Volume 9 - Número 1-2 - Ano 2013
ISSN 1808-9909
Volume 9, Número 1-2, 2013
PLANT CELL CULTURE
&
MICROPROPAGATION
Cultura de Células
&
Micropropagação de Plantas
Publicação Científica da Associação Brasileira
de Cultura de Tecidos de Plantas
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, MG, v. 9, n. 1-2, p. 1-29, 2013
A revista “Plant Cell Culture & Micropropagation”, editada semestralmente pela Editora da
Universidade Federal de Lavras (Editora UFLA), publica artigos científicos da área de cultura de tecidos
de plantas por membros da comunidade científica nacional e internacional. Com uma tiragem de 600
exemplares é distribuída aos membros da ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CULTURA DE
TECIDOS DE PLANTAS (ABCTP) em dia com a anuidade.
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FICHA CATALOGRÁFICA
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Presidente – Antônio Paulino da Costa Netto – UFG
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Editor Chefe
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Renato Paiva – UFLA
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Editora UFLA
Editoração Eletrônica
Patrícia Carvalho de Morais – Editora UFLA
Renata de Lima Rezende – Editora UFLA
Consultoria Científica (v.9, n. 1-2, 2013)
Nádia Campos Alves - UNIFAL
Fernanda carlota Nery - UFSJ
Ana Hortência Fonsêca Castro - UFSJ
Daiane Peixoto Vargas - EMBRAPA
Adriana Cibele de Mesquita Dantas - UERGS
ISSN 1808-9909
Plant Cell Culture & Micropropagation
01. Influência de diferentes tipos de substratos nas características físicas-foliares de bastão do
imperador micropropagado.
Influence of different types of substrates on physical leaf characteristics of the micropropagated torch
ginger.
Elisangela Maria dos Santos, Benito Moreira de Azevedo, Albanise Barbosa Marinho, Ana Cristina
Portugal Pinto De Carvalho, Ana Cecília Ribeiro De Castro, Kleiton Rocha Saraiva....................................
1
02. Micropropagação de Monstera obliqua miq. in vitro.
In vitro micropropagation of monstera obliqua miq..
Sabrina Schumacker Zanca, Gilmar Roberto Zaffari......................................................................................
9
03. Polpa do fruto de cultivares de banana no crescimento in vitro da orquídea Cattleya schilleriana
RCHB.F.
Fruit pulp of banana cultivars on in vitro growth of orchid Cattleya schilleriana RCHB.F.
Ricardo Tadeu de Faria, Elder Andreazi, Talita Pijus Ponce, Rayne Baena...................................................
17
04. Estabelecimento in vitro de mirtileiro: cultivares bluecrop, duke e misty.
In vitro establishment of blueberry: bluecrop, duke and misty cultivars
Tânia Regina Pelizza, Fabiane Nunes Silveira, Janaína Muniz, Fernanda Grimaldi, Leo Rufato, Aike
Anneliese Kretzschmar....................................................................................................................................
24
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.9, n. 1-2, p. 1-29, 2013
INFLUÊNCIA DE DIFERENTES
TIPOS
DE SUBSTRATOS NAS
Influência de diferentes tipos
de substratos...
CARACTERÍSTICAS FÍSICAS-FOLIARES DE BASTÃO DO
IMPERADOR MICROPROPAGADO
1
INFLUENCE OF DIFFERENT TYPES OF SUBSTRATES ON PHYSICAL LEAF
CHARACTERISTICS OF THE MICROPROPAGATED TORCH GINGER
ELISANGELA MARIA DOS SANTOS1, BENITO MOREIRA DE AZEVEDO2,
ALBANISE BARBOSA MARINHO3, ANA CRISTINA PORTUGAL PINTO DE CARVALHO 4,
ANA CECÍLIA RIBEIRO DE CASTRO 5, KLEITON ROCHA SARAIVA6*
1
Engenheira Agrônoma – Mestre em Engenharia Agrícola – Universidade Federal do Ceará – Campus do Pici – Bl. 804 S/N – Planalto
do Pici – CEP 60455-760 – Fortaleza, CE – [email protected]
2
Engenheiro Agrônomo – Doutor – Professor da Universidade Federal do Ceará – Campus do Pici – Bl. 804 S/N – Planalto do Pici –
CEP 60455-760 – Fortaleza, CE – [email protected]
3
Engenheira Agrônoma – Doutora – Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira – Rua Dra. Sara Mesquita –
2270 – Planalto do Pici – CEP 60511-110 – Fortaleza, CE – [email protected]
4
Bióloga – Doutora – Pesquisadora da Embrapa Agroindústria Tropical – Rua Dra. Sara Mesquita – 2270 – Planalto do Pici – CEP
60511-110 – Fortaleza, CE – [email protected]
5
Bióloga – Doutora – Pesquisadora da Embrapa Agroindústria Tropical – Rua Dra. Sara Mesquita – 2270 – Planalto do Pici – CEP
60511-110 – Fortaleza, CE – cecí[email protected]
6
Engenheiro Agrônomo – Mestre em Engenharia Agrícola – Universidade Federal do Ceará – Campus do Pici – Bl, 804 S/N – Planalto
do Pici – CEP: 60455-760 – Tel. (85) 96064111 – Fortaleza, CE – [email protected] (Autor para correspondência).
RESUMO
Neste trabalho, objetivou-se aclimatizar mudas
micropropagadas de bastão do imperador, em ambiente protegido,
sob diferentes tipos de substratos. O experimento foi conduzido em
uma estufa, numa área total de 156 m². As mudas de bastão do
imperador (Etlingera elatior) cv Porcelana foram obtidas, por meio
do processo de micropropagação. Utilizou-se o minitanque como
base para a aplicação dos níveis de irrigação. O delineamento
experimental utilizado foi de blocos ao acaso, composto por cinco
tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos foram compostos
pelas seguintes combinações: S1 - Bagana da carnaúba + Húmus de
minhoca (BC + H); S2 - Pó-de-coco verde + Húmus de minhoca
(PCV + H); S3 - Casca de arroz carbonizada + Húmus de minhoca
(CAC + H); S4 - Vermiculita + Húmus de minhoca (V+H); S5 Plantmax® (P®). As variáveis analisadas foram: número de folhas,
altura da muda, diâmetro do pseudocaule, massa fresca da parte
aérea, massa fresca do sistema radicular, massa seca da parte aérea e
massa seca do sistema radicular. Os dados foram submetidos à análise
de variância, quando significativos pelo teste F ao nível de 5% de
probabilidade. Os resultados qualitativos foram submetidos ao teste
de média, pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. O
melhor desenvolvimento das mudas de bastão do imperador foi
proporcionado quando se utilizou o substrato comercial Plantmax®.
environment in containers filled with different substrates. The
experiment was conducted in a 156m2 protected environment
(greenhouse). The seedlings of Torch Ginger used were obtained
from the micropropagation process. Data on the water evaporation
(on which were based the applied irrigation levels) was obtained
from an evaporation pan. The experimental design used was the
randomized blocks with five treatments, with five repetitions
each. The treatments consisted on the substrates on which the
plantlets were grown: S1 – processed carnaúba bagasse +
earthworm humus (BC+H); S2- green coconut powder +
earthworm humus (PCV+H); S3-carbonized rice shells +
earthworm humus (CAC+H); S4-vermiculite + earthworm humus
(V+H); S5- Plantmax® (P®). Data were collected regarding number
of leaves, height of the seedling, pseudo stem diameter, shoot
fresh mass, root fresh mass, shoot dry mass and root dry mass.
The data were subjected to ANOVA when significant by the F
test at 5% probability level. The qualitative results were subjected
to the Tukey test, at 5% probability level. It was found that the
Torch Ginger seedlings presented the best development when
using commercial substrate Plantmax®.
Index terms: Etlingera elatior, greenhouse cultivation, organic
substrate.
Termos para indexação: Etlingera elatio, cultivo protegido,
composto orgânico.
INTRODUÇÃO
ABSTRACT
This study focuses on the acclimatizing of Torch Ginger
(Etlingera Elatior) micropropagated plantlets in a protected
A partir da última década do século XX, a floricultura
no Nordeste brasileiro tem apresentado acentuado
desenvolvimento, pois o mercado consumidor regional,
(Recebido em 07 de fevereiro de 2012 e aprovado em 18 de dezembro de 2013)
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.9, n.1-2, p. 1-8, 2013
2
SANTOS, E. M. dos et al.
antes abastecido em sua quase totalidade pela produção
advinda de outras regiões tradicionalmente produtoras de
flores de clima temperado, passou a ser abastecido em
maior proporção com a produção local, além da introdução
de maior quantidade de espécies de clima tropical
(BRAINER; OLIVEIRA, 2006).
O mercado de flores tropicais no Nordeste brasileiro
está em pleno crescimento, principalmente, em decorrência
de fatores como: clima, disponibilidade de solo, água,
energia e mão de obra (SANTOS et al., 2013). Associado a
isso está o fato das principais regiões consumidoras
estarem entre os países desenvolvidos, os quais têm
restrições à produção de flores, em razão do clima
inadequado e a pouca disponibilidade de terra, tornando,
dessa forma, possível ao Nordeste brasileiro, produzir com
maior qualidade, a um custo mais baixo e,
consequentemente, preços mais competitivos (LOGES et
al., 2005). Segundo Brainer e Oliveira (2006), a produção de
flores e plantas ornamentais no Nordeste concentra-se,
principalmente, nos estados de Pernambuco, Bahia, Ceará
e Alagoas.
O bastão do imperador (Etlingera elatior), pertence
à família das Zingiberáceas, e é uma planta originária da
Malásia. Essa planta tropical vem sendo cultivada há
muitos anos na região Nordeste, é uma planta pouco
difundida no mercado, mas com grandes potencialidades,
principalmente como flor de corte. As mudas normalmente
são obtidas por divisão de touceiras ou por sementes,
porém essa prática pode acarretar problemas
fitossanitários, dentre eles a disseminação de agentes
causais de doenças a cada ciclo da cultura, que podem ser
transmitidos entre plantios sucessivos (BEZERRA;
LOGES, 2005).
Pelo crescimento do mercado de plantas
ornamentais, há a necessidade da melhoria de mudas, tanto
em qualidade como em quantidade, para isso, a
micropropagação surge como uma alternativa viável de
propagação vegetativa, que consiste em obter plantas com
alta qualidade fitossanitária e estabilidade genética, em
cinco etapas, as quais incluem seleção da planta matriz,
isolamento, multiplicação, enraizamento e aclimatização
(CARVALHO et al., 2012).
A aclimatização é a etapa na qual a planta é
transferida do laboratório (in vitro) para o ambiente de
cultivo (ex vitro) (SANTOS et al., 2012). A transferência do
ambiente totalmente controlado, asséptico, rico em
nutrientes e com elevada umidade, para um ambiente não
controlado, séptico e com baixa umidade, pode levar a perda
de plantas, baixa taxa de crescimento e pode demandar um
período prolongado de aclimatização (LAKSO et al., 1986).
Portanto, a aclimatização é uma etapa crítica e representa,
em muitos casos, o principal obstáculo na
micropropagação de muitas espécies (SANTOS, 2010).
Além disso, vários fatores podem influenciar a
aclimatização de plantas micropropagadas, como a
variedade de substratos, pois influenciam nas respostas
das plantas na fase de aclimatização, por meio da nutrição
mineral, da retenção de água e da redução de problemas
relacionados com salinização, incidência de pragas e
doenças e contaminações diversas (SANTOS, 2010).
O estudo, durante a fase de aclimatização dessas
plântulas, visando à sobrevivência e desenvolvimento
vegetativo é de fundamental importância para a produção
de mudas em larga escala, além de servir como referência
para o mercado de flores e plantas ornamentais, que se
encontra em constante expansão. Portanto, objetivou-se
aclimatizar mudas micropropagadas de bastão do
imperador cv. Porcelana, em ambiente protegido, sob
diferentes tipos de substratos.
MATERIAL E MÉTODOS
O presente trabalho foi conduzido em um ambiente
protegido, pertencente à Embrapa Agroindústria Tropical
(CNPAT), no período de junho a agosto de 2009. A área
está situada no município de Fortaleza, Ceará, com as
coordenadas geográficas correspondentes a 3º44’ de
latitude sul, 38º33’ de longitude oeste e 19,5 m de altitude.
De acordo com a classificação climática de Koppen, o clima
da região é do tipo Aw’, caracterizado como clima tropical
chuvoso, de savana tropical, com a época mais seca no
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.9, n. 1-2, p. 1-8, 2013
Influência de diferentes tipos de substratos...
3
inverno e máximo de chuvas no verão. Os valores médios
mensais de temperatura e umidade relativa do ar, radiação
solar global e velocidade do vento a 2 m de altura, foram
26° C, 76%, 1.140 W.m-2, e 3,2 m.s-1, respectivamente.
O experimento foi conduzido em uma estufa de
modelo ‘teto em arco’, com orientação leste-oeste, nas
dimensões de 24 m de comprimento, 6,5 m de largura, 2,5
m de pé-direito e 4 m de altura central, constituindo uma
área total de 156 m². Toda a estrutura foi coberta por duas
telas, uma de sombreamento para reduzir em 70% a
irradiância e outra de plástico transparente para a proteção
de i ntempéries climáticas, pr incipa lmente das
precipitações pluviométrica. No interior da estufa, foi
instalado um túnel semicircular com altura de 1,80 m, 4,70
m de comprimento e 0,92 m de largura, revestido por uma
tela transparente, para proteger as plantas contra a
As mudas provenientes do material in vitro foram
retiradas dos frascos e suas raízes lavadas em água
corrente para a retirada do excesso do meio de cultura.
Após a lavagem, as mudas foram colocadas em bandejas
contendo papel toalha, onde as raízes das mudas foram
podadas, com os objetivos de uniformizar o material,
facilitar o plantio e estimular o desenvolvimento de sistema
radicular mais funcional. Em seguida, foram acondicionadas
em bandejas com papel toalha molhado, levadas até a estufa
e, plantadas numa profundidade uniforme, de forma que
as raízes ficassem enterradas até a parte do colo da planta.
As mudas foram acomodadas em bancadas, no interior
dos tubetes com capacidade volumétrica de 300 cm3.
Antes do transplantio, os recipientes contendo
substratos foram irrigados com o objetivo de promover
um ambiente favorável ao estabelecimento das mudas.
influência de intempéries climáticas, e principalmente,
contra a entrada de pragas.
Após o transplantio, além da irrigação, utilizou-se spray
com água para aumentar a umidade relativa do ambiente.
As mudas de bastão do imperador (Etlingera
elatior) cv Porcelana utilizadas neste experimento foram
Após a primeira semana, as mudas receberam uma
suplementação mineral com fertilizante mineral foliar
obtidas, por meio do processo de micropropagação. Os
explantes (microestacas) foram inoculados em frascos de
(Biofert®) de 5 mL L-1 de água, conforme recomendação do
fabricante, com a finalidade de fornecer nutrientes às
vidros transparentes em câmara de fluxo laminar, sob
condições assépticas, de capacidade de 250 mL, com 30
mudas, essa prática foi repetida a cada 15 dias.
A irrigação foi iniciada logo após o transplantio,
mL de meio de cultura MS (MURASHIGE; SKOOG, 1962),
com a utilização de ANA (ácido naftaleno acético) na
concentração de 0,1 mg L-1, e mantidos em sala de
crescimento com irradiância de 30 ìmol m-2s-1 e temperatura
de 24±2 °C.
A multiplicação de propágulos foi realizada da
seguinte forma: a parte aérea de bastão do imperador
formada foi subdivida em partes menores e isolada das
demais para a formação de novos explantes, tendo sido
utilizados, para tanto, os segmentos nodais da planta.
O enraizamento foi realizado in vitro, com a
regeneração das raízes, ocorrendo em condições
assépticas. Posteriormente, as mudas micropropagadas de
bastão do imperador foram transplantadas no 45° dia após
a micropropagação, sendo, posteriormente, transferidas
para os respectivos substratos.
sendo realizada até a evaporação de água medida no
minitanque atingir o valor maior ou igual 4 mm. Esse valor
foi atingido, em média, a cada dois dias. As irrigações foram
efetuadas sempre às 9 h. Os dados relativos à evaporação
de água, que serviram de base para a aplicação dos níveis
de irrigação, foram obtidos em um minitanque com 0,60 m
de diâmetro, 0,25 m de profundidade, contendo um poço
tranquilizador com altura de 0,25 m e diâmetro de 0,10 m,
que estava instalado sobre um estrado quadrado de
madeira de 0,15 m de altura e 0,60 m de lado.
