
recuo se deve a fatores sazonais
negativos, como a entressafra
agrícola, o término do período
escolar e fatores climáticos.
“Dezembro temos os contratos
temporários terminados, especialmente no setor de serviço de indústria, indústria alimentícia. Esse é um efeito sazonal que sempre ocorre, sempre acima de 300 mil (cortes)”,
afirmou Lupi.
Recorde
Os únicos setores que criaram
vagas em dezembro foram o comércio, devido às vendas de fi-
■ POSITIVO
Saldo de vagas criadas
ao longo de 2010 foi de
2,5
milhões
SUDESTE
1,28milhão
foi saldo de vagas criadas na
região, com recordes registrados
em São Paulo, Rio e Minas.
SUL
444,7
mil
foi o total de vagas criadas
na região, com recordes
registrados em todos os estados.
NORDESTE
488,5 mil
A região também apresentou
recorde de criação de vagas
em oito dos nove estados.
NORTE
136,2
mil
Nessa região, apenas um
estado teve recorde na criação
de empregos no ano passado.
nal de ano, e os serviços industriais de utilidade pública. Pela
primeira vez na série do Caged,
iniciada em 1992, o número de
empregos formais gerados no
ano ultrapassou a marca de 2
milhões de vagas.
Lupi atribuiu à retomada da
economia em 2010 após a crise
mundial para o recorde.“Viemos de um período que a economia teve uma parada e voltou
a crescer no meio do ano. A
consequência dessa parada fez
com que a retomada, em 2010,
fosse mais forte. Essa comparação favorece 2010”, explicou.
Ano positivo
Para este ano, a previsão é de
que o país crie cerca de 3 milhões de vagas formais de emprego, afirmou Lupi. Ele acrescentou que a expectativa para
janeiro “é bem positiva”, mas
não deu números. “Serviços
deve continuar puxando mais
fortemente, comércio também
deve avançar muito bem, e a
construção civil”, disse Lupi.
Para 2011, a previsão de crescimento do Produto Interno
Bruto (PIB) é de 4,5 por cento,
abaixo do crescimento estimado
para 2010, de 7,5 por cento. Lupi creditou às vagas a serem
criadas pelo Programa de Aceleração de Crescimento 2 (PAC) e
o Minha Casa, Minha Vida, além
dos preparativos para a Copa do
Mundo de 2014 e a Olimpíada de
2016, para uma meta maior.
Sudeste é destaque
A região que apresentou o
maior crescimento do número
de empregos foi a Sudeste (geração de 1.276.903). Já a Região
Norte foi a que apresentou o
menor crescimento na comparação com as outras, apenas
136.259 empregos a mais do que
em 2009. Apesar disso, o número é esse recorde para a região. São Paulo foi o estado que
abriu o maior número de empregos (726.449), seguido por Minas
Gerais (296.230) e Rio de Janeiro
(217.805). ■ ABr e Reuters
De acordo com o governo, a
construção civil gerou quase
330 mil vagas no ano passado
Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 15
José Cruz/ABr
Após crise, presidente do Inep é demitido
O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
(Inep), Joaquim Soares Neto, foi exonerado ontem do cargo, de acordo
com portaria publicada no Diário Oficial da União. A demissão ocorreu
após o registro de diversos problemas no acesso ao site de inscrições
do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). A gestão de Neto foi marcada
ainda por seguidas falhas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem),
que chegou a ser aplicado novamente para os estudantes prejudicados.
AGENDA DO DIA
● FGV divulga a segunda prévia
de janeiro do IGP-M, índice usado
para reajustar a maior parte dos
contratos de aluguel.
● Banco Central anuncia sua
decisão de política monetária.
● Tesouro publica o relatório da
dívida pública federal de dezembro.
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João Laet/O Dia
Serviços crescem,
indústria recua
Concorrência com importados
e valorização cambial
prejudicam segmento industrial
no último trimestre do ano
Carla Jimenez
[email protected]
SP É DESTAQUE ENTRE ESTADOS
● O destaque na geração de vagas entre os estado foi São Paulo, que
encerrou o ano com um saldo de 726.449 novos postos de trabalho,
seguido por Minas Gerais (296.230 vagas) e Rio de Janeiro (217.805).
O pior número ficou com o Amapá, que gerou apenas 3 mil novas vagas.
O entusiasmo com o número
grandioso de criação de empregos em 2010 - com ou sem a antecipação dos dados da Rais deixa em segundo plano uma
verdade preocupante que começou a despontar em novembro: a
perda de vagas na indústria.
Serviços lideraram a geração de
vagas, com um saldo de 1 milhão
de vagas, mas a Indústria ficou
em terceiro com 536.070 postos
de trabalho. Só em dezembro, a
indústria de transformação teve
uma perda de 152.978 postos. “A
indústria, que antigamente liderava a criação de vagas, agora
perde postos. Isso é um sinal de
alerta”, pondera o professor de
Economia Helio Zilberztajn,
presidente do Instituto Brasileiro de Relações de Emprego e
Trabalho (Ibrep).
Zilberztajn critica ainda a
antecipação dos dados da Rais
que, segundo ele, prestam um
“desserviço à transparência
das informações” sobre trabalho no país. “O Brasil ter criado
2,150 milhões de vagas já é uma
grande notícia.
A expectativa de um crescimento mais moderado da economia este ano, além da desvalorização cambial que tem jogado contra a industrial nacional,
cria uma incógnita sobre o papel
do segmento industrial para o
emprego em 2011.
Igo Estrela
Lupi: “Não ser
leviano para
inventar números”
Comércio
Depois de Serviços, o setor de
Comércio foi o segundo maior
gerador de vagas, com 601 mil
postos de trabalho, mostram os
números do Ministério do Trabalho divulgados ontem. Construção civil ficou em quarto lugar, com a retomada das atividades nos últimos anos, facilitada
pelos incentivos ao crédito imobiliário e programas como o Minha Casa, Minha Vida. O único
segmento que apresentou queda
nos números de criação de vagas
no ano passado foi o de Agricultura, que fechou o ano com perda de 2.580 postos de trabalho.
As grandes perdas foram registradas no interior do país. Só em
dezembro foram perdidas 223
mil vagas no interior de nove estados, contra 75 mil das metrópoles correspondentes. ■
■ SERVIÇOS
■ COMÉRCIO
1
601
O setor foi o campeão de
novas vagas, com geração de
milhão
O segundo colocado no número
de postos de trabalho criou
mil
■ INDÚSTRIA
■ AGRICULTURA
536
2,5
Segmento de transformação
ficou na terceira posição, com
mil
Foi a única área com perda
de vagas. Foram fechadas
mil
16 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011
BRASIL
Henrique Manreza
REPASSE DE VERBAS
SAÚDE
Governo de São Paulo deposita hoje
R$ 222 milhões para 645 municípios
Cidades do Norte lideram problemas de
saúde gerados pela falta de saneamento
O governo do estado de São Paulo deposita hoje R$ 222,18 milhões em
repasses de ICMS para os 645 municípios paulistas. O repasse equivale
ao montante arrecadado no período de 10 a 14 de janeiro de 2011.
Os valores correspondem a 25% da arrecadação do imposto, que são
distribuídos às administrações municipais com base na aplicação do
Índice de Participação dos Municípios (IPM) definido para cada cidade.
Estudo desenvolvido pelos pesquisadores Denise Maria Penna
Kronemberger e Judicael Clevelário Júnior, a pedido do Instituto
Trata Brasil, revela que as diarréias respondem por mais de 50%
das doenças relacionadas a saneamento básico inadequado. As regiões
Norte e Nordeste são as áreas com as maiores taxas de internação
por diarréias. Ananindeua e Belém, ambas no Pará, encabeçam a lista.
Faculdades já abrem
vagas para atender
o ‘Protécnico’
Faculdades querem
reduzir a baixa
utilização das salas de
aula durante a tarde
Plano da presidente Dilma de criar um Prouni para o ensino
técnico vira objeto de cobiça de escolas de ensino superior
Carolina Alves e
Regiane de Oliveira
Divulgação
[email protected]
Desde a campanha eleitoral, a
então candidata Dilma Rousseff
anunciava o plano de criar um
sistema de financiamento do ensino técnico aos moldes do Programa Universidade para Todos
(Prouni). No discurso de posse da
presidente, o tema ganhou força:
“Vamos estender a vitoriosa experiência do Prouni para o ensino médio profissionalizante,
acelerando a oferta de vagas para
que nossos jovens recebam uma
formação educacional de qualidade”, disse Dilma. O Ministério
da Educação (MEC), inclusive, já
recebeu ordens para iniciar a
elaboração do “Protécnico”.
Atentas à demanda do governo, as instituições privadas de
ensino superior demonstram interesse pelo projeto. As instituições apostam no potencial desse
mercado. Embora não haja dados disponíveis específicos para
o ensino técnico, no caso do
Prouni, por exemplo, a renúncia
fiscal do governo supera R$ 600
milhões por ano, segundo o portal Contas Abertas.
Mercado na mira
Algumas faculdades, como a
Anhanguera Educacional, já estruturam novos cursos afim de
ingressar no ensino básico. Seis
meses atrás, a instituição iniciou
o projeto de criar um formato híbrido de ensino médio profissionalizante, com foco em aulas
presenciais e à distância, utilizando espaço ocioso das faculdades nos períodos da tarde e
manhã, além do final de semana.
“Toda estrutura está pronta
para receber os alunos, desenvolvemos o material didático e só
aguardamos a aprovação do Conselho Estadual de Educação de
São Paulo para autorizar a abertura dos cursos”, afirma Ana Maria Sousa, vice-presidente acadêmica da Anhanguera. “E não
Ilona Becskeházy
Diretora da
Fundação Lemann
“Trazer o setor privado para
o ensino é positivo como
princípio, mas falta estrutura
para regulamentar a educação
no Brasil. Não dá para ficar
só discutindo ideologias”
somos os únicos, várias instituições de ensino superior estão
criando seus cursos técnicos”,
diz. Ana Maria sabe que o MEC
ainda não definiu um modelo de
financiamento, e garante que os
cursos serão iniciados antes mesmo do apoio formal do governo.
A meta é que as primeiras turmas
sejam abertas neste ano.
“O Prouni como base de sustentação do ensino médio técnico vai levar muitas pessoas
que não têm condições de arcar
com sua capacitação de volta à
sala de aula”, acredita. Para
Naércio Menezes, professor e
especialista em educação da
Universidade de São Paulo, o
“Protécnico” é um caminho
possível para o desenvolvimento da área no Brasil. “Isso pode
contribuir para reduzir a evasão
escolar, pois traz uma relação
mais direta de custo e benefício
para o aluno, que hoje não se interessa pelos estudos.”
A diretora executiva da Fundação Lemann, Ilona Becskeházy,
defende que o governo abra o
segmento para as empresas privadas e que crie mecanismos de
regulação eficiente para exigir
qualidade. “Esta regulamentação tem de valer para o privado,
mas também para as escolas públicas”, avalia.
Medida não é suficiente
Para Rodrigo Capelato, diretor
executivo do Semesp, sindicato
das entidades de ensino superior
de São Paulo, o “Protécnico” é
benéfico para as instituições privadas e para os alunos, mas não
resolve o problema da baixa demanda. “Para as faculdades privadas seria interessante do ponto
de vista da isenção tributária”,
afirma. Além disso, elas poderão
preencher as vagas ociosas, hoje
na casa de 58%, segundo Capelato. “Mas o problema ainda é a
falta de qualidade e o elevado índice de evasão. Cerca de 50% dos
alunos do ensino fundamental
não chegam ao ensino médio.” ■
Ensino básico
Instituições do segmento
negociam há três anos para
receber alunos do sistema público
A discussão sobre o financiamento do ensino básico não é
nova no país. Há três anos, o governo federal vem se debruçando sobre propostas para utilizar
a força do sistema privado para
sanar as deficiências do ensino
público. A Federação Nacional
das Escolas Particulares (Fenep)
apresentou ao governo em 2007
uma proposta para a criação do
Probásico, com base no projeto
de lei da então deputada federal
Gorete Pereira (PR-CE). A ideia
era utilizar um modelo similar
ao do Programa Universidade
(Prouni) para financiar alunos
carentes em escolas particulares
nas regiões com falta de vagas.
De acordo com o presidente
da Fenep, José Augusto de Mattos
Lourenço, o projeto passou por
algumas mudanças. “Em 2009,
fomos conversar com o governo
novamente e ficou claro que eles
não têm interesse no ensino fundamental. Porém, no segmento
de creches, há uma grande opor-
Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 17
Divulgação
POLÍTICA EXTERNA
SALARIAL
Dilma afirma que caso da iraniana
Sakineh é questão de direitos humanos
Centrais se unem em manifestação
pelo salário mínimo de R$ 580
A presidente Dilma Rousseff reiterou ontem que o caso da viúva iraniana
Sakineh Ashtiani, condenada ao enforcamento, deve ser discutido como
assunto de defesa de direitos humanos. A manifestação foi uma resposta
à carta que Dilma recebeu da deputada iraniana Zohreh Elahian, que
teria relatado a suspensão da pena. “[Mantenho] a disposição de conferir
aos direitos humanos um lugar central em nossa política externa.”
As seis centrais sindicais (CGTB, Força Sindical, CUT, UGT, Nova Central
e CTB) se uniram nacionalmente para realizar manifestação a favor
do reajuste do salário mínimo para R$ 580. Em São Paulo, o ato ocorreu
no vão livre do Masp, na avenida Paulista. A manifestação seguiu até
a Justiça Federal, onde as centrais entraram com ação pela correção
da tabela do Imposto de Renda (IR) de acordo com a inflação de 2010.
Deisi Rezende/O Dia
PL 4.446/2008
Projeto de lei que propõe
bolsas de estudo está parado
O Projeto de Lei 4.446/2008,
da então deputada federal
Gorete Pereira, pretende criar
o Programa de Concessão de
Bolsas de Ensino para Educação
Básica — batizado de Pro-Básico.
A PL, que aguarda parecer na
Comissão de Educação e Cultura
(CEC), prevê, mediante isenção
tributária, a concessão de bolsas
de estudo integrais e parciais
de 50% ou de 25% do valor da
mensalidade para estudantes
em instituições privadas de
ensino básico, com ou sem fins
lucrativos. O público-alvo são
alunos cuja renda familiar mensal
per capita não exceda o valor
de até dois salários mínimos
e que tenham iniciado os estudos
da Educação Básica em escolas
da rede pública ou em instituições
privadas na condição de bolsista
integral. Uma das justificativas
do projeto é que a concessão
de bolsas ajudaria a controlar
melhor os gastos públicos, uma
vez que o Estado não teria gastos
com edificações, laboratórios,
manutenção, mobiliários, pessoal,
energia, água, entre outros.
também disputa alunos carentes
Educadores
discordam sobre
a capacidade
das faculdades
em atender
necessidades dos
alunos de outra
faixa etária
tunidade”, conta. Segundo ele,
só em São Paulo há 100 mil
crianças sem vagas em creches.
O Fenep também defende a
participação das escolas particulares no que pode ser o Prouni
do ensino médio. Para Naércio
Menezes, professor e especialista em educação da Universidade
de São Paulo (USP), o novo
Prouni deve ser de responsabilidade de instituições privadas de
ensino médio, e não de ensino
superior. “As faculdades estão
acostumadas a lidar com um
outro tipo de público. Não acho
que os professores delas tenham
experiência para lidar com os
alunos do ensino médio. É um
outro público, muito diferente.”
Menezes explica que a infraestrutura atual das faculdades privadas também pode ser
um problema. “Na década de
90, a maioria das instituições
nasceu com foco na área de
humanidades, como direito,
pedagogia, letras. Para ensino
técnico, é preciso mais laboratórios, computadores. A estrutura necessária é mais específica”, diz. ■ R.O e C.A.
EVASÃO
RENDA
40%
dos jovens entre 15 e 17 anos
27%
dos jovens nessa faixa etária
que não frequentam o ensino
médio alegam falta de interesse
como principal motivo,
segundo pesquisa da FGV.
afirmam que a evasão escolar
vem da necessidade de trabalhar.
Ao todo, 17,8% desse público
está fora do sistema de ensino.
MJ – DELEGACIA DE POLÍCIA FEDERAL EM CAMPINAS/SP
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18 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011
BRASIL
Ricardo Stuckert
SAÚDE
Ex-presidente Lula visita ex-vice José
Alencar em hospital de São Paulo
O ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, visitou ontem
o ex-vice-presidente José Alencar no hospital Sírio-Libanês em São Paulo.
Segundo a assessoria do hospital, Lula chegou por volta das 12h e
permaneceu por uma hora. Alencar, que está está internado desde o dia
22 de dezembro, passa por tratamento após ser submetido a uma série de
procedimentos para estancar sangramentos intestinais causados pelo câncer.
Henrique Manreza
Eletroeletrônicos
lideram intenção de
compra em São Paulo
Varejo pode ter queda de 19%
nas vendas no primeiro trimestre
Pesquisa do Provar já vê impacto de medidas do governo e de juros mais altos na redução do consumo
O número de consumidores que
pretendem ir às compras caiu de
76,2% no quatro trimestre de
2010 para 71,8% no primeiro
trimestre de 2011. Com relação
ao mesmo período de 2010, a
queda é de 5,4 pontos percentuais, já que a intenção de compra, no ano passado, era de
77,2%. Os dados estão na Pesquisa Trimestral de Intenção de
Compra no Varejo, feita pelo
Programa de Administração do
Varejo (Provar) em parceria com
a Fundação Instituto de Administração (FIA) e a Felisoni Consultores Associados.
A partir do dados, o Provar
projeta que as vendas no primeiro trimestre devem cair 19%
em comparação com o último
trimestre de 2010.
Segundo pesquisa feita com
500 moradores do município de
São Paulo, lideram as intenções
de compra eletroeletrônicos
(12,4%); materiais de construção (10,2%); telefonia e celulares; e equipamentos de informática, ambas com 9,8% das
intenções. Em seguida estão automóveis e motos, com 8%.
