Relatório Mensal Janeiro de 2015 Cenário Internacional: EUA O diagnóstico dos membros do Federal Open Market Comittee (Fomc) sobre a atividade econômica é positivo: os EUA estão crescendo mais que a previsão, de forma que o hiato do produto está fechando. O consumo das famílias continuará colaborando para isto, assim como o investimento corporativo. A desaceleração dos gastos do governo e a queda das exportações líquidas com os quais o Federal Reserve (Fed) está contando, devem diminuir ligeiramente o PIB, mas estes são efeitos transitórios. Quanto ao setor externo, o Fed destaca o impacto negativo do baixo crescimento no resto do mundo e da apreciação do dólar sobre as exportações líquidas, mas os minimizam como passageiros. Os níveis de salários estão enfraquecidos, o que indica, que trabalhadores que antes trabalhavam por um salário mais alto, agora aceitam receber salário menor. O enfraquecimento do nível de salários é algo que merece atenção, visto que impacta diretamente nas despesas com consumo, sendo que esse tipo de gastos é responsável por cerca de 70% do PIB americano. Zona do Euro O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, confirmou as expectativas do mercado e anunciou um programa de relaxamento quantitativo (QE) para estimular a economia e evitar a deflação na zona do euro. O programa, que caracteriza uma extensão das medidas atuais de compra de ativos, prevê a aquisição de 60 bilhões de euros ao mês em títulos soberanos e corporativos a partir de março deste ano. "A intenção é a de continuar com o programa até o fim de setembro de 2016, e será em todo o caso conduzido até observarmos um ajuste sustentável no rumo da inflação que seja consistente com a nossa meta de atingir taxas de inflação menores, mas próximas a 2% (ao ano), no médio prazo", afirmou Draghi. O programa pretende injetar 1,14 trilhão de euros na economia da zona do euro até 2016. A operação prevê a compra de bônus soberanos com grau de investimento no mercado secundário e obedecerá a proporcionalidade da contribuição de cada Estado-membro à autoridade monetária. De acordo com esta regra, os países mais beneficiados serão Alemanha, França, Itália e Espanha. Canadá O Banco Central do Canadá anunciou um corte de 0,25 ponto porcentual na taxa básica de juros do país, passando a taxa oficial do país para 0,75% ao ano. Rua Joaquim Floriano n° 913, 3º andar, Itaim Bibi, São Paulo – SP www.a2aasset.com.br Cenário Internacional: Grécia O Syriza, partido de esquerda, ganhou as eleições na Grécia. O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, afirmou que o país está pronto para negociar a redução da dívida com os credores internacionais. Segundo ele, a Grécia não quer uma disputa catastrófica em torno da redução da dívida, mas ressaltou que o país quer uma solução justa e viável para a redução da dívida. Suíça Em um movimento inesperado, o Banco Central da Suíça anunciou que o juro básico do país cairá ainda mais de -0,25% para -0,75%. Além disso, a instituição anunciou o fim da referência que determinava um piso de 1,20 franco suíço por euro. Ucrânia A Moody's manteve o rating Caa3 da Ucrânia, mas avaliou que as chances de o país do leste europeu anunciar um calote são "excessivamente altas". "A perspectiva de crescimento da Ucrânia é fraca", disse a agência de classificação de risco. "Diante da receita em moeda estrangeira, empréstimos e ativos insuficientes, além da continuidade dos conflitos na região leste, que normalmente contribui para cerca de 16% do PIB ucraniano, prevemos que a contração econômica de cerca de 7,5% em 2014 será seguida por uma outra queda de 6% em 2015.