O delineamento experimental utilizado foi de blocos
ao acaso, composto por cinco tratamentos e cinco
repetições onde foram avaliadas cinco combinações de
diferentes substratos: S1 - Bagana da carnaúba + Húmus
de minhoca (BC + H); S2 - Pó-de-coco verde + Húmus de
minhoca (PCV + H); S3 - Casca de arroz carbonizada +
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.9, n.1-2, p. 1-8, 2013
4
SANTOS, E. M. dos et al.
Húmus de minhoca (CAC + H); S4 - Vermiculita + Húmus de
minhoca (V + H); S5 - Plantmax® (P®). Cada bloco foi
constituído por cinco fileiras, com seis mudas cada. Para
cada tratamento, foram utilizadas 30 mudas consideradas
úteis e 12 mudas de bordadura, promovendo um total de
150 mudas úteis no experimento.
Foram realizadas análises física e química dos
substratos (Tabelas 1 e 2), a partir de amostras retiradas de
cada substrato respectivamente.
Quando do transplantio, realizou-se a primeira
coleta de dados, correspondendo ao número de folhas
(NF), altura da muda (AM) e diâmetro do pseudocaule
(DP). Os dados referentes a essas variáveis também foram
coletados ao 31° dia, após o transplantio (DAT) e aos 50°
DAT.
Após o término dos experimentos, as mudas foram
Após esse procedimento, os materiais foram
acondicionados dentro de sacos de papel, devidamente
identificados e levados para uma estufa de circulação de
ar forçado, com temperatura de 70 °C por 72 horas, até
atingirem peso constante. Em seguida, os materiais foram
novamente pesados para a obtenção da massa seca da
parte aérea (MSPA) e da massa seca do sistema radicular
(MSSR).
Os dados foram submetidos à análise de variância,
quando significativo pelo teste F ao nível de 5% de
probabilidade. Os resultados de natureza qualitativa (tipos
de substratos) foram submetidos ao teste de média, pelo
teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. Para as
análises estatísticas, utilizou-se o SAEG 9.0-UFV.
levadas para o Laboratório, onde foram lavadas para
remoção do substrato aderido às raízes. Posteriormente,
Na Tabela 3, encontram-se os resultados da análise
de variância, realizada sobre as variáveis: altura da muda
foram pesadas para se obter a massa fresca da parte aérea
(MFPA) e a massa fresca do sistema radicular (MFSR).
(AM), número de folhas (NF) e diâmetro do pseudocaule
(DP), aos 31 DAT.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
TABELA 1 – Características físicas obtidas por gravimetria dos substratos bagana da carnaúba e húmus de minhoca
(BC+H), pó-de-coco verde e húmus de minhoca (PCV+H), casca de arroz carbonizada e húmus de minhoca (CAC+H),
vermiculita e húmus de minhoca (V+H) e Plantmax® (P®).
Resultados
Característica Físicas/
Frações granulares
Unidade
BC+H
PCV+H
CAC+H
> 16 mm
8-16 mm
4-8 mm
2-4 mm
1-2 mm
0,5-1,0 mm
0,25-0,50mm
0,125-0,250
< 0,125 mm
Índice de grossura
Densidade seca
Densidade úmida
Umidade total
CRA-10
%
%
%
%
%
%
%
%
%
%
kg.m-3
kg.m-3
%
%
0,00
0,57
3,58
11,88
24,61
18,95
14,69
11,85
13,87
40,64
327,11
464,80
29,60
36,34
0,00
0,36
4,25
12,12
18,48
21,59
20,70
15,49
7,01
35,21
269,09
449,10
40,10
48,16
0,00
0,22
2,88
9,15
14,76
24,86
17,86
13,16
17,11
27,01
341,11
482,8
29,40
44,17
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.9, n. 1-2, p. 1-8, 2013
V+H
P®
0,00
0,22
2,45
10,78
31,96
18,60
14,66
10,42
10,92
45,41
383,87
537,10
28,50
61,32
0,00
0,50
3,03
13,35
19,42
25,66
19,38
12,36
6,30
36,31
327,07
527,50
42,90
57,31
Influência de diferentes tipos de substratos...
5
TABELA 2 – Características químicas dos substratos bagana da carnaúba e húmus de minhoca (BC+H), pó-de-coco
verde e húmus de minhoca (PCV+H), casca de arroz carbonizada e húmus de minhoca (CAC+H), vermiculita e húmus
de minhoca (V+H) e Plantmax® (P®).
Característica
química
Técnica analítica
Matéria orgânica
Teor de cinzas
Nitrogênio total
C/N
pH
C.E.(dS m-1 )
Ca (mg L-1)
Mg (mg L-1)
K (mg L-1)
Na (mg L-1)
P (mg L-1)
Cl/água (mg L-1)
NO3 (mg L-1)
NH4 (mg L-1)
S-SO3 (mg L-1)
Br (mg L-1)
Cu (mg L-1)
Fe (mg L-1)
Mn (mg L-1)
Zn (mg L-1)
CTC
Gravimétrica
Gravimétrica
Destilação
Cálculo
Eletrométrico
Condutimetria
Absorção atômica
Absorção atômica
Fotometria de chama
Fotometria de chama
Espectrofotometria
Volumetria
Destilação
Destilação
Espectrofotometria
Espectrofotometria
Absorção atômica
Absorção atômica
Absorção atômica
Absorção atômica
Volumetria
Resultados
BC+H
411,0
589,0
41,5
9,9
6,7
2,4
455,3
402,1
1573,0
379,0
607,0
1466,6
662,5
50,1
22,8
NA
NA
NA
NA
NA
41,6
TABELA 3 – Análise de variância com níveis de
significância das variáveis: altura da muda (AM), número
de folhas (NF) e diâmetro do pseudocaule (DP) das mudas
de bastão do imperador em função dos tipos de
substratos, aos 31 DAT.
Fonte de
variação
GL
Tratamento
Bloco
Resíduo
4
4
16
CV (%)
Quadrado Médio
AM (cm)
6,33*
0,99 ns
0,34
13,32
NF
2,36*
0,05*
0,10
13,30
* Significativo ao nível de 5% de probabilidade
ns
Não significativo( p > 0,05)
DP (cm)
0,03*
0,003ns
0,002
13,32
PCV+H
466,9
533,1
38,4
12,2
7,1
1,9
271,7
269,3
1281,5
415,0
472,5
928,9
564,7
9,1
4,2
NA
NA
NA
NA
NA
32,4
CAC+H
473,4
526,6
36,5
13,0
7,0
2,0
257,9
313,7
1281,5
338,0
697,0
781,1
646,0
4,8
1,9
NA
NA
NA
NA
NA
17,8
V+H
151,5
772,8
22,8
6,6
7,2
2,4
319,8
498
1468,5
386,5
405,8
1886,1
583,2
10,7
0,7
NA
NA
NA
NA
NA
41,5
P®
417,6
582,8
13,5
31,0
6,5
1,5
515,3
408,9
293,0
105,5
126,9
497,5
258,3
6,9
16,6
NA
NA
NA
NA
NA
38,2
Observa-se que os diferentes tipos de substrato
influenciaram significativamente todas as variáveis
analisadas, ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F.
Na Tabela 4, estão dispostos os valores médios das
variáveis estudadas em função dos substratos testados:
bagana da carnaúba + húmus (BC+H), pó-de-coco verde +
húmus (PCV+H), casca de arroz carbonizada + húmus
(CAC+H), vermiculita + húmus (V+H) e Plantmax® (P®).
Observa-se que , aos 31 DAT, o P® apresentou os
melhores resultados em todas as características avaliadas,
AM (6,15 cm), NF (3,37), DP (0,46 cm), e a CAC+H,
apresentou os piores resultados, dentre os demais
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.9, n.1-2, p. 1-8, 2013
6
SANTOS, E. M. dos et al.
tratamentos. Esses resultados são semelhantes aos de
Moreira (2001), que obteve melhores resultados com o
Plantmax® para mudas micropropagadas de abacaxizeiro e
com os de Fráguas (2003) que verificou bons resultados
na anatomia foliar da Figueira, utilizando o Plantmax®.
Segundo Hoffmann (1999), o Plantmax ® apresenta
características que favorecem o crescimento das mudas
após emissão das raízes adventícias, em razão das
propriedades físicas (porosidade, textura, drenagem e baixa
compactação) e químicas (presença de nutrientes e pH
adequado ao desenvolvimento da muda).
TABELA 4 – Valores médios das variáveis: altura da muda
(AM), número de folhas (NF) e diâmetro do pseudocaule
(DP) das mudas de bastão do imperador em função dos
tipos de substratos, aos 31 DAT.
Tratamentos
BC + H
PCV + H
CAC + H
V+H
P®
Média
AM (cm)
3,85 BC
4,44 B
3,09 C
4,38 B
6,15 A
4,38
NF
2,48 B
2,30 B
1,43C
2,47 B
3,37 A
2,40
DP (cm)
0,37 A
0,39 A
0,26 B
0,39 A
0,46 A
0,37
Após os 50 DAT, observou-se que os diferentes
tipos de substratos influenciaram todas as características
avaliadas, havendo diferença significativa entre os
tratamentos ao nível de significância a 5 % de probabilidade
pelo teste de Tukey.
Para as variáveis: altura da muda (AM), número de
folhas (NF), massa fresca da parte aérea (MFPA), massa
fresca do sistema radicular (MFSR), massa seca da parte
aérea (MSPA) e massa seca do sistema radicular (MSSR),
observou-se que os melhores resultados foram obtidos
com o uso do substrato comercial Plantmax ®. Já, o
substrato PCV+H, foi o que proporcionou pior resultado,
esse fato pode ser, pelo alto valor de tanino contido nesse
substrato, que pode influenciar negativamente no
desenvolvimento da muda. O fato do Plantmax ® ter
apresentado os melhores resultados, pode estar
relacionado a uma maior disponibilidade de nutrientes nos
substratos comerciais, pois estes são enriquecidos com
nutrientes na sua formulação. Analisando o diâmetro do
pseudocaule (DP), observa-se que o melhor resultado foi
obtido, utilizando os substratos P®, V+H e BC+H, os quais
não diferiram entre si, e os piores resultados foram
entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
proporcionados pelos substratos PCV+H e CAC+H.
Observa-se que a presença do húmus de minhoca
O efeito positivo do uso do substrato Plantmax® foi
observado no crescimento da parte aérea de mudas de
amoreira-preta, durante a fase de aclimatação (VILLA et
al., 2006). Na Tabela 5, estão apresentados os resultados
da análise de variância realizada sobre as variáveis: altura
da muda (AM), número de folhas (NF), diâmetro do
pseudocaule (DP), massa fresca da parte aérea (MFPA),
massa fresca do sistema radicular (MFSR), massa seca da
parte aérea (MSPA) e massa seca do sistema radicular
(MSSR) aos 50 DAT.
Observa-se que os diferentes substratos
influenciaram significativamente todas as variáveis
analisadas, ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F.
Na Tabela 6 estão dispostos os valores médios das
variáveis estudadas em função dos substratos avaliados.
nos substratos com bagana da carnaúba e na vermiculita
causou um maior crescimento do DP, os quais não diferiram
estatisticamente do Plantmax®. Em termos absolutos o P®
proporcionou maior NF e DP, mas, estatisticamente, o
BC+H, V+H e P® foram iguais.
A combinação da vermiculita com húmus também
proporcionou bons resultados. Segundo Gonçalves e
Benedetti (2000), a vermiculita é um componente mineral
que proporciona excelentes condições de aeração e
drenagem, e o húmus de minhoca é um componente
orgânico que melhora as condições físicas do substrato,
sendo rico em nutrientes. A bagana da carnaúba e o húmus
de minhoca, de acordo com Correia (2001), apresentam boa
capacidade de agregação, obtida com a combinação e a
adequada retenção de umidade dos seus componentes o
que pode ter propiciado os bons resultados obtidos.
Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.9, n. 1-2, p. 1-8, 2013
Influência de diferentes tipos de substratos...
7
TABELA 5 – Análise de variância com níveis de significância das variáveis: altura da muda (AM), número de folhas
(NF), diâmetro do pseudocaule (DP), massa fresca da parte aérea (MFPA), massa fresca do sistema radicular (MFSR),
massa seca da parte aérea (MSPA) e massa seca do sistema radicular (MSSR) de mudas de bastão do imperador em
função de tipos de substratos, aos 50 DAT.
Fonte de
variação
Tratamento
Bloco
Resíduo
GL
4
4
16
Quadrado Médio
AM (cm)
30,66 *
1,70 *
0,55
CV (%)
NF
3,19 *
0,16 ns
0,32
9,19
15,65
DP (cm)
0,04 *
0,009 ns
0,04
MFPA (g)
15,44 *
0,45 ns
0,28
11,67
13,05
MFSR (g)
6,67 *
0,20 *
0,05
16,22
MSPA (g)
0,018 *
0,007 ns
0,003
20,62
MSSR (g)
0,01 *
0,0009 ns
0,0008
31,22
* Significativo ao nível de 5% de probabilidade
ns
Não significativo ( p > 0,05)
TABELA 6 – Valores médios das variáveis: altura da muda (AM), número de folhas (NF), diâmetro do pseudocaule (DP),
massa fresca da parte aérea (MFPA), massa fresca do sistema radicular (MFSR), massa seca da parte aérea (MSPA) e massa
seca do sistema radicular (MSSR) de bastão do imperador em função de tipos de substratos, aos 50 DAT.
Tratamentos
AM (cm)
NF
BC+H
PCV+H
CAC+H
V+H
P®
8,00 B
4,60 C
8,20 B
8,22 B
11,60 A
4,00 AB
2,60 C
3,08 BC
3,85 AB
4,63 A
Média
8,12
3,63
DP (cm) MFPA (g)
MFSR (g)
0,49 A
0,35 B
0,37 B
0,48 A
0,57 A
4,11 BC
1,37 D
3,76 C
5,06 AB
6,07 A
1,01 BC
0,66 C
1,13 B
0,88 BC
3,47 A
4,07
1,43
0,45
MSPA (g)
MSSR (g)
0,31 B
0,11 C
0,28 B
0,30 B
0,47 A
0,06 B
0,05 B
0,07B
0,08 B
0,18 A
0,29
0,09
Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Assim como verificado por Hartmann, et al. (1990),
os principais efeitos dos substratos manifestaram-se sobre
as raízes, podendo acarretar em influências sobre o
crescimento da parte aérea, pois os mesmos autores afirmam
que tal comportamento é verdadeiro e poderá ser
recorrente, quando da utilização de substratos em plantas
propagadas. Essa afirmação pode ser entendida
observando-se os resultados obtidos por Pio et al. (2005),
com a utilização do Plantmax®, que promoveu maior massa
seca das raízes e, consequentemente, maior massa seca da
parte aérea, em mudas de jabuticaba.
Ademais, o maior crescimento das mudas de bastão do
imperador foi proporcionado, quando se utilizou o
substrato comercial Plantmax®. Dessa forma, torna-se
necessário estudar outros substratos ou combinações com
a finalidade de não ocorrer dependência comercial pelo
produtor, e que se possa proporcionar desenvolvimento
uniforme das mudas.
REFERÊNCIAS
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Tecnologicas, 2005. 225 p.
CONCLUSÕES
As mudas micropropagadas de bastão do imperador
cv. Porcelana foram, satisfatoriamente, aclimatizadas, em
ambiente protegido, sob diferentes tipos de substratos.
BRAINER, M. S. C. P.; OLIVEIRA, A. A. P. Perfil da
floricultura no Nordeste brasileiro. Documento do BNB.
In: XLIV Congresso da SOBER, 2006. Fortaleza. Anais...
XLIV Congresso da SOBER, 2006.
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.9, n.1-2, p. 1-8, 2013
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SANTOS, E. M. dos et al.
