2º - RETIRO MISSIONÁRIO TEMA: VIDA E CONVICÇÃO FIDELIDADE AO PROJETO DE JESUS 1 – MEMÓRIA DO 1º. RETIRO Recordar o 1º Retiro O que aconteceu nas Comunidades e Paróquia Apresentação das Bandeiras e Oração Atividades dos Meses: • 1º Bloco: Nossos pais nos contaram • 2º Bloco: Somos membros do Povo de Deus • 3 º Bloco: O dom e a dignidade da Vida • Estudo da realidade local, a partir de uma análise da conjuntura nacional e internacional; • Continuação da reflexão sobre a pessoa e a missão de Jesus; • Espiritualidade missionária e o significado do ser missionário. Neste item, fala sobre o sentido da missão e sobre a vida. Fazer SMP é fazer um mutirão em favor da vida; • Estudo do Evangelho do ano; • A caminhada pastoral da Igreja; • Orientações sobre as visitas às famílias; • Missa com Unção dos Missionários. 1ª. REFLEXÃO PERFIL DA IGREJA CATÓLICA O catolicismo, religião predominante no Brasil desde a colonização portuguesa, adquiriu cores próprias num país onde a maioria da população tem origem não européia, oriunda de etnias indígenas ou africanas. Até meados do século XVIII, a Coroa Portuguesa controlou a atividade eclesiástica na colônia por meio do padroado. Arcava com o sustento da Igreja e impedia a entrada no Brasil de outros cultos, em troca de reconhecimento e obediência. É a partir do início do século XIX, com a chegada de diversas ordens e congregações religiosas e com o apoio do imperador do Brasil às iniciativas escolares e missionárias, que o catolicismo brasileiro vai lentamente criando sua “identidade nacional”. É com a industrialização dos grandes centros e as primeiras greves operárias que a Igreja do Brasil se debruçará sobre as questões sociais e ideológicas que permearão todo o século XX. As ideologias do trabalho, o socialismo utópico e o marxismo serão fonte constante de preocupação do episcopado, do clero e dos fiéis mais engajados. Em meados de 1960, com a eclosão de turbulências políticas na América Latina, a Igreja Católica atuará como protagonista em distintas frentes de mobilização social. O saldo é uma Igreja politizada, que fomentará o surgimento da teologia da libertação e a conseqüente divisão do clero brasileiro entre duas esferas de atuação eclesial: Conservadores e da Libertação. Inspiradas na reflexão proposta pela chamada “Teologia da Libertação”, e motivadas pela experiência eclesial latino-americana nas décadas que antecederam o Concílio Vaticano II, as CEBs representaram um referencial no entendimento da dinâmica religiosa a partir de sua esfera mais visível, a esfera social, e do engajamento leigo nas estruturas eclesiais. No entanto, a partir da década de 90 um novo tipo de organização social começou a chamar a atenção dos pesquisadores do fenômeno religioso. Movimento dos Focolares, Comunhão e Libertação, Schöenstatt, Caminho Neocatecumenal.... Nomes estranhos que passam a significar uma grande novidade dentro da Igreja. E alimentados pela “renovação do Espírito”, movimentos de inspiração carismática também brotam em todo o país: Canção Nova, Toca de Assis, Comunidade Shalom, Comunidade da Aliança... Apesar dos percalços das últimas décadas, a Igreja Católica no Brasil segue ocupando o posto de maior grupo religioso do país, com cerca de 155 milhões de fiéis declarados, ou 74 por cento da população. Trazida por missionários que acompanharam os primeiros colonizadores portugueses no início do século XVI, tornou-se desde então a religião majoritária. Pode-se dizer que é a instituição com maior presença política, social e cultural da história do país. CONJUNTURA ECLESIAL Duas realidades entre chocantes no mundo concreto: -A busca de um fiel que deseja satisfazer