A intenção de compra de
eletrodomésticos da linha
branca no primeiro trimestre de
2011 ficou igual à do semestre
anterior (9,4%). Houve recuos
na intenção de compra de móveis (-16,7%), eletroeletrônicos
(-6,1%), informática (-21%),
cine e foto (-32,4%0, telefonia
e celulares (-5,8%) e eletroportáteis (-21,4%). Já os materiais
de construção cresceram 54,5%.
Intenção de compras
cai, mas expectativa
de gastos aumentou
devido à inflação
O presidente do Provar, Claudio Felisoni, ressaltou que a estimativa de queda para a intenção
de compras se deve ao fato de o
Natal não ter sido tão bom quanto os comerciantes esperavam.
“Outra causa é que, certamente,
já há impactos das ações implementadas pelo governo no sentido de reduzir a demanda de consumo, como a possibilidade de
aumento da taxa de juros e redução dos prazos de pagamento”.
Menos compras, mais gastos
Embora a intenção de compra
tenha caído, a intenção de gastos aumentou. Segundo o presidente do Provar, Claudio Felisoni, isso se deve à inflação,
que provoca no consumidor a
sensação de que os preços su-
biram de forma generalizada.
Com relação à linha branca,
os consumidores esperam gastar
95,6% a mais do que no trimestre anterior, percentual próximo
ao aumento de gastos com móveis (93,9%). Por outro lado, o
consumidor espera gastar menos este trimestre com eletroeletrônicos (-14,5%) e com material de construção (-24,7%).
Com relação à compra de
imóveis, praticamente dobrou o
percentual de interessados: de
4,8% no quatro trimestre de
2010 para 8% nos primeiros três
meses do ano. Entretanto, os
possíveis compradores pretendem gastar menos. O valor caiu
de R$ 124.167,67 no quarto trimestre para R$ 116.250,00 no primeiro trimestre de 2011. ■ ABr
Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 19
CONCESSIONÁRIA DAS RODOVIAS AYRTON SENNA
E CARVALHO PINTO S.A. - ECOPISTAS
Sociedade Anônima
CNPJ n.º 10.841.050/0001-55 - NIRE 35.300.368.657
AVISO AO MERCADO
Concessionária das Rodovias Ayrton Senna e Carvalho Pinto S.A. - ECOPISTAS
Companhia Aberta de Capital Autorizado
Rodovia Ayrton Senna, km 32, Pista Oeste
Itaquaquecetuba - SP
CNPJ nº 10.841.050/0001-55
R$ 350.000.000,00
350.000 Debêntures
Classificação de Risco Moody’s: “Aa2.br”
Código ISIN - 1ª Série: BRASCPDBS003
Código ISIN - 2ª Série: BRASCPDBS011
Código ISIN - 3ª Série: BRASCPDBS029
Código ISIN - 4ª Série: BRASCPDBS037
Banco Itaú BBA S.A.(“Coordenador Líder”), em conjunto com o Banco Bradesco BBI S.A. (“Bradesco BBI”) e quando
em conjunto com o Coordenador Líder, os “Coordenadores”), nos termos do artigo 53 da Instrução da Comissão de
Valores Mobiliários (“CVM”) n.º 400, de 29 de dezembro de 2003, conforme alterada (“Instrução CVM 400”), comunicam
que foi protocolado na CVM, em 5 de outubro de 2010, o pedido de registro da 1ª emissão pública de debêntures da
Concessionária das Rodovias Ayrton Senna e Carvalho Pinto S.A. - ECOPISTAS, sociedade com sede na Rodovia
Ayrton Senna, Km 32, Pista Oeste, na Cidade de Itaquaquecetuba, Estado de São Paulo, inscrita no CNPJ/MF sob
n.º 10.841.050/0001-55 (“Emissora”), de 350.000 (trezentas e cinquenta mil) debêntures simples, não conversíveis em
ações, da espécie com garantia real representada por penhor de ações e cessão fiduciária de direitos creditórios, além
de garantia adicional fidejussória, em 4 (quatro) séries, com valor nominal unitário de R$1.000,00 (um mil reais) (“Debêntures”) na data de emissão, perfazendo, na data de emissão, qual seja, 15 de janeiro de 2011 (“Data de Emissão”),
o valor total de R$350.000.000,00 (trezentos e cinquenta milhões de reais) (“Emissão”).
1 - SUMÁRIO DA OFERTA
Apresentamos a seguir um sumário da Oferta. Este sumário não contém todas as informações que um potencial investidor deve considerar antes de decidir investir nas Debêntures. Para uma melhor compreensão da Oferta, o potencial
investidor deve ler cuidadosa e atentamente todo este Aviso ao Mercado, o Prospecto Preliminar e o Formulário de
Referência, disponíveis pelos meios indicados neste Aviso ao Mercado, em especial as informações contidas na seção
“Resumo das informações Financeiras e Operacionais”, “Fatores de Risco” e “Análise e Discussão da Administração
sobre a Situação Financeira e o Resultado Operacional” do Prospecto Preliminar, bem como nas demonstrações financeiras da Companhia, respectivas notas explicativas e parecer dos auditores independentes, também incluídos no
Prospecto.
► Emissora:
► Espécie:
► Tipo e Forma:
► Montante:
► Valor Nominal
Concessionária das Rodovias Ayrton Senna e Carvalho Pinto S.A. - ECOPISTAS
Com garantia real representada por penhor de ações e cessão fiduciária de direitos creditórios.
Nominativas e escriturais
R$ 350.000.000,00, sendo que o montante total poderá ser aumentado em até 5.71% caso seja
exercida Opção de Debêntures Adicionais do montante inicialmente exercido.
R$1.000,00 na Data de Emissão
Unitário:
► Quantidade:
► Séries:
► Data de
(1)
Emissão:
Garantias
350.000 debêntures
4 séries, sendo que serão alocadas 87.500 Debêntures em cada série, sem considerar a Opção
das Debêntures Adicionais. A totalidade das debêntures será emitida em qualquer hipótese na
proporção de 1 (uma) Debênture para cada série, sendo que somente poderão ser subscritas
Debêntures na mesma proporção de que foram emitidas.
15 de janeiro de 2011
Garantias
Reais:
(i) um penhor de ações, a ser compartilhada com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (“BNDES”), da totalidade das ações ordinárias
de emissão da Emissora, detidas pela Ecorodovias Concessões e Serviços S.A.
(“Ecorodovias”) representativas de 99,99% (noventa e nove inteiros e noventa e
nove centésimos por cento) do capital social da Emissora, a ser celebrado entre
(a) a Ecorodovias, (b) o Agente Fiduciário, (c) a Emissora e (d) o BNDES (“Contrato de Penhor de Ações”). Tendo em vista que há um penhor sobre as referidas
ações, o qual foi constituído em favor dos detentores das notas promissórias
comerciais da 5ª emissão da Emissora, o penhor das ações a ser concedido aos
Debenturistas terá eficácia a partir da averbação da desoneração dos gravames
das notas promissórias comerciais da 5ª emissão da Emissora, conforme previsto no Contrato de Penhor de Ações.
(ii) um contrato de cessão fiduciária, (“Contrato de Cessão Fiduciária”), a ser
celebrado entre a Emissora, o Agente Fiduciário, o BNDES, e o Itaú Unibanco
S.A., na qualidade de banco depositário, de: (a) todos os direitos de crédito da
Emissora presentes e futuros decorrentes da prestação dos serviços de exploração, operação, conservação e construção das praças de pedágio instaladas no
Sistema Rodoviário, nos termos do Contrato de Concessão (conforme definido
abaixo), deduzida dos valores dos pagamentos essenciais para o cumprimento
pela Emissora de suas obrigações nos termos do Contrato de Concessão Rodoviária N.º 006/ARTESP/2009, celebrado em 17 de junho de 2009 com o Estado
de São Paulo, (o “Poder Concedente” e o “Contrato de Concessão”) e todas as
receitas acessórias associadas ou decorrentes da concessão do Corredor Ayrton Senna / Carvalho Pinto, incluindo, sem limitação, as receitas de pedágio e
todas e quaisquer indenizações a serem recebidas nos termos das garantias
e apólices de seguro contratadas nos termos do Contrato de Concessão; (b)
todos os direitos emergentes do Contrato de Concessão, inclusive os relativos
a eventuais indenizações a serem pagas pelo Poder Concedente em decorrência da extinção, caducidade, encampação, ou revogação da concessão objeto
do Contrato de Concessão, consoante o disposto no artigo 35 da Lei nº 8.987
de 13 de fevereiro de 1995 (“Direitos Emergentes da Concessão”); e (c) todos
os direitos creditórios da Companhia sobre todos os valores a serem depositados e mantidos nas Contas do Projeto, deduzida dos valores dos pagamentos essenciais para o cumprimento pela Companhia de suas obrigações nos
termos do Contrato de Concessão, bem como quaisquer aplicações financeiras, incluindo quotas de fundo de investimento resultantes de aplicações dos
recursos depositados nas Contas do Projeto, , incluindo todo e qualquer ganho
ou receita financeira delas decorrentes, nos termos do contrato de cessão fiduciária de direitos creditórios e outros (“Contrato de Cessão Fiduciária”).
Garantias
Garantias
Reais:
Adicionalmente, será celebrado (i) um contrato de compartilhamento de garantias a ser celebrado entre o BNDES e o Agente Fiduciário, representando os Debenturistas, (“Contrato de Compartilhamento de Garantias”); e (ii)
um contrato de administração de contas, a ser celebrado entre a Emissora,
a Ecorodovias, o Agente Fiduciário, o BNDES, e o Itaú Unibanco S.A., na
qualidade de banco depositário e arrecadador (“Contrato de Administração
de Contas”). Diante da cessão fiduciária de direitos creditórios descrita no
sub-item “a” acima, a qual também é dada em garantia aos detentores das
notas promissórias comerciais da 5ª emissão Emissora, o contrato de cessão
fiduciária que tem por objeto a cessão fiduciária de direitos creditórios descrita no sub-item “a” é firmado com a condição suspensiva de que haja o
pagamento das notas promissórias da 5ª emissão e a liberação das garantias
com a liquidação da Oferta de Debêntures.
Garantias
(1) Garantias
A Emissora requereu seu registro de companhia aberta na categoria B, em 05 de
Reais:
outubro de 2010, de modo que suas ações não possuirão autorização para serem
negociadas em mercados regulamentados de valores mobiliários.
As Garantias serão compartilhadas, de forma “pari passu” e sem ordem de
preferência de recebimento no caso de excussão. Para tanto, será celebrado (i)
um contrato de compartilhamento de garantias a ser celebrado entre o BNDES
e o Agente Fiduciário, representando os Debenturistas, (“Contrato de Compartilhamento de Garantias”), cuja minuta é parte integrante da Escritura de
Emissão; e (ii) um contrato de administração de contas, a ser celebrado entre
(a) a Emissora, (b) a Ecororodovias, (c) o Agente Fiduciário, (d) o BNDES, e (e)
o Itaú Unibanco S.A., na qualidade de banco depositário (“Contrato de Administração de Contas”). O Contrato de Cessão Fiduciária e o Contrato de Penhor de
Ações são denominados, em conjunto, “Contratos de Garantia”. Os Contratos
de Garantia e o Contrato de Administração de Contas são denominados, em
conjunto “Contratos da Emissão”.
Garantia
Garantia fidejussória temporária (fiança solidária) da Ecorodovias condicionada
Fidejussória ao cumprimento dos Covenants Financeiros “i” e “ii” por 2 anos consecutivos, e
(“Fiança”): que a partir do 2º ano houver o cumprimento do Covenant Financeiro “iii”, conforme definidos abaixo. Com o cumprimento dos Covenants Financeiros, nas datas estipuladas, a Fiança será cancelada e a Ecorodovias deixará de ser parte
da Escritura.
► Colocação
As Debêntures serão objeto de distribuição pública, sob o regime de garantia firme, exceto para as Debêntures da Opção de Debêntures Adicionais, as quais serão objeto de
distribuição sob o regime de melhores esforços de colocação, nos termos do Contrato de
Distribuição, com a intermediação dos Coordenadores. As Debêntures serão colocadas de
forma que a quantidade de Debêntures subscritas de cada série será igual para todas as
séries.
► Prazo e Data de ► 1ª Série: 144 meses da Data de Emissão, vencendo-se, portanto, em 15 de janeiro de
Vencimento:
2023
► 2ª Série: 135 meses da Data de Emissão, vencendo-se, portanto, em 15 de abril de 2022
► 3ª Série: 138 meses da Data de Emissão, vencendo-se, portanto, em 15 de julho de 2022
► 4ª Série: 141 meses da Data de Emissão, vencendo-se, portanto, em 15 de outubro de
2022
► Amortização do ► 1ª Série: Valor Nominal Unitário
► 3ª Série: Valor Nominal Unitário
Principal:
Atualizado, em 11 parcelas,
Atualizado, em 11 parcelas,
conforme abaixo:
conforme abaixo:
(1)
sDEJaneiro de 2013: 1,3275%
sDEJaneiro de 2014: 3,3000%
sDEJaneiro de 2015: 3,3000%
sDEJaneiro de 2016: 4,6580%
sDEJaneiro de 2017: 5,3525%
sDEJaneiro de 2018: 7,7763%
sDEJaneiro de 2019: 10,2627%
sDEJaneiro de 2020: 13,4773%
sDEJaneiro de 2021: 16,9297%
sDEJaneiro de 2022: 22,1787%
sDEJaneiro de 2023: 11,4373%
sDEJulho de 2012: 1,3275%
sDEJulho de 2013: 3,3000%
sDEJulho de 2014: 3,3000%
sDEJulho de 2015: 4,6580%
sDEJulho de 2016: 5,3525%
sDEJulho de 2017: 7,7763%
sDEJulho de 2018: 10,2627%
sDEJulho de 2019: 13,4773%
sDEJulho de 2020: 16,9297%
sDEJulho de 2021: 22,1787%
sDEJulho de 2022: 11,4373%
► 2ª Série: Valor Nominal Unitário
► 4ª Série: Valor Nominal Unitário
Atualizado, em 11 parcelas,
conforme abaixo:
Atualizado, em 11 parcelas,
conforme abaixo:
sDE!Bril de 2012: 1,3275%
sDE!Bril de 2013: 3,3000%
sDE!Bril de 2014: 3,3000%
sDE!Bril de 2015: 4,6580%
sDE!Bril de 2016: 5,3525%
sDE!Bril de 2017: 7,7763%
sDE!Bril de 2018: 10,2627%
sDE!Bril de 2019: 13,4773%
sDE!Bril de 2020: 16,9297%
sDE!Bril de 2021: 22,1787%
sDE!Bril de 2022: 11,4373%
sDE/UTUBRODE: 1,3275%
sDE/UTUBRODE: 3,3000%
sDE/UTUBRODE: 3,3000%
sDE/UTUBRODE: 4,6580%
sDE/UTUBRODE: 5,3525%
sDE/UTUBRODE: 7,7763%
sDE/UTUBRODE: 10,2627%
sDE/UTUBRODE: 13,4773%
sDE/UTUBRODE: 16,9297%
sDE/UTUBRODE: 22,1787%
sDE/UTUBRODE: 11,4373%
20 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011
CONCESSIONÁRIA DAS RODOVIAS AYRTON SENNA
E CARVALHO PINTO S.A. - ECOPISTAS
Sociedade Anônima
CNPJ n.º 10.841.050/0001-55 - NIRE 35.300.368.657
► Remuneração:
► Pagamento da
Remuneração:
As Debêntures farão jus a uma remuneração correspondente a um spread, na forma percentual ao
ano, a ser definida em Procedimento de Bookbuilding, que se iniciará com remuneração definida com
base no cupom da NTN-B 2017, acrescida de um spread equivalente a, no máximo, 2,20% (dois
inteiros e vinte centésimos por cento) ao ano, base 252 dias úteis, incidentes sobre o Valor Nominal
Unitário ou saldo do Valor Nominal Unitário das Debêntures da respectiva Série, conforme o caso,
a partir da Data da Emissão ou da data de pagamento da Remuneração imediatamente anterior,
conforme aplicável, calculado em regime de capitalização composta de forma pro rata temporis por
dias úteis e pagos anualmente.
O pagamento da Remuneração das respectivas Séries será feito anualmente, da seguinte forma:
► Pagamento da Remuneração da 1ª Série:
sDEJaneiro de 2012
sDEJaneiro de 2013
sDEJaneiro de 2014
sDEJaneiro de 2015
sDEJaneiro de 2016
sDEJaneiro de 2017
sDEJaneiro de 2018
sDEJaneiro de 2019
sDEJaneiro de 2020
sDEJaneiro de 2021
sDEJaneiro de 2022
sDEJaneiro de 2023
► Pagamento da Remuneração da 2ª Série:
sDE!Bril de 2012
sDE!Bril de 2013
sDE!Bril de 2014
sDE!Bril de 2015
sDE!Bril de 2016
sDE!Bril de 2017
sDE!Bril de 2018
sDE!Bril de 2019
sDE!Bril de 2020
sDE!Bril de 2021
sDE!Bril de 2022
► Negociação:
► Oferta de
Resgate
Antecipado:
► Eventos de
Vencimento
Antecipado:
► Covenants
Financeiros:
► Pagamento da Remuneração da 3ª Série:
Usuais, conforme a Escritura de Emissão, cuja cópia encontra-se anexa ao Prospecto Preliminar.
