CIDADE
E
NATUREZA
ART.225
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Do Meio Ambiente
Art. 225.
Todos têm direito ao meio
ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial
à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao poder
público e à coletividade o
dever de defendê-lo e
preservá-lo para as
presentes e futuras
gerações.
VALORES DA EDUCAÇÃO
AMBIENTAL.
VALORES DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL.
• A Educação Ambiental deve buscar valores que
conduzam a uma convivência harmoniosa com o
ambiente e as demais espécies que habitam o planeta,
auxiliando o aluno a analisar criticamente o princípio
antropocêntrico*, que tem levado à destruição
inconseqüente dos recursos naturais e de várias
espécies. É preciso considerar que:
• A natureza não é fonte inesgotável de recursos, suas
reservas são finitas e devem ser utilizadas de maneira
racional, evitando o desperdício e considerando a
reciclagem como processo vital;
• As demais espécies que existem no planeta merecem
nosso respeito. Além disso, a manutenção da
biodiversidade é fundamental para a nossa
sobrevivência;
• É necessário planejar o uso e ocupação do solo nas
áreas urbanas e rurais, considerando que é necessário
ter condições dignas de moradia, trabalho, transporte
e lazer, áreas destinadas à produção de alimentos e
proteção dos recursos naturais.
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL
NA ESCOLA
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA
• A escola é o espaço social e o local onde o
aluno dará seqüência ao seu processo de
socialização.
• O que nela se faz se diz e se valoriza
representa um exemplo daquilo que a
sociedade deseja e aprova.
• Comportamentos ambientalmente corretos
devem ser aprendidos na prática, no
cotidiano da vida escolar, contribuindo
para a formação de cidadãos responsáveis.
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA

Considerando a importância da temática
ambiental e a visão integrada do mundo, no
tempo e no espaço, a escola deverá oferecer
meios efetivos para que cada aluno compreenda
os fenômenos naturais, as ações humanas e sua
conseqüência para consigo, para sua própria
espécie, para os outros seres vivos e o
ambiente.

É fundamental que cada aluno desenvolva as
suas potencialidades e adote posturas pessoais
e comportamentos sociais construtivos,
colaborando para a construção de uma
sociedade socialmente justa, em um ambiente
saudável
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA

Com os conteúdos ambientais permeando todas as
disciplinas do currículo e contextualizados com a
realidade da comunidade, a escola ajudará o aluno a
perceber a correlação dos fatos e a ter uma visão
holística, ou seja, integral do mundo em que vive.

Para isso a Educação Ambiental deve ser abordada de
forma sistemática e transversal, em todos os níveis de
ensino, assegurando a presença da dimensão
ambiental de forma interdisciplinar nos currículos das
diversas disciplinas e das atividades escolares.
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA

A fundamentação teórico/prática dos projetos ocorrerá
por intermédio do estudo de temas geradores que
englobam palestras, oficinas e saídas a campo.

Esse processo oferece subsídios aos professores para
atuarem de maneira a englobar toda a comunidade
escolar e do bairro na coleta de dados para resgatar a
história da área para,animais da fauna regional, enfim,
conhecer seu meio e levantar os problemas ambientais.