desejos e demandas subjetivas dentro de uma cultura individualista, consumista e pragmática; -A exigência evangélica objetiva de tomar a cruz e seguir a Jesus. Neste entrechoque encontra-se a Igreja. Em que ela tem que se concentrar? → Tomar consciência de que está numa época de transformações. → Na construção da comunidade. → Olhar para frente. O passado já se foi. Forjar uma teologia da Igreja Particular ou Local na qual a Palavra chegue e promova conversão. Que a Igreja se pense a partir de seu espaço humano, de sua inserção na realidade e se abra à comunhão das Igrejas Em tempos de mudança de época, devem-se evitar soluções fáceis como o fundamentalismo e o emocionalismo. • 2ª. REFLEXÃO : EVANGELHO DO ANO 1 - SÃO MATEUS – ANO A • 1 - SÃO MATEUS – ANO A Este Evangelho, transmitido em grego pela Igreja, deve ter sido escrito originariamente em aramaico, a língua falada por Jesus. O texto pode datar-se dos anos 80-90, ou seja, algum tempo após a destruição de Jerusalém. • AUTOR Do seu autor, este livro nada diz; mas a mais antiga tradição eclesiástica atribui-o ao apóstolo Mateus, um dos Doze, identificado com Levi, cobrador de impostos (9,9-13; 10,3). Pelo conhecimento que mostra das Escrituras e das tradições judaicas, pela força interpelativa da mensagem sobre os chefes religiosos do seu povo, pelo perfil de Jesus apresentado como Mestre, o autor deste Evangelho era, com certeza, um letrado judeu tornado cristão, um mestre na arte de ensinar e de fazer compreender o mistério do Reino do Céu, o tesouro da Boa-Nova anunciada por Jesus, o Messias, Filho de Deus. • COMPOSIÇÃO LITERÁRIA Mateus recorre a fontes comuns a Mc e Lc, mas apresenta uma narração muito diferente, quer pela amplitude dos elementos próprios, quer pela liberdade com que trata materiais comuns. O conhecimento dos processos e os modos próprios de escrever de Mateus são de grande importância para a compreensão do livro atual: compilação de palavras e de fatos, de “discursos” e de milagres, etc.. • DIVISÃO E CONTEÚDO Apesar dos característicos agrupamentos de narrações, não é fácil determinar o plano ou estabelecer as grandes divisões do livro. Dos tipos de distribuição propostos pelos críticos, podemos referir três: 1. Segundo o plano geográfico: o ministério de Jesus na Galiléia (4,12b-13,58), a sua atividade nas regiões da Galiléia e a caminho de Jerusalém (14,1-20,34), ensinamentos, Paixão, Morte e Ressurreição em Jerusalém (21,128,20). • 2. Segundo os cinco “discursos”: resulta daí um destaque para a dimensão doutrinal e histórica da existência cristã. • 3. Segundo o objetivo de referir o drama da existência de Jesus: Mateus apresenta o Messias em quem o povo judeu recusa acreditar (3,1-13,58) e que, percorrendo o caminho da cruz, chega à glória da Ressurreição (14-28). • Aqui, limitamo-nos a destacar: • I. Evangelho da Infância de Jesus (1,1-2,23); • II. Anúncio do Reino do Céu (3,1-25,46); • III. Paixão e Ressurreição de Jesus (26,1-28,20). • TEOLOGIA Escrevendo entre judeus e para judeus, Mateus procura mostrar como na pessoa e na obra de Jesus se cumpriram as Escrituras, que falavam profeticamente da vinda do Messias. A partir do exemplo do Senhor, reflete a praxe eclesial de explicar o mistério messiânico mediante o recurso aos textos da Escritura e de interpretar a Escritura à luz de Cristo. Esta característica marcante contribui para compreender o significado do cumprimento da Lei e dos Profetas: Cristo realiza as Escrituras, não só cumprindo o que elas anunciam, mas aperfeiçoando o que elas significam (5,17-20). Assim, os textos da Escritura neste Evangelho confirmam a fidelidade aos desígnios divinos e, simultaneamente, a