A Emissora deverá observar os seguintes índices financeiros (“Covenants Financeiros”), a serem
apurados trimestralmente a partir de 31 de março de 2011 (exceto para a alínea “iii” abaixo, que somente será observada trimestralmente a partir do cancelamento da Fiança), e calculados de acordo
com as práticas contábeis adotadas no Brasil, com base nas últimas demonstrações financeiras da
Emissora, sendo as demonstrações financeiras trimestrais revisadas, e as anuais auditadas:
(i) superior à 20% (vinte por cento), obtido pela razão entre Patrimônio Líquido e Passivo Total na
data das demonstrações financeiras;
(ii) Índice de Cobertura do Serviço da Dívida igual ou superior a 1,20; e
(iii) menor à 4,00, obtido pela razão entre Dívida Líquida e EBITDA Ajustado dos últimos 12 meses.
sDEJulho de 2012
sDEJulho de 2013
sDEJulho de 2014
sDEJulho de 2015
sDEJulho de 2016
sDEJulho de 2017
sDEJulho de 2018
sDEJulho de 2019
sDEJulho de 2020
sDEJulho de 2021
sDEJulho de 2022
“Patrimônio Líquido”: significa a soma das seguintes contas das demonstrações financeiras da Emissora (a) Capital Social, (b) Reserva de Capital, (c) Ajustes de Avaliação Patrimonial, (d) Reservas de
Lucros, (e) Ações em Tesouraria, e (f) Lucros (Prejuízos) Acumulados.
“Passivo Total”: São todas as obrigações conhecidas ou calculáveis e os encargos estimados, inclusive contingências passivas.
“Índice de Cobertura do Serviço da Dívida”: significa a seguinte equação, calculado com base nos
últimos 12 meses de uma data de verificação:
► Pagamento da Remuneração da 4ª Série:
EBITDA Ajustado - Impostos - Variação de Capital de Giro
Amortização de Principal + Pagamento de Juros
sDE/UTUBRODE
sDE/UTUBRODE
sDE/UTUBRODE
sDE/UTUBRODE
sDE/UTUBRODE
sDE/UTUBRODE
sDE/UTUBRODE
sDE/UTUBRODE
sDE/UTUBRODE
sDE/UTUBRODE
sDE/UTUBRODE
As Debêntures da presente Emissão serão registradas para distribuição no mercado primário por
meio do SDT - Módulo de Distribuição de Títulos, administrado e operacionalizado pela CETIP e para
negociação no mercado secundário por meio do SND, também administrado e operacionalizado pelo
CETIP, sendo a distribuição e a negociação liquidadas e as Debêntures custodiadas na CETIP, e/ou
por meio do BOVESPAFIX (ambiente de negociação de ativos de renda fixa) administrado e operacionalizado pela BM&FBOVESPA, sendo processados pela BM&FBOVESPA a custódia e a liquidação
financeira da Emissão e da negociação de Debêntures.
A Emissora realizará a Oferta de Resgate Antecipado por meio de comunicação ao Agente Fiduciário
e, na mesma data, por meio de publicação do Edital de Oferta de Resgate Antecipado, o qual deverá
descrever os termos e condições da Oferta de Resgate Antecipado, incluindo: (a) se o resgate será
total ou parcial, (sendo parcial, proporcional a todas as Séries) e, se for parcial, o procedimento para
o resgate parcial (sorteio, nos termos do artigo 55, parágrafo 1º, da Lei das S.A.); (b) o valor do prêmio de resgate, caso exista; (c) se a Oferta de Resgate Antecipado estará condicionada à aceitação
desta por um percentual mínimo de Debenturistas; (d) a data efetiva para o resgate e pagamento
das Debêntures a serem resgatadas; (e) a forma de manifestação dos Debenturistas que optarem
pela adesão à Oferta de Resgate Antecipado; e (f) demais informações necessárias para tomada de
decisão pelos Debenturistas e para a operacionalização do resgate das Debêntures;
(a) após a publicação do Edital de Oferta de Resgate Antecipado, os Debenturistas que optarem
pela adesão à Oferta de Resgate Antecipado terão o prazo de 10 (dez) dias úteis para se manifestarem, através de correspondência formal encaminhada à Emissora, com cópia para o Agente
Fiduciário, findo o qual a Emissora terá o prazo de 3 (três) dias úteis para proceder à liquidação
da Oferta de Resgate Antecipado, a qual ocorrerá em uma única data, observado que a Emissora somente poderá resgatar a quantidade de Debêntures que tenham sido indicadas por seus
respectivos titulares em adesão à Oferta de Resgate Antecipado;
(b) a Emissora deverá comunicar a CETIP e a BM&FBOVESPA sobre a realização da Oferta de Resgate Antecipado com antecedência mínima de 2 (dois) dias úteis da respectiva data do resgate
antecipado; e
(c) o valor a ser pago aos Debenturistas no âmbito da Oferta de Resgate Antecipado será equivalente ao Valor Nominal das Debêntures, ou saldo do Valor Nominal das Debêntures, conforme o
caso, acrescido da Atualização e da Remuneração (o “Saldo Devedor”), acrescido, se for o caso,
de prêmio de resgate que, a exclusivo critério da Emissora, venha a ser oferecido no âmbito da
Oferta de Resgate Antecipado.
Para as Debêntures custodiadas na CETIP, quando se tratar de resgate antecipado parcial, o resgate
antecipado parcial deverá ocorrer por meio de “operação de compra e venda definitiva no mercado
secundário”, sendo que todas as etapas desse processo, tais como habilitação dos Debenturistas,
qualificação, sorteio, apuração, rateio e validação das quantidades de Debêntures a serem resgatadas, serão realizadas fora do âmbito da CETIP. Os Debenturistas, na data do efetivo resgate parcial,
deverão adotar todos os procedimentos de “operação de compra e venda definitiva no mercado
secundário” junto a CETIP sob pena de não terem suas Debêntures efetivamente resgatadas. Fica
ainda estabelecido que, caso a CETIP venha a implementar outra funcionalidade para operacionalização do resgate antecipado parcial, não haverá a necessidade de aditamento a esta Escritura ou
qualquer outra formalidade.
Onde:
i. considera-se como “EBITDA Ajustado”, o lucro ou prejuízo operacional, antes da contribuição social
e imposto de renda, adicionando-se as Despesas Financeiras, depreciação e amortização, e excluindo as Receitas Financeiras e adicionando, ainda, os custos com a provisão para manutenção da infraestrutura rodoviária e outras provisões similares que possam ser introduzidas através da alteração
nas normas e procedimentos contábeis a partir da Data da Emissão, e deverá ser calculado, ao longo
do prazo de vigência das Debêntures, com base nas contas contábeis citadas na presente definição e
derivadas das demonstrações preparadas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil;
ii. considera-se como “Impostos”, o somatório do Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido pagos no referido período;
iii. considera-se como “Variação de Capital de Giro”, a Necessidade de Capital de Giro no referido
período (-) Necessidade de Capital de Giro do período anterior, sendo tal Necessidade de Capital de
Giro apurada como segue:
(+) Ativo Circulante (-) caixa, bancos e aplicações financeiras - Passivo Circulante (-) Dívida de
curto prazo
iii.1. Ativo Circulante: É representado pelas disponibilidades financeiras e outros bens e direitos
que se espera sejam transformados em disponibilidades, vendidos ou usados dentro de um ano
ou no decorrer de um ciclo operacional.
iii.2. Passivo Circulante: São as obrigações conhecidas ou calculáveis e os encargos estimados,
inclusive contingências passivas, cujos prazos estabelecidos ou esperados situem-se no curso do
exercício seguinte à data do levantamento dos balancetes mensais e do balanço patrimonial.
iii.3. Divida de Curto prazo: equivalente aos saldos de curto prazo de empréstimos, financiamento,
Swaps, Leasing Financeiros, Debêntures e demais títulos de divida de emissão da Emissora,
inclusive saldo de mútuos;
iv. considera-se como “Amortização de Principal”, valores pagos relacionados ao principal de Empréstimos, Financiamentos, Swaps, Arrendamentos Mercantis (Leasings) Financeiros, Debêntures e
demais Títulos de Dívida de emissão da Emissora, excetuando-se as amortizações decorrentes de
mútuos contraídos com a Ecorodovias, durante o referido período; e
v. considera-se como “Pagamento de Juros”, valores pagos relacionados aos juros de dívidas de Empréstimos, Financiamentos, Swaps, Arrendamentos Mercantis (Leasings) Financeiros, Debêntures e
demais Títulos de Dívida de emissão da Emissora, excetuando-se as amortizações decorrentes de
mútuos contraídos com a Ecorodovias; durante o referido período.
“Dívida Líquida”: significa (a) a soma do passivo referente a empréstimos, financiamentos, debêntures, encargos financeiros provisionados e não pagos, notas promissórias (commercial papers), títulos emitidos no mercado internacional (bonds, eurobonds, short term notes), registrados no passivo
circulante e no exigível a longo prazo, (b) soma dos valores referente a concessão, conforme conta
“Credor pela Concessão” das demonstrações financeiras da Emissora (c) diminuído pelos saldos de
caixa e aplicações financeiras registrados no ativo circulante
A alteração de qualquer dos Covenants Financeiros, por qualquer motivo, deverá ser aprovada por
Debenturistas representando, no mínimo, 90% (noventa por cento) das Debêntures em circulação.
► Agente
Planner Trustee DTVM Ltda.
Fiduciário:
Coorden
Coordenador Líder
A Emissão será realizada em quatro séries, sendo que o número de Debêntures a ser alocado em cada série será de 87.500 4. CRONOGRAMA DAS ETAPAS DA OFERTA
(oitenta e sete mil e quinhentas) debêntures. Serão emitidas um total de 350.000 (trezentos e cinquenta mil) Debêntures.
A quantidade de Debêntures poderá ser aumentada de forma proporcional entre as Séries, exclusivamente na data da A Oferta seguirá o cronograma tentativo abaixo:
conclusão do Procedimento de Bookbuilding, a critério da Emissora com a prévia concordância dos Coordenadores, em até
Data
5,71% (cinco inteiros e setenta e sete centésimos por cento) com relação à quantidade originalmente oferecida caso seja Ordem dos Evento
Eventos
Prevista*
exercida a Opção de Debêntures Adicionais. Serão mantidas as mesmas condições e preço das Debêntures originalmente
1
Protocolo do pedido de registro da Oferta na CVM
05/10/10
oferecidas para a subscrição das Debêntures Adicionais.
Os recursos obtidos por meio da emissão das Debêntures serão destinados para pagamento de parte do valor da dívida
Publicação do Aviso ao Mercado
19/01/11
representada pelas notas promissórias comerciais da 5ª emissão da Emissora, na forma prevista no prospecto preliminar,
2
Disponibilização do Prospecto Preliminar ao público investidor
cujo valor total aproximado na presente data é de R$ 371 milhões.
Início das apresentações para potenciais investidores
A Emissão e a prestação de garantias pela Emissora com relação à Oferta foram aprovadas conforme deliberação da As3
Encerramento das apresentações para potenciais investidores
25/01/11
sembléia Geral Extraordinária da Emissora realizada em 18 de janeiro de 2011, cuja ata será arquivada na Junta Comercial
4
Procedimento de Bookbuilding
18/02/11
do Estado de São Paulo (“JUCESP”) e publicada no jornal “Diário de Notícias”, e no Diário Oficial do Estado de São Paulo
5
Obtenção do Registro da Emissão na CVM
02/03/11
(“DOESP”) até a concessão do registro da Oferta pela CVM. Adicionalmente, a fiança e o penhor de ações da Ecorodovias foi
Publicação do Anúncio de Início e Disponibilização do Prospecto Definitivo ao público 03/03/11
aprovada em Reunião do Conselho de Administração da desta, realizada em 18 de janeiro de 2011, cuja ata será arquivada
6
investidor
na JUCESP e publicada no DOESP e no jornal “Diário de Notícias”, edição nacional, até a concessão do registro da Oferta
7
Liquidação da Emissão
04/03/11
pela CVM, na qual foram deliberadas as condições da concessão da fiança e do penhor das ações para as Debêntures
8
Publicação do Anúncio de Encerramento da Emissão
08/03/11
desta Emissão.
*As datas previstas para os eventos futuros são meramente indicativas e estão sujeitas a alterações, antecipações e atraA presente Oferta encontra-se em análise e está sujeita à concessão do respectivo registro pela CVM.
sos.
2. PROSPECTO PRELIMINAR
Regime de Colocação e Procedimento da Emissão
O prospecto preliminar da Emissão (“Prospecto Preliminar”) está, nesta data, disponível nos endereços e páginas da rede As Debêntures serão objeto de distribuição pública, sob regime de garantia firme de colocação para as Debêntures da 1ª
mundial de computadores abaixo descritos:
Série, Debêntures da 2ª Série, Debêntures da 3ª Série e Debêntures da 4ª Série, para o limite de até R$350.000.000,00
(trezentos e cinquenta milhões de reais), exceto para as Debêntures da Opção de Debêntures Adicionais, as quais serão
Concessionária das Rodovias Ayrton Senna e Carvalho Pinto S.A. - Ecopistas
objeto de distribuição sob o regime de melhores esforços de colocação, até o limite de R$20.000.000,00 (vinte milhões de
Rodovia Ayrton Senna, km 32, Pista Oeste
reais). Não existirão reservas antecipadas, nem fixação de lotes mínimos ou máximos, sendo que o Coordenador Líder em
Itaquaquecetuba - SP - Brasil
conjunto com o Bradesco BBI, com expressa anuência da Emissora, organizarão a colocação das Debêntures perante os
At.: Sr. Flavio Viana de Freitas
Telefone: (11) 4646-3411
investidores interessados, podendo levar em conta suas relações com clientes e outras considerações de natureza comercial
Fax: (11) 4648-0627
ou estratégica. As Debêntures serão colocadas junto a pessoas físicas e pessoas jurídicas, fundos de investimento, fundos
http://www.ecopistas.com.br (neste website acessar “Dados Econômico Financeiros”, no item “Debêntures” e “Prospecto de pensão, entidades administradoras de recursos de terceiros registradas na CVM, entidades autorizadas a funcionar pelo
Preliminar”)
Banco Central do Brasil, seguradoras, entidades de previdência complementar e de capitalização, bem como investidores
institucionais ou qualificados assim considerados pelas regras vigentes no país, levando em conta o perfil de risco dos
Banco Itaú BBA S.A.
destinatários da Emissão. Não será constituído fundo de sustentação de liquidez ou firmado contrato de garantia de liquidez
Avenida Brigadeiro Faria Lima, n° 3400, 4° andar
para as Debêntures. Na eventualidade do exercício de garantia firme pelos Coordenadores, a mesma será exercida de forma
São Paulo - SP - Brasil
proporcional entre as Séries, porém de forma individual e não solidária.
At.: Sr. Eduardo Prado Santos
Fone: (0xx11) 3708-8717
Fax: (0xx11) 3708-8107
Informações sobre o Procedimento de Bookbuilding
http://www.itaubba.com.br/portugues/atividades/prospectos.asp
A Remuneração das Debêntures será definida no Procedimento de Bookbuilding, a ser realizado após a publicação deste
Aviso ao Mercado. O Procedimento de Bookbuilding será conduzido pelos Coordenadores para verificação, junto a investiBanco Bradesco BBI S.A.
dores, da demanda pelas Debêntures, por meio da coleta de intenções de investimento.
Avenida Paulista, nº 1450, 8º andar
São Paulo - SP - Brasil
Declaração de Inadequação de Investimento
At.: Sr. João Carlos Zani
O investimento nas Debêntures não é adequado a investidores que (a) necessitem de liquidez, tendo em vista a possibilidade
Fone: (0xx11) 2178-4800
de serem pequenas ou inexistentes as negociações das Debêntures no mercado secundário; e/ou (b) não estejam dispostos
Fax: (0xx11) 2178-4880
http://www.bradescobbi.com.br/ofertaspublicas (neste website acessar “Ecopistas”, no item “Debêntures” e depois acessar a correr o risco de crédito de empresa do setor privado.
“Prospecto Preliminar”)
Demais Características da Emissão
Comissão de Valores Mobiliários - CVM
As demais características das Debêntures encontram-se descritas no Prospecto Preliminar.
Rua Sete de Setembro, n.º 111, 5º andar, Rio de Janeiro, RJ
Rua Cincinato Braga, n.º 340, 2º, 3º e 4º andares, São Paulo, SP
Agente Fiduciário
http://www.cvm.gov.br (ao acessar esta página, o investidor deverá clicar em “Registros de Ofertas Públicas” e após em
O Agente Fiduciário da Emissão é a Planner Trustee DTVM Ltda., instituição financeira com sede na Cidade de São Paulo,
“Prospectos de Ofertas Públicas de Distribuição”)
Estado de São Paulo, Avenida Brigadeiro Faria Lima nº 3.900, 10º andar, inscrita no CNPJ/MF sob o nº 67.030.395/000146.
CETIP S.A. - Balcão Organizado de Ativos e Derivativos
Avenida República do Chile, n.º 230, 11º andar, Rio de Janeiro, RJ
Rua Líbero Badaró, n.º 425, 24º andar, São Paulo, SP
Banco Mandatário
http://www.cetip.com.br/informacao_tecnica/prospectos_debentures.asp
O banco mandatário é o Itaú Unibanco S.A. (“Banco Mandatário”).
BM&FBOVESPA S.A. - BOLSA DE VALORES, MERCADORIAS E FUTUROS
Praça Antonio Prado, n.º 48, São Paulo, SP
Rua XV de Novembro, n.º 275, São Paulo, SP
Site: http://www.bmfbovespa.com.br/pt-br/download/Prospecto_Ecopistas.pdf
Agente Escriturador
O agente escriturador é a Itaú Corretora de Valores S.A. (“Agente Escriturador”)
5. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
O Prospecto Preliminar encontra-se à disposição dos interessados na CVM. Exemplares impressos do Prospecto Preliminar
A Emissão está sujeita à análise e registro por parte da CVM. Informações complementares sobre as Debêntures, a Emisestão disponíveis para retirada, pelos interessados, junto aos endereços da Emissora e dos Coordenadores.
são e/ou a Emissora poderão ser obtidas junto à Emissora e aos Coordenadores, nos endereços indicados neste Aviso ao
3. DATAS ESTIMADAS E LOCAIS DE DIVULGAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO
Mercado. As informações constantes do Prospecto Preliminar estão sujeitas à análise da CVM, bem como a complementação e alterações. O Prospecto Definitivo será disponibilizado aos investidores nos locais referidos acima, a partir da data
A Emissora e os Coordenadores realizarão a divulgação da Emissão a partir da data de publicação deste Aviso ao Mercado, de publicação do Anúncio de Início. As informações relativas às Debêntures, à Emissão e à Emissora estão detalhadas no
até a data de realização do Procedimento de Bookbuilding. As apresentações aos potenciais investidores estão programadas
Prospecto Preliminar.
para realizar-se entre os dias 19 de janeiro de 2011 e 25 de janeiro de 2011. Para informações adicionais sobre as Debêntures, a Emissão e/ou sobre a Emissora, os investidores interessados deverão contatar a Emissora e/ou os Coordenadores.