Os conteúdos trabalhados serão necessários para o
entendimento dos problemas e, a partir da coleta de
dados, à elaboração de pequenos projetos de
intervenção.
A Natureza
na
Cidade
A Natureza na Cidade
• Os séculos XIX e XX marcam, diferenciadamente,
através da produção, das técnicas, das indústrias e
mesmo da cultura, a incorporação da natureza à vida
social.
• O grande avanço tecnológico permite a sociedade ser
capaz de mudar algumas características essenciais da
natureza, colocando-a cada vez mais imbricada com o
homem, incorporando-a cada vez mais ao espaço
geográfico, entendido como produto social.
• A modificação do mundo natural em território humano,
legitimada pelas necessidades, requerimentos, desejos
e esperanças dos homens, pode ser vista tanto como
um projeto de emancipação coletiva, como pela
realização do conforto na vida individual.
• O avanço técnico transforma a Natureza em algo cada
vez mais social do que natural, onde o processo
histórico-social passa a controlar, incorporar e
produzir naturezas, imbuídas de qualidades humanas.
A Natureza na Cidade
• O período histórico atual também mostra
claramente a construção cultural da natureza
e como as concepções sobre a natureza
estão intimamente ligadas à vida cotidiana
urbana.
• Assim, na materialidade que é apresentada
nos dias atuais, as grandes cidades
acentuam o papel da ação humana na
definição dos conteúdos e limites da
natureza, sua valoração, valorização e
conservação.
A Natureza na Cidade
• Se num primeiro momento, a natureza na cidade
apresentava-se somente como um elemento estético
dado, o qual era característico do sítio urbano, agora
irá ser altamente incorporada à vida econômica da
cidade.
• Além disto, observa-se uma reaproximação ou um
'reencanto' do mundo urbano ocidental com a
natureza, ou melhor, com uma idéia, um padrão de
natureza.
• A natureza é retrabalhada sob a forma de uma
segunda natureza, incorporada, produzida e vendida
de acordo com as leis e objetivos de uma
racionalidade instrumental capitalista, voltada para o
lucro, a propriedade privada, sob os fetiches e
sensibilidades dos agentes do mercado imobiliário.
A Natureza na Cidade
• Vende-se
uma vida
'em harmonia‘
com a
'natureza'.
A Natureza na Cidade
• Preservam-se,
conservam-se e
valorizam-se
aqueles elementos
que moral, estética
ou monetariamente
são relevantes.
A Natureza na Cidade
Uma das entradas pro conj. Hab.
Tucumã
• Alguns
empreendimento
s imobiliários
buscam vender
um estilo de vida
'em harmonia
com a natureza‘.
A Natureza na Cidade
• Em áreas mais pobres
das cidades, além da
negação da natureza,
assiste-se a um
banimento, por
exemplo, na falta de
áreas verdes.
• A natureza na cidade
passa a ser privilégio
apenas daqueles com
poder aquisitivo para
comprá-la, preservá-la
ou produzi-la.
A CIDADE COMO NEGAÇÃO DA
NATUREZA
A “Renaturalização” no
debate
da política urbana, não
como um ideal
utópico, mas como um
paradigma possível na
construção de cidades
mais sustentáveis.
A CIDADE COMO NEGAÇÃO DA NATUREZA
• A questão da “renaturalização” no debate
da política urbana, não como um ideal
utópico,
• mas como um paradigma possível na construção de
cidades mais sustentáveis.
• As cidades sempre foram vistas como um espaço
antrópico no qual a negação da natureza era
inevitável e irrestrita.
A CIDADE COMO NEGAÇÃO DA NATUREZA
• As cidades cresceram sempre criando espaços à
custa dos elementos naturais, construindo outros
de natureza tecnificada.
• Esse processo colocou o homem cada vez mais
distante da natureza, criando a necessidade de
trazê-la para dentro da cidade, primeiramente
dentro das habitações dos mais abastados e
depois em espaços coletivos.
• Surgiram os jardins privados e públicos. Dessa
maneira, a paisagem urbana tem sido balanceada
com um pouco da natureza ao longo da história,
em menor ou maior grau, havendo casos notáveis