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Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.9, n. 1-2, p. 1-8, 2013
MICROPROPAGAÇÃO
DE MONSTERA
OBLIQUA
MIQ. IN VITRO
Micropropagação
de Mostera obliqua
Miq. ...
9
IN VITRO MICROPROPAGATION OF MONSTERA OBLIQUA MIQ.
SABRINA SCHUMACKER ZANCA¹, GILMAR ROBERTO ZAFFARI²
1
Mestranda em botânica - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia / INPA - Departamento de Produtos Naturais - Av. André
Araújo, 2936, CEP 69060-001, Manaus/AM - [email protected]
²Engenheiro Agrônomo – Dr. Professor do curso de Ciências Biológicas – Universidade do Vale do Itajaí/UNIVALI – Cx. P. 360 –
883002-202 – Itajaí, SC – [email protected]
RESUMO
A propagação de Monstera obliqua Miq., espécie
herbácea da família Araceae, nativa da Mata Atlântica e utilizada
no paisagismo urbano, é realizada em viveiros, por estaquia e por
sementes. Esses procedimentos são onerosos e demorados, além
de gerar grandes perdas na produção, em decorrência de problemas
fitossanitários. Com o objetivo de estabelecer um protocolo de
micropropagação in vitro, explantes de gemas laterais e de
segmentos nodais de Monstera obliqua foram utilizados para a
obtenção de culturas assépticas e a produção de plantas in vitro.
A exposição de segmentos nodais por 5 minutos em etanol 70%
seguida por 10 minutos em NaClO 2%, 20 minutos em CaClO
2% e 2 minutos em HgCl2 0,3%, permitiu a obtenção de 50% de
culturas assépticas. Não foi possível a obtenção de culturas
assépticas a partir de gemas laterais. As plantas de Monstera
obliqua apresentaram melhor desenvolvimento e enraizamento
no meio MS semissólido adicionado de 1 mg L-1 das citocininas
BAP e CIN. As plantas aclimatizadas demonstraram grande
adaptabilidade à transferência da condição heterotrófica para a
autotrófica, tanto em telado quanto em câmara de crescimento,
independentemente do tratamento de câmara úmida.
Termos para indexação: Araceae, planta ornamental, propagação
vegetativa in vitro.
ABSTRACT
Propagation of Monstera obliqua, an herbaceous species
of the Araceae family, native from Atlantic Forest and used in
urban landscaping, is performed in nurseries, by cuttings and
seeds. This procedure is costly and time consuming, and generate
large losses in production due to pest problems. Aiming to
establish a protocol for in vitro micropropagation, explants of
lateral buds and nodal segments of Monstera obliqua were used
to obtain aseptic cultures and for the production of in vitro
plants. Exposure of nodal segments for 5 minutes in 70% ethanol
followed by 10 minutes in NaClO 2%, 20 minutes in CaClO 2%
and 2 minutes in HgCl2 0.3% afforded 50% aseptic cultures. It
was not possible to obtain aseptic cultures from lateral buds.
Plants of Monstera obliqua showed better development and
rooting on semisolid MS culture medium supplemented with 1
mg L-1 of cytokinins BAP and CIN. The acclimatized plants
showed great adaptability to the transfer of the heterotrophic to
autotrophic conditions, both in greenhouse and in the growth
chamber, regardless of the treatment of wet chamber.
Index terms: Araceae, ornamental plant, in vitro vegetative
propagation.
INTRODUÇÃO
A floricultura nacional, até a década de 50,
caracterizava-se como uma atividade paralela a outros
setores agrícolas (BUDAG; SILVA, 2000). Com o aumento
da demanda comercial do setor, a produção e a
comercialização de plantas ornamentais vêm crescendo
cada vez mais no Brasil, aumentando a busca por novas
técnicas de cultivo e aprimoramento na produção de mudas.
De acordo com Junghans e Souza (2009), a floricultura é
uma atividade agrícola dinâmica e onde o mercado
consumidor é extremamente exigente em relação à qualidade
do produto. Para atender a esse padrão de qualidade, os
produtores têm empregado as mais avançadas técnicas na
produção de plantas ornamentais. Atualmente, a técnica
mais utilizada em plantas ornamentais para a produção de
mudas, com alta qualidade genética e fitossanitária é a
propagação vegetativa in vitro. Nesse sentido, a obtenção
de lotes de mudas homogêneos, em larga escala e em
qualquer época do ano, pela micropropagação, tem sido
cada vez mais desejado, mesmo quando as espécies
ornamentais apresentam facilidade de propagação a
campo.
A espécie ornamental Monstera obliqua Miq. é uma
planta herbácea, liana, da família Araceae e é nativa da
Mata Atlântica. Essa planta, utilizada no paisagismo
urbano, apesar de ser propagada vegetativamente com
facilidade em viveiros por estaquia, apresenta fatores
limitantes a sua produção e comercialização em larga escala,
(Recebido em 21 de novembro de 2012 e aprovado em 30 de julho de 2013)
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.9, n.1-2, p. 9-16, 2013
10
ZANCA, S. S. et al.
como a falta de padronização, baixa qualidade fitossanitária
e baixo volume de mudas produzidas, num curto período
de tempo. Além disso, o procedimento de produção de
mudas dessa espécie a campo é oneroso e demorado,
aumentando os custos. Portanto, o presente trabalho foi
conduzido para estabelecer um protocolo de
micropropagação de M. obliqua, visando a suprir a
demanda de mudas dos produtores e do mercado.
dupla imersão em NaClO 1% por 20 e 15 minutos. Entre a
primeira e a segunda imersão de um mesmo agente químico
foram realizados dois enxágues em água destilada
esterilizada. Os tratamentos continham de 5 a 8 repetições,
com uma gema ou um segmento nodal em cada frasco. Ao
final do processo de assepsia, os explantes foram submetidos
a três lavagens com água destilada esterilizada e inoculados
no meio de cultura de Murashige e Skoog (1962) (MS),
adicionado de 1 mg L-1 de 6- benzilaminopurina (BAP) e 0,5
MATERIALE MÉTODOS
Os explantes utilizados foram obtidos de plantas
mg L-1 de ácido naftaleno acético (ANA). Os meios de cultura
continham como fonte de carbono a sacarose a 3%, agar-
matrizes de Monstera obliqua mantidas em vaso, em telado
de sombrite, na Estação Experimental da EPAGRI (Empresa
agar a 7%, e o pH foi ajustado em 5,7. Após, foram esterilizados
de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa
Catarina), em Itajaí, Santa Catarina.
e pressão de 1,3 kg/cm3. As avaliações das culturas in vitro
nos diferentes tratamentos foram realizadas semanalmente,
Fase de estabelecimento de culturas assépticas
considerando-se nos ensaios de assepsia a porcentagem
O material vegetal selecionado para a
micropropagação consistiu de gemas axilares e segmentos
de explantes mortos (por oxidação ou necrose), de
nodais de um centímetro, da porção basal e média do caule
da planta, retirados com o auxílio de um bisturi e imersos
em água destilada esterilizada. Foram realizados dois tipos
de pré-assepsia, sendo (i) lavagem dos explantes em água
esterilizada adicionada de detergente neutro e (ii) lavagem
em água esterilizada, seguida de imersão em etanol 70%
por 30 segundos, conforme listado na Tabela 1. Finalizando
a pré-assepsia, todos os explantes foram imersos em
solução desinfestante contendo Benlate® (1 g L-1) +
Manzate® (1,5 g L-1) + sulfato de estreptomicina (200 mg L-1)
durante meia hora.
A assepsia dos explantes foi realizada em câmara de
fluxo laminar, iniciada após a pré-assepsia dos mesmos
previamente enxaguados em água esterilizada. Foram testadas
diferentes combinações de exposição dos explantes aos
agentes químicos: etanol 70% (por 5 minutos), NaClO 1%
(por 20 ou 30 minutos), NaClO 2% (por 4, 6, 10 ou 15 minutos),
CaClO 2% (por 5, 10, 12, 15, 20, 25 ou 30 minutos) e HgCl2
0,3% (por 1, 2, 3, 5 ou 19 minutos), totalizando 19 tratamentos.
Somente o tratamento TA10 (Tabela 1) consistiu em uma
dupla imersão em Etanol 70% (3 e 2 minutos), e posterior
em autoclave durante 20 minutos sob temperatura de 120º C
sobreviventes e de contaminados (fungos e bactérias), e
desenvolvimento dos explantes.
Fase de multiplicação
Para os ensaios de multiplicação de Monstera
obliqua foram utilizadas plantas cultivadas in vitro com
mais de 100 dias. A taxa de multiplicação e o
desenvolvimento das brotações laterais das plantas foram
avaliados a partir do cultivo em meio MS semissólido e
líquido com ponte de papel, com concentração dos sais
minerais de 100, 50, 33 ou 25% e em meio Knudson C (KC)
(Knudson, 1946) semi-sólido e líquido com ponte de papel.
Ambos os meios de cultura foram adicionados de
reguladores de crescimento isolados ou combinados BAP
(1 ou 2 mg L-1), 6-furfuril-aminopurina (CIN) (1 ou 2 mg L-1),
ácido giberélico (GA3) (0,5 mg L-1) e ácido indol-3-acético
(AIA) (0,5 ou 1 mg L-1), totalizando 18 tratamentos. O
delineamento experimental foi inteiramente casualizado,
com dez repetições por tratamento, sendo um explante por
frasco. As culturas foram incubadas em sala de crescimento
à temperatura de 28 ± 2ºC, umidade relativa do ar de
aproximadamente 60%, sob luz difusa de intensidade de 50
mmol m-2 s-1 e 16 horas de fotoperíodo, durante 60 dias. As
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.9, n.1-2, p. 9-16, 2013
Micropropagação de Mostera obliqua Miq. ...
avaliações das culturas in vitro foram realizadas
considerando-se o número dos brotos e a altura por planta,
o número de folhas e o número de raízes por planta.
11
redução de luminosidade. Após a retirada dos frascos, as
plantas passaram por uma limpeza que consistiu na
desinfestação, sem causar oxidação acentuada no explante
(Tabela 1).
Donini et al. (2005) realizaram desinfestações de
aráceas ornamentais com diferentes concentrações de
hipoclorito de sódio, quando a espécie Monstera deliciosa
não apresentou contaminação, a partir da concentração de
1% de cloro ativo; esse resultado demonstra então diferenças
inclusive em gênero, pois Monstera obliqua não é
estabelecida assepticamente in vitro apenas com o uso de
hipoclorito de sódio. Ribas et al. (2005) e Flores (2008) também
obtiveram sucesso em procedimentos de desinfestação
utilizando cloreto de mercúrio para explantes das espécies
Aspidosperma polyneuron e Luehea divaricata Martius et
Zuccarin, respectivamente. Costa e Droste (2010), trabalhando
eliminação do meio de cultura das raízes, seguido pelo
com segmentos nodais de Rosmarinus officinalis, não
plantio em copos plásticos furados contendo substrato
obtiveram níveis satisfatórios de culturas assépticas somente
de casca de arroz calcinada, permanecendo durante 30 dias.
As plantas foram avaliadas quanto à altura (cm) e número
com a combinação de etanol 70% e hipocloritos, e
documentaram a necessidade do uso de agentes mais
de folhas por planta e a taxa de sobrevivência.
eficientes, como o cloreto de mercúrio, resultado este
Fase de aclimatização
As plantas regeneradas com 3 a 7 cm de altura e
com raízes formadas, foram submetidas a três tratamentos
de aclimatização (n= 10): TAC1 – aclimatização em câmara
úmida dentro da câmara de crescimento; TAC2 –
aclimatização em câmara úmida em telado de sombrite com
50% de redução de luminosidade e TAC3 – aclimatização
sem câmara úmida em telado de sombrite com 50% de
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Fase de estabelecimento de culturas assépticas
A utilização de segmentos nodais como explantes
demonstrou maior viabilidade de propagação in vitro, após
os tratamentos de assepsia, enquanto que as gemas
axilares não sobreviveram ou não apresentaram
desenvolvimento in vitro (Tabela 1). O tamanho do explante
e a quantidade de tecidos presentes no mesmo (segmento)
foram determinantes para a sobrevivência e o
desenvolvimento dos explantes in vitro.
Os tratamentos onde a pré-assepsia foi realizada
com a imersão em Etanol 70% apresentaram melhores
resultados (TA09 a TA19), indicando a importância desse
agente químico para uma desinfestação inicial dos
explantes. O melhor tratamento para o estabelecimento de
culturas assépticas, tanto em nível de sobrevivência
quanto de explantes assépticos, foi realizado com quatro
agentes desinfestantes (TA18), onde o tempo de exposição
de dois minutos ao cloreto de mercúrio, combinado com
outros agentes, foi suficiente para promover a
semelhante ao obtido no presente trabalho. O sucesso na
obtenção de explantes assépticos foi dependente da realização
de re-assepsias, com exceção de um tratamento (TA18). Todos
os explantes vivos e com potencial de desenvolvimento dos
demais tratamentos apresentavam contaminação após a
assepsia. Nos tratamentos TA12, TA13, TA15 e TA16 foram
realizadas uma ou duas reassepsias, o que permitiu a
obtenção de 17 a 20 % de culturas assépticas (Tabela 1). As
reassepsias realizadas variaram proporcionalmente, de
acordo com o primeiro tratamento realizado, reduzindo-se o
tempo de exposição aos desinfestantes em menos da metade
em relação à primeira assepsia.
Fase de multiplicação
Na fase de multiplicação, as microplantas com maior
aumento da altura foram obtidas em meio MS 50%,
adicionado de 2 mg L-1 de citocinina (CIN ou BAP) (TP06 e
TP07), em meio semissólido. Por outro lado, os meios de
cultura MS 100% e Knudson, adicionados também de 2
mg L-1 de citocinina (CIN ou BAP) não apresentaram o
mesmo efeito (Tabela 2).
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.9, n.1-2, p. 9-16, 2013
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.9, n.1-2, p. 9-16, 2013
5
5
3
3
3
5
3+2
5
5
5
5
5
5
5
5
5
TA04
TA05
TA06
TA07
TA08
TA09
TA10
TA11
TA12
TA13
TA14
TA15
TA16
TA17
TA18
TA19
20+15
-
-
-
-
20
-
-
30
10
15
15
4
6
15
10
-
-
-
-
-
-
-
-
10
12
5
12
12
5
20
25
15
20
30
10
30
30
-
3
2
1
1
2
2
1
2
2
5
5
5
5
10
-
10
Tempo de exposição (minutos)
NaClO
CaClO
HgCl2
1% 2%
2%
0,3%
30
Nº de
Repetições
8
5
5
5
7
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
7
7
7
5
5
5
5
6
6
6
7
Tipo de
Explante
GL
SN
GL
SN
GL
SN
GL
SN
GL
SN
GL
SN
GL
SN
GL
SN
SN
SN
SN
SN
SN
SN
SN
SN
SN
SN
SN
100
60
71
100
20
20
80
20
40
80
20
20
71
63
14
20
40
50
83
14
60
60
14
60
60
20
40
40
60
20
60
40
80
38
40
60
60
33
33
100
Contaminação (%)
Fungos Bactérias
*Os explantes passaram por mais um tratamento de assepsia (re-assepsia).
**Os explantes passaram por mais um tratamento de assepsia (re-assepsia), com exceção de um explante
5
5
TA03
TA02
Etanol
70%
TA01
5
100
40
14
20 *
80
40
60
60
20
40
20
40
20
29
86
80
40
80
17
17
-
Oxidação
(%)
20 *
20 *
20 *
17 *
50 **
14
-
Sobrevivência
(%)
TABELA 1 – Porcentagem de contaminação, oxidação e sobrevivência de explantes gema lateral (GL) e segmento nodal (SN) de Monstera obliqua
submetidos a diferentes tratamentos de assepsia e cultivados em meio MS adicionado de 1 mg L-1 BAP e 0,5 mg L-1 ANA, após 100 dias in vitro.
12
ZANCA, S. S. et al.
Micropropagação de Mostera obliqua Miq. ...
13
TABELA 02 – Desenvolvimento e multiplicação das microplantas de Monstera obliqua inoculadas em meio sólido MS
com concentração salina de 50% (MS50%), de 33% (MS33%) e de 25% (MS25%) e Knudson (1946), adicionados ou não
de BAP, CIN, GA3 AIA, após 60 dias de cultivo.