A Emissão somente terá início após a concessão do respectivo registro pela CVM, a publicação do anúncio de início (“Anún- O Registro da Emissão não implica, por parte da CVM, garantia de veracidade das informações prestadas ou em
julgamento sobre a qualidade da Emissora, bem como sobre as debêntures a serem distribuídas.
cio de Início”) e a disponibilização, aos investidores, da versão definitiva do prospecto da Oferta (“Prospecto Definitivo”).
O Anúncio de Início e o anúncio de encerramento da Emissão (“Anúncio de Início” e “Anúncio de Encerramento” respectivaLeia o Prospecto em conjunto com o Fomulário de Referência da Emissora, antes de aceitar a oferta.
mente) serão publicados no jornal “Brasil Econômico”.
nadores
f.lopes
Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 21
22 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011
INOVAÇÃO & GESTÃO
QUINTA-FEIRA
SEXTA-FEIRA
SUSTENTABILIDADE
TECNOLOGIA
Colíder investe em qualificação
Atração de cursos
superior e técnico
é saída para suprir
laticínios e
frigoríficos locais
com mão de obra
Paulo Justus
[email protected]
A economia do município de
Colíder, no norte do Mato Grosso, teve uma grande transformação nos últimos cinco anos.
A cidade passou de predominantemente agrícola para uma
fornecedora de serviços de saúde e educação para os 17 municípios do entorno, além de
atrair investimentos de frigoríficos e laticínios locais que motivaram a criação de empregos
na região. A mudança de perfil
elevou a demanda por qualificação profissional no município, em áreas que antes não estavam desenvolvidas.
Em 2005, o trabalho urbano
respondia por uma pequena
parte da renda da cidade e estava concentrado principalmente
em torno das atividades de um
frigorífico que operava no local.
De lá para cá já foram instalados
mais um frigorífico, um abatedouro, dois laticínios e um curtume, que movimentaram a
economia local. “Percebemos
que a nossa economia estava
muito verticalizada, na produção de carne e leite in natura.
Por isso, incentivamos a vinda
de frigoríficos e laticínios, além
das pequenas indústrias de móveis e a prestação de serviços”,
afirma o prefeito de Colíder,
Celso Banazeski.
Para atender a procura por
trabalhadores qualificados, a
prefeitura buscou parceiros.
Fortaleceu a sede do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), e trouxe, pela primeira vez no município o Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial (Senai), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
(Senar) e o Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Empreendedorismo
Além dos cursos de qualificação
profissional, o município também também atraiu faculdades.
Em Colíder, a oferta de cursos
superiores passou de cinco, em
2005, para 30, em 2010. “Hoje
temos faculdades públicas e
privadas, que oferecem desde
direito e administração à enfermagem”, afirma Banazeski.
A política de incentivo ao
setor de serviços também passou pelo fortalecimento das
micro e pequenas empresas.
Nos últimos cinco anos,
município atraiu faculdades,
frigoríficos e laticínios
Os incentivos
se refletiram na
formalização
de negócios.
O número de
empresas formais
passou de 700
em 2005 para
1.483 em 2010
Para isso, a prefeitura elaborou
uma série de incentivos, como
a redução do IPTU e a implantação de um sistema de compras públicas que privilegia as
empresas de pequeno porte.
“Fomos uma das primeiras cidades a colocar emprática a Lei
Geral das Micro e Pequenas
Empresas”, diz Banazeski.
Formalização
Os incentivos se refletiram na
formalização de negócios. O
número de empresas formais
passou de 700 em 2005 para
1.483 em 2010. O município
também incentivou a formali-
zação de 228 microempreendedores individuais. “Hoje mais
de 90% das compras da prefeitura provêm de pequenos fornecedores locais”, diz.
O investimento na infraestrutura de saúde também foi
pensado estrategicamente como
uma maneira de estimular a
prestação de serviços na cidade,
que formou um consórcio regional com outros sete municípios para financiar procedimentos de saúde que antes não
eram fornecidos no município.
A estratégia foi ainda fortalecida
pelo investimento do governo
estadual no hospital regional
(veja mais ao lado). “O hospital
estimula o giro de dinheiro dentro do município e também atrai
pessoas de outras cidades, que
quando vêm para serem atendidas também fazem compras e
movimentam hotéis e restaurantes”, diz o prefeito.
Como resultado das políticas
de incentivo aos serviços, o orçamento da prefeitura quadruplicou, nos últimos cinco anos.
Os preços dos imóveis também
cresceram, em linha com o dinamismo econômico. “Em alguns locais do centro, o preço
dos imóveis cresceu 900%”, diz
Banazeski. ■
Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 23
SEGUNDA-FEIRA
TERÇA-FEIRA
EDUCAÇÃO
EMPREENDEDORISMO
AFONSO COZZI
para crescer
Coordenador do Núcleo
de Empreendedorismo
da Fundação Dom Cabral
Fotos: divulgação
SERVIÇOS
Empreendedor e inovação
nas organizações
O investimento em cursos de qualificação profissional,
como os de corte e costura (foto acima) foi
fundamental para estimular a economia regional.
O investimento estadual no hospital local também
movimentou o comércio e o setor hoteleiro da cidade.
■ EMPRESAS
■ SAÚDE
112
R$
■ EDUCAÇÃO
■ POLO REGIONAL
30
17
Aumento das empresas
formalizadas de 2005 a 2010
%
Cursos superiores ofertados
em 2010 (eram 5 em 2005)
Orçamento anual do Hospital
Regional saiu de R$ 3 mi para
10
milhões
Número de municípios
atendidos pelo polo de serviços
SAÚDE
Hospital regional atende 30 municípios, até o sul do Pará
O Hospital Regional de Colíder
teve uma forte reestruturação
nos últimos quatro anos. A partir
de 2006 começou a intensificar
os serviços, com a contratação
de mais médicos. De lá para cá,
o hospital aumentou o número de
médicos em sua equipe, de 16 para
54. O orçamento também subiu,
chegando hoje a cerca de R$ 10
milhões por ano, apenas para
a manutenção e salário
de funcionários, contra um
orçamento de R$ 3 milhões há
quatro anos. “O maior desafio
para atrair bons profissionais
para uma cidade que fica a 650
quilômetros da capital foi ter uma
boa infraestrutura e qualidade
de serviços”, diz a diretora-geral
do Hospital Regional, Jucineide
Oliveira Silva. Esse investimento
se reflete na infraestrutura do
hospital, que passou a contar
com 18 leitos de UTI, entre adulto,
pediátrico e neonatal, e quase
dobrou o número de leitos, que
passou de 50 para 90 nos últimos
quatro anos. “Saí de São Paulo
para cá, graças à qualidade de vida
e às condições para desenvolver
meu trabalho”, diz o cardiologista
Marcelo Luiz Sanson. Com a
expansão dos serviços, o hospital
passou a atender 30 municípios
da região norte do Mato Grosso
e até do Sul do Pará. “Também
atendemos uma comunidade
indígena”, diz Jucineide. P.J.
Vivemos na era do conhecimento, contexto em que sua criação
e uso se tornam referências para decisões econômicas. Podemos hoje “criar mais valor com uma idéia em 10 segundos do
que com 10 mil horas de uma linha de montagem”, como afirma o escritor Alvin Toffler. Basta considerarmos o aumento da
proporção do trabalho relacionada ao uso de conhecimento e
informação contido nos bens, e compará-la com a parte manual envolvida na produção. Os bens baseados em conhecimento, tais como patentes, consultoria e atividades culturais
entre outros, têm rentabilidade mais elevada. Dados recentes
indicam que esses bens participam com mais de 50% da riqueza gerada no mundo. Sendo o conhecimento fator-chave
na criação de riqueza, sua utilização para gerar valor econômico está diretamente relacionada à inovação, não apenas tecnológica, nas também ligada a outras formas – por exemplo, na
organização e gestão ou no modelo de negócio.
Nesse contexto, cresce o papel do empreendedorismo. Segundo Peter Drucker, a inovação é um instrumento específico dos empreendedores e o meio pelo qual exploram a mudança como oportunidade para um negócio diferente. Na
cultura empresarial voltada para a inovação encontramos as
mesmas bases formadoras de um ambiente propício aos
“empreendedores corporativos” (ou intraempreendedores), onde todos os
A partir de
colaboradores são responexperiência iniciada sáveis pela competitividade da empresa e a alta adem Minas Gerais,
ministração apóia as inivários municípios
ciativas empreendedoras e
os projetos inovadores.
brasileiros já
Como, então, promover
aplicam uma
uma cultura orientada
pedagogia especial
para o empreendedorismo
e a inovação? A União Europeia reconheceu que seu
sistema de ensino formal não tem criado as bases para uma
sociedade mais empreendedora e inovadora. Dessa forma,
propôs uma profunda reforma do sistema educacional, partindo do pressuposto que atitudes e referências culturais tomam forma desde a primeira idade. O programa de trabalho,
conhecido como “Educação e Formação 2010”, sugere mudanças do primeiro ciclo do ensino básico até a universidade.
Essas mudanças já estão em curso em diversos paises membros da comunidade européia.
No Brasil, a prática tem revelado um quadro semelhante,
exigindo a implantação da educação empreendedora em todos os níveis. A partir de experiência iniciada em Minas Gerais, vários municípios brasileiros já aplicam uma pedagogia
especial, chamada de empreendedora, a partir da educação
infantil até o segundo grau, de forma a estimular a capacidade de escolha do aluno, sem influenciar suas decisões, preparando-o para suas próprias opções, na vida pessoal e profissional. Em São José dos Campos, o método já funciona há
12 anos em escolas da rede municipal.
Cada vez mais, as grandes empresas também estão buscando soluções, para desenvolver entre seus colaboradores a
capacidade empreendedora e uma postura voltada à inovação.
Assim, conseguem suprir a deficiência da formação escolar
básica e superior, conscientes de que inovar não é função apenas do departamento de P&D, mas de toda a organização.
Estudos convergem para a visão do empreendedor
como alguém capaz de desenvolver sonhos que contribuam para a evolução de sua individualidade e possam gerar valores humanos para a organização onde trabalha e
para sua comunidade. A energia empreendedora pode então ser despertada nas pessoas em um ambiente que estimule a competição por sonhos, com base numa estratégia
e visão de futuro perceptível, que seja excitante e satisfatória para cada um e para o grupo. ■ Colaboração de Anna
Goussevskaia, professora da Fundação Dom Cabral
24 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011
ENCONTRO DE CONTAS
LURDETE ERTEL
Teh Eng Koon/AFP
Tomando pé
As indústrias
brasileiras de calçados
reforçaram a sola
da produção em 2010:
juntas, colocaram
no mercado 858 milhões
de pares, 5,5% mais
do que no ano anterior.
Pelos dados da
Abicalçados, deste total,
143 milhões foram
exportados, um salto
de 12,9%, apesar
da defasagem cambial
que vem reduzindo
a receita os embarques.
Além de ampliar as
vendas ao exterior,
o setor também viu
crescer o mercado
doméstico: a entidade
estima que o consumo
per capita dos
brasileiros tenha
passado de 3,7 pares
em 2009 para 3,9
pares no ano passado.
Para 2011, a Abicalçados
projeta que a produção
para o mercado interno
aumente cerca de 8%.
Já para o exterior, as
perspectivas são tímidas,
por causa do câmbio.
Realinhamento no passaporte
A China avançou em mais um ranking
mundial em 2010: o país da Grande Muralha
ultrapassou a Espanha e se tornou o terceiro
país mais assediado por turistas no mundo.
Balanço preliminar da Organização
Mundial de Turismo (OMT) mostra que
a China recebeu 56 milhões de visitantes
estrangeiros no ano passado.
O número empurrou a Espanha, que atraiu
53 milhões de turistas, para a quarta posição.
Na dianteira da lista, a França consagrou
sua posição como principal destino
turístico do globo, seguida pelos
Estados Unidos na segunda posição.
No total, 935 milhões de turistas
circularam no mundo no ano passado,
cerca de 6,7% mais do que em 2009.
Isso significa que 58 milhões de pessoas a
mais cruzaram fronteiras a passeio em 2010.
Na América Latina, o país que mais atraiu
turistas foi o México, com 22,9 milhões
de visitantes. O Brasil ficou em segunda
posição, com 5,05 milhões. E a Argentina,
em terceiro, com 4,9 milhões.
Pierre-Philippe Marcou/AFP
Mudança de passo
Bisturi turbinado
O balanço da indústria calçadista
em 2010 confirmou a supremacia
dos estados do Nordeste
nas exportações do setor.
Juntos, Ceará, Bahia, Paraíba
e Sergipe enviaram ao exterior
99 milhões de pares, do total
de 143 milhões de pares
embarcados pelo país.
Rio Grande do Sul exportou
30 milhões e São Paulo 7 milhões.
Vice-campeão no ranking mundial
de cirurgias plásticas, o Brasil
voltará a receber mil renomados
especialistas em março, para
o simpósio mundial da área.
O evento, em São Paulo, terá
Ivo Pitanguy como convidado.
Com 645 mil cirurgias plásticas
por ano, o país tem uma média
de 1.768 intervenções por dia.
Sola externa
▲
Estados Unidos, Argentina,
Reino Unido, Itália e França foram
os cinco principais compradores
de calçados brasileiros em 2010.
Os americanos importaram
29 milhões de pares e os
argentinos, 14,1 milhões.
Para os ingleses foram
enviados 7,5 milhões de pares,
para os italianos, 4,8 milhões, e
para os franceses, 2,6 milhões.
Com as vendas externas,
o Brasil faturou US$ 1,48 bilhão.
O preço médio foi de US$ 10,40,
3,2% menos do que em 2009.
Saído do mar
Depois de Roma, na Itália, é a vez de Madri,
na Espanha, ganhar um hotel de lixo,
totalmente construído com objetos e materiais
recolhidos em praias da Europa.
Iniciativa da artista alemã Ha Schult,
o Corona Beach Garbage Hotel é uma tentativa
de alertar para o preocupante volume de
lixo jogado no mar no mundo.
“Defendam
a internet.
Ela não pode
ser controlada
por governos
ou grandes
corporações.
A internet
é do povo”
Al Gore, ex-vice-presidente dos EUA,
durante sua breve apresentação
na Campus Party, em São Paulo.
Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 25
Divulgação
MARCADO
Sorriso do lagarto
A Ilha de Itaparica, na Bahia, prepara grande festa
para o próximo final de semana, para brindar o aniversário
de um de seus filhos mais ilustres.
Os 70 anos de nascimento do escritor João Ubaldo Ribeiro serão
comemorados com um festival de atrações — de espetáculos musicais
a filmes. Mas a principal atração deve ser mesmo a presença do
autor de clássicos como Viva o Povo Brasileiro e Sargento Getúlio.
● A Funcef, terceiro maior fundo
de pensão do país, inaugura
amanhã o Porto Vitória Hotel,
em Vitória (ES). Com 302
apartamentos, o hotel já
nasce como o maior da cidade
e será operado pelo grupo BHG,
com a bandeira Golden Tulip.
[email protected]
Fotos: divulgação
Cilindradas
A nova
hora
da estrela
São Paulo acaba de ganhar
a maior loja do mundo da
marca austríaca de motos KTM.
A concessionária, que oficializa
o desembarque da fabricante
europeia no mercado brasileiro,
ocupa uma área de de 4.700
metros quadrados na Avenida dos
Bandeirantes, na Vila Olímpia.
Musa de estilistas
como Valentino,
Stella McCartney
e Francisco Costa,
da Calvin Klein,
a atriz Gwyneth
Paltrow estreou
nesta semana
em novo papel
fora da telona.
Em festa de gala
durante o Salão
Internacional
de Alta Relojoaria
de Genebra,
a loira foi
apresentada como
nova embaixadora
da marca suíça
de relógios
Baume & Mercier.
A primeira missão
da bela foi exibir
uma nova coleção
de relógios da
Baume & Mercier
inspirada no
charmoso
balneário de
Hamptons,
perto de Nova York
(EUA)– onde,
aliás, Gwyneth
tem residência,
assim como uma
constelação de
outras celebridades
internacionais,
de Steven Spielberg
a Lady Gaga.
Copo exclusivo
Uma das mais premiadas
cervejarias artesanais
do Brasil está instalando um
posto avançado em São Paulo.
A primeira loja própria da
Bamberg Bier abre nesta
semana no bairro Perdizes.
Só em 2010, a Bamberg bebericou
seis prêmios internacionais.
Chave na ignição
O grupo Eurobike acelera a
expansão de sua nova bandeira
de concessionárias Mini Eurobike.
Depois da primeira revenda em
Porto Alegre (RS), a empresa
presidida por Henry Visconde
estaciona a segunda loja
em Ribeirão Preto (SP).
A nova concessionária paulista
especializada no modelo Mini
aciona os motores neste mês.
Asas soltas
A companhia aérea uruguaia
Pluna aciona trem de pouso
em mais um estado brasileiro.
A partir de 21 de fevereiro,
passa a operar quatro voos
semanais diretos entre Belo
Horizonte (MG) e Montevidéu.
Filippo Monteforte/AFP
Embora não falte
quem acredite que a
afirmação seja para
despistar a Justiça,
a declaração do
primeiro-ministro
italiano, Silvio
Berlusconi, de que
tem “uma namorada
formal e estável”
deflagrou uma
caçada na Itália.
A mídia procura
quem seria a
mulher que teria
conquistado o título
de oficial no coração
do mulherengo
político. Como Il
Cavaliere disse que
a namorada esteve
nas polêmicas
festas em que o
acusam de ter pago
prostitutas como
a menor Rubu
(abaixo), dúzias de
jovens começaram a
pipocar nos jornais.