novidade da Aliança em Cristo. Nele ressaltam cinco blocos de palavras ou “discursos” de Jesus: 5,1-7,28; 8,1-10,42; 11,113,52; 13,53-18,35; 19,1-25,46. Ocupam um importante lugar na trama do livro, tendo a encerrá-los as mesmas palavras (7,28), e apresentam sucessivamente: “a justiça do Reino” (5-7), os arautos do Reino (10), os mistérios do Reino (13), os filhos do Reino (18) e a necessária vigilância na expectativa da manifestação última do Reino (24-25). • Desde o séc. II, o Evangelho de Mateus foi considerado como o “Evangelho da Igreja”, em virtude das tradições que lhe dizem respeito e da riqueza e ordenação do seu conteúdo, que o tornavam privilegiado na catequese e na liturgia. O Reino proclamado por Jesus como juízo iminente é, antes de mais, presença misteriosa de salvação já atuante no mundo. • Na sua condição de peregrina, a Igreja é “o verdadeiro Israel” onde o discípulo é convidado à conversão e à missão, lugar de tensão ética e penitente, mas também realidade sacramental e presença de salvação. Não identificando a Igreja com o Reino do Céu, Mateus continua hoje a recordar-lhe o seu verdadeiro rosto: uma instituição necessária e uma comunidade provisória, na perspectiva do Reino de Deus. • Como os outros Evangelhos, o de Mateus refere a vida e os ensinamentos de Jesus, mas de um modo próprio, explicitando a cristologia primitiva: em Jesus de Nazaré cumprem-se as profecias; Ele é o Salvador esperado, o Emanuel, o «Deus connosco» (1,23) até à consumação da História (28,20); é o Mestre por excelência que ensina com autoridade e interpreta o que a Lei e os Profetas afirmam acerca do Reino do Céu (= Reino de Deus); é o Messias, no qual converge o passado, o presente e o futuro e que, inaugurando o Reino de Deus, investe a comunidade dos discípulos a Igreja do seu poder salvífico. 2 - SÃO MARCOS – ANO B 3 - SÃO LUCAS – ANO C 3ª. REFLEXÃO: JESUS MISSIONÁRIO DO PAI. NÓS MISSIONÁRIOS DE JESUS • Jesus não caiu do céu, vindo de outro planeta. Acreditamos que ele veio de Deus, enviado pelo Pai para realizar uma missão, designando-se como “aquele que o Pai consagrou e enviou ao mundo” (Jo 10,36). • Jesus, desde a sua concepção, é ungido pelo Espírito Santo para realizar em união com Ele, a missão que Deus Pai lhe confiou: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para que dê a boa notícia aos pobres...” O fato de ser o Filho de Deus não fez dele um estrangeiro, alheio à vida dos homens e das mulheres do seu tempo. Jesus nasceu pobre, viveu no meio do povo, trabalhador igual a outros trabalhadores: “Trabalhou com mãos humanas” (GS, 22). Assim Jesus mostra que conhece perfeitamente a situação econômica do povo da Galiléia, por fazer parte também ele da classe trabalhadora e explorada (Mt 18,23-24). 2. A missão de Jesus de Nazaré O projeto de Jesus foi o de reconciliar a humanidade com o Pai, estabelecer a fraternidade no mundo, congregando homens e mulheres numa só família. Por isso os preconceitos e as desigualdades não correspondem ao plano do Pai a respeito da humanidade, plano que Jesus assumiu no seu projeto de vida. • Jesus anunciou o reino de Deus: Jesus não só mostra e revela o Pai, mas revela-nos e anuncia o Reino do Pai. O Reino de Deus é justiça, paz e amor no Espírito Santo; • Jesus optou pela pessoa humana em oposição às coisas materiais. Optando pelo Pai, preferiu os vocacionados a serem filhos e filhas do Pai. Jesus optou pelos excluídos: Jesus não optou pelo homem abstrato, mas por pessoas humanas concretas, aquelas que inspiravam compaixão. Jesus não foi pobre por força das circunstâncias, mas por opção livre. Os nossos pobres suportam o flagelo da pobreza por força do egoísmo explorador de pessoas e estruturas. Jesus optou pela condição dos pobres, vítimas do egoísmo humano. Solidarizou-se com aqueles que carregam as conseqüências do egoísmo e ganância dos homens. 