“ Turquia O Banco Central da Turquia cortou a taxa de juros de recompra de uma semana, que é a taxa de referência da política monetária no país. A taxa passou de 8,25% para 7,75%. As outras taxas básicas permaneceram estáveis. A taxa para concessão de empréstimos overnight foi mantida em 11,25% e a taxa para tomada de empréstimos ficou em 7,5%. Rússia A Standard & Poor's rebaixou o rating de crédito de longo prazo em moeda estrangeira da Rússia de BBB- para BB+. Com isso, sua classificação de risco passou do grau de investimento ao grau especulativo. O rating de crédito de curto prazo em moeda estrangeira foi rebaixado de A3 para B, assim como seu rating de crédito de longo prazo em moeda local foi rebaixado de BBB para BBB-, e o rating de crédito de curto prazo em moeda local para A3, de A2. A S&P informou que sua próxima publicação referente aos ratings da Rússia está marcada para 17 de abril. “O rebaixamento reflete nossa visão de que a flexibilidade da política monetária da Rússia tornou-se mais limitada e que suas perspectivas de crescimento econômico enfraqueceram”, afirmou a agência. Índia O Banco Central da Índia (RBI), cortou o juros do país em 0,25%, para 7,75%, em um movimento para impulsionar a terceira maior economia da Ásia. Rua Joaquim Floriano n° 913, 3º andar, Itaim Bibi, São Paulo – SP www.a2aasset.com.br Cenário Internacional: Japão O Banco Central do Japão (BoJ) manteve inalterada sua política monetária na primeira reunião do ano, conforme esperado, mas reduziu a projeção de inflação no curto prazo, por causa da queda nos preços do petróleo. A autoridade monetária revisou a alta do índice de preços ao consumidor (CPI) de 1,7% esperado anteriormente para 1,0% no ano fiscal de 2015. O BC japonês decidiu ainda estender por mais um ano o estímulo ao crédito bancário, que iria expirar em março e que foi expandido para 10 trilhões de ienes. O BoJ também elevou a previsão de crescimento do país para os próximos dois anos fiscais, com o PIB japonês crescendo 2,1% no ano fiscal de 2015, que tem início em 1º de abril, e desacelerando-se para 1,6% no ano fiscal de 2016. Para o ano fiscal corrente (2014), a previsão do BoJ é de que haja uma retração de 0,5% no PIB. China O Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 7,4% em 2014, o que representa uma desaceleração ante o avanço de 7,7% registrado em 2013, mas um resultado acima da previsão, de expansão de 7,3%. Ainda assim, o PIB ficou abaixo da meta do governo, de 7,5%, pela primeira vez em 15 anos, e registrou uma expansão no menor ritmo em 24 anos, o que sugere fraqueza da economia em 2015. Apenas no quarto trimestre de 2014 ante igual período de 2013, o PIB chinês cresceu 7,3%, na mesma taxa verificada no terceiro trimestre do ano passado nesse tipo de comparação e ligeiramente acima das projeções, de +7,2%. Já na margem, o PIB chinês cresceu 1,5% nos últimos três meses do ano passado, em uma base sazonalmente ajustada, de 1,9% no período imediatamente anterior e na mesma base de comparação. Venezuela A Moody's rebaixou, no mês de janeiro, o rating soberano da Venezuela, de Caa1 para Caa3, alterando a perspectiva do país de negativa para estável. Petróleo A produção de óleo de xisto nos Estados Unidos deve cair 10% em 2015 em relação a 2014, estima o analista Ken Ihara, da Japan Oil, Gas & Metals. Segundo ele, os investimentos no segmento devem registrar queda de 30% na mesma comparação, em um cenário de queda continuada dos preços do petróleo. Ele pondera, no entanto, que o recuo no investimento levará cerca de cinco meses para afetar a produção, pois é o tempo necessário para que as companhias obtenham todas as licenças regulatórias para iniciar as operações. Na semana passada, o Departamento de Energia dos EUA afirmou que a queda acentuada dos preços do petróleo pode fazer a produção de óleo de xisto cair levemente no segundo semestre do ano. Rua Joaquim Floriano n° 913, 3º andar, Itaim Bibi, São Paulo – SP www.a2aasset.com.br Cenário Interno: Brasil Decreto publicado no Diário Oficial da União confirma o limite a 5,55% dos gastos totais mensais de despesas previstas no ano pelos órgãos do Poder Executivo, o que corresponde a um total de R$ 3,775 bilhões. O limite fixado é menor que o permitido por lei, que diz que ministérios e secretarias podem gastar 8,33% por mês. Governo reduz subsídios e conta de luz terá aumentos. Dois anos após o pacote de redução das contas de luz entrar em vigor, a crise do setor elétrico obrigará o governo a cobrar dos consumidores parte dos encargos assumidos pelo Tesouro Nacional em 2013. Governo decidiu que não fará o aporte de R$ 9 bilhões previsto neste ano para o fundo setorial Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que banca os subsídios e os programas sociais. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciou algumas medidas de aumento de imposto com o intuito de ajudar ao reequilíbrio das contas públicas. Energia Elétrica Apagão atinge 10 Estados e o DF: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul registraram cortes no fornecimento de energia, determinados pelo Operador Nacional do Sistema (ONS). Em nota, o ONS informou que o apagão foi provocado por "restrições na transferência de energia" das regiões Norte e Nordeste para o Sudeste, "aliadas à elevação da demanda no horário de pico". Petrobrás Segundo informações, no último dia de 2014, a Petrobrás recebeu um crédito extraordinário de R$ 15,9 bilhões do governo federal. No final do mês de Janeiro 2015, a Petrobrás divulgou o balanço do terceiro trimestre de 2014, não auditado e sem baixas contábeis. Entre julho e outubro do ano passado, a estatal petrolífera teve um lucro líquido consolidado atribuído aos acionistas de R$ 3,087 bilhões, o que representa um recuo de 38% ante o trimestre imediatamente anterior. A Moody's rebaixou os ratings da Petrobras, no terceiro corte das notas de risco de crédito da petrolífera em quatro meses e em mais um revés para a estatal que enfrenta um grande escândalo de corrupção. Em comunicado, a agência de classificação de risco informou que rebaixou a dívida não garantida da empresa, de Baa2 para Baa3, e a avaliação básica de crédito da empresa, de ba1 para ba2, devido a "preocupações com as investigações sobre corrupção" em curso e incertezas sobre a divulgação oportuna de comunicados financeiros auditados que podem levar a significativas pressões de liquidez. Rua Joaquim Floriano n° 913, 3º andar, Itaim Bibi, São Paulo – SP www.a2aasset.com.br Cenário Interno: Bolsa de Valores O FMI cortou a estimativa de expansão do Brasil. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer 0,3% em 2015, prevê o relatório divulgado pelo FMI. Continuamos com a expectativa de enfraquecimento, porém, gostaríamos de enfatizar que não podemos deixar de acompanhar a evolução da equipe econômica, e, com ela, a expectativa futura. Câmbio A “ração diária” continua até março, com oferta de US$ 100 milhões o programa de leilões de swap cambial do Banco Central terá continuidade em 2015, até, pelo menos, o dia 31 de março, informou a instituição. Segundo o BC, a chamada "ração diária" ao mercado será reduzida à metade, já que a programação é de ofertar US$ 100 milhões de segunda a sexta-feira, de US$ 200 milhões por dia anteriormente. O BC informou também que os leilões de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) serão realizados de acordo com as condições de liquidez do mercado de câmbio. Juros / Inflação O índice da inflação (IPCA), fechou o ano de 2014 com a taxa de 6,41%aa. Apesar de abaixo do teto da meta, a inflação permanece em níveis elevados e conforme informações do BC, ela permanecerá alta até o 2º semestre, quando começará a convergir para o centro da meta. Enxergamos que os riscos inflacionários estão elevados. O comportamento de preços relativos como câmbio e preços administrados permanece incerto e tende a fazer com que a inflação em 2015 opere acima do limite superior da meta, elevando a dificuldade para se ancorar as expetativas de inflação e, deste modo, dificultando a própria convergência da inflação. Rua Joaquim Floriano n° 913, 3º andar, Itaim Bibi, São Paulo – SP www.a2aasset.com.br