GIRO RÁPIDO
Sorte na passarela
É com o patrocínio da rede
China in Box que a Rosas
de Ouro, atual campeã do
Carnaval de São Paulo, vai
para o Sambódromo em 2011.
Um dos carros alegóricos
e uma das alas da escola
serão dedicados ao
biscoitinho da sorte, que
é um dos hits do menu da
empresa de gastronomia.
Magia circense
Já a Vogue bateu o martelo
para o tema do badalado Baile
de Carnaval que promove
anualmente em São Paulo.
A tradicional festa, que
ocupará quatro quartos
do Hotel Unique na noite
de 25 de fevereiro, terá como
inspiração o mundo do circo.
Neste ano, o evento ganha
status internacional, se
unindo ao Met Ball, realizado
pela Vogue America e Anna
Wintour, e ao Bal Masque,
que comemorou os 90 anos
da Vogue francesa em Paris.
Água em caixa
Nome do fotógrafo/Agência
Depois de ganhar espaço
na indústria de vinhos,
a embalagem do tipo
bag-in-box está chegando ao
mercado de água mineral.
A empresa catarinense Rio
do Ouro prepara o lançamento
da marca Ariwa, que terá
versões de 5, 10 e 20 litros
em caixas com uma
embalagem embalada a
vácuo e uma pequena torneira
para consumo fracionado.
26 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011
EMPRESAS
Operação de porto
no Sul reforça o
caixa da Battistella
Holding ultrapassa a marca de R$ 1 bilhão em faturamento
e planeja vender ativos para reduzir dívida de R$ 220 milhões
Priscila Machado
[email protected]
O ano de 2011 será de consolidação para a holding Battistella. Após romper a barreira de
R$ 1 bilhão em faturamento, a
companhia se prepara para o
início das operações do Porto
Itapoá, em Santa Catarina, do
qual é sócia majoritária com
42% de participação. A Hamburg Süd, por meio da Aliança
Navegação (30%) e a BRZ Log
(fundo do grupo GP (28%) são
os outros acionistas.
O valor total do projeto é de
R$ 500 milhões e o investimento da Battistella é proporcional à
sua participação. O empreendimento já conta com sua própria
geração de caixa e a expectativa
é que o investimento se pague
em prazo de cinco a oito anos .
O novo porto vem sendo
apresentado como uma alternativa aos custos elevados e às limitações de expansão do Porto
de Paranaguá, no Paraná, se caracterizando como um porto de
concentração de cargas de importação e exportação. “Ter um
grande pólo portuário em Santa
Catarina com certeza trará um
resultado bastante positivo no
médio e longo prazos”, diz Marcos Andreetto Perillo, diretor
superintendente da holding.
O Porto Itapoá será inaugurado em março e terá capacidade instalada inicial para movimentar cerca de 300 mil contêineres por ano. A escolha do local para sediar o empreendimento foi motivada pelo calado
— profundidade a que se encontra o ponto mais baixo da quilha
de uma embarcação — de 16
metros existente nesta região,
característica que possibilitará
receber navios de grande porte.
Outros negócios
Além do porto, onde atua como
investidora, a companhia que já
tem 62 anos completos possui
ativos nas áreas de energia, florestal e de veículos pesados, na
qual mantém 12 concessionárias
Porto Itapoá, em
Santa Catarina,
será inaugurado
em março.
Investimento
de R$ 500 milhões
deve se pagar
no prazo de cinco
a oito anos
que vendem os caminhões da
marca Scania no Paraná e em
Santa Catarina e detêm praticamente 30% do mercado nessas
duas regiões.
Segundo Perillo, apesar de
tão diferentes entre si, juntos
esses três segmentos fazem sentido economicamente. “O mercado de florestas é menos sujeito a oscilações. A área de veículos, um mercado maduro, aliada
à de energia, que é a base da
economia, faz as projeções de
resultados serem muito mais
constantes”, afirma.
Perillo destacou o ano de
2010 para o segmento de veículos que, em setembro, já havia
vendido um volume 25% superior ao total realizado no ano
anterior. Na mesma data o faturamento já era 78% superior
ao de 2009. Para 2011, a expectativa é manter os patamares
do ano passado.
Resultados
Apesar de ter superado a marca
de R$ 1 bilhão de faturamento
(R$ 1,1 bilhão) no último ano, a
Battistella tem como principal
desafio neste ano a redução de
seu endividamento. Hoje a dívida líquida do grupo, sem considerar as operações e financiamento da Scania e a dívida
oriunda do Porto Itapoá, gira em
torno de R$ 220 milhões.
Para equilibrar a estrutura
patrimonial, a empresa realizará a venda de ativos não-operacionais (terrenos e imóveis) e,
eventualmente, ativos operacionais. “Vamos fazer um trabalho contínuo para reduzir o passivo da companhia, além de intensificar a busca por pagamento da dívida a prazos mais compatíveis”, garante Perillo.
No último dia útil de 2010, a
companhia anunciou a venda da
Vale Rio Canoas Silvicultura e
Extração à Sociedade Pyatov
Participações por US$ 23,1 milhões. Os ativos vendidos são
compostos por árvores de pinos
e outras espécies, localizadas
no Estado de Santa Catarina. ■
Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 27
Simon Dawson/Bloomberg
Bancos estrangeiros darão € 1,5 bi para Angra 3
Um grupo de bancos estrangeiros, entre eles o francês Société Générale,
venceu a concorrência para o financiamento externo de € 1,5 bilhão para
a usina nuclear de Angra 3. A instituição vai liderar o pool de bancos
estrangeiros, dos quais sairão os recursos para compra de equipamentos
e serviços importados. De acordo com informações da Dow Jones,
os bancos ofereceram um financiamento de 30 anos. A usina, que deve
entrar em operação em 2015, terá um custo total de R$ 10,4 bilhões.
Hedeson Alves
FATURAMENTO
R$
1,1 bi
Foi o faturamento do grupo em
2010. É a primeira vez que a
holding ultrapassa a marca de
R$ 1 bilhão. As unidades de veículos
pesados, energia e florestas
responderam por 77%, 15% e
10% da receita, respectivamente.
DÍVIDA
R$ 220 mi
Era a dívida líquida da companhia
no último balanço, divulgado em
30 de setembro, sem considerar
as operações da Scania e a dívida
oriunda do porto. Segundo a
holding, desde então este número
não apresentou grande alteração.
Marcos Andreetto Perillo, diretorsuperintendente da holding Battistella:
esforço para reduzir o endividamento
Divulgação
Usina Speed Maquigeral
concebida para suprir
falta de energia em
menos de 15 segundos
Unidade de energia do grupo
desenvolve usina inovadora
Hospital Sírio-Libanês e a
Localweb foram os primeiros
a adquirir o equipamento
O grupo Battistella acaba de desenvolver uma usina capaz de
restabelecer a energia elétrica,
em caso de falha na concessionária, em até 14 segundos, utilizando motores e alternadores fabricados no Brasil. Os equipamentos
disponíveis hoje no mercado costumam levar até um minuto ou
mais para restabelecer a energia.
A inovação irá ajudar estabelecimentos que não podem ter suas
atividades interrompidas, como
no caso de hospitais e centros de
processamento de dados, nos
quais a companhia espera obter
um crescimento de até 80% nas
vendas.
De acordo com Sandra Battistella, diretora da unidade de
energia auxiliar, o equipamento
batizado de Speed Maquigeral
permitirá que muitos casos nos
quais o fornecimento antes só
poderia ser feito com aparelhos
de grande porte, importados,
seja realizado por meio de aparelhos com alto índice de nacionalização, garantindo economia
e ampliando o mercado da indústria nacional. “Quando se
compara essa solução com a importada fica em torno de 30%
mais barata”, afirma Sandra que
terá como concorrente empresas
tradicionais como a Caterpillar,
Cummins e a Perkins.
A executiva diz que as usinas
disponíveis no mercado interno
são compostas de dois ou mais
grupos geradores ligados em
paralelo para compensar a potência menor dos aparelhos nacionais. No caso da usina Speed
são usados grupos geradores de
grande porte.
A Unidade Itaim do hospital
Sírio-Libanês, em São Paulo, e a
fornecedora de serviços de internet Localweb são as primeiras empresas a instalar essa usina. Para 2011, já foi contratada a
instalação de outras duas. O
tempo de fabricação para um
projeto completo é de 180 dias.
Mercado
Segundo Sandra, o segmento de
energia auxiliar está bastante
aquecido. Para ela, as empresas
estão mais conscientes da necessidade da energia de backup
e o mercado de grupos geradores irá crescer em 2011 acima do
Produto Interno Bruto (PIB) do
país. A Battistella deve investir
em outros lançamentos neste
ano, avançando para linhas nas
quais ainda não atua. Em 2010, a
unidade de energia representou
10% do faturamento de R$ 1,1
bilhão. ■ P.M.
28 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011
EMPRESAS
Nelson Ching/Bloomberg
PESQUISA
Comércio de tablets deve crescer
162% em 2011, prevê consultoria IDC
O mercado global de tablets deve totalizar 44,6 milhões de unidades
vendidas em 2011, ante 17 milhões de dispositivos comercializados
no ano passado. Em 2012, a previsão dos especialistas é que o segmento
responda por 70,8 milhões de tablets. Este crescimento será conduzido
pelo lançamento de aparelhos com o sistema operacional Android
e outros, além de dispositivos mais baratos e com novos recursos.
Incorporadora da
Camargo Corrêa vai a
Minas, Rio e Paraná
Francisco Sciarotta, diretor da
CCDI: 45% dos lançamentos serão
para o público de baixa renda
CCDI, que tem em São Paulo 92% de seus negócios, prevê
crescer 20% em 2011 com lançamentos e novas áreas de atuação
Michele Loureiro
[email protected]
A Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI)
planeja regionalizar sua atuação a fim de incrementar em
20% o número de lançamentos
para este ano. A maioria dos
empreendimentos da companhia lançados em 2010 —
92%— foram concentrados no
Estado de São Paulo. Segundo
o diretor-superintendente da
empresa, Francisco Sciarotta,
esse panorama vai mudar e
cerca de 25% dos negócios da
CCDI serão direcionados para
Rio de Janeiro, Paraná e Minas
Gerais em 2001.
“As regiões metropolitanas
do Rio de Janeiro, Curitiba e
Belo Horizonte estão na mira
dos nossos novos negócios, que
serão empreendimentos voltados para consumidores de média renda”, disse o executivo.
A HM Engenharia, divisão do
grupo que é dedicada à construção de imóveis voltados ao
público de baixa renda e que
respondeu por 44,6% do total
dos lançamentos em 2010,
também pode ter sua atuação
ampliada. “Por enquanto a HM
só atua em São Paulo, mas estudamos a possibilidade de construir imóveis em outras regiões
do país”, revelou.
A CCDI prevê R$ 1,65 bilhão
em lançamentos para este ano,
volume 20% maior do que o verificado em 2010, quando o
montante foi de R$ 1,39 bilhão.
O objetivo é incrementar as
margens da companhia e o pro-
HM Engenharia,
divisão dedicada
à construção
de imóveis para
o público de baixa
renda, também
tem planos de atuar
fora de São Paulo
grama federal Minha Casa, Minha Vida será o principal agente
para a alavancada dos negócios.
Cerca de 45% dos lançamentos
serão voltados para o segmento
de baixa renda.
A expectativa na CCDI é que,
até o final de fevereiro, o governo federal amplie de R$ 130 mil
para R$ 170 mil o valor dos financiamentos do Minha Casa,
Minha Vida. “Com valores
maiores de financiamento, nossos imóveis se enquadram melhor no programa e nosso crescimento poderá ser consolidado”, afirmou Sciarotta.
Outra aposta da empresa são
os apartamentos menores, voltados para solteiros ou recémcasados, em áreas bem localizadas nas capitais. “Este formato
tem sido bem sucedido. Recentemente lançamos o ‘In Berrini’, em uma área nobre de São
Paulo. Tudo foi vendido em um
mês”, relatou o executivo.
Sciarotta disse ainda que 2011
será “o ano das entregas” da
CCDI. Em 2010 foram terminadas 2.373 unidades em 13 empreendimentos, que geraram
R$ 628,8 milhões. O número
deve ser ainda maior neste ano.
“Nós já planejamos essas entregas e não deve haver atrasos e
problemas com falta de mãode-obra especializada. Temos
uma política de investir anualmente cerca de R$ 500 mil em
treinamento e desenvolvimento
de funcionários, o que garante
que nossos colaboradores estejam prontos para dar conta do
calendário”, ressaltou.
Resultados
LANÇAMENTOS
TREINAMENTO
R$
1,65 bi
é o montante estimado em
R$
500 mil
são investidos anualmente pela
lançamentos da CCDI para 2011.
O número é 20% superior
ao verificado em 2010, quando
o total foi de R$ 1,39 bilhão.
companhia para o treinamento de
funcionários, a fim de preservar
mão de obra especializada
e cumprir os cronogramas.
As vendas da CCDI alcançaram
R$ 1,179 bilhão em 2010, um
aumento de 75,3% em relação a
2009. Este aumento deve-se,
principalmente, ao avanço de
160% no número de lançamentos ao longo do ano passado que
somaram 26 empreendimentos,
com um total de 8.157 unidades, informa a empresa. ■
RESULTADO
Resultado da Brookfield cresce 60,2% e atinge
A incorporadora Brookfield
registrou vendas de R$ 980,5
milhões no quarto trimestre
de 2010 e fechou o ano
com um total de vendas
de R$ 3,6 bilhões, o que
representou um crescimento
de 60,2% em relação ao
registrado no ano de 2009.
“Com essas vendas, superamos
nossas expectativas do
início do ano e até mesmo
as projeções revisadas
em agosto que previam um
total de negócios inferior
a R$ 3,5 bilhões”, disse Nicholas
Reade, CEO da Brookfield.
Do total de imóveis
comercializados pela
incorporadora, o segmento
residencial representou 64%
dos negócios no ano, um total
de R$ 2,3 bilhões. O segmento
comercial, por sua vez, foi
responsável por 36% do total de
vendas no mesmo período, o que
correspondeu a R$ 1,3 bilhão.
A velocidade de vendas
contratadas (VSO) também
aumentou, passando de 38%
Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 29
João Laet
RESULTADOS
ENERGIA
MRV bate recorde de vendas no quarto
trimestre de 2010 e cresce 33% no ano
Eletronuclear prepara lista com 40 cidades
que podem receber usinas atômicas
A construtora e incorporadora MRV Engenharia informou que
apurou vendas contratadas de R$ 1,15 bilhão no último trimestre
de 2010, alta de 53% sobre igual intervalo de 2009. O resultado da
comercialização de imóveis de outubro a dezembro do ano passado
foi o maior para um trimestre na história da companhia.
Em 2010, as vendas da MRV cresceram 33%, para R$ 3,75 bilhões.
Até o fim do primeiro semestre, a Eletronuclear pretende
encaminhar ao governo federal uma lista com 40 locais,
nas regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, onde poderão
ser instaladas as novas usinas nucleares brasileiras, informou
o presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro, no Rio
de Janeiro, durante o 2º Seminário Nacional de Energia Nuclear.
Henrique Manreza
Vendas da
Rossi crescem
71% em 2010
Empreendimentos econômicos
responderam por 50% dos
lançamentos no ano passado
A incorporadora Rossi somou
vendas de R$ 4 bilhões em 2010,
montante 71% superior aos negócios fechados em 2009. Somente no último trimestre do
ano passado, a companhia concretizou vendas de R$ 1,2 bilhão, aumento de 40% sobre
igual período do ano anterior.
Do total da receita obtida no
ano, a Rossi contabilizou em seu
balanço R$ 3,1 bilhões, cabendo
o restante aos seus sócios nos
empreendimentos imobiliários.
A velocidade de vendas
(VSO) — relação entre comercialização e oferta — registrou
recorde da companhia e alcançou 28%. Os dados fazem parte
de uma prévia de resultados
operacionais divulgada pela
companhia. A Rossi, porém,
não se manifestou sobre as
perspectivas de vendas e lançamentos para 2011.
Volume de
lançamentos da
incorporadora
aumentou 74%
e chegou
a R$ 4,8 bilhões
Lançamentos
Em 2010, a companhia efetuou
um volume de lançamentos de
R$ 4,8 bilhões, total 74%
maior do que o registrado no
ano anterior. Somente entre
outubro e dezembro, a construtora contabilizou lançamentos de R$ 1,6 bilhão, alta
de 53% na comparação com o
mesmo intervalo de 2009.
Os empreendimentos voltados aos públicos de baixo e mé-
R$ 3,6 bi em 2010
em 2009 para 52% em 2010.
O volume de lançamentos
em 2010 atingiu R$ 3 bilhões,
um crescimento de 11,5%
comparado ao ano anterior,
com 11.349 unidades.
Deste total, a região CentroOeste foi responsável por 44,4%
dos lançamentos, São Paulo,
com 25,3%, ficou em segundo,
seguido pelo Rio de Janeiro,
com 20,8% e Paraná com
7,6%, os demais estados
responderam por apenas
1,8% dos negócios. M.L.
dio poder aquisitivo responderam por 50% do total de imóveis
lançados durante o último ano.
A Rossi, empresa com 31 anos
de mercado, está presente em
83 cidades de 16 estados do Brasil. ■ M.L.
30 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011
EMPRESAS
Divulgação
FUSÃO
INVESTIMENTO
Agência reguladora dos Estados Unidos
aprova compra da NBC por Comcast
Grupo português Prébuild investe
R$ 310 milhões no Brasil
A Comissão Federal de Comunicações dos EUA aprovou a compra de
uma participação majoritária na NBC Universal pela Comcast. A FCC
determinou que a Comcast deve garantir acesso à programação para suas
concorrentes e que estará sujeita a processos de arbitragem em caso de
disputas. A Comcast precisa proteger o desenvolvimento da distribuição
online de vídeo e não pode discriminar a distribuição de programação.