3. O projeto de vida de Jesus Jesus, pela encarnação, assume a condição humana para fazer da história, uma história de salvação, sendo ele o exemplo e o guia. Pela humanidade de Jesus, Deus entra na nossa humanidade e pela humanidade de Jesus nós temos acesso à divindade de Deus. Nossa fé proclama que “Jesus Cristo é rosto humano de Deus e o rosto divino do homem”. Pela encarnação Jesus se identifica com aqueles que ama: - Existem muitos pobres necessitados: Jesus se identifica com eles, nascendo, vivendo e morrendo na pobreza. - A grande maioria dos homens passa a vida no anonimato: Jesus passa 30 anos oculto em Nazaré, lugarejo sem nome. - Existem homens torturados: Jesus foi torturado por questão de sinceridade no amor... Dentro de todo o processo de descoberta e adesão a Jesus, que dura a vida toda, deverão aparecer cada vez mais nítidos os traços de Jesus na personalidade do cristão: caridade, paz, justiça, fraternidade, verdade, humildade, desprendimento, serviço e abnegação. O cristão torna-se cada vez mais como Jesus na medida em que se torna mais comunitário e profeta, a exemplo de Jesus. 4. A prática de Jesus A conversão que Jesus prega não consiste apenas em fazer penitência, mudar a conduta para se salvar e escapar da condenação. É conversão quando transforma o modo de pensar e agir da pessoa: os que atuam na história são os que devem construir o Reino de Deus. Para os Escribas e Fariseus, o pecado consistia em desrespeitar os preceitos que visavam a se proteger das impurezas exteriores (Mt 23,28). O pecado é a transgressão da Lei. Para Jesus, o pecado está dentro da pessoa: o que a gente diz (Mt 15,18) e o que a gente faz contra o próximo (Mt 15,19). 5. A morte como conseqüência da vida A morte de Jesus é uma conseqüência histórica do tipo de vida assumido por ele. A sua extraordinária pretensão de anunciar e implantar o Reino de Deus não deu certo. Acabou preso, torturado e na morte de cruz. Entretanto nós sabemos, mediante a fé, que o fim não foi o fracasso da morte na cruz, mas a vitória da vida na ressurreição. Contudo, as suas atitudes e suas palavras tinham uma forte conotação sóciotransformadora. Seus inimigos perceberam muito bem que seus privilégios estavam ameaçados com a pregação daquele Galileu. Conclusão: ele deve morrer! 6. Um anúncio que interpela e converte A pregação cristã começou com o anúncio da cruz. Assim o entendeu São Pedro na manhã de pentecostes. Este é, efetivamente, o único problema: ou a Igreja e os cristãos redescobrem que são Igreja da cruz e seguidores do Crucificado ou deixam de ser Igreja de Cristo e cristãos. Todos os demais problemas são menores. A pergunta decisiva que cada um de nós deve responder é esta: Que significam para mim e para o mundo a cruz e o crucificado? 7. “Como o Pai me enviou…” Em virtude do batismo que recebemos, fomos credenciados pelo próprio Jesus a continuar a sua missão, pois ele disse: “Como o Pai me enviou, eu vos envio” (Jo 20,21). O discípulo e missionário deve ser evangelizado, para ser evangélico e poder evangelizar. O evangelho nos revela um Deus que movido de compaixão se faz próximo daqueles que mais sofrem. O Deus revelado por Jesus é solidário com o sofrimento de cada pessoa humana. Servir a Jesus Cristo nestes rostos desfigurados torna-se uma fonte de espiritualidade que alimenta a nossa prática pastoral. Queremos ser missionários para proclamar a boa nova da dignidade humana, da vida, da família, do trabalho, da ciência e da solidariedade com a criação. A razão pela qual Jesus veio ao mundo deve estar sempre presente na vida do missionário e da missionária, como realizadores do projeto do Pai: “Eu vim para que tenham a vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). 