e épocas críticas como as das cidades marcadas
pela revolução industrial na Europa Ocidental,
como Bruxelas, Manchester, Paris e
Londres.
A CIDADE COMO NEGAÇÃO DA NATUREZA
• Surgem as críticas e as idealizações de um
modelo de reencontro do homem com a
natureza.
• Uma das mais importantes é o movimento
das cidades jardins cuja idéia permeia o
urbanismo até os dias de hoje, embora
bastante desvirtuada (dada a ocorrência da
denominação de qualquer loteamento com o
pré-nome de “Jardim”, inclusive os
irregulares), apenas viabilizada para os
segmentos sociais mais abastados. (ver Alphaville,
em Barueri, na RMSP).
A CIDADE COMO NEGAÇÃO DA NATUREZA
• Os pobres urbanos, sem alternativas de escolhas,
são obrigados a morar em áreas de condições
precárias que os obrigam a investir mais na
construção e manutenção de suas moradias, não
para resolver, mas para minimizar os impactos.
• Assim, a sua relação com a natureza imposta pelas
condições das relações entre os homens, não
somente reproduz a sua pobreza mas também a
reforça, agravando a desigualdade. Muitas vezes, em
condições críticas, estes custos são socializados.
Em outros casos, há perdas irreparáveis, tanto do
ponto de vista econômico como moral, como é o
caso das perdas de vidas humanassem
desconsiderar a estigmatização social e pressão
psíquica das condições de risco em que vivem.
Bairro de Barcelona
Fotografia da área de expansão de Barcelona, onde se observa a materialização das idéias de
Cerdá, com
grande presença de arborização urbana.
Foto: Henrique, 2002
Fonte: Projeto Conhecer para Preservar, 2003.
A cidade como questão
ambiental
A cidade como questão ambiental
• No mundo moderno, a questão urbana
confunde-se com a questão ambiental.
• Estima-se que metade da população mundial
viva em aglomerados urbanos, num processo
de incremento contínuo, no qual já são
contabilizadas 17 megacidades (com mais de
10 milhões de habitantes).
• No Brasil, a taxa de urbanização chegou a 81%
em 2000, com cerca de 50% desta população –
69 milhões de pessoas - vivendo em 27 regiões
metropolitanas.
A cidade como questão ambiental
• A urbanização modifica todos os elementos da
paisagem: o solo, a geomorfologia, a vegetação, a
fauna, a hidrografia, o ar e, até mesmo, o clima.
• Desse modo, a urbanização cria, não só novas
paisagens, mas novos ecossistemas.
• Nesse sentido, a cidade pode ser considerada
como um ecossistema incompleto ou
heterotrófico, isto é, dependente de grandes áreas
externas a ele para obtenção de energia,
alimentos, água e outros materiais, diferindo dos
sistemas heterotróficos naturais por seu maior
metabolismo, maior necessidade de entrada de
materiais e maior fluxo de saída de resíduos.
IMPACTOS AMBIENTAIS DA URBANIZAÇÃO TRADICIONAL
ELEMENTOS DO
MEIO
URBANIZAÇÃO TRADICIONAL – PRINCIPAIS PROCESSOS
SOLO
Impermeabilização,
Enchentes
Erosã
RELEVO
Movimentos de massa
Subsidência
HIDROGRAFIA
Desregulação do ciclo hidrológico
Enchentes
Poluição de mananciais
Contaminação de aqüíferos
AR
Poluição (principais poluentes: SO2, CO, material particulado
IMPACTOS AMBIENTAIS DA URBANIZAÇÃO TRADICIONAL
CLIMA
Efeito estufa
Ilhas de calor
Desumidificação
VEGETAÇÃO
Desmatamento
Redução da diversidade
Plantio de espécies inadequadas
FAUNA
Redução da diversidade, Proliferação de
fauna urbana,
Zoonoses
HOMEM
Estresse, Doenças urbanas
(infecciosas, degenerativas,
mentais)
Violência urbana
Fonte: Braga, Fonte: Braga, 2003:115.
POR UM NOVO PARADIGMA DA
URBANIZAÇÃO
• Procura-se, então, pensar no impacto da
transformação da natureza a Longo Prazo.
* Busca-se a urbanização de menor impacto;
* A desconstrução mínima;
* A construção menos “desnaturalizante” – e,
recentemente;
* O conceito de “renaturalização” vem permeando
várias tentativas de um melhor convívio entre os
homens e a natureza nas cidades.
•
Este conceito é discutido a partir do status que se