A nova unidade pretende reforçar a estratégia de internacionalização do
grupo para a América do Sul. A fábrica, que vai produzir materiais para
pré-fabricados (principalmente madeira e alumínio), terá uma área de
650 mil metros quadrados e ficará localizada em Alagoas, prevendo-se
que, dentro de um ano estejam resolvidos todos os trâmites burocráticos
para a instalação da unidade, disse o presidente do grupo, João Leão.
Usiminas fecha contratos de
R$ 286 mi para grandes obras
Divisão de bens de capital da siderúrgica atenderá Gerdau, Petrobras e Vale, enquanto planeja ir ao Suape
Nivaldo Souza
[email protected]
A Usiminas Mecânica, divisão de
bens de capital e serviços da siderúrgica mineira, anunciou ontem a assinatura de cinco contratos de fornecimento de estruturas metálicas para grandes obras
em andamento no país. Entre os
clientes, Gerdau Açominas, Gestamp Wind Steel, Petrobras e
Vale. Os contratados somam
R$ 286 milhões em volume de
negócios. Mais do que uma boa
venda, as parcerias carimbam o
passaporte da empresa para os
projetos de infraestrutura ligados
ao setor de logística e petróleo —
além das construções para a Copa
de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
“É um pontapé inicial”, indica o
superintendente da Usiminas
Mecânica, Guilherme Muylaert.
As vendas foram fechadas no
final de 2010. “São bons contratos e representam um porte significativo dentro dos nossos
negócios. Eles nos dão mais estímulos para 2011”, diz.
O executivo avalia o fornecimento como um reforço à meta
da empresa de crescer no mesmo nível do PIB deste ano, cuja
elevação é estimada em 6%.
Parte do crescimento virá da divisão de vagões, na qual investe
R$ 50 milhões e que tem objetivo de vender 600 unidades em
2011. “Projetamos um crescimento anual na proporção do
PIB como o mínimo.”
O principal comprador do pacote anunciado pela Usiminas
Mecânica será, curiosamente,
outra siderúrgica. A Gerdau Açominas contratou estruturas metálicas da concorrente para o
edifício de 110 mil metros onde
instala dois novos laminadores.
A usina de Ouro Branco (MG)
recebe R$ 2,4 bilhões em investimento para produzir 1,9 milhão de toneladas de chapas
grossas e bobinas a quente.
A Vale também acertou a
compra de seis pontes ferroviárias de aço para a extensão da
Estrada de Ferro Carajás (PA).
“Somos o maior fabricante de
pontes ferroviárias do Brasil e a
Vale a maior compradora. Esse é
um capítulo que vamos levar
para frente”, indica Muylaert.
“
Murillo Constantino
O Brasil vai explodir
em crescimento
nas áreas nas quais
atuamos. Estamos
extremamente
otimistas para
os próximos anos
Guilherme Muylaert,
superintendente da
Usiminas Mecânica
Entra no pacote da Usiminas
Mecânica a vitória em licitação
da Petrobras para a construção
de parte da estrutura metálica
do Complexo Petroquímico do
Rio de Janeiro (Comperj). O lote
pode ser também o primeiro de
uma série para petrolífera, que
opera novos complexos petroquímicos do Porto do Suape
(PE). A Usiminas reportou que
fornecerá as estruturas da fábrica de fios de poliéster que a petrolífera constrói na região.
Centros de operações Suape
O conselho de administração da
Usiminas avalia a possível instalação de um centro de operações da Usiminas Mecânica no
complexo industrial do Suape.
“Estamos de olho no Suape. Estudamos ir para lá com um centro de operações”, diz Muylaert.
A empresa mantém um “contrato experimental” de fornecimento de blocos para estaleiro
na região e, por conta disso,
pode precisar de espaço para
movimentá-los. “Estamos com
o primeiro lote que, dando certo, vamos aumentar”, diz.
Por ora, a companhia fechou
o fornecimento de blanks (peças de aço cortadas sob medida)
para a base de 180 torres eólicas.
A encomenda é da Gestamp
Wind Steel Pernambuco, do
parque energético no Suape. O
fornecimento começa em fevereiro, com prazo final de entrega
para agosto. ■
A Usiminas Mecânica pode
instalar centro operacional
no Suape, diz Muylaert
CLIENTES
1.
2.
3.
A Gerdau contratou a Usiminas
Mecânica para o fornecimento de
estruturas metálicas da Açominas.
A Codeme, subsidiária da Usiminas,
fará o projeto básico do edifício,
incluindo cálculo estrutural,
jateamento e pintura, transporte e
montagem, colocação das telhas
e sistema de iluminação. O prédio
em Ouro Branco (MG) terá um
laminador de chapas grossas e outro
de bobinas a quente. A ampliação
está orçada em R$ 2,4 bilhões.
A Gestamp Wind Steel acertou
a compra de blanks (peças de aço
cortadas) para erguer 180 torres
eólicas no Complexo Industrial
de Suape. A Usiminas também vai
participar da obra da petroquímica
da Petrobras no Suape, uma
fábrica de fios de poliéster para
tecidos e polímero termoplástico
(PET). A estatal contratou o
fornecimento de bases metálicas
do Complexo Petroquímico
do Rio de Janeiro (Comperj).
A mineradora vai receber seis
pontes metálicas da Usiminas
mecânica para o projetos de
ampliação da Estrada de Ferro
Carajás. A Vale está construindo
um ramal ferroviário de 100 km
de extensão, ligando a nova mina
de Serra Sul ao porto Ponta da
Madeira (PA). A mina receberá
US$ 11,3 bilhões para produzir 90
milhões de toneladas de minério
de ferro por ano. A logística ficará
com US$ 7,8 bilhões do montante.
Gerdau contrata estruturas
metálicas para a Açominas
Petrobras puxa projetos
em Suape e no Comperj
Vale compra novas pontes
para ferrovia no Pará
Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 31
32 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011
JUSTIÇA
Recuperação
judicial acumula
dívida de R$ 10 bi
Empresas em dificuldades podem ser afetadas pelo ritmo mais
lento no crescimento da economia e novas súmulas da Justiça
Daniel Haidar, do Rio de Janeiro
[email protected]
Com perspectivas de crescimento econômico mais moderadas
do que o ano passado, 2011 pode
ter a injeção de R$ 10,3 bilhões
na economia se empresas em recuperação judicial conseguirem
pagar suas dívidas, segundo levantamento realizado pelo advogado Sergio Emerenciano.
Essa é a soma do passivo negociado por 25 empresas em
planos de recuperação, embora
duas delas (frigorífico Independência e Arantes Alimentos) tenham iniciado recentemente a renegociação de seus
planos de recuperação com
credores. Na pior das hipóteses, essas empresas em recuperação podem ter a falência
decretada pela Justiça para remunerar os credores com a
alienação de ativos.
Desde que começou a valer,
em junho de 2005, a nova lei de
falências, que criou o instituto da
recuperação judicial, beneficiou
pelo menos 439 empresas. Enquanto antes a decadência empresarial terminava em falência
ou concordata (extinta com a
nova legislação), a recuperação
permite uma pausa no pagamento de dívidas para renegociar prazos e juros enquanto um
plano não for aprovado em assembleia de credores. É uma forma de preservar empregos e atividade econômica enquanto a
companhia se recupera.
Tribunal de Justiça
de São Paulo deve
aprovar em fevereiro
novas regras para
recuperação judicial
Mas se 2010 deve consolidar
crescimento econômico superior
a 7% - e isso facilitou a recuperação de empresas em dificuldades
-, as projeções para 2011 giram
em torno de 4,5%, de acordo
com projeção do Banco Central.
A saúde financeira de empresas
em dificuldades responde, por
melhor que seja a administração,
à demanda do mercado.
Além do desempenho da
economia, da taxa de juros e do
câmbio serem fundamentais
para essas firmas em recuperação, a Justiça deve começar a
especificar novas regras para a
recuperação judicial, o que
pode alterar o cenário. De acordo com o desembargador Boris
Kauffman, integrante da Câmara Reservada à Falência e
Recuperação do Tribunal de
Justiça de São Paulo, 25 teses
devem ser submetidas ao Órgão
Especial para aprovação de súmulas a partir de fevereiro.
“O objetivo é orientar, tanto
os juízes de primeiro grau como
os advogados, a respeito do entendimento da Câmara”, observa Kauffmann.
O desembargador não comenta os temas que devem ser
tratados nas súmulas, mas o
advogado Sergio Emerenciano
avalia que alguns entendimentos firmados em decisões recentes do Tribunal de Justiça de
São Paulo devem se tornar definitivos com as súmulas.
“O Tribunal de Justiça de São
Paulo está entendendo que não
Sergio Emerenciano, do Emerenciano, Baggio e
Associados: expectativa para súmulas do TJ-SP
pode haver recuperação judicial
de produtores rurais que não
têm inscrição na Junta Comercial”, afirma Emerenciano.
Apesar das perspectivas mais
moderadas para o desempenho
econômico neste ano, especialistas divergem sobre os reflexos
para os pedidos de falências e
recuperações judiciais.
O economista Keyler Carvalho Rocha, presidente do Instituto Nacional de Recuperação
Empresarial (INRE), diz que
deve diminuir o número de empresas em recuperação judicial.
“Depende também das medidas que o governo adotar. Au-
mento da taxa de juros para a
recuperação é péssimo”, exemplifica Rocha, que também é
presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças.
Já o advogado Sergio Emerenciano, especialista em recuperação judicial, argumenta que
os pedidos devem aumentar.
“Tem efeito cascata. Há transportadoras que trabalham só em
determinado segmento. Com
aumento de juros e flexibilização do câmbio, mais alavancagem acumulada de 2009 de algumas empresas, deve ter um
aumento de recuperações”,
projeta Emerenciano. ■
Os desafios da presidente da República
LUIZ FLÁVIO
BORGES D’URSO
Advogado criminalista,
mestre e doutor pela USP,
é presidente da OAB-SP
Mais do que demonstrar que “de fato está no
comando”, a presidente Dilma Rousseff tem
pela frente o desafio de concluir as grandes
reformas que o país necessita. No presente
imediato, o Brasil precisa construir as bases
que ditarão o tamanho do futuro. O cenário
atual é de desenvolvimento econômico e
otimismo, ou seja, temos as condições ideais
para buscar a solução de problemas estruturais históricos, que sempre vimos adiando.
Uma das reformas sempre proteladas é a
da educação, sendo que já há falta mão de
obra especializada no Brasil, uma economia
em franca expansão. Atualmente, temos um
sistema educacional de baixo desempenho e
que precisa em curto espaço atingir a excelência. Essa revolução na educação é inadiável e envolve amplos e continuados investimentos, com a definição de metas, aprimoramento dos docentes e orientação dos alu-
nos, que precisam ter sua criatividade e habilidade incentivadas, para que o desempenho efetivamente melhore.
A reforma política também precisa estar
entre as prioridades da presidente e deve envolver alguns pontos fundamentais, como a
redução do número de siglas partidárias para
que tenhamos partidos fortes e representativos e a retomada da discussão sobre a fidelidade partidária, devendo o parlamentar
Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 33
NEGOCIAÇÃO DE DÍVIDAS
Crescimento mais
moderado pode influenciar
negativamente a recuperação de
empresas no ano. Caso consigam
pagar dívidas, empresas podem
injetar R$ 10 bilhões na economia.
Desde que passou a valer,
nova Lei das Falências
beneficiou mais de 400 empresas.
Sua principal vantagem é
preservar empregos, enquanto
empresas negociam dívidas.
Uma nova rodada
de aumento nas taxas
de juros, por exemplo, pode
levar um número maior de
empresas a se endividar,
estimam advogados especialistas.
Murillo Constantino
DANDO A VOLTA POR CIMA
Empresas que começam 2011 em
processo de recuperação judicial
DÍVIDA
FRIGORIFICO INDEPENDÊNCIA
R$ 3,5 bilhões
ARANTES ALIMENTOS
R$ 1 bilhão
INFINITY BIO-ENERGY USINAS
R$ 1 bilhão
SEMENTES SELECTA
R$ 1 bilhão
FRIGOL FRIGORÍFICO
R$ 550 milhões
FRIGORÍFICO QUATRO MARCOS
R$ 450 milhões
LOJAS CASA & VÍDEO
R$ 400 milhões
GRUPO GUIMARÃES
R$ 300 milhões
IFC – ALIMENTOS
R$ 280 milhões
DESTILARIA LIBRA
R$ 200 milhões
JURÍDICAS
1
Ordem e Cruz vermelha
A OAB SP e a Cruz Vermelha
Brasileira firmaram convênio que
permitirá que as 223 Subsecções da
Ordem no Estado recebam doações
para as vítimas das enchentes do
Sudeste do Brasil, especialmente da
região serrana do Rio de Janeiro.
As pessoas interessadas em ajudar
podem doar água, alimentos não
perecíveis, produtos de higiene,
fraldas e material de limpeza.
Os donativos podem ser entregues
nas subsecções e na sede da
seccional de segunda a sexta-feira,
em horário comercial.
Fontes: Emerenciano, Baggio e Associados
2
Solidariedade
“Com o convênio, a
Cruz Vermelha amplia
substancialmente os pontos
de entrega de donativos em
todo o Estado. As subsecções
do Estado formam uma
verdadeira rede organizada
que permitirá contribuir
efetivamente para enfrentar
as necessidades mais
urgentes das áreas alagadas,
especialmente da Serra
fluminense, alvo da maior
tragédia climática do país,
graças à solidariedade do povo
de São Paulo, que não faltará”,
salienta o presidente da OAB
SP, Luiz Flávio Borges D´Urso.
2010 TEVE O MAIOR NÚMERO DE RECUPERAÇÕES CONCEDIDAS
3
Pedidos de falência caíram progressivamente
REC. JUDICIAL REQUERIDAS
2005
REC. JUDICIAL DEFERIDAS
2005
110
2006
252
2006
2007
269
2007
2008
312
2008
670
2009
2010
Arrecadação
475
160 Experian
320
Fonte:0Serasa
S asa
xpe 480
an 640 800
53
156
195
222
492
361
permanecer no partido no qual se elegeu durante o mandato, sendo a mudança permitida apenas no pleito seguinte, evitando-se
qualquer forma de cooptação. Também a
discussão deverá abranger o voto distrital,
que trará o candidato para perto dos interesses da comunidade e do eleitor.
Ainda entre as reformas necessárias para
o país está a modernização do Estado brasileiro, que vai além dos processos de privatizações e concessões em setores determinados. O sistema tributário brasileiro precisa
ser urgentemente revisto para desafogar setores de nossa economia que se encontram
2005
2006 6
2006
2007 18
2007
48
151
2009
215
2010
160 320 480 640 800
FALÊNCIAS REQUERIDAS
2005 1
2008
2009
2010
REC. JUDICIAL CONCEDIDAS
0
160 320 480 640 800
4.666
4.192
2.721
2005
2006
2007
2008
2.243
2008
2009
2.371
2009
1.939
2010
0
2010
1000 2000 3000 4000 5000
sem rumo e para ampliar a competitividade
nos mercados interno e externo. O modelo
tributário brasileiro é, em muitos casos, reflexo direto de ajustes precários impostos
por sucessivas administrações que encontram no bolso do contribuinte a forma mais
rápida de obter recursos para tapar buracos
provocados por má gestão e ineficiência.
A reforma tributária é também um desafio urgente, principalmente se levarmos em
conta a preocupação de alguns empresários
que estão freando o próprio crescimento e
prosperidade dos negócios para não perderem o enquadramento de suas empresas no
Para o presidente da Cruz
Vermelha Brasileira, Walmir
Moreira Serra, a parceria com
1.557
a OAB SP é importante porque
a história da instituição foi
1.977
construída a partir da somatória
1.479
de diferentes braços para
vencer situações críticas como
969
guerras e desastres, como este
908
que assolou a região serrana
do Estado do Rio de Janeiro,
732
que vem se confirmando como
1250 2500 3750 500 um dos graves no quadro mundial.
FALÊNCIAS DECRETADAS
Uma revolução
educacional
é inevitável e
envolve amplos
e continuados
investimentos
0
modelo tributário conhecido como Simples
que, além de oferecer vantagens econômicas — com menor carga tributária — é mais
prático de ser operado, como menor burocracia e número de procedimentos. Esse
paradoxo é inusitado e pode comprometer o
crescimento brasileiro.
Diante de tantos desafios, a nova presidente e o Congresso Nacional devem demonstrar
destemor, capacidade de trabalho, empenho
em dialogar e comprometimento com o interesse público para estruturar o Brasil para ser
efetivamente uma das principais economias
do mundo no futuro próximo. ■
34 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011
FINANÇAS
Medida para conter dólar
deve dar prejuízos ao BC
O uso do swap cambial reverso, que significa comprar moeda americana no mercado
futuro, pode gerar perdas, pois o banco poderá ter de pagar mais do que vai receber
Priscila Dadona
[email protected]
O uso do swap cambial reverso,
o mais recente remédio utilizado pela equipe econômica para
conter a desvalorização excessiva do dólar, pode ter um efeito
colateral amargo: prejuízo.
Além disso, a operação pode
não alcançar seu objetivo principal, que é conter a escalada da
moeda brasileira, fator que gera
perda de competitividade às
empresas brasileiras, já que as
importações ficam mais baratas
e as exportações mais caras.
Para especialistas é praticamente impossível reverter a
tendência de queda do dólar,
porque o país tem juro extremamente alto para os padrões internacionais. No máximo, o que
pode ocorrer é uma estabilização das cotações ou uma leve
alta. No leilão realizado no último dia 14, o Banco Central
(BC) comprou os swaps acima
de R$ 1,69 (R$ 1,86, R$ 1,69 e
R$ 1,87, que vencem em abril,
julho e janeiro de 2012). Não dá
para imaginar que as cotações
subirão até o primeiro vencimento. “Não atinge o objetivo e
tem ônus para o erário”, enfatiza Sidnei Nehme, diretor de
câmbio da NGO Corretora.