Reguladores de Crescimento (mg L-1)
MEIO
BAP CIN
AIA
GA3
ALTURA
(cm)
TP01
MS
-
-
-
-
1,2 ab
TP02
TP03
TP04
TP05
TP06
TP07
MS
MS
MS 50%
MS 50%
MS 50%
MS 50%
1
2
1
2
-
2
-
-
1,5
1,4
1,4
1,3
1,8
1,7
TP08
TP09
TP10
MS 50%
MS 50%
MS 33%
2
1
-
-
1
0,5
-
0,5
0,5
-
TP11
TP12
TP13
TP14
MS 25%
KNUDSON
KNUDSON
KNUDSON
2
-
2
-
-
ab
ab
ab
ab
a
a
Nº
FOLHAS
Nº
RAIZES
Nº
BROTOS
2 cde
1,6 ab
1,5 cd
3,4
0,9
1,8
3
3,3
2,6
3,5
3
1,5
4,6
3,8
2,9
5,7
3
2,2
4,1
4,6
4
a
abcde
bcde
abcd
abc
abcd
a
ab
ab
ab
a
ab
CALO
(%)
30
abc
abcd
cd
a
ab
abcd
100
67
0
38
100
100
0,9 ab
0,6 b
1,6 ab
4,9 ab
2,3 bcde
2,4 bcde
1,5 ab
2,1 ab
3,6 a
4 ab
2,6 abcd
2,4 bcd
70
40
13
0,9
1,3
0,8
1,1
1,6
2,3
1,1
2,7
2,1
2,7
0,4
1,1
1,3
2
3,4
2,6
11
10
80
43
ab
ab
ab
ab
de
bcde
e
bcde
ab
ab
b
ab
d
bcd
abcd
abcd
Médias seguidas da mesma letra nas colunas não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).
Esse resultado sugere que a combinação da
concentração salina do meio e a presença da citocinina e
as espécies monocotiledôneas apresentam maior resposta
a esses reguladores de crescimento em relação à emissão de
sua concentração foi determinante para o aumento da altura
das plantas. Em relação aos reguladores vegetais
brotos e folhas. A presença de AIA (0,5 e 1,0 mg L-1) e GA3
(0,5 mg L-1) no meio MS 50% (TP08 e TP09) não promoveu
utilizados, o uso da citocinina isolada promoveu melhor
resultado que com a interação com outros hormônios, como
bons resultados na altura, no número de folhas, raízes e de
brotos das plantas cultivadas in vitro (Tabela 2).
observado em TP08 e TP09, confirmando os resultados de
Skoog e Miller (1957), apud Kerbauy (2004), indicando que
Em relação ao número de brotos, todos os
tratamentos com meio MS ou Knudson adicionados de
apesar de a auxina atuar em sinergismo com a citocinina
para estimular a divisão celular, essas classes hormonais
reguladores BAP e CIN foram relativamente melhores que
os tratamentos que não continham essas substâncias. A
atuam antagonicamente no controle da iniciação de ramos
e raízes em cultura de tecido, bem como no estabelecimento
da dominância apical.
Os tratamentos TP02, TP03, TP05, TP06, TP07 e TP08,
todos com citocinina, promoveram taxas de emissão de
folhas substancialmente maiores que os demais tratamentos.
Vários trabalhos evidenciam o efeito das citocininas na
promoção do desenvolvimento da parte aérea (SKOOG;
MILLER, 1957; ZAFFARI, 1998; RESMI; NAIR, 2007), onde
ação da citocinina influencia, além da divisão e da
diferenciação celular, o estabelecimento de drenos e a
diferenciação de cloroplastos (TAIZ; ZEIGER, 2009). Por
essas influências, principalmente na relação da citocinina
com o aumento da divisão celular, a presença deste
regulador no meio de cultura resultou no crescimento da
planta. Diniz et al (2008), em testes de multiplicação da
espécie Spathiphyllum wallisi (Araceae), o lírio-da-paz,
também obtiveram resultados significativos em relação ao
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.9, n.1-2, p. 9-16, 2013
14
ZANCA, S. S. et al.
número de brotos da espécie, onde a presença de
citocininas nos meios de cultivo, independentemente da
presença ou ausência de auxinas, originaram a formação
de brotos. Esses autores também verificaram que, entre as
concentrações de 0 a 2 mg L-1 de citocinina, o melhor
resultado foi obtido na maior concentração.
Durante a fase de multiplicação, ocorreu a formação
de massa celular indiferenciada (calo) na região basal do
caule e das folhas na maioria dos tratamentos, geralmente
seguido pela oxidação. A indução de calo foi
consideravelmente maior nos meios com adição de BAP
ou CIN, em relação àqueles tratamentos sem reguladores.
Diferente da maioria de outros trabalhos de
micropropagação in vitro, essa espécie demonstrou
formação de raízes já nas fases de estabelecimento da
cultura asséptica e de multiplicação, não sendo necessária
a passagem pela fase de enraizamento. Esse fato deve-se
provavelmente ao fato de que Monstera obliqua seja uma
liana, onde normalmente formam raízes facilmente já em
seu meio natural, para sua fixação.
As plantas de Monstera obliqua, cultivadas em
meios semissólidos e líquidos, apresentaram diferenças
significativas em todos os parâmetros analisados, com
exceção do número de raízes. De modo geral, o meio sólido
foi significativamente melhor em relação ao meio líquido
nos parâmetros de altura, número de folhas e número de
brotos (Tabela 3).
um substrato semissólido ou rígido. Andrade et al (2011), em
Esses resultados mostram que a espécie Monstera
provavelmente pelo número de raízes já formadas e
desenvolvidas durante a fase de multiplicação (Tabela 4).
obliqua não se adapta bem ao meio líquido, necessitando de
estudo comparativo do desenvolvimento in vitro de bananeira
em relação aos meios líquido e semissólido, e Jo et al (2008),
em testes de proliferação com meios semissólidos e líquidos
com a espécie Alocasia amazônica (Araceae), constataram,
diferentemente da espécie Monstera obliqua, que os meios
líquidos foram mais eficientes na proliferação dos explantes.
Prasad e Dutta Gupta (2006), também realizaram estudos
comparativos entre meios semissólidos e líquidos no
desenvolvimento da espécie Gladiolus (Iridaceae), e
obtiveram resultados satisfatórios com o uso de meios
líquidos. A diferença de resultado no desenvolvimento de
Monstera obliqua cultivada em meio líquido em relação aos
estudos citados pode ser atribuída ao fato de que o meio
líquido foi com uso de ponte de papel, diferindo do sistema
de imersão total dos explantes ao meio líquido sob agitação
constante, utilizado nos outros estudos.
Fase de aclimatização
Na fase de aclimatização, as plantas tanto em sala
de crescimento quanto em telado de sombrite, com ou sem
câmara úmida, não apresentaram diferenças significativas
no crescimento e sobrevivência. Entretanto, o tratamento
sem câmara úmida, visualmente, proporcionou um menor
aumento na altura em relação aos tratamentos com câmara
úmida. Em todas as plantas dos diferentes tratamentos,
observou-se uma ótima adaptabilidade fisiológica,
TABELA 3 – Desenvolvimento de microplantas Monstera obliqua cultivadas em meio MS e MS com redução da
concentração salina em 50% (MS50%) e meio Knudson semi-sólido e líquidos com ponte de papel, adicionados de
reguladores de crescimento (RC) BAP e CIN.
RC (mg L-1)
ALTURA (cm)
Nº FOLHAS
Nº RAIZES
MEIO
BAP CIN
Semi-sólido
Líquido
Semi-sólido Líquido
Semi-sólido
Líquido
MS
1
1,5 ab
0,7 b
5,7 a
1,2 c
3,4 a
1,8 a
MS 50%
2
1,8 a
0,8 b
4,6 ab
0,9 c
3,3 a
1,8 a
MS 50%
2
1,7 a
0,7 b
4 ab
1,2 c
2,6 a
2 a
KNUDSON
2
1,1 ab
0,7 b
2,7 bc
1,2 c
1,1 a
1,6 a
Médias seguidas da mesma letra nas colunas não diferem significatimente entre si pelo teste de Tukey (p<0,05).
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.9, n.1-2, p. 9-16, 2013
Micropropagação de Mostera obliqua Miq. ...
15
TABELA 4 – Desenvolvimento e taxa de sobrevivência de plantas de Monstera obliqua submetidas a diferentes
ambientes de aclimatização, após 30 dias.
*
Tratamento
Ambiente de
aclimatização
Câmara
úmida
* Altura (cm)
Número
de folhas
Sobrevivência
(%)
TAC1
TAC2
TAC3
Sala crescimento
Telado
Telado
sim
sim
não
2,79
2,36
1,89
0,29
1,57
1,00
100
100
100
* Médias não diferem entre si pelo teste de Tukey (p d  0,05).
Segundo George et al (2008), o prévio enraizamento
das plantas in vitro proporciona uma melhor condição
fisiológica na fase de aclimatização, uma vez que possibilita
BUDAG, P. R.; SILVA, T. P. Cadeias produtivas do Estado de
Santa Catarina: flores e plantas ornamentais.
Florianópolis: Epagri. 2000. Boletim Técnico 105.
uma maior indução da rizogênese ex vitro. Stanly et al
(2012), em testes de aclimatização de Homalomena
pineaodora, e Ali et al. (2007), em testes com Caladium
COSTA, D. T.; DROSTE, A. Efeito da esterilização sobre o
estabelecimento da cultura in vitro de Rosmarinus
officinalis Linn. (Lamiaceae). São Leopoldo: Instituto
Anchietano de Pesquisas. Pesquisas, série Botânica, n.61,
p. 315-324, 2010.
bicolor, também obtiveram 100% de sobrevivência das
plantas aclimatizadas, indicando a grande adaptabilidade
das plantas da família Araceae à fase de aclimatização.
CONCLUSÃO
A desinfestação dos explantes de segmentos nodais
de Monstera obliqua, utilizando uma combinação de Etanol,
NaClO, CaClO e HgCl2 foi parcialmente eficaz na obtenção
de culturas assépticas, obtidas somente quando realizaramse reassepsias das culturas contaminadas. As plantas na
fase de multiplicação apresentaram maior desenvolvimento,
taxa de multiplicação e enraizamento no meio MS semissólido
adicionado da citocinina BAP. A espécie Monstera obliqua
apresenta boa resposta em seu estabelecimento in vitro
quanto à taxa de multiplicação. As plantas aclimatizadas
demonstraram grande adaptabilidade à transferência da
condição heterotrófica para a autotrófica.
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Musa acuminata (AAA) cv. Grande Naine. São Paulo.
Universidade de São Paulo. 1998, Tese de Doutorado. 1998.
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.9, n.1-2, p. 9-16, 2013
POLPA DO FRUTO
DE
DE BANANA NO
Poupa do
frutoCULTIVARES
de cultivares de banana...
CRESCIMENTO IN VITRO DA ORQUÍDEA
Cattleya schilleriana RCHB.F.
17
FRUIT PULP OF BANANA CULTIVARS ON IN VITRO
GROWTH OF ORCHID Cattleya schilleriana RCHB.F.
RICARDO TADEU DE FARIA1*, ELDER ANDREAZI2, TALITA PIJUS PONCE3, RAYNE BAENA4
1
DSc – Professor (Bolsista produtividade CNPq) Departamento de Agronomia – Universidade Estadual de Londrina – Rodovia Celso
Garcia Cid – Pr 445 Km 380 – Campus Universitário UEL – Cx.P. 10011 – Cep: 86057-970 – Londrina, Paraná – [email protected]. *Autor
para correspondência.
2
MSc – Engenheiro Agrônomo – Doutorando em Agronomia (Bolsista CAPES) – Universidade Estadual de Londrina/UEL – Rodovia
Celso Garcia Cid – Pr 445 Km 380 – Campus Universitário UEL – Cx.P. 10011 – Cep: 86057-970 – Londrina, Paraná –
[email protected].
3
Graduanda em Agronomia (Bolsista CNPq) – Universidade Estadual de Londrina/UEL – Rodovia Celso Garcia Cid – Pr 445 Km 380
– Campus Universitário UEL – Cx.P. 10011 – Cep: 86057-970, Londrina, Paraná – [email protected].
4
Graduanda em Agronomia – Universidade Estadual de Londrina/UEL – Rodovia Celso Garcia Cid – Pr 445 Km 380 – Campus
Universitário UEL – Cx.P. 10011 – Cep: 86057-970 – Londrina, Paraná – [email protected].
RESUMO
A espécie Cattleya schilleriana é tida em via de extinção
na natureza. A sua reprodução em larga escala por métodos simples
é de fundamental importância para sua preservação. Objetivouse, neste trabalho, avaliar a influência da suplementação de meio
nutritivo com polpa de banana das cultivares ‘Nanica’, ‘Prata’ e
‘Maçã’, no crescimento in vitro da orquídea Cattleya schilleriana
Rchb.f.. Foram utilizadas plântulas oriundas de sementes
germinadas in vitro, com tamanho inicial de 0,7 ± 0,1 cm. Os
tratamentos consisti­ram em meios de cultura MS, com adição de
60 g L-1 de polpa banana de diferentes cultivares: T1 - controle
MS; T2 - MS + banana nanica; T3 - MS + banana prata; T4 - MS
+ banana maçã; T5 - MS + banana prata + banana maçã; T6 - MS
+ banana maçã + banana nanica e T7 - MS + banana- maçã +
banana- nanica + banana- prata. As variáveis avaliadas foram:
altura da parte aérea, comprimento da maior raiz, número de
folhas, número de raízes, área foliar, massa fresca total e massa
seca total. O experimento foi instalado no delineamento
inteiramente casualizado, com sete tratamen­tos e dez repetições.
De modo geral, os meios enriquecidos com polpa de banana de
qualquer uma das cultivares influenciaram, positivamente, o
desenvolvimento das plântulas, sendo que os meios contendo
banana- maçã apresentaram médias superiores para praticamente
todas as características. A suplementação do meio nutritivo
unicamente com banana maçã foi o mais eficiente no crescimento
in vitro de C. schilleriana.
Termos para indexação: cultura de tecidos, meio de cultura,
banana.
ABSTRACT
The species Cattleya schilleriana is considered as
endangered. Its reproduction on a large scale through simple and
inexpensive methods is crucial for survival. The aim of this study
was to evaluate the influence of supplemental culture media with
banana pulp of the cultivars ‘Nanica’, ‘Prata’ end ‘Maça’ for in
vitro growth of Cattleya schilleriana Rchb.f. orchid. Seedlings
from seeds germinated in vitro with initial size of 0.7 ± 0.1 cm
were used. Treatments consisted of culture media MS, with
addition of 60 g L-1 pulp from different banana cultivars: T1 control MS, T2 - MS + ‘Nanica’ banana, T3 - MS + ‘Prata’
banana, T4 - MS + ‘Maçã’ banana; T5 – ‘Prata’ banana + MS +
‘Maçã’ banana; T6 - MS + ‘Maçã’ banana + ‘Nanica’ banana and
T7 - MS + ‘Maçã’ banana + ‘Nanica’ banana + ‘Prata’ banana.
The variables evaluated were: aerial part length, longest roots
length, number of leaves, number of roots, leaf area, total fresh
and total dry mass. The experiment was conducted in a
completely randomized design with seven treatments and ten
replicates. Generally, the media suplemented with banana pulp
from any of the cultivars positively influenced seedling
development, with culture medium containing ‘Maçã’ banana
presenting higher averages for all the features evaluated. The
supplementation of the culture medium with only ‘Maçã’ banana
was the most efficient for the in vitro development of C.
schilleriana.
Index terms: tissue culture, culture media, banana.