4ª. REFLEXÃO: OPTAR PELOS POBRES É DENUNCIAR AS CAUSAS DA MISÉRIA E DA OPRESSÃO. Não se pode ser seguidor/ a de Jesus, compactuando, ao mesmo tempo, com a mentira, a corrupção, a exploração, a opressão: “Uma Igreja que não se compromete com os pobres, que não denuncia as causas da pobreza, as injustiças, não é a verdadeira Igreja de Jesus Cristo” (Mons. Oscar Romero, homilia 17/02/1980). Optar pelos pobres é ser solidário com os pobres. A solidariedade com os pobres leva a experimentar a mesma situação dos pobres, sobretudo em regimes ditatoriais: “É por isso que a Igreja sofre o mesmo destino dos pobres: a perseguição. É uma glória para a nossa Igreja ter misturado o sangue de sacerdotes, de catequistas, de comunidades com os massacres do nosso povo” (Mons. Oscar Romero, homilia 17/02/1980). Optar pelos pobres é viver uma existência pobre Típico de Jesus foi ter vivido uma existência pobre, como os pobres da sua época. Há pessoas que lutam em favor dos pobres, mas sem viver uma vida pobre. Jesus agiu de outra maneira; ele escolheu viver a sua existência humana à maneira dos pobres da sua época, desde o nascimento. A manjedoura não é nenhuma poesia romântica, era o lugar comum onde costumavam nascer as crianças dos casais pobres da Galiléia. Optar pelos pobres é usar meios pobres. Jesus recusou, decididamente, o uso do poder, não colocou sua confiança nos meios poderosos (dinheiro, prestigio, força), por quê? Não fez isso por uma questão de renuncia, de ascese ou de desprezo, e, sim, por uma questão de eficácia. Sim, para Jesus os meios eficazes, capazes de gerar vida, comunhão e solidariedade, são os meios pobres, e não os meios do poder, aqueles que vêm de cima para baixo, para impor, para meter medo ou para abafar as potencialidades que estão dentro de cada pessoa. Somente os meios pobres, ao alcance do povo, são capazes de testemunhar e de provar que “um outro mundo é possível”. 1.5. “Felizes os pobres em espírito” Seguindo Jesus, as surpresas não param de acontecer. Não somente ele optou pelos pobres, não somente viveu uma existência pobre, não somente usou meios pobres; ele proclamou: “Felizes os pobres”. Para Jesus a felicidade está nos pobres, o que é isso? Ele não disse: “Felizes os pobres que conseguem sair da pobreza para se tornarem ricos”, porque? Como se explica? Não é essa a propaganda que a cultura do consumismo prega aos quatro ventos? -Não é isso que a grande maioria dos pobres mais anseia? Não é esse o objetivo da economia de mercado? Não é esse o ideal da grande maioria das pessoas ao escolherem algum tipo de profissão na vida? -No Evangelho de Lucas se diz simplesmente: “Felizes os pobres, porque o reino de Deus lhes pertence” (Lc 6,20). Quer dizer: felizes os pobres porque o Reino de Deus é com eles, é deles, é do lado deles e eles têm condição de fazê-lo acontecer nos caminhos da história. No evangelho segundo Mateus há uma palavra a mais: “Felizes os pobres em espírito” (Mt 5,3). O que é isso? Indo à raiz bíblica da expressão, descobre-se que eles são os pobres (pobres mesmo), mas conduzidos pelo espírito de Deus (esta é a tradução mais fiel ao texto grego). O caminho da perfeição não é, em primeiro lugar, fundar obras sociais em favor dos pobres, é muito mais. É ser pobre em espírito, é viver uma existência humana ao estilo de Jesus, é viver os valores profundamente humanos, típicos do mundo dos pobres. São valores que estão ao alcance