Na prática, a operação significa a compra de dólares no
mercado futuro. Os bancos que
aceitaram vender a moeda ficam com os juros e o BC, com a
variação cambial. Como no
Brasil, historicamente, a taxa
de juro é atípica e sempre maior
do que a variação cambial, o BC
poderá ter de pagar mais do que
vai receber. “A tendência é perder sempre. Os juros são muito
altos e desequilibrados e o dólar
não segue esta trajetória”, analisa Nehme.
“Numa operação de swap
cambial reverso tem uma ponta ativa e outra passiva, com
o BC ficando com o ativo em
dólar e o passivo em CDI, o que
pressupõe uma perda e um
ganho”, complementa Jorge
Knauer, diretor de Tesouraria
do Banco Prosper.
Outra hipótese levantada por
Nehme é se os bancos promoverem um movimento especulati-
BC vendeu no último
leilão desse tipo
20 mil contratos em
um total aproximado
de US$ 1 bilhão
vo para ganhar tanto nos juros
quanto na variação cambial.
Nesse caso, como o volume é
pequeno, não tem peso indutor,
mas caso adote novos leilões
dessa natureza, o prejuízo pode
ser maior. “Se avançar com a
crença de que vai conter a queda
do real, [o BC] pode perder.”
No leilão realizado na sextafeira, a autoridade monetária
vendeu apenas 20 mil lotes de
swaps em um total de quase US$ 1
bilhão. O último leilão desse
tipo havia ocorrido no dia 5 de
maio de 2009, quando o BC
vendeu todo o lote de 67,6 mil
contratos ofertados. Em julho
de 2010, a autoridade monetária
chegou a sondar o mercado para
verificar a demanda, mas não
concretizou a oferta.
Divulgação
Carlos Thadeu
Freitas
Ex-diretor do BC
“O uso desse mecanismo pode
ser um sinal de que o aperto
monetário deverá ser mais
forte agora e depois vai parar”
Evandro Monteiro
Sidnei Nehme
Diretor da
NGO Corretora
Sinal
Segundo Carlos Thadeu de Freitas Gomes, executivo-chefe da
Confederação Nacional do Comércio, o uso desse mecanismo
pode ser um sinal de que o aperto monetário não deverá ser tão
rígido. “Talvez, [o BC] esteja
querendo dizer que haverá um
aumento mais forte agora e depois vai parar.”
Para o ex-diretor do BC, o
momento não é adequado para
realizar compras de moeda no
mercado futuro. “O swap ainda
não serve nas atuais circunstâncias. Se os juros vão subir, a tendência do dólar é cair”, projeta.
Felipe Pellegrini, gerente de
operações do Banco Confidence, diz que a iminente alta nos
juros pode atrapalhar os planos
do governo. “Pode ser por isso
que as medidas foram antecipadas”, afirma.
“A tendência é perder sempre.
Os juros são muito altos
e desequilibrados e o dólar
não segue esta trajetória”
COMO FUNCIONA
Outros exemplos
Embora o ministro da Fazenda,
Guido Mantega, tenha dito que
não haverá perda, a opinião do
mercado é contrária. Nehme,
por exemplo, lembra que, em
2007 o BC “foi salvo” pela crise.
“Foi uma coisa inesperada e inverteu as expectativas, criando
especulação para cima. O prejuízo quem tomou foram as empresas.” Foi nesta época que
companhias como Sadia e Votorantim tiveram perdas com
derivativos de câmbio. ■
✽
Swap cambial reverso
É a compra de dólares no
mercado futuro. No leilão,
os bancos que adquirem os
contratos recebem a variação
dos juros e o BC, que vende os
papéis, ganha a variação cambial
do período de validade dos
contratos. São reversos porque
o comum é o BC receber juros
e pagar a variação do câmbio.
LEILÕES REALIZADOS
Em 30 meses, a maior operação
ocorreu em 2009, de US$ 3,4 bi;
dólar teve leve alta após
anúncio de swap
na semana passada
US$ 988 milhões
foi o volume levantado pelo BC
em leilão de swap reverso realizado
na semana passada. Foram comprados
20 mil contratos
Fontes: Banco Central e Brasil Econômico
Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 35
Simon Dawson/Bloomberg
AGENDA DO DIA
Citigroup reverte prejuízo no 4º trimestre
● Às 8h, a FGV divulga a segunda
prévia do IGP-M de janeiro.
● Às 12h30, o Banco Central
divulga o fluxo cambial semanal.
● O Tesouro divulga dívida
pública federal de dezembro.
● O Banco Central anuncia
a nova taxa básica de juros.
O Citigroup reportou ontem lucro líquido de US$ 1,309 bilhão no quarto
trimestre de 2010, revertendo o prejuízo de US$ 7,579 bilhões apurado
no mesmo período de 2009. Com esse resultado, o banco americano
encerrou o ano com um lucro líquido de US$ 10,6 bilhões, ante perda
de US$ 1,6 bilhão verificada em 2009. Por ação, o lucro foi de US$ 0,04
no quarto trimestre e de US$ 0,35 no ano. O banco provisionou cerca
de US$ 2,3 bilhões para créditos de liquidação duvidosa.
Murillo Constantino
Atuação é
decisiva para
evitar quedas
Bancos podem usar operação
no mercado futuro para ganhar
com juros e variação cambial
Especialistas admitem
que dólar poderia estar mais
baixo, caso governo não agisse
Há consenso no mercado de que
as medidas adotadas pelo governo, até agora, para impedir a
enxurrada de dólares no país e
conter a valorização do real, são
pontuais e, muitas vezes, paliativas. No entanto, muitos admitem que, sem elas, talvez o dólar
estaria em um patamar muito
mais baixo do que o atual. Segundo cotação de ontem, a
moeda vale R$ 1,678.
Além do leilão de 20 mil contratos de swap cambial reverso,
realizado no último dia 14, o
Banco Central (BC) adotou recentemente depósito compulsório de 60% de posições vendidas que os bancos mantêm em
dólares, sempre que superam os
US$ 3 bilhões ou o valor patrimonial de referência da instituição. A medida deve ter efeito
somente em abril, quando entra
em vigor. Desde o ano passado,
a autoridade monetária faz
compras diárias de dólar no
mercado à vista. Em 2010, chegou a adquirir US$ 41 bilhões.
Também no ano passado, elevou
o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para 6% sobre a
entrada de recursos estrangeiros nas aplicações de renda fixa.
“As medidas para conter a
valorização do real ajudaram,
sim. Mas de certa forma algumas têm efeitos pontuais e outras só irão apresentar resultados em um prazo mais longo,
SWAP CAMBIAL REVERSO
MOEDA AMERICANA
DATA DO LEILÃO COTAS
VALOR
OFERTADAS, EM MIL NEGOCIADAS EM US$ BILHÕES
FECHAMENTO EM R$/US$
28/JUL/2008
40,2
89,80%
26/AGO/2008
27,6
79,50%
29/SET/2008
42,4
25,94%
5/MAI/2009
67,6
100%
14/JAN/2011
20,0
100%
1,69
1,707
7
1,678
1,688
*Leilões nos últimos 30 meses
1,043
0
1,677
0,527
0
LEILÃO REVERSO
1,666
3,4122
0,988
9
0,000000 0,633333 1,266667 1,900000 2,533333 3,166667 3,800000
1,655
1,644
14/JAN = 1,685
1,651
3/JAN
7/JAN
13/JAN
18/JAN
como é o caso dos compulsórios”, admite Felipe Pellegrini,
gerente do Banco Confidence.
Jorge Knauer, diretor de Tesouraria do Banco Prosper,
acrescenta que todas as ações
juntas contribuíram para a menor valorização do real. No entanto, sozinhas, não teriam o
efeito desejado. “O mercado é
ágil e sofisticado e sempre encontra uma brecha para baratear as operações. Talvez por
isso seja importante atuar em
várias frentes”, sugere.
Segundo Alfredo Barbutti,
economista do BGC Liquidez,
com o compulsório, o BC tirou
uma fotografia do mercado e,
com o swap, colocou uma camisa de força. “Pode ser eficaz.
Não vai fazer leilão todo dia,
mas coloca uma espada na cabeça do mercado”. “O BC não
tem muitas alternativas e tem
que tentar todas”, pontua Carlos Thadeu de Freitas, da Confederação Nacional do Comércio.
Contraponto
Sem opinar sobre os efeitos do
swap cambial, Tatiana Pinheiro,
economista do Santander, acredita que nenhuma das duas medidas (compulsório e IOF) foram
eficazes para conter a alta do
real. Para ela, a cotação do dólar
foge de qualquer ação do governo, já que o preço das commodities é maior determinante para o
câmbio. “É mais importante do
que qualquer medida”. Segundo
Tatiana, as investidas só evitam
distorções. ■ P. D.
36 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011
INVESTIMENTOS
RENDA FIXA
Mariana Segala
[email protected]
Fundo imobiliário busca ativo financeiro
Os fundos imobiliários — que, em 2010, entraram de vez no gosto do investidor brasileiro —
prometem passar por uma fase de mudança
neste ano. Em especial, no que diz respeito à estratégia de investimento. No ano passado, dos
R$ 2,8 bilhões efetivamente vendidos em cotas
nas ofertas, 53% foram captados por fundos
que se propunham a comprar espaços corporativos para alugar. Agora, dos R$ 9,5 bilhões previstos nas ofertas já em andamento ou em análise na Comissão de Valores Mobiliários (CVM),
apenas 11% buscam esse segmento. A maior fatia dos recursos, de 38%, deve ser destinada a
ativos financeiros lastreados no setor imobiliário, segundo levantamento do consultor Marcelo D’Agosto, especializado em fundos de investimentos. Entram nessa categoria papéis
como Certificados de Recebíveis Imobiliários
(CRI), Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e até
ações de companhias de construtoras. Mais de
15 mil pessoas físicas participaram das ofertas
de 2010, comprando 77% das cotas disponíveis.
Liberados para adquirir ativos do tipo desde
2008, só depois que foram isentados da cobrança de Imposto de Renda em títulos de renda fixa
imobiliária — em 2009 — que os fundos começaram a comprar CRIs e outros papéis. O benefício, já concedido aos investidores pessoa física
que investissem diretamente nos papéis, marcou o setor. “Os CRIs são um produto testado e
aprovado pelos investidores individuais, mas
têm preço de emissão de R$ 300 mil”, explica o
diretor da RB Capital, Marcelo Michaluá, sobre
os papéis lastreados em fluxos de prestações e
aluguéis. “Mas em um fundo, com cotas que
podem custar R$ 10 mil, os certificados atingem uma nova classe de investidores.”
Popularidade
Não que se possa chamar os fundos imobiliários de ativos financeiros de “populares”. Pelo
estudo de D’Agosto, as carteiras desse tipo foram as que tiveram maior aporte médio por
A ESTRATÉGIA DOS FUNDOS IMOBILIÁRIOS
Alocação prevista das carteiras em captação
ou em análise na CVM
21%
INCORPORAÇÃO
17%
NÃO DEFINIDA
11%
LAJES CORPORATIVAS
6%
BUILT-TO-SUIT
4%
GALPÕES
2%
COMERCIAL
1%
COTAS DE FUNDOS
0
Marcelo D’Agosto, consultor
especializado em fundos
(EM PONTOS)
71.000
70.850
70.700
Máxima
71.093,97
Mínima
70.612,23
Fechamento 70.919,75
70.400
Fonte: BM&FBovespa
15h
1,00
1,00
1,00
1,10
1,50
2,00
3,00
3,50
4,00
4,00
Fundo
Data
BB REF DI LP ESTILO FIC FI
BB REF DI ESTILO FICFI
ITAU PERS MAXIME REF DI FICFI
BB REFERENCIADO DI 5 MIL FIC FI
BB NC REF DI LP PRINCIPAL FIC FI
BB REFERENCIADO DI 200 FIC FI
HSBC FIC REF DI LP POUPMAIS
ITAU PREMIO REF DI FICFI
BRADESCO FIC DE FI REF DI HIPER
SANTANDER FIC FI CLAS REF DI
17/JAN
18/JAN
18/JAN
18/JAN
17/JAN
18/JAN
18/JAN
18/JAN
18/JAN
18/JAN
Rent. (%)
12 meses No ano
50.000
80.000
30.000
5.000
5.000
200
50
100
300
9,44
9,04
9,01
7,39
7,13
6,78
6,59
5,73
5,27
4,94
0,42
0,44
0,45
0,37
0,33
0,35
0,35
0,31
0,28
0,26
Taxa
Aplic. mín.
adm. (%) (R$)
0,70
1,00
1,00
2,50
2,47
3,00
3,00
4,00
4,50
5,00
Fundo
Data
BB ACOES VALE DO RIO DOCE FI
CAIXA FMP FGTS VALE I
BRADESCO FIC DE FIA
BRADESCO FIC DE FIA MAXI
BRADESCO FIC DE FIA IV
UNIBANCO BLUE FI ACOES
SANTANDER FIC FI ONIX ACOES
ITAU ACOES FI
ALFA FIC DE FI EM ACOES
BB ACOES PETROBRAS FIA
17/JAN
17/JAN
17/JAN
17/JAN
17/JAN
17/JAN
17/JAN
17/JAN
17/JAN
17/JAN
Rent. (%)
12 meses No ano
10.000
ND
80.000
5.000
100
200
30
1.000
100
100
13,67
12,97
(0,69)
(0,86)
(0,91)
(3,26)
(4,18)
(4,19)
(7,44)
(22,39)
9,31
9,20
1,93
1,94
1,94
1,36
1,40
1,45
1,71
(0,09)
Taxa
Aplic. mín.
adm. (%) (R$)
2,00
1,90
4,00
4,00
ND
5,00
2,50
4,00
8,50
2,00
Fundo
Data
SANT FI CAP PROT VGOGH 4 BR MULT
ITAU EQUITY HEDGE MULTIM FI
CAPITAL PERF FIX IB MULT FIC
BB MULTIM TRADE LP ESTILO FICFI
ITAU PERS K2 MULTIM FICFI
ITAU PERS MULTIE MULT FICFI
ITAU PERS MULT MODERADO FICFI
ITAU PERS MULT ARROJADO FICFI
SANTANDER FIC FI ESTRAT MULTIM
ITAU PERS MULT AGRESSIVO FICFI
17/JAN
17/JAN
17/JAN
17/JAN
17/JAN
17/JAN
17/JAN
17/JAN
17/JAN
17/JAN
Rent. (%)
12 meses No ano
200
200
100
1.000
200
14,92
11,09
9,41
9,33
9,19
9,03
6,66
6,22
5,79
5,23
2,15
0,26
0,40
0,43
0,47
0,43
0,78
0,98
0,41
1,38
Taxa
Aplic. mín.
adm. (%) (R$)
2,30
2,00
1,50
1,50
1,50
1,25
2,00
2,00
2,00
2,00
IBRX-100
SMALL CAP - SMLL
MIDLARGE CAP - MLCX
22.780
1.434
1.004
22.710
1.431
1.001
22.640
1.428
998
22.570
1.425
995
1.422
22.500
14h
0,40
0,40
0,46
0,40
0,37
0,40
0,35
0,32
0,27
0,31
5.000
5.000
20.000
50.000
5.000
5.000
5.000
10.000
5.000
*Taxa de performance. Ranking por número de cotistas.
Fonte: Anbima. Elaboração: Brasil Econômico
IBOVESPA
13h
9,28
9,28
9,24
8,81
8,24
8,06
6,88
6,39
5,85
5,84
MULTIMERCADOS
“O fato de grandes bancos
começarem a oferecer
fundos imobiliários
tende a pulverizá-los”
12h
17/JAN
17/JAN
18/JAN
17/JAN
17/JAN
18/JAN
18/JAN
18/JAN
17/JAN
18/JAN
Taxa
Aplic. mín.
adm. (%) (R$)
AÇÕES
investidor entre as ofertas do ano passado. Foram R$ 516 mil por pessoa física, contra R$ 139
mil por investidor na média dos fundos imobiliários. Já as carteiras destinadas a investir em
imóveis comerciais (como lojas de shopping
center) foram os mais acessíveis, com aporte
médio de R$ 59 mil por investidor de varejo.
A pulverização das carteiras focadas em ativos financeiros e dos fundos imobiliários em
geral ainda depende da chegada de certo tipo
de instituição financeira ao segmento. “O fato
de grandes bancos começarem a oferecer fundos imobiliários até na rede de agências tende a
pulverizá-los”, avalia D’Agosto. A isenção de
impostos e a rentabilidade são atrativos adicionais. Segundo estudo da consultoria Fundo
Imobiliário, a rentabilidade média dos 25 principais fundos negociados na BM&FBovespa
atingiu 26,87% em 2010, considerando a distribuição de rendas e a valorização das cotas. ■
A FRASE
11h
BB RENDA FIXA LP 50 MIL FICFI
BB RENDA FIXA LP ESTILO FICFI
ITAU PERS MAXIME RF FICFI
CAIXA FIC EXEC RF LONGO PRAZO
CAIXA FIC IDEAL RF LONGO PRAZO
BB RENDA FIXA 5 MIL FIC FI
BB RENDA FIXA 200 FIC FI
BB RENDA FIXA 50 FIC FI
BB RENDA FIXA LP 100 FICFI
ITAU PREMIO RENDA FIXA FICFI
Rent. (%)
12 meses No ano
5 10 15 20 25 30 35 40
Fonte: Marcelo D'Agosto
Heloisa Ballarini
70.550
Data
DI
38%
ATIVOS FINANCEIROS
Fundo
16h
17h
18h
11h
18h
992
11h
18h
11h
18h
Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 37
BOLSA
JURO
Giro financeiro
Contrato futuro
R$ 6 bilhões
11,06%
foi o volume financeiro registrado ontem no segmento acionário
da BM&FBovespa. O principal índice encerrou a sessão com
variação positiva de 0,44%, aos 70.919 pontos.
foi a taxa de fechamento do contrato futuro de DI com vencimento
em fevereiro de 2011, o de maior liquidez ontem. O giro neste contrato
foi de R$ 37,9 bilhões, em 381.230 negócios.
HOME BROKER
NA REDE
BM&FBovespa, fechamento em R$
16,00
,9999996
15,14
3,5999997
14,29
3,1999997
13,43
2,7999998
12,60
12,57
,3999998
“Chuvas castigam Brasil e Austrália.