INTRODUÇÃO
O gênero Cattleya é amplamente distribuído na
Mata Atlântica, além de algumas espécies serem
encontradas na Caatinga e no Cerrado. Esse gênero
representa um dos mais importantes da família Orchidaceae,
por seu elevado valor ornamental. Em razão disso, o
extrativismo tem causado redução nas populações e
ameaça de extinção em seus habitats naturais. A espécie
Cattleya schilleriana é aparentemente endêmica do estado
do Espírito Santo na Bacia do Rio Jucu. Essa espécie está
(Recebido em 22 de abril de 2013 e aprovado em 07 de outubro de 2013)
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.9, n. 1-2, p. 17-23, 2013
18
FARIA, T. de et al.
na lista vermelha divulgada pelo Instituto Brasileiro de
Meio Ambiente (IBAMA) como ameaçada de extinção, o
que aumenta a importância em buscar meios para reproduzila em larga escala (BRASIL, 2008).
A inflorescência possuí uma a duas flores, sépalas
verde-oliva levemente amarelada com manchas púrpuras e
pétalas carnosas da mesma cor, labelo trilobado com o
ápice levemente descoberto e o florescimento ocorre em
outubro (CRUZ et al., 2003).
A formulação ou composição do meio de cultura é
essencial para o desenvolvi­mento de plântulas in vitro
(FARIA et al., 2002). O uso de polpa de banana da variedade
nanica tem apresentado bons resultados e são muitos os
relatos descritos na literatura da sua adição em meios de
cultura para a propagação de orquídeas, pelo seu auto
teor nutricional e baixo custo (SHU-FUNG et al., 2004; SILVA
et al., 2005; FIGUEIREDO et al., 2008; STANCATO et al.,
2008; PASQUAL et al., 2009; VIEIRA et al., 2009; VYAS et
al., 2009; FERREIRA et al., 2010; MEI et al., 2012; COLOMBO
et al., 2012).
A adição de polpa de banana ao meio de cultura
proporciona uma suplementação nos teores de vitaminas,
aminoácidos e reguladores de crescimento, além de dispor
de altas concentrações de potássio, fósforo e magnésio
(ARDITTI; ERNST, 1992; GEORGE et al., 2008). A polpa do
fruto de diferentes cultivares de banana apresentam
diferentes composições (LIMA et al., 2011). Na literatura,
não foram encontrados relatos de experimentos mostrando
o efeito da adição de polpa de banana prata e maçã em
meios de cultura no desenvolvimento in vitro de
orquídeas.
Conduziu-se este trabalho ,com o objetivo de avaliar
a influência da suplementação de meio nutritivo com polpa
de banana das cultivares nanica, prata e maçã, no
crescimento in vitro da orquídea Cattleya schilleriana
Rchb.f..
MATERIAL E MÉTODOS
Foram utilizadas plântulas da orquídea Cattleya
schilleriana Rchb.f., oriundas de sementes germinadas in
vitro, com 0,70 ± 0,1 cm de altura. Os tratamentos
consisti­ram em meios de cultura MS (MURASHIGE;
SKOOG, 1962), com adição de 60 g L-1 de polpa de banana
no estádio de maturação 4, com coloração verde- amarelada
das cultivares banana -nanica (Musa acuminata Colla x
Musa balbisiana Colla, grupo AAA); banana- prata (Musa
acuminata Colla x Musa balbisiana Colla, grupo AAB) e
banana- maçã (Musa acuminata Colla x Musa balbisiana
Colla, grupo AAB).
Os meios de cultura avaliados foram: T1 – sem
adição de banana; T2 – banana- nanica; T3 – bananaprata; T4 – banana- maçã; T5 – banana- prata + bananamaçã; T6 – banana- maçã + banana- nanica e T7 – bananamaçã + banana- nanica + banana-prata. Nos tratamentos
onde houve combinação de polpas, as misturas foram
colocadas na proporção 1:1. Em todos os meios de cultura,
foram adicionados 1g L-1 de carvão ativado, 30 g L-1 de
sacarose e 7,0 g L-1 de ágar e o pH ajustado para 6,0 ± 0,2
com KOH (2%). Foram distribuídos 50 ml dos meios
pertencentes a cada tratamento, em frascos de vidro com
capacidade de 250 mL que, em seguida, foram autocla­vados
a 120° C e 1 atm de pressão, durante 20 minutos.
Sete dias após a autoclavagem, foram inoculadas
12 plântulas de C. schilleriana em cada frasco que foram
imediatamente transferidos e mantidos em sala de
crescimento com temperatura de 25 ± 2° C, 1.300 lux de
luminosidade e fotoperí­odo de 16 horas. Nove meses após
a inoculação, quando as mudas estavam prontas para a
etapa de aclimatização, foram avaliados: altura da parte
aérea (APA), comprimento da maior raiz (CMR), número de
folhas (NF), número de raízes (NR), área foliar (AF), massa
fresca total (MFT) e massa seca total (MST). Para a variável
(MST), foram utilizadas cinco plantas de cada repetição. A
secagem foi feita em estufa a 68 ºC até atingirem peso
constante.
Após as avaliações, as mudas restantes foram
lavadas em água corrente, transplantadas para bandejas
de plástico com 128 células, com volume individual de 34
cm3, contendo esfagno como substrato e transferidas para
casa de vegetação, para um período de aclimatização com
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.9, n. 1-2, p. 17-23, 2013
Poupa do fruto de cultivares de banana...
60% de sombreamento e regime intermitente de nebulização.
Após um mês foi avaliada a porcentagem de sobrevivência.
O experimento foi instalado no delineamento
inteiramente casualizado, com sete tratamen­tos, 10
repetições, e 12 plantas por parcela. Para as variáveis NF,
AF, MFT e MST foi feita a transformação para x + 0,5.
Os dados foram submetidos à análise de variância, e as
médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5 % de
probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados referentes aos parâmetros analisados em
cada tratamento estão mostrados na tabela 1. Para a variável
altura da parte aérea (APA), os meios contendo bananamaçã (T4, T5, T7 e T6) apresentaram os melhores resultados
(4,62; 4,11; 4,09; 3,91cm respectivamente). Entre os
tratamentos, o meio contendo MS + banana- maçã (T4)
apresentou a maior média de APA, diferindo
estatisticamente do tratamento contendo MS + banana maçã + banana- nanica (T6).
O tratamento controle (Tabela 1), contendo somente
MS sem adição de polpa de banana (T1), apresentou a
menor média de crescimento da parte aérea (2,85 cm),
comportando-se significativamente inferior a todos os
tratamentos contendo polpa de banana maçã. Entre os
19
tratamentos onde não houve adição de polpa de bananamaçã o que apresentou melhor média foi o meio MS +
banana- nanica (T2) (3,40 cm), porém não diferindo
estatisticamente dos tratamentos T1 (MS) e T3 (MS +
prata), respectivamente 2,85 e 3,24 cm.
Pasqual et al. (2009) obtiveram maior altura da parte
aérea em Cattleya loddigesii na concentração de 200 g L-1
de polpa da banana- nanica e 6 g L-1 de ágar. Da mesma
forma, BRAHM et al. (2006) encontraram melhores
respostas para orquídeas do gênero Schomburgkia sp.,
em meio contendo 60g L-1 de banana -nanica.
Quanto ao comprimento da maior raiz (CMR), os
resultados foram semelhantes aos da variável (APA), onde
os meios contendo banana maçã apresentaram valores
superiores aos demais. Entre estes, o meio contendo MS +
banana- maçã (T4) apresentou, também, a maior média (4,56
cm), diferindo estatisticamente do meio contendo MS +
prata + maçã (T5) (3,62 cm). Os meios onde não houve
adição de banana- maçã, tiveram médias significativamente
inferiores aos tratamentos T4 (MS + maçã) (4,56 cm), T6
(MS + maçã + nanica) (3,98 cm) e T7 (MS + maçã + nanica
+ prata) (3,99 cm).
O meio MS + banana- maçã (T4) apresentou o maior
valor de CMR, diferindo significativamente em relação aos
meios T1, T2, T3 e T5 (2,33; 2,67; 3,16; 3,62 cm
TABELA 1 – Médias da altura da parte aérea (APA), comprimento da maior raiz (CMR), número de folhas (NF), número
de raízes (NR), área foliar (AF), massa fresca total (MFT) e massa seca total (MST) de Cattleya schilleriana Rchb.f.,
submetidos a meio de cultura MS suplementados com 60 g L-1 de polpa de banana das cultivares nanica (BN), maçã
(BM) e prata (BP). Londrina-PR, Brasil, 2012.
Tratamentos
T1 sem banana
T2 (BN)
T3 (BP)
T4 (BM)
T5 (BP+BM)
T6 (BM+BN)
T7 (BM+BN+BP)
APA(cm)
2,85 d
3,40 cd
3,24 d
4,62 a
4,11 ab
3,91 bc
4,09 ab
CMR(cm)
2,33 e
2,67 de
3,16 cd
4,56 a
3,62 bc
3,98 ab
3,99 ab
NF1
3,80 a
4,80 a
4,40 a
4,20 a
4,40 a
4,80 a
6,00 a
NR
4,40 ab
3,20 b
6,40 a
6,20 a
4,40 ab
4,20 ab
5,40 ab
AF(cm2)¹
1,456 c
1,496 c
1,914 bc
3,980 a
2,476 b
2,508 b
1,886 bc
MFT (g)¹
0,277 cd
0,236 d
0,559 ab
0,854 a
0,510 bc
0,431 bcd
0,534 bc
MST(g)¹
0,024 b
0,016 b
0,040 ab
0,080 a
0,048 ab
0,036 b
0,044 ab
CV%
11,60
13,78
35,97
35,95
12,83
10,07
1,90
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de significância.
¹Dados transformados para x + 0,5.
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.9, n. 1-2, p. 17-23, 2013
20
FARIA, T. de et al.
respectivamente). O tratamento T1 (MS) foi o que
apresentou a menor média de CMR (2,33 cm), sendo inferior,
estatisticamente, a todos os tratamentos, exceto ao T2 (MS
+ nanica). Segundo Pasqual et al. (2009) o incremento da
concentração de polpa de banana- nanica, associado a 4 g
L-1 de ágar, promoveu aumento no comprimento das raízes
das plântulas de Cattleya loddigesii de forma linear. No
estudo realizado por esses autores, o maior comprimento
das raízes foi obtido na concentração de 4 g L-1 de ágar e
200 g L-1 de polpa de banana- nanica.
Quanto ao número de folhas (NF), a análise de
variância demonstrou não haver diferenças significativas
entre os tratamentos, entretanto todos os meios com adição
de banana tiveram médias maiores que a testemunha
padrão T1(3,80), sendo o meio MS + maçã + nanica + prata
(T7) o que apresentou maior valor (6,00) para essa
Ferreira et al. (2010), comparando meio composto
por MS modificado com a metade da concentração dos
macronutrientes e meio com polpa de banana- nanica
enriquecido com fertilizantes comerciais NPK 20-20-20 Plant
Prood® (BAN), encontraram valores significativamente
superiores para número de raízes em Orchidaceae. Os
resultados verificados nesse experimento podem ser,
decorrentes da deficiência da polpa de banana- nanica
como única fonte de complemento na interação com o meio
MS, na formação de raízes em C. schilleriana.
Para a variável área foliar (AF), o meio MS + banana
maçã (T4) (3,980 cm2) foi estatisticamente superior a todos
os outros tratamentos, enquanto que o T2 (MS + nanica)
(1,496 cm 2) apresentou comportamento similar ao
tratamento controle T1 (MS) (1,456 cm2), com médias
significativamente inferiores aos tratamentos T4 (MS +
característica. Araujo et al. (2006), estudando o
comportamento de um híbrido entre Cattleya loddgesii
maçã) (3,980 cm2), T6 (MS + maçã + nanica) (2,508 cm2) e
T5 (MS + prata + maçã) (2,476 cm2).
‘Grande’ x Cattleya loddgesii ‘Alba’, em meios de cultura
suplementado com água de coco e diferentes
Em relação à variável massa fresca total (MFT),
pode-se observar, mais uma vez, o melhor comportamento
concentrações de polpa de banana nanica, observaram
maior número de folhas em meios com ausência de polpa
do tratamento T4 (MS + banana maçã) (0,854 g) com média
significativamente superior aos demais tratamentos,
dessa banana.
Para o número de raízes (NR), foi verificado que os
exceto ao tratamento T3 (MS + banana- prata) (0,559 g).
Por outro lado, o tratamento T2 (MS + nanica) (0,236 g)
meios contendo MS + banana- prata (T3) (6,40) e MS +
banana- maçã (T4) (6,20) foram significativamente
superiores ao meio contendo MS + banana- nanica (T2)
(3,20). O restante dos tratamentos, onde houve a mistura
de diferentes polpas, apresentaram comportamento
intermediário similar ao tratamento sem adição de polpa
(T1) (4,40). Araujo et al. (2006), estudando meios
suplementados com água de coco, constataram influência
positiva na formação de raízes, com aumento das
concentrações de polpa de banana- nanica. Segundo Vyas
et al. (2009), a incorporação de banana (Musa acuminata,
subgrupo Basrai, variedade Harichal, um mutante de Dwarf
Cavendish) em meio KC não só promoveu a formação e
desenvolvimento de raízes, mas também levou a um
aumento no número de rebentos de Dendrobium
lituiflorum (Lindl.).
apresentou a menor média de massa fresca, comportandose, significativamente inferior a T4 (MS + maçã) (0,854 g),
T3 (MS + prata) (0,559 g), T7 (MS + maçã + nanica +
prata) (0,534 g) e T5 (MS + prata + maçã) (0,510 g).
Diferentemente, Silva et al. (2005) demonstraram aumento
linear de matéria fresca, em plântulas de orquídea
Brassiocattleya Pastoral X Laeliocattleya Amber Glow,
cultivadas em meio Knudson ,suplementado com
concentrações de 0, 25, 50, 75 e 100 g.L-1 de polpa de
banana nanica.
Para a variável massa seca total (MST), os meios
contendo banana- maçã, banana- prata e a combinação
entre ambos foram significativamente superiores aos
tratamentos T1, T2 e T6 (0,024; 0,016; 0,036 gramas,
respectivamente). O tratamento T4 (MS + banana- maça)
(0,080g) apresentou a maior média, porém não diferindo
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.9, n. 1-2, p. 17-23, 2013
Poupa do fruto de cultivares de banana...
estatisticamente aos tratamentos T3 (0,040), T5 (0,048 g) e
T7 (0,044 g). Entretanto, Stancato et al. (2008), estudando
a composição ideal de meio nutritivo para Miltonia
spectabilis (Lindley), observou que as plântulas cultivadas
em meio com polpa de banana- nanica incorporaram maior
quantidade de matéria seca em relação aos outros meios
estudados.
Pasqual et al. (2009) encontraram melhor resultado
para massa seca da parte aérea em meio enriquecido com
126,7 g L-1 de polpa de banana- nanica. Da mesma forma,
Araujo et al. (2006), ao avaliarem diferentes concentrações
de polpa de banana e de água de coco adicionadas ao
meio Knudson C, no desenvolvimento in vitro de
orquídeas, verificaram, após 180 dias, que a adição de polpa
de banana promoveu maior alongamento da parte aérea e
de raiz e maior acúmulo de massa fresca de raízes. A adição
de banana- maçã nessas concentrações demonstraram
ótimos resultados para ganho de massa seca em C.
schilleriana, o que não ocorreu com banana- nanica.
Após período de 30 dias da aclimatização, foi
observada taxa média de sobrevivência de plantas entre
80 e 85% em todos os tratamentos, exceto para o tratamento
T4 (MS + maçã) onde essa taxa foi de 95% (± 1),
demonstrando que a polpa de banana- maçã também foi
21
mais eficiente nessa etapa. Segundo Brahm et al. (2006), a
combinação entre frutas e legumes num mesmo meio,
proporcionou resultados inferiores aos meios em que os
mesmos foram utilizados separadamente. Isso pode explicar
por que, para a maior parte das características estudadas,
o meio MS, contendo apenas banana- maçã (T4),
apresentou comportamento superior aos meios combinados
com mais de uma cultivar de banana. Entretanto, o mesmo
não ocorreu com o meio enriquecido com banana- nanica,
que se mostrou inferior aos meios contendo mais de uma
cultivar. O meio T3 enriquecido apenas com banana- prata
teve comportamento intermediário.