dá ao meio natural e construído, inclusive ao
patrimônio histórico, no Estatuto da Cidade (Lei
10.257/2001, Art. 2º, inciso XII), como uma das
diretrizes de política urbana.
PARQUES URBANOS:
A NATUREZA NA CIDADE
PARQUES URBANOS:
A NATUREZA NA CIDADE
PARQUES URBANOS: A NATUREZA NA
CIDADE
• Parques urbanos
têm sido criados em
todo o mundo desde
o século XVIII, com
objetivos de
amenizar os
problemas sociais e
ambientais
citadinos gerados
pelo crescimento
urbano
desordenado.
PARQUES URBANOS: A NATUREZA NA
CIDADE
• No Brasil a
criação
de Parques foi
iniciada no
século XIX, com
vinda da família
Real portuguesa
para o Rio de
Janeiro.
PARQUES URBANOS: A NATUREZA NA
CIDADE
• Os espaços
verdes contidos
no meio
citadino tinham,
principalmente,
um objetivo
estético e
artístico.
PARQUES URBANOS: A NATUREZA NA
CIDADE
• Na segunda metade do século XX, tais
espaços foram reconhecidos como áreas de
extrema importância para a manutenção da
qualidade de vida no meio urbano, pois as
áreas verdes podem oferecer aos habitantes
urbanos o sentimento de bem estar,
satisfação e felicidade no cotidiano, além
disso, tais áreas oferecem oportunidades de
lazer.
• - indicador social utilizado para se mensurar
qualidade de vida. (SOUZA, 1984).
Parques Urbanos
• Espaço de
conservação
• Espaço de Socialização
e formação de uma
Consciência Ambiental
• Metáfora da
natureza
• Espaço de Conflitos e
mercantilização
Champs de Mars, em Paris: um exemplo do modelo
Beaux-Arts
O croqui ilustras as idéias de Le Corbusier para o convívio entre a
cidade e a natureza. Na parte superior da
figura está a situação no centro de Paris encontrada pelo
arquiteto, e na parte inferior a solução proposta.
Fonte: Le Corbusier (2000).
O croqui mostra como deveria ser a fachada de um prédio para Le
Corbusier, com grande alvéolos facilitando
a penetração da luminosidade solar, a circulação do ar e a
presença de um jardim suspenso em cada sacada.
Fonte: Le Corbusier (2000).
Ilustração do empreendimento imobiliário, onde este
aparece cercado por um grande bosque.
Fonte: www.rossiresidencial.com.br
A figura ilustra a situação de praticamente todos os croquis de localização de
empreendimentos imobiliários,
tanto em São Paulo quanto em Santa Catarina, com a sua coloração em tons
de verde e aa proliferação das
árvores – símbolos – pela cidade.
Fonte: www.lopes.com.br
Ilustrações das torres do Villagio Panamby onde se pode observar a
extensão
da vegetação no seu entorno, num claro exemplo de ‘apagamento’ da
cidade.
Fonte: www.gafisa.com.br/villaggiopanamby/home.asp
• Os agentes do mercado imobiliário que constróem e
vendem o Villagio Panamby fazem, no seu processo
de superexploração do valor de troca de seu
condomínio, um espaço social, econômica e
geograficamente segregado do restante da cidade,
através da sua supressão. Mesmo que esta análise
seja marcada apenas pela observação dos materiais
de propaganda, as idéias começam a se materializar
no espaço.
• No ato de negar a cidade, por eliminação da
paisagem urbana na imagem, o condomínio nega
também a possibilidade de construção coletiva de
uma 156 natureza urbana, pois excluído, mesmo que
ideologicamente, de São Paulo e inserido no meio da
tranqüilidade da floresta, o empreendimento
evidencia aquilata a satisfação individual dos
moradores/consumidores.
• Figura 22 – Como seria a vista de um apartamento
no
BIBLIOGRAFIA
•
•
•
•
UNESP / Campus de Rio Claro - [email protected].
Grupo de Pesquisa Análise e Planejamento Territorial –
GPAPThttp://www.rc.unesp.br/igce/planejamento/gpapt/gpapt.htm
UNESP/Rio Claro/ Departamento de Planejamento Territorial e Geoprocessamento –
Professor Adjunto – Rua Dez, 2527, Rio Claro – SP, CEP 13.500-230 [email protected]
Grupo de Pesquisa Análise e Planejamento Territorial – GPAPT
http://www.rc.unesp.br/igce/planejamento/gpapt/gpapt.htm
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