Coincidentemente, os maiores
exportadores de minério do mundo.
Resultado: preço spot batendo recorde!”
12,10
@chrinvestor, consultor financeiro Christian Cayre
11,71
,9999999
10,86
,5999999
10,60
10,00
000000
30/JUL
1/SET
1/OUT
1/NOV
1/DEZ
03.jan 18/JAN
“LREN3. Suporte forte sendo testado.
Tendência mais longa de baixa. Hoje
(ontem) tivemos entrada de volume”
@leandrostormer, investidor e analista gráfico
comenta movimento nas ações das Lojas Renner
Fontes: Vinícius Vereza, Economatica, BM&FBovespa e Brasil Econômico
Objetivo
Suporte
Resistência
BVMF3
Grafista sugere ficar fora da ação da bolsa
Investidores, deem um tempo para as ações da BM&FBovespa
(BVMF3). O recado é do analista gráfico da Doji Star Four Gráficos
Vinícius Vereza. “Sugiro ficar fora do papel por enquanto. A ação
rompeu uma formação de queda na quinta-feira passada e agora
projeta um objetivo na faixa de R$ 10,60”, explica o grafista. Se
cumprir a projeção, diante da cotação de fechamento de ontem,
a R$ 12,22, o papel tem potencial para recuar mais de 13%. Isso
em um momento em que o Ibovespa, principal índice de ações do
mercado brasileiro, desponta para cima com alguma força — o índice
já sobe 2,33% desde o começo do mês, enquanto BVMF3 perde perto
de 7% no mesmo período. As ações da BM&FBovespa vinham sendo
negociadas praticamente desde agosto dentro do intervalo entre
os R$ 12 e os R$ 13,50. “Ela até chegou a subir acima dos R$ 15 em
outubro, atingindo um topo, mas isso ajudou a montar a formação
de queda, confirmada com a perda dos R$ 12,60”, explica Vereza.
O patamar de R$ 12,60, aliás, está funcionando nesse momento
como uma espécie de divisor de águas. Somente se a ação
ultrapassá-lo, é possível voltar a acreditar no movimento de alta.
Mesmo assim, Vereza sugere atenção antes de uma compra.
“Uol perto de R$ 15 e Copel
perto de R$ 45. Fantástico.
Essas empresas merecem!”
@rcinvestimentos, consultor financeiro Raphael Cordeiro
“Os EUA têm oportunidade breve para
evitar crise no estilo europeu. Banco
Central, Congresso e Casa Branca
devem fazer escolhas difíceis agora”
@PIMCO, citando seu executivo Neel Kashkari
“O que é uma holding? É uma
empresa que possui como atividade
principal participação acionária
em uma ou mais empresas”
@ativa corretora
Embraer
Número de aeronaves
entregues no quarto trimestre
do ano passado agrada Spinelli
A Embraer anunciou a entrega
de 92 aeronaves no quarto
trimestre de 2010, ante 44
aeronaves no trimestre anterior
e 91 aviões entregues no quarto
trimestre de 2009. “Analisando
as entregas por segmento,
nota-se uma boa melhora do
modelo Embraer 190, além
de cinco Lineage 1000, o que
reforça um bom cenário para
receita da companhia”, destaca
Kelly Trentin, analista-chefe da
Spinelli Corretora, em relatório.
De acordo com a analista, o bom
desempenho de entregas no
trimestre vem acompanhado
de uma significativa melhora
nas perspectivas para o
mercado mundial de aviação,
em consequência do
aquecimento do transporte
aéreo internacional. “Uma
variável que pesa contra uma
recuperação mais forte dos
resultados da Embraer é a
manutenção do real valorizado.
No quarto trimestre do ano
passado, o dólar caiu 2% em
relação ao mesmo período do
ano anterior”, destacou Kelly.
OFERTAS
DERIVATIVOS
AÇÕES
Dona do Frango Assado e Viena retoma IPO
Bolsa lança novo contrato futuro de soja
A International Meal Company
(IMC), dona das redes Frango
Assado, Viena e Brunella,
retomou o processo de abertura
de capital na BM&FBovespa
(IPO, na sigla em inglês). Após
a interrupção da operação
em fevereiro do ano passado, em
virtude das condições adversas
do mercado, a companhia voltou a
entrar com pedido de distribuição
primária e secundária de ações
ordinárias (ON) na Comissão
de Valores Mobiliários (CVM).
A oferta da IMC, controlada pelo
fundo de private equity Advent,
será coordenada pelo BTG
Pactual, com o auxílio do
Credit Suisse e do Santander.
Três novos derivativos
referenciados em soja começam
a ser negociados na próxima
semana na BM&FBovespa. No
dia 27, estreia o contrato futuro
de soja com liquidação financeira,
que tem como objeto de
negociação a soja em grão
a granel tipo exportação
transferida e comercializada no
porto de Paranaguá, no Paraná.
O primeiro vencimento autorizado
é o de maio. Cada contrato
será cotado em dólares,
equivalendo a 450 sacas de
60 quilos líquidos ou 27 toneladas
métricas. A oscilação de preço
máxima diária será de 5%
para mais ou para menos.
Link Trade realiza
palestra gratuita
sobre home broker
De acordo com o prospecto
preliminar disponível na CVM, a
rede conta com 214 restaurantes
próprios, com mais de 8 mil
funcionários e uma receita líquida
de R$ 750 milhões em 2010.
Os recursos captados serão
usados para abertura de novas
lojas, reforma de unidades
existentes e redução do
endividamento de longo prazo
da IMC, segundo informações do
prospecto. A empresa terminou
dezembro com dívida líquida
de R$ 266,9 milhões. Com a IMC,
o número de ofertas de ações
em análise na CVM chega a 14,
das quais sete são de empresas
novatas que não estão na bolsa.
Já no dia 28 começam a ser
operados contratos de opções de
compra e de venda sobre futuro
de soja. As opções são do tipo
americano e podem ser exercidas
a qualquer momento. A unidade, o
código, os horários de negociação
e os vencimentos das opções são
os mesmos válidos para os futuros.
Os três novos contratos serão
liquidados com base no Indicador
de Preços da Soja Esalq
BM&FBovespa, que considera a
soja transferida e comercializada
exclusivamente em armazéns
ou silos no corredor de exportação
do Porto de Paranaguá,
localidade de referência de
preço para a soja brasileira.
O Link Trade, home broker da Link
Investimentos, promove amanhã,
em São Paulo, a palestra “Home
Broker Link Trade”. No evento,
os participantes vão aprender
como comprar e vender ações. Os
temas abordados vão desde tipos
de ordens, carteira virtual, box de
cotação, até papéis em destaque
e posição de custódia. A palestra
será realizada na sede da Link,
às 19h, na Rua Leopoldo Couto
de Magalhães Júnior, nº 758,
10º andar, Itaim Bibi. As inscrições
são gratuitas e devem ser feitas
pelo site www.linktrade.com.br.
38 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011
Thony Belizaire/AFP
MUNDO
Ex-ditador Baby Doc é preso no Haiti
A polícia haitiana deteve ontem o ex-ditador Jean-Claude Duvalier, o
“Baby Doc”, para que seja interrogado e possivelmente processado pelo
desvio de verbas durante seu governo (1971-86). Policiais escoltaram
Duvalier, de 59 anos, para tirá-lo do hotel de luxo onde se instalou desde seu
surpreendente regresso ao país, no domingo, após 25 anos de exílio na França.
O ex-ditador, apontado por grupos de direitos humanos como responsável
pela morte de opositores, foi levado para o Ministério Público haitiano.
Cristiano Sant’ Anna
“Como ex-jornalista, entendo o
interesse público em documentos
oficiais”, afirmou Al Gore
Em São Paulo, Al Gore defende
liberdade no uso da internet
Ex-vice-presidente dos EUA disse que caso do portal WikiLeaks “não é um problema da rede, mas dos governos”
Bárbara Ladeia
[email protected]
ELES ESTÃO NA REDE
Célebre pelo discurso ambientalista — que resultou no seu
premiado documentário “A
Verdade Inconveniente”, sobre
as mudanças climáticas — o
ex-vice-presidente dos EUA,
Al Gore, surpreendeu os brasileiros em sua participação na
Campus Party, evento sobre
mídias digitais na capital paulista. O Prêmio Nobel da Paz em
2007 foi além do discurso verde
e arrancou aplausos da platéia
defendendo a liberdade total e
irrestrita da internet.
Em referência ao países que
controlam o acesso e a navegação dos usuários na rede, Al
Gore afirmou que os jovens é que
são os responsáveis hoje pela defesa de uma internet livre.
● Al Gore afirma passar
pouco tempo na internet, mas
utiliza algumas redes sociais,
em especial o Facebook
e o Twitter. Diariamente,
visita de 30 a 40 páginas
de notícias de diversos países
para manter-se informado.
● Tim Berners-Lee, o criador
da www, informa que, apesar de
gastar o dia inteiro conectado
à internet, o melhor jeito de
contatá-lo é entrando em seu site
e enviando o bom e velho e-mail.
Segundo ele, há décadas
existem tentativas de “calar a
democracia transformando a
população em audiência e os
indivíduos em consumidores”.
A internet teria sido responsável por uma mudança significativa nesse cenário. “A internet
redespertou a democracia”,
aponta. “Não deixem a rede cair
no controle dos governos ou
grandes corporações”.
Nesse contexto, o tema WikiLeaks — o portal que divulga
documentos sigilosos do governo dos EUA — marcou presença
no debate. Gore afirma não saber dizer se há ou não um crime
no vazamento, mas destaca que
não é um problema da internet,
mas dos governos e suas leis.
Al Gore dividiu a cena com
Tim Berners-Lee, criador do
prefixo “www” (World Wide
Web), que também não apresentou uma opinião taxativa
para o assunto WikiLeaks. “Segredos militares vão sempre
continuar existindo”, afirmou.
“É bom esclarecer que ele não é
culpado pelo vazamento, mas
um meio”, conclui.
Berners-Lee ressaltou a discussão sobre a veracidade das
informações divulgadas na
rede. “A pergunta ‘no que eu
deveria acreditar’ tem sido uma
questão existencial da humanidade há eras”, aponta. “Pessoas
tem ideias malucas o tempo inteiro. Cabe ao leitor ter bom
senso e discernir no que ele
deve ou não acreditar.”
Meio ambiente
O ex-vice-presidente também
defendeu a utilização da internet como meio de divulgação
como meio de debate dos assuntos relacionado ao meio ambiente, como não poderia ser
diferente. “A internet deu poder
aqueles que se importam com o
assunto”, aponta. “A geração de
vocês tem a missão de usar as
ferramentas digitais para dar
uma virada nesse cenário.”
Além de ter feito questão de
se mostrar solidário às vítimas
das enchentes no sudeste brasileiro, Al Gore agradeceu a presença de Marina Silva, ex-candidata à Presidência, à quem
chamou de “minha amiga”.
Após o debate, Marina valorizou o discurso do amigo. “Acho
muito importante o que ele disse
sobre a troca de conhecimentos”, aponta. Sobre o início do
governo Dilma Rousseff, a excandidata afirma que ainda é
cedo para fazer avaliações. ■
Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011 Brasil Econômico 39
40 Brasil Econômico Quarta-feira, 19 de janeiro, 2011
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ÚLTIMA HORA
Diógenis Santos
Petrobras garante
oferta à Compagas
Ricardo Galuppo
[email protected]
Diretor de Redação
A estatal confirmou que irá ampliar em 1,1 milhão de
metros cúbicos por dia a oferta de gás natural para a
Companhia Paranaense de Gás, dobrando o fornecimento do insumo no estado. Conforme noticiou o
BRASIL ECONÔMICO anteontem, há cerca de três meses a
Compagas vinha pleiteando junto à Petrobras o aumento no fornecimento. Na ocasião Stenio Jacob, presidente da empresa, afirmou que esse impasse limitava sua expansão.
O novo contrato permitirá à companhia atender à demanda de duas grandes empresas de fertilizantes: a Vale
Fertilizantes, antiga Fosfértil, que deverá consumir 530
mil metros cúbicos de gás por dia, e a fábrica de ureia e
fertilizantes que o consórcio Conapar projeta para construir até 2013. Esta fábrica deverá consumir cerca de 600
mil metros cúbicos diários. Jacob declarou estar satisfeito com a decisão da estatal, já que deixará o cargo tendo
resolvida essa questão. A partir do dia primeiro de fevereiro, o deputado federal pelo Paraná, Luciano Pizzatto,
passará a presidir a companhia. ■ Priscila Machado
O fundo mais soberano
Vale lidera lista Azul amplia
Lucro da Apple
de exportação voos no interior cresce 78%
A Vale liderou o ranking de maiores
exportadoras brasileiras em 2010, com
vendas ao mercado externo totalizando US$ 24 bilhões, crescimento de
122,1% sobre o ano anterior, de acordo
com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A Petrobras, que em 2009 tinha
sido a primeira da lista, aparece em segundo lugar na compilação referente
ao ano passado, com vendas externas
de US$ 18,2 bilhões, alta de 47,8%.
Bunge Alimentos e Embraer ocupam as duas posições seguintes, com
exportações no ano de US$ 4,3 bilhões e de US$ 4,2 bilhões, respectivamente. Terceira e quarta colocadas,
ambas mantiveram as posições em
que apareciam em 2009. ■ Reuters
Azul dá início ao projeto de voos regionais. A empresa vai antecipar a
operação com a chegada de três turboélices ATR 72 200, com capacidade
para 70 passageiros. Os aviões serão
arrendados e devolvidos à fabricante
assim que começarem a chegar a encomenda de 40 ATR 72 600, no segundo semestre deste ano. As primeiras rotas serão Ribeirão Preto e
São José do Rio Preto, sendo que todas tem como destino final o aeroporto de Viracopos, em Campinas.
O fundador da empresa e presidente do Conselho de Administração, David Neeleman, disse que a ideia da
Azul é usar as aeronaves menores para
ligar pólos econômicos aos grandes
centros do país. ■ Ana Paula Machado
O lucro da Apple no primeiro trimestre do ano fiscal de 2011 cresceu 78%,
impulsionado pelas vendas de iPads,
iPhones e computadores no fim do
ano. O lucro líquido da empresa totalizou US$ 6 bilhões, contra US$ 3,38
bilhões um ano antes.
As vendas avançaram 71%, totalizando US$ 26,7 bilhões no trimestre.
Analistas previam um faturamento
de US$ 24,4 bilhões. No período, a
empresa vendeu 16,2 milhões de
iPhones, 4,13 milhões de computadores, 19,5 milhões de iPods e 7,33
milhões de iPads. O anúncio dos resultados ocorre logo após Steve Jobs,
CEO da Apple, ter anunciado seu
afastamento do comando da empresa
por motivos de saúde. ■ Bloomberg
Andre Penner
EMC lança mais de 40 produtos
A EMC, empresa americana de sistemas de armazenamento de dados,
anunciou ontem 41 novos produtos
com foco no mercado de pequenas
empresas, nicho em que a companhia ainda não atuava. Com os lançamentos, a companhia pretende
bater de frente no quesito preço com
concorrentes como Dell, Netapp,
IBM e HP que, segundo o presidente
da EMC no Brasil, Carlos Cunha, tinham preços menores. Os produtos
serão fabricados no Brasil a partir do
segundo trimestre ■ Carolina Pereira
Um apelido que o economista Edmar Bacha deu ao
Brasil nos anos 1980 expôs com perfeição as diferenças entre o lado rico e o lado pobre do país. Todo
mundo se lembra que Belíndia — o tal apelido — se
referia a um lugar em que índices de desenvolvimento belgas conviviam com uma miséria de profundidade indiana. O tempo passou e o Brasil, que
agora cresce a ponto de se firmar como potência
mundial, se vê mais uma vez merecedor da velha alcunha. De um lado, enfrenta desafios macroeconômicos de país rico. Do outro, vê os efeitos de catástrofes naturais agravados pelo uso irresponsável do
solo — exatamente como se vê nos lugares mais pobres do mundo. E, o que é pior, demonstra despreparo e falta de agilidade para enfrentar tragédias
previsíveis. Por que não buscar nos dilemas de país
rico a solução para os problemas de país pobre?
Alguns poderão dizer que a ideia é generosa, porém ingênua e inexequível. De qualquer modo, não
custa apresentá-la. Um dos problemas mais agudos
que o país tem enfrentado é o da entrada de moeda
estrangeira em volumes caudalosos — e a prova mais
evidente disso é o aumento exagerado das reservas
cambiais. Apenas neste ano, elas cresceram mais de
US$ 1,5 bilhão — uma evolução superior a US$ 118
milhões por dia útil. (Boa parte do aumento se deu
enquanto brasileiros morriam soterrados ou se viam
ilhados sobre os tetos de seus carros colhidos por enchentes no meio de uma metrópole.)
A ideia é destinar parte dos dólares
que entram a um fundo que pagaria
a reconstrução das áreas atingidas
O ingresso de recursos, como se sabe, causa problemas à medida que mantém o real valorizado e os
esforços do governo para puxar o dólar para cima têm
se mostrado ineficazes. Já que o país não consegue, no
curto prazo, conter a enchente de capital estrangeiro,
por que não se valer dela para levantar o dinheiro necessário para reconstruir as áreas atingidas? Os recursos (que poderiam corresponder a, digamos, 5%
de cada dólar que entrar no país) ficariam retidos por
dez anos e, depois, devolvidos com os juros dos títulos
do governo americano. Assim, seria possível reconstruir as áreas devastadas em ritmo de país desenvolvido. Cinco anos depois de destruída pelo furação Katrina, a cidade americana de Nova Orleans já realizou
muito do que precisava ser feito para se reerguer. Por
que não tentar o mesmo por aqui? ■
www.brasileconomico.com.br
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durante o evento Campus Party, em São Paulo. A ideia
da empresa é se tornar sócia de alguma iniciativa
embrionária que estiver relacionada com comércio
social ou comércio através de aparelho móvel.
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