Pode-se observar também que os meios contendo
banana- maçã, apresentaram médias superiores para
praticamente todas as características, em relação aos meios
sem adição da mesma. Isso pode ser pelo fato de haver
melhor resposta de crescimento de C. schilleriana à
concentração de nutrientes e substâncias que constituem
a polpa da banana- maçã (Tabela 2; Tabela 3), que possui
quantidades superiores de proteínas, fibras, fósforo (P),
manganês (Mn) e cobre (Cu) em relação às bananas nanica
e prata.
Colombo et al. (2012), estudando o efeito de
formulações de fertilizantes comerciais e adição de polpa
TABELA 2 – Composição química e de vitaminas em 100 g de polpa do fruto de bananas nanica, prata e maçã.
Umidade Energia Proteína Carboidratos Fibras Cinzas Riboflavina Piridoxina VitaminaC
(%)
(kcal)
(g)
(g)
(g)
(g)
(mg)
(mg)
(mg)
Banana maçã
75,2
87
1,8
22,3
2,6
0,6
Tr
0,14
10,5
Banana nanica
73,8
92
1,4
23,8
1,9
0,8
0,02
0,14
5,9
Banana prata
71,9
98
1,3
26,0
2,0
0,8
0,02
0,10
21,6
Cultivar
Fonte: Tabela Brasileira de Composição de Alimentos – TACO (Lima et al. 2011).
TABELA 3 – Composição mineral em 100 g de polpa do fruto de bananas nanica, prata e maça.
Cultivar
Banana maçã
Banana nanica
Banana prata
Manganês
(mg)
0,60
0,14
0,42
Fósforo
(mg)
29
27
22
Ferro
(mg)
0,2
0,3
0,4
Potássio
(mg)
264
376
358
Cobre
(mg)
0,11
0,10
0,05
Zinco
(mg)
0,1
0,2
0,1
Fonte: Tabela Brasileira de Composição de Alimentos – TACO (Lima et al. 2011). Tr = traços.
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.9, n. 1-2, p. 17-23, 2013
Cálcio
(mg)
3
3
8
Magnésio
(mg)
24
28
26
22
FARIA, T. de et al.
de banana nanica em meios de cultura no cultivo in vitro
de um híbrido de Phalaenopsis (P. amabilis x P. equestris),
avaliaram, praticamente, as mesmas variáveis deste trabalho
e, em todas elas, encontraram melhores resultados para as
formulações enriquecidas com banana.
Ferreira et al. (2010) em ensaios de crescimento
Acesso em: 27 de jul. 2012. Online. Disponível em: <http:/
/www.mma.gov.br/estruturas/ascom_boletins/_arquivos/
83_19092008034949.pdf >
COLOMBO, R. C.; FAVETTA, V.; FARIA, R. T. Fertilizantes
comerciais e polpa de banana no cultivo in vitro de um
híbrido de Phalaenopsis (Orchidaceae). Revista Ceres, v.
59, n. 6, p. 739-745, nov./dez., 2012.
com Baptistonia pubes, demonstraram que plântulas em
meio nutritivo suplementado com polpa de banana nanica,
quando comparado com meio MS modificado com a
metade da concentração dos macronutrientes, mostraram-
CRUZ, D. T. da.; BORBA, E. L.; VAN DEN BERG, C. O
gênero Cattleya lindl. (Orchidaceae) no estado da Bahia,
Brasil. Sitientibus Série Ciências Biológicas, v. 3, n. 1-2,
p. 26-34, 2003.
se estatisticamente iguais ou superiores para todos os
parâmetros analisados. É provável que os aminoácidos,
vitaminas e reguladores de crescimento, existentes na
polpa de banana, sejam preferencialmente absorvidos
FARIA, R. T. et al. Preservation of the brazilian orchid
Cattleya walkeriana Gardner using in vitro propagation.
Crop Breeding and Applied Biotechnology, v. 2, n. 3, p.
489-492, 2002.
pelas plântulas, em relação aos do meio MS (Silva et al.,
2005).
A suplementação do meio nutritivo com bananamaçã foi o mais eficiente no desenvolvimento in vitro de
FERREIRA, A. W. C. et al. Propagação in vitro de
Baptistonia pubes (Lindl.) Chiron & V. P. Castro (Oncidium
pubes Lindl.) (Orchidaceae). Acta Botânica Brasílica, v.
24, n. 3, p. 636-639, 2010.
C. schilleriana.
AGRADECIMENTOS
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq) e Fundação Araucária,
pelo apoio financeiro.
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ed. California: A Wiley – Interscience Publication, 1992.
680 p.
ARAUJO, A. G.. et al. Água de coco e polpa de banana no
cultivo in vitro de plântulas de orquídeas. Revista Ceres,
v. 53, n. 310, p. 608-613, 2006.
BRAHM, R. Ü.; GOMES, J. C. C.; BOSENBEC­KER, V.
K. Meios de cultura alternativos para o crescimento e
desenvolvimento de orquídeas in vitro. Revista
Brasileira de Agroecologia, v. l, n. 1, p. 1623-1626, 2006.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Instrução
Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Art. 1o e Art. 2º.
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crescimento in vitro de plantas de orquídea Cattleya
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Background, 2008. 501 p.
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Poupa do fruto de cultivares de banana...
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23
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VYAS, S. et al. Rapid regeneration of plants of
Dendrobium lituiflorum Lindl. (Orchidaceae) by using
banana extract. Scientia Horticulturae, v. 121, p. 32–
37, 2009.
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.9, n. 1-2, p. 17-23, 2013
24 ESTABELECIMENTO
IN VITRO
DE
MIRTILEIRO: CULTIVARES
PELIZZA, T.
R. et al.
BLUECROP, DUKE E MISTY
IN VITRO ESTABLISHMENT OF BLUEBERRY: BLUECROP,
DUKE AND MISTY CULTIVARS
TÂNIA REGINA PELIZZA1, FABIANE NUNES SILVEIRA2, JANAÍNA MUNIZ2, FERNANDA GRIMALDI2,
LEO RUFATO3, AIKE ANNELIESE KRETZSCHMAR3
1
Eng. Agr., Pós doutoranda – Bolsista PRODOC/CAPES – Centro de Ciências Agroveterinárias/CAV/UDESC – Avenida Luiz de
Camões 2090 – Bairro Conta Dinheiro – 88520.000 – Lages, SC – Brasil – email: [email protected] – Autor para contato.
2
Doutoranda em Produção Vegetal – Centro de Ciências Agroveterinárias/CAV/UDESC – Lages, SC – Brasil – e-mail:
[email protected]; [email protected]
3
Téc. em Agroecologia - IFSC-SMO - Doutoranda em Produção Vegetal/CAV/UDESC – Lages, SC – Brasil – e-mail:
[email protected];
4
Prof. Adjunto de Fruticultura – Departamento de Agronomia – Centro de Ciências Agroveterinárias/CAV/UDESC – Lages, SC –
Brasil – email: [email protected]; [email protected]
RESUMO
Agentes de contaminação de tecidos como bactérias e
fungos são comuns em plantas in vivo, mas apresentam efeitos
danosos sobre plantas em condições in vitro. A oxidação dos
explantes pode levá-los à morte, ocasionando uma redução no
percentual de obtenção de novas brotações, possíveis de originarem
uma nova planta. Neste trabalho objetivou-se definir a assepsia
mais adequada para o estabelecimento in vitro de mirtileiro das
cultivares Bluecrop, Duke e Misty. O experimento foi realizado,
no Laboratório de Micropropagação de Plantas do Centro de
Ciências Agroveterinárias (CAV/UDESC), em Lages (SC). Foram
testados cinco tratamentos para a desinfestação dos explantes:
(T1: 1min álcool 70%; T2: 10 min NaOCl 2 %; T3: 15 min NaOCl
2%; T4: 1 min álcool 70%; + 10 min NaOCl 2% e T5: 1 min álcool
70%; + 15 min NaOCl 2 %) e três cultivares de mirtileiro (Bluecrop,
Duke e Misty), o que constituiu um fatorial 5 x 3. Foram avaliadas
a porcentagem de contaminação fúngica, bacteriana e oxidação após
28 dias e o estabelecimento dos explantes aos 45 dias de cultivo in
vitro. Para o estabelecimento in vitro de segmentos nodais de
mirtileiro, há um comportamento distinto entre as cultivares. A
oxidação in vitro dos explantes de mirtileiro é baixa. Para o
estabelecimento in vitro de segmentos nodais de mirtileiro, podese fazer o uso de imersão em solução de álcool 70%, durante 1
minuto ou em NaOCl 2 % durante 10 minutos.
Micropropagation, of Agroveterinary Sciences Center (CAV /
UDESC) in Lages (SC). Five treatments for asepsis of explants
were tested (T1: 1 min alcohol, T2: 10 min 2% NaOCl, T3: 15
min 2% NaOCl; T4: 1 min alcohol + 10 min 2% NaOCl and T5:
1 min alcohol + 15 min 2% NaOCl) and three cultivars of
blueberry (Bluecrop, Duke and Misty), arranged in a 5 x 3
factorial. We evaluated the percentage of fungal and bacterial
contamination, oxidation after 28 days, and the establishment
of explants after 45 days of in vitro culture. During the in vitro
establishment of nodal segments of blueberry there is a distinct
behavior between cultivars. The in vitro oxidation of blueberry
explants is low. To establish in vitro nodal segments of
blueberry, the of use alcohol 70% for 1 minute or NaOCl 2%
for 10 minutes was successful.
Index terms: Vaccinium spp., plant biotechnology, small fruits.
INTRODUÇÃO
A micropropagação de plantas é uma forma de
propagação clonal massal de um genótipo selecionado por
técnicas de cultura in vitro (HARTMANN; KESTER, 1997) e
é assim denominada em função do tamanho dos propágulos
Termos para indexação: Vaccinium spp., biotecnologia vegetal,
pequenas frutas.
utilizados (GRATTAPAGLIA; MACHADO, 1998).
A grande aplicação prática da técnica de
ABSTRACT:
Tissue contaminants such as bacteria and fungi are
common in plants in vivo, but produces devastating effects on
plants under in vitro conditions. The oxidation of explants may
lead to dead, or a reduction in the percentage of new shoots,
and possible to develop a new plant. The objective of this
study was to define the best asepsis for the in vitro
establishment of blueberry cultivars Bluecrop, Duke and Misty.
The experiment was conducted at the Laboratory of Plant
micropropagação encontra-se na produção comercial de
plantas, o que permite rápida multiplicação de material e
em curtos períodos de tempo e espaço (GRATTAPAGLIA;
MACHADO, 1998).
A condição da planta-matriz, a descontaminação, a
diminuição do tempo de manipulação do material vegetal, a
seleção de explantes com maior vigor, e, principalmente, a
(Recebido em 02 de maio de 2013 e aprovado em 25 de novembro de 2013)
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.9, n. 1-2, p. 24-29, 2013
Estabelecimento in vitro de mirtileiro...
imersão dos explantes em agentes desinfestantes são as
abordagens usualmente utilizadas durante o estabelecimento
de protocolos de assepsia do material vegetal
(GRATTAPAGLIA; MACHADO, 1998; SKIRVIN et al., 1999).
Os principais contaminantes que afetam a cultura
de tecidos de plantas são bactérias e fungos. Esses
contaminantes são comuns em plantas in vivo, mas
apresentam efeitos danosos sobre plantas em condições
in vitro (SKIRVIN et al., 1999). De acordo com
Grattapaglia e Machado (1998), algumas substâncias com
a çã o ger mi ci da sã o uti li z adas pa ra efet ua r a
desinfesta ção de expl ant es, como o etan ol e o
hipoclorito de sódio e de cálcio. Skirvin et al. (1999)
também indicam a lavagem em água corrente por algumas
horas ou até dias para remover detritos e limpar o
explante, além do uso de detergentes, com o material
vegetal em agitação ou não. Sedlák e Paprštein (2012)
utilizaram o cloreto de mercúrio na concentração de
0,15% para desinfestar explantes superficialmente. Traore
et al. (2005) recomendaram o uso do fogo, obtido através
da chama do bico de bunsen, por onde os explantes são
submetidos por diferentes tempos, por três ou cinco
segundos, seguido de um mergulho rápido em água estéril
ou ainda, até a chama se extinguir por si mesma. Alcântara
et al. (2011) indicaram, como melhor método de assepsia
para o estabelecimento in vitro, a sequência de lavagem
com água esterilizada, seguida de álcool 70% por 30
segundos, hipoclorito de sódio à 2,5% por 20 minutos,
fungicida a base de benomyl 1% por 20 minutos e três
lavagens com água esterilizada.
Assim, conduziu-se este trabalho, com o objetivo
de defini r a assepsia mais adequa da par a o
estabelecimento in vitro de mirtileiro das cultivares
Bluecrop, Duke e Misty.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no Laboratório de
Micropropagação de Plantas do Centro de Ciências
Agroveterinárias (CAV), Universidade do Estado de Santa
Catarina (UDESC), em Lages (SC).
25
Os explantes, segmentos nodais com 1,5cm de
comprimento, foram retirados de ramos herbáceos de
plantas matrizes com aproximadamente um ano e meio
de idade, acondicionadas em câmara de crescimento e
previamente tratadas com biocidas: Cercobin ® 700 WP
– 0,7g.L-1 e Kasumin ® (2ml.L-1), além da aplicação de
Fosfito de Potássio (2,5ml.L -1 ). Foram retirados
segmentos de aproximadamente 30 cm, cujas folhas
foram removidas. Após, foram seccionados e lavados
em água corrente e detergente com auxílio de uma escova
dental macia. Em seguida, foram levados para câmara de
fluxo laminar, imersos nas soluções desinfestantes com
adição de duas gotas de Tween 20, lavados por três
vezes em água destilada esterilizada e, posteriormente,
inoculados em tubos de ensaio, tamanho 20 x 150 mm,
com 7 ml de meio nutritivo.
Utilizou-se o meio de cultura WPM (LLOYD;
MCCOWN, 1980), com 50% da concentração dos sais,
adicionado de 30 g.L-1 de sacarose e 7 g.L-1 de ágar.
Ajustou-se o pH da solução com NaOH 1N para 5,0, antes
da adição do ágar. Os explantes permaneceram em ambiente
ausente de luz por sete dias e depois permaneceram em
condições normais de sala de crescimento, sob temperatura
de 25ºC, fotoperíodo de 16 horas de luz e densidade de
fluxo de fótons de 30 µmol. m-2.s-1 obtidos por lâmpadas
fluorescentes brancas frias. Foram testados cinco métodos
de assepsia: 1) imersão em álcool 70% durante 1 minuto; 2)
imersão em NaOCl 2% durante 10 minutos; 3) imersão em
NaOCl 2% durante 15 minutos; 4) imersão em álcool 70%
durante 1 minuto + imersão em NaOCl 2% durante 10
minutos e 5) imersão em álcool 70% durante 1 minuto +
imersão em NaOCl 2% durante 15 minutos e três cultivares
de mirtileiro (Bluecrop, Duke e Misty), que constituíram
em experimento com delineamento inteiramente casualizado,
arranjado em fatorial 5 x 3, com quatro repetições por
tratamento, onde cada unidade experimental foi constituída
por seis tubos com um explante cada.
As variáveis avaliadas foram a percentagem de
contaminação fúngica, bacteriana e oxidação dos explantes
aos 28 dias após o estabelecimento in vitro. Aos 45 dias,
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.9, n. 1-2, p. 24-29, 2013
26
PELIZZA, T. R. et al.
foi avaliada a percentagem de estabelecimento dos
explantes.
Os da­dos obtidos foram submetidos à análise de
variância, e as médias, quando significativas, foram
comparadas entre si pelo teste de Tukey (p<0,05), por
meio do programa estatístico Winstat, quando os dados
expressos em percentagem foram transformados em
arcoseno da raiz quadrada de x/100 e os dados numéricos
foram transformados em raiz quadrada de x+0,5.
2). Observou-se efeito significativo para as variáveis
RESULTADOS E DISCUSSÃO
(AIA), no estabelecimento de diferentes cultivares de
mirtileiro em meio nutritivo WPM, acrescido de 73,8 µM
Não foi verificada interação entre os fatores
cultivar e agentes desinfestantes para as variáveis:
contaminação fúngica, contaminação bacteriana,
explantes de mirtileiro oxidados e estabelecidos aos 28
dias de cultivo in vitro (Tabela 1). Para as variáveis
contaminações fúngica e bacteriana não foi verificado
efeito significativo em relação ao fator cultivar (Tabela 1)
e aos diferentes agentes desinfestantes testados (Tabela
explantes oxidados e estabelecidos em ambos os fatores
estudados (Tabela 1 e 2).
Dentre as cultivares de mirtileiro avaliadas,
‘Duke’ apresentou maior percentual de explantes
oxidados comparativamente à cultivar Bluecrop e
igualou-se estatisticamente à ‘Misty’(Tabela 1). Em
trabalho conduzido por Silva et al. (2008), onde testaram
a presença e a ausência da auxina ácido-indol-acético
de 2iP, estes não observaram efeito significativo na
ausência do fitorregulador sobre a percentagem de
oxi da çã o dos expl an tes. Por ém , veri fi ca ra m o
comportamento distinto que ocorre entre as cultivares
testadas Delite, Florida, Powderblue, Bluebelle, Bluegem,
Briteblue e Woodard na presença do ácido-indol-acético
(AIA). Neste trabalho, verificou-se que tal condição,
TABELA 1 – Porcentagem de explantes de mirtileiro das cultivares Misty, Duke e Bluecrop com contaminação fúngica,
bacteriana, oxidados e estabelecidos in vitro.
Cultivares
Misty
Duke
Bluecrop
Contaminação
Fúngica (%)
19,47 a
21,69 a
16,70 a
Contaminação
Bacteriana (%)
ns
p
20,03 a
27,29 a
25,02 a
Explantes
Oxidados (%)
16,96 ab
16,69 a
4,18 b
Explantes
Estabelecidos (%)
67,41 a
62,75 a
28,17 b
ns
0,02
< 0,01
* Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (p>0,05).
TABELA 2 – Porcentagem de explantes de mirtileiro com contaminação fúngica, bacteriana, oxidados e estabelecidos
in vitro, com o uso de diferentes agentes desinfestantes.
Agente desinfestante
Álcool 70% 1 min
NaOCl 2 % 10 min
NaOCl 2% 15 min
Álcool 70% 1 min + NaOCl 2% 10 min
Álcool 70% 1 min + NaOCl 2 % 15 min
p
Contaminação
fúngica (%)
Contaminação
bacteriana (%)
Explantes
oxidados (%)
19,07 a
20,86 a
16,70 a
23,36 a
16,70 a
ns
27,09 a
16,70 a
23,34 a
27,80 a
27,09 a
ns
0,01 b
2,79 b
2,79 b
11,12 ab
22,93 a
< 0,01
* Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (p>0,05).
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.9, n. 1-2, p. 24-29, 2013
Explantes
Estabelecidos (%)
70,41 a
67,08 a
47,63 ab
41,40 ab
37,45 b
< 0,01
Estabelecimento in vitro de mirtileiro...
27
ou seja, o comportamento distinto entre as cultivares,
quando se faz referência à variável em questão, ocorreu
com o uso de meio nutritivo WPM com 50% da
con cen tr açã o dos sai s e sem a ut i li za ção de
fitorregulador.
No presente trabalho, as cultivares que se
estabeleceram com sucesso foram Misty e Duke, enquanto
que ‘Bluecrop’ apresentou baixa porcentagem de oxidação,
porém baixa porcentagem de explantes estabelecidos
(Tabela 1). Erig e Fortes (2002), em trabalho conduzido no
estabelecimento in vitro de gemas de pereira, verificaram
que a cultivar de pereira Carrick apresentou maior percentual
de explantes estabelecidos comparativamente à cultivar
Garber. A mesma condição foi observada por Silva et al.
(2008), quando verificaram, aos 30 e 45 dias de cultivo in
vitro, que o estabelecimento de explantes de mirtileiro está
estabelecimento in vitro, já que outros produtos de maior
poder desinfestante estão disponíveis no mercado, o
que subentende-se que proporcionariam melhores
resultados, como o hipoclorito de sódio e de cálcio
(Grattapaglia e Machado, 1998), o cloreto de mercúrio
(Sedlák e Paprštein, 2012) ou, ainda, o uso de fungicidas
(Alcântara et al., 2011). No entanto, com base nos dados
obtidos neste trabalho, verifica-se a viabilidade de uso
apenas do ál cool 70% duran te 1 mi nut o como
desinfestante de explantes de mirtileiro, em função de
sua eficiência no controle da contaminação fúngica e
bacteriana, bem como no baixo percentual de explantes
oxidados e pela alta percentagem de explantes
estabelecidos (Tabela 2).
O uso da imersão dos explantes de mirtileiro em
NaOCl 2%, durante 10 minutos, mostrou-se muito
em função das cultivares utilizadas, assim como com o
tipo de ramo doador dos explantes (herbáceo ou lenhoso).
semelhante ao uso de imersão em álcool 70%, durante 1
minuto + imersão em NaOCl 2% durante 15 minutos (Tabela
Observações relacionadas ao comportamento distinto entre
as cultivares, quando de seu estabelecimento in vitro,
2). No entanto, a fim de agilizar as atividades laboratoriais,
que demandam tempo significativo, é possível lançar mão
conforme observaram os autores Erig e Fortes (2002)
trabalhando com pereira e Silva et al. (2006) em mirtileiro,
daquele agente desinfestante já que é possível obter os
mesmos resultados com o uso de ambas as assepsias. De
estão de acordo com os resultados obtidos neste trabalho.
Dentre os diferentes agentes desinfestantes
acordo com Skirvin et al. (1999), algumas espécies vegetais
são bastante sensíveis à desinfestação com o hipoclorito
testados o uso de imersão em álcool 70%, durante 1 minuto
+ imersão em NaOCl 2% durante 15 minutos, resultou em
maior percentual de explantes oxidados, comparativamente
aos demais tratamentos, no entanto, igualou-se
estatisticamente ao uso de imersão em álcool 70% durante
1 minuto + imersão em NaOCl 2% durante 10 minutos
(Tabela 2). É possível verificar que, quando utilizado o
agente desinfestante imersão em álcool 70% durante 1
minuto + imersão em NaOCl 2% durante 15 minutos pela
maior expressão na oxidação dos explantes, ocorre, nesse
tratamento, menor percentual de explantes estabelecidos,
comparativamente aos tratamentos compostos por imersão
em álcool 70% durante 1 minuto e imersão em NaOCl 2%
durante 10 minutos.
A imersão de explantes em álcool 70% durante 1
minuto, isoladamente, não é uma prática muito usual no
de sódio, mas são menos sensíveis ao hipoclorito de cálcio,
no entanto, esse produto é pouco estável, necessitando
de uso imediato após seu preparo.
Conforme o observado neste trabalho, as assepsias
com o uso de NaOCl apresentaram resultados distintos
quanto à oxidação dos explantes, mostrando-se mais tóxicas
na imersão em álcool 70% durante 1 minuto + imersão em
NaOCl 2% durante 15 minutos, comparativamente ao uso
imersão em NaOCl 2% durante 10 minutos e imersão em
NaOCl 2% durante 15 minutos, bem como da imersão em
álcool 70% durante 1 minuto. Garcia et al. (2008) em trabalho
conduzido com uvaia (Eugenia piryformis), observaram o
efeito oxidativo do hipoclorito de sódio e do hipoclorito
de cálcio sobre a porcentagem de oxidação dos explantes,
a qual aumenta linearmente com o aumento do tempo de
exposição ao desinfestante.
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.9, n. 1-2, p. 24-29, 2013
28
PELIZZA, T. R. et al.
De acordo com Moraes et al. (2007), em estudo
conduzido com gemas axilares de abacaxizeiro (Ananas
comosus), dentre diferentes concentrações de hipoclorito
HARTMANN, H. T. et al. Plant propagation: principles
and practices. 6.ed. New Jersey: Prentice-Hall, 1997. 770
p.
de sódio testadas, a concentração de 2% por 10 minutos
resultou em maior número de gemas vivas. Ostrolucká et
al. (2007) têm utilizado a assepsia de gemas apicais e axilares
GARCIA, M. M. et al. Estabelecimento in vitro de uvaia:
tempo de desinfestação, desinfestante e meio de cultura.
In: CIC - CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 17,
ENPOS - ENCONTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS, 10, 2008,
Pelotas. Anais... Pelotas: FAEM/UFPel, 2008. CD-room.
de mirtileiro cv. ‘Berkeley’ com o uso de lavagens em água
corrente, durante 1 hora seguida de imersão em etanol 70%
durante 2 minutos e 0,1% de cloreto de mercúrio com três
gotas de Tween durante 6 minutos, e, finalmente lavagem
com água destilada estéril por três vezes. Segundo
Montarroyos (2000), é necessário adequação de
desinfetantes de acordo com a espécie e a sensibilidade
do tecido a ser desinfetado.
CONCLUSÕES
Para o estabelecimento in vitro de segmentos
nodais de mirtileiro há um comportamento distinto entre
as cultivares.
A oxidação in vitro dos explantes de mirtileiro é baixa.
Para o estabelecimento in vitro de segmentos
nodais de mirtileiro pode-se fazer o uso de imersão de
explantes em álcool 70% durante 1 minuto ou a imersão
dos explantes de mirtileiro em NaOCl 2% durante 10
minutos.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem à Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e
ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) pela concessão de bolsas e pelo
aporte de recursos financeiros ao projeto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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establishment and germination of Eucalyptus grandis.
Journal of Biotechnology and Biodiversity, v. 2, n. 3, p. 713, Aug. 2011.
ERIG, A. C.; FORTES, G. R. L. Estabelecimento de pereira
(Pyrus spp.) in vitro apartir de meristemas e gemas. Ciência
Rural, v. 32, n. 4 p. 577-582, 2002.
GRATTAPAGLIA, D.; MACHADO, M. A.
Micropropagação. In: TORRES, A. C.; CALDAS, L. S.;
BUSO, J. A. Cultura de tecidos e transformação genética
de plantas. Brasília: Embrapa-SPI / Embrapa-CNPH, v.1,
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LLOYD, G.; MCCOWN, B. Commerciallyfeasiblemicropropagation of Mountain laurel, Kalmia
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MONTARROYOS, A. V. V. Contaminação in vitro. ABCTP
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MORAES, A. M.; ALMEIDA, F. A. C.; CAZÉ FILHO, J.
Desinfestação e estabelecimento in vitro de gemas axilares
de abacaxizeiro. Tecnologia e Ciência Agropecuária, v. 1,
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OSTROLUCKÁ, M. G. et al. Protocol for micropropagation
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(eds). Protocols for Micropropagation of woody trees and
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SKIRVIN, R. et al. Establishment of contaminant-free
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Developmental Biology - Plant, v. 35, n. 4, p. 278-280,
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SILVA, L. C. et al. Meio nutritivo, reguladores de
crescimento e frio no estabelecimento in vitro de mirtilo
(vaccinium ashei reade) Cv. Delite. Revista Brasileira de
Agrociência, v. 12, n. 4, p. 405-408, 2006.
SILVA, L. C. et at. Tipo de ramo e efeito do ácido indol
acético (AIA) no estabelecimento in vitro de três
cultivares de mirtilo. Ciência Rural, v. 38, n. 2, p. 522-525,
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SEDLÁK J.; PAPRŠTEIN F. In vitro establishment and
proliferation of red currant cultivars. HortScience, v. 3,
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TRAORE, A. et al. Optimizing a protocol for sterilization and
in vitro establishment of vegetative buds from mature
douglas fir trees. HortScience, v. 40, n. 5, p. 1464-1468, 2005.
Plant Cell Cult. Micropropag., Lavras, v.9, n. 1-2, p. 24-29, 2013
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consecutivamente, incluindo as ilustrações
Tabelas: devem fazer parte do corpo do artigo e ser
apresentadas no módulo tabela do Word. O título deve
ficar acima.
Gráficos, Figuras e Fotografias: devem ser apresentados
em preto e branco, nítidos e com contraste, escaneados,
inseridos no texto após a citação dos mesmos e também
em um arquivo à parte, salvos em extensão “tif” ou “jpg”,
com resolução de 300 dpi. Os gráficos devem vir também
em excel, com letra Times New Roman, tamanho 10, sem
negrito, sem caixa de textos e agrupados, em arquivo à
parte.
Símbolos e Fórmulas Químicas: deverão ser feitos em
processador que possibilite a formatação para o programa
Page Maker, sem perda de suas formas originais.
2. ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO
2.1. O artigo científico deve ser apresentado na seguinte
seqüência:
TÍTULO
Suficientemente claro, conciso e completo,
evitando-se palavras supérfulas, em letras maiúsculas,
centralizado, em negrito, em português e inglês.
AUTORES
Máximo de 6 autores
Nomes completos sem abreviação, com chamada para nota
de rodapé da primeira página em apenas 1 das 4 vias do
manuscrito
Rodapé deve conter: titulação – instituição a que o autor
está filiado – endereço da instituição – CEP – cidade, estado
– endereço de e-mail, do respectivo autor.
RESUMO
Deve condensar, em um único parágrafo, o
conteúdo, expondo objetivos, materiais e métodos, os
principais resultados e conclusões em não mais do que
250 palavras. De acordo com as normas da NBR6028
Termos para indexação : no mínimo de três e máximo de
cinco. Não devem repetir os termos que se acham no título,
podem ser constituídas de expressões curtas e não só de
palavras e devem ser separadas por vírgula. Se possível,
extraídas do vocabulário: Thesagro – Thesaurus Agrícola
Nacional, desenvolvido pela CENAGRI (indicação da
revista “Plant Cell Culture & Micropropagation”para
evitar o uso de vários sinônimos como termos de indexação)
ABSTRACT
Além de seguir as recomendações do resumo, não
ultrapassando 250 palavras, deve ser uma tradução próxima
do resumo.
Index terms: representam a tradução das palavras-chave
para a língua inglesa.
INTRODUÇÃO
Deve apresentar uma visão concisa do estado atual
do conhecimento sobre o assunto, que o manuscrito
aborda e enfatizar a relevância do estudo, sem constituirse em extensa revisão e, na parte final, os objetivos da
pesquisa. Deve incluir a revisão de literatura.
MATERIAL E MÉTODOS
Esta seção pode ser dividida em subtítulos,
indicados em negrito.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Podem ser divididas em subseções, com subtítulos
concisos e descritivos, e conter tabelas e figuras.
CONCLUSÕES
Finalizar com os resultados de acordo com os
objetivos do trabalho
AGRADECIMENTOS
Se for o caso ao fim do texto, e antes das Referências
Bibliográficas, a pessoas ou instituições. O estilo, também
aqui, deve ser sóbrio e claro, indicando as razões pelas
quais se fazem os agradecimentos
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Devem seguir as normas para citação no texto e na
seção própria.
2.2. A comunicação científica deve ser apresentada na
seguinte seqüência:
TÍTULO
Suficientemente claro, conciso e completo,
evitando-se palavras supérfluas, em letras maiúsculas,
centralizado, em negrito, em português e inglês.
AUTORES
Máximo de 6 autores
Nomes completos sem abreviação, com chamada para nota
de rodapé da primeira página em apenas 1 das 4 vias do
manuscrito
Rodapé deve conter: titulação – instituição a que o autor
está filiado – endereço da instituição – CEP – cidade, estado
– endereço de e-mail, do respectivo autor.
RESUMO
Deve condensar, em um único parágrafo, o
conteúdo, expondo objetivos, materiais e métodos, os
principais resultados e conclusões em não mais do que
250 palavras. De acordo com as normas da NBR6028
Termos para indexação : no mínimo de três e máximo de
cinco. Não devem repetir os termos que se acham no título,
podem ser constituídas de expressões curtas e não só de
palavras e devem ser separadas por vírgula. Se possível,
extraídas do vocabulário: Thesagro – Thesaurus Agrícola
Nacional, desenvolvido pela CENAGRI (indicação da
revista “Plant Cell Culture & Micropropagation” para
evitar o uso de vários sinônimos como termos de indexação)
ABSTRACT
Além de seguir as recomendações do resumo, não
ultrapassando 250 palavras, deve ser uma tradução próxima
do resumo.
Index terms: representam a tradução das palavras-chave
para a língua inglesa.
Texto: sem subdivisão, porém com introdução, material e
métodos, resultados e discussão (podendo conter tabelas
e gráficos e conclusão subentendidas.
AGRADECIMENTOS
Se for o caso ao fim do texto, e antes das Referências
Bibliográficas, a pessoas ou instituições. O estilo, também
aqui, deve ser sóbrio e claro, indicando as razões pelas
quais se fazem os agradecimentos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Devem seguir as normas para citação no texto e na seção
própria.
3. CASO O ARTIGO CONTENHA FOTOGRAFIAS,
GRÁFICOS, FIGURAS, SÍMBOLOS E FÓRMULAS,
ESSAS DEVERÃO OBEDECER ÀS SEGUINTES
NORMAS:
3.1. Fotografias deverão ser apresentadas em preto e branco,
nítidas e com contraste, inseridas no texto após a citação
das mesmas e também em um arquivo à parte, salvas em
extensão “TIFF” ou “JPEG” com resolução de 300 dpi.
3.2. Figuras deverão ser apresentadas em preto e branco,
nítidas e com contraste, inseridas no texto após a citação
das mesmas e também em um arquivo à parte, salvas em
extensão “TIFF” ou “JPEG” com resolução de 300 dpi.
As figuras deverão ser elaboradas com letra Times New
Roman, tamanho 10, sem negrito; sem caixa de textos e
agrupadas.
3.3. Gráficos deverão ser inseridos após citação dos
mesmos, dentro do próprio texto, elaborado
preferencialmente em Excel, com letra Times New Roman,
tamanho 10, sem negrito; sem caixa de textos e agrupadas.
3.4. Símbolos e Fórmulas Químicas deverão ser feitas em
processador que possibilite a formatação para o programa
Page Maker (ex: MathType, Equation), sem perda de suas
formas originais.
OBS: A formatação correta é parte imprescindível para que
o trabalho seja devidamente protocolado. Caso este não
esteja nas normas, o mesmo será recusado.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: as referências
bibliográficas devem ser citadas conforme a NBR6023/2002
da ABNT.
A exatidão das referências constantes da listagem e a
correta citação no texto são de responsabilidade do(s)
autor(es) do artigo.
4.1. Orientações gerais:
- Deve-se apresentar todos os autores do documento
científico (fonte);
- O nome do periódico deve ser descrito por extenso, não
deve ser abreviado;
- Em todas as referências deve-se apresentar o local de
publicação (cidade), a ser descrito no lugar adequado para
cada tipo de documento;
- As referências devem ser ordenadas alfabeticamente.
4.2. Exemplificação (tipos mais comuns):
ARTIGO DE PERIÓDICO:
VIEIRA, R. F.; RESENDE, M. A. V. de. Épocas de plantio de
ervilha em Patos de Minas, Uberaba e Janaúba, Minas
Gerais. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 24, n. 1, p. 7480, jan./mar. 2000.
LIVRO:
a) livro no todo:
STEEL, R. G. D.; TORRIE, J. H. Principles and
procedures of statistics. New York: McGraw-Hill Book,
l960. 481 p.
b) Parte de livro com autoria específica:
FLEURY, J. A. Análise ao nível de empresa dos impactos
da automação sobre a organização da produção de trabalho.
In: SOARES, R. M. S. M. Gestão da empresa. Brasília: IPEA/
IPLAN, 1980. p. 149-159.
c) Parte de livro sem autoria específica:
MARTIM, L. C. T. Nutrição de bovino de corte em
confinamento. In: ______. Confinamento de bovino de
corte. 2. ed. São Paulo: Nobel, 1986. cap. 3, p. 29-89.
DISSERTAÇÃO E TESE:
GONÇALVES, R. A. Preservação da qualidade tecnológica
de trigo (Triticum aestivum L.) e controle de Rhyzopertha
dominica (F.) durante o armazenamento em atmosfera
controlada com Co2 e N2. 1997. 52 f. Dissertação (Mestrado
em Ciência dos Alimentos) – Universidade Federal de
Lavras, Lavras, 1997.
MATIOLI, G. P. Influência do leite proveniente de vacas
mastíticas no rendimento de queijo frescal. 2000. 55 p.
Dissertação (Mestrado em Ciências dos Alimentos) Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2000.
Nota: “A folha é composta de duas páginas: anverso e
verso. Alguns trabalhos, como teses e dissertações são
impressos apenas no anverso e, neste caso, indica-se f.”
(ABNT, NBR6023/2002, p. 18).
TRABALHOS DE CONGRESSO E OUTROS EVENTOS:
SILVA, J. N. M. Possibilidades de produção sustentada de
madeira em floresta densa de terra firme da Amazônia
brasileira. In: CONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO, 6.,
1990, Campos do Jordão. Anais... Campos do Jordão: SBS/
SBEF, 1990. p. 39-45.
DOCUMENTOS ELETRÔNICOS:
As obras consultadas online são referenciadas conforme
normas específicas para cada tipo de documento
(monografia no todo e em parte, trabalho apresentado em
evento, artigo de periódico, artigo de jornal, etc.),
acrescidas de informações sobre o endereço eletrônico
apresentado entre braquetes (< >), precedido da expressão
“Disponível em:” e da data de acesso ao documento,
precedida da expressão “Acesso em:”.
Nota: “Não se recomenda referenciar material eletrônico de
curta duração nas redes” (ABNT, NBR6023/2000, p. 4).
Segundo padrões internacionais, a divisão de endereço
eletrônico, no fim da linha, deve ocorrer sempre após barra (/).
Monografia (acesso online):
a) livro no todo
TAKAHASHI, T. (Coord.). Tecnologia em foco. Brasília:
Socinfo/MCT, 2000. 90 p. Disponível em: <http//
www.socinfo.org.br>. Acesso em: 22 ago. 2000.
b) parte de livro
TAKAHASHI, T. Mercado, trabalho e oportunidades. In:
______. Sociedade da informação no Brasil: livro verde.
Brasília: Socinfo/MCT, 2000. cap. 2, p. 13-24. Disponível
em: <http://www.socinfo.gov.br>. Acesso em: 22 ago. 2000.
c) Parte de congresso, seminário, etc.
GIESBRECHT, H. O. Avaliação de desempenho de
institutos de pesquisa tecnológica: a experiência de
projeto excelência na pesquisa tecnológica. In:
CONGRESSO ABIPTI, 2000, Fortaleza. Gestão de
institutos de pesquisa tecnológica. Fortaleza: Nutec, 2000.
Disponível em: <http://www.abipti.org.br>. Acesso em:
01 dez. 2000.
d) Tese
SILVA, E. M. Arbitrariedade do signo: a língua brasileira
de sinais (LIBRAS). 1997. 144 p. Dissertação (Mestrado
em Lingüística Aplicada e Estudo de Língua) - Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1997.
Disponível em: <http://www.terra.com.br/virtualbooks/
freebook/port/did/ teses.htm>. Acesso em: 28 nov. 2000.
O INFORMARÁ SOBRE SUA PUBLICAÇÃO. OS
ARTIGOS QUE NECESSITAREM DE MODIFICAÇÕES
SERÃO DEVOLVIDOS AO AUTOR PARA A DEVIDA
REVISÃO.
Artigo de periódico (acesso online):
7. OS ARTIGOS SERÃO PUBLICADOS EM ORDEM
DE APROVAÇÃO.
RESENDE, A. M. G. Hipertexto: tramas e trilhas de um
conceito contemporâneo. Informação e Sociedade, Recife,
v. 10, n. 1, 2000. Seção Educação. Disponível em: <http://
www.informaçãoesociedade.ufpb.br/>. Acesso em: 30 nov.
2000.
CITAÇÃO: PELO SISTEMA ALFABÉTICO (AUTORDATA) (conforme ABNT, NBR10520/2002)
Dois autores - Steel & Torrie (1960) ou (STEEL & TORRIE,
1960).
Três ou mais autores - Valle et al. (l945) ou (VALLE et al.,
1945).
Obs.: Quando forem citados dois autores de uma mesma
obra deve-se separá-los pelo sinal & (comercial).
5. O EDITOR CHEFE NOTIFICARÁ O AUTOR DO
RECEBIMENTO DO ORIGINAL E, POSTERIORMENTE,
6. OS ARTIGOS NÃO APROVADOS SERÃO
DEVOLVIDOS.
8. O NÃO-CUMPRIMENTO DESSAS NORMAS
IMPLICARÁ NA DEVOLUÇÃO DO ARTIGO AO
AUTOR.
9. OS CASOS OMISSOS SERÃO RESOLVIDOS PELA
COMISSÃO EDITORIAL.
10. O ARTIGO DEVERÁ SER ENVIADO PARA:
ABCTP
Plant Cell Culture & Micropropagation
Universidade Federal de Lavras
Departamento de Biologia/Setor de Fisiologia Vegetal
Caixa Postal: 3037
CEP 37200-000
Lavras – MG
INSTRUCTIONS FOR AUTHORS
“Plant Cell Culture & Micropropagation”, a
semestral journal edited by Editora UFLA of the
Universidade Federal de Lavras, publishes scientific
articles and communications in the area of plant tissue
culture, elaborated by researchers of the national and
international scientific community. One of the authors must
be associated and have paid all charges required by the
ABCTP (Plant Tissue Culture Association) in order to be
tax free for publication in Plant Cell Culture &
Micropropagation. Submission of a manuscript implies that
it is neither under consideration for publication elsewhere
nor has appeared previously in part or in whole. On
acceptance for publication, authors assign to the Editors
full copyright of the manuscript in all languages and
countries. Publications will depend on editorial rules and
on the review of experts and ad hoc commission. Reviewer
and editorial opinions will be anonymously communicated
to authors.
Concepts and affirmations included in articles and
communications are of the entire responsibility of the
authors.
1. SUBMISSION
The manuscript must present a maximum of 14
pages. At the time of submission, a cover letter must be
sent with the manuscript copies to the Editor requesting
publication of the article. This cover letter must be signed
by all authors and also contain the full address,
telephone number and e-mail of the authors. Any
inclusion, exclusion or alteration in the authors order must
be notified and signed by all authors including the one
excluded.
Original: Four copies and CD with text and illustrations.
Only one of the 4 printed copies must contain the full
names of the authors and footnote in the first page.
Format: Word for Windows (version 98, 2000, XP ou 2003)
Spacing of the text: Double. Margin on the left hand side
and 2.0 cm margin on the right hand side, 2.5 cm upper and
lower margin, 2.5 cm for the heading and 2.,5 cm for the
footnote
Paper: A4 format
Source: Times New Roman, size 12
Number of pages: up to 14 pages, including the illustrations
Tables: Tables should be part of the body of the paper and
they must be presented in Word or Excel. The title should
be above and be presented in the language in which the
article was written and in English. The vertical lines
separating the columns should not appear.
Graphs/Figures/Photographs: must be presented in black
and white, clear and with contrast, scanned, inserted in
the text after citation and also in a separate file (on the
same diskette as the article) saved in extension “tif” or
“jpg”, with resolution of 300 dpi. The title should be below
and presented in the language in which the article was
written and in English.
Symbols and Chemical Formula: must be presented using
a word processor that permits a format Page Maker.
2. STRUCTURE AND ORGANIZATION
2.1. The article should be presented in the following
sequence:
TITLE
In English language, containing no more than 15 words in
capital letters and bold.
AUTHORS
Maximum of 6 authors
Full names, with call for baseboard note with the following
information on first page only 1 copys.They should come
in the footnote of the first page in only one of the four
printed copies. :
Footnote: titulation – name of the institution to which the
authors belong – address of institution – ZIP CODE – city,
state – mail address.
ABSTRACT
should be informative and condensed and should
explain the objectives, material and methods, results and
conclusion of the work in a maximum of 250 words all written
in one paragraph.
For articles written in English the abstract should also be
presented in Portuguese.
Key words: minimum of three and maximum of five. They
should not repeat words that are already in the title. These
may include phrases as well as individual words and should
be separate by commas.
For articles written in English the key-words should also
be presented in Portuguese.
INTRODUCTION
Should present a concise vision of the current level of
knowledge that has been achieved within the subject area
that the paper will discuss. It should neither give an
extensive review nor should it include details about the
results and discussion. It should clearly indicate the
objectives of the research that was carried out.
MATERIALAND METHODS
This section can contain subdivisions, with subtitles in
bold print.
RESULTS AND DISCUSSION
This section can have subsection which begins with
concise, descriptive titles in bold print.
CONCLUSIONS
Finishing agree of objectives of work
ACKNOWLEDGEMENTS
If applicable
BIBLIOGRAPHICAL REFERENCES
They should follow citation norms both in the text and in
the appropriated section.
2.2 The Communication should be presented in the
following sequence
TITLE
Sufficiently clear, conspicuous and complete, without
superfluous words. It is recommended to initiate with the
term that represent the most important aspect, with other
terms in decreasing of importance
TITLE IN PORTUGUESE;
FULL NAME(S) OF THE AUTHOR(S)
Maximum of 6 authors
Full names, with call for baseboard note with the following
information on first page only 1 copys.They should come
in the footnote of the first page in only one of the four
printed copies.
Footnote: titulation – name of the institution to which the
authors belong – address of institution – ZIP CODE – city,
state – mail address.
ABSTRACT
Written continuously without paragraph. It must
not exceed 250 words. Index terms must be enclosed after
the abstract using terms different from those used in the
title and separated by comma.
Index terms: (3 to 5) must be described in capital and small
letters, and express the content of the article
ABSTRACT AND INDEX TERMS IN PORTUGUESE
Text: with no division but must include introduction,
material and methods, results and discussion and
conclusion (it may include tables and figures)
ACKNOWLEDGEMENTS
If applicable
BIBLIOGRAPHICAL REFERENCES
They should follow citation norms both in the text and in
the appropriated section.
3. PHOTOGRAPHS, GRAPHS, FIGURES, SYMBOLS
OR FORMULA CONTAINED IN THE ARTICLE SHOULD
OBEY THE FOLLOWING RULES:
3.1. Photographs must be presented in black and white,
clear and with contrast, inserted in the text after their citation
and also in a separate file (on the same diskette as the
article) saved in extension “TIFF” or “JPEG” with
resolution of 300 dpi.
3.2. Figures must be presented in black and white, clear
and with contrast, inserted in the text after their citation and
also in a separate file (on the same diskette as the article)
saved in extension “TIFF” or “JPEG” with resolution of
300 dpi. They must be elaborated using Times New Roman
font, size 10, without bold, without text box and arranged.
3.3. Graphs must be inserted in the text after their citation,
elaborated preferentially in Excel, using Times New Roman
font, size 10, without bold.
3.4. Symbols and Chemical Formula must be presented
using a word processor that permits a format for Page Maker
(ex: MathType, Equation) without loss of its original form.
4. REFERENCES: references must be cited according to
NBR6023/2002 of ABNT. All references and their correct
citation in the text are of the entire responsibility of the
author(s).
5. THE BRAZILIAN ASSOCIATION OF PLANT TISSUE
CULTURE (ABCTP) WILL INFORM THE AUTHOR THE
RECEIPT OF THE ORIGINAL MANUSCRIPT AND
EVENTUALLY IT WILLALSO SEND INFORMATION
REGARDING ITS PUBLICATION. MANUSCRIPTS
THAT REQUIRE MODIFICATIONS WILL BE
RETURNED TO THE AUTHOR FOR THE RESPECTIVE
REVISION ANDCORRECTIONS.
6. MANUSCRIPTS NOT APPROVED WON’T BE
RETURNED TO THE AUTHOR.
7. ARTICLES WILL BE PUBLISHED ACCORDING TO
THE ORDER OF RECEIPTAND APPROVAL.
8. IFANY OFTHESE RULES ARE NOTATTENDED THE
MANUSCRIPTWILL BE RETURNED TO THE AUTHOR.
9. THE NEGLECTFUL CASES WILL BE SOLVED BY
THE EDITORIAL COMMITTEE.
10. MANUSCRIPTS SHOULD BE SENT TO THE
FOLLOWINGADDRESS:
ABCTP
Plant Cell Culture & Micropropagation
Universidade Federal de Lavras
Depto. de Biologia - Setor de Fisiologia Vegetal
Caixa Postal: 3037
37200-000 – Lavras – MG – BRAZIL
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Volume 9 - Número 1-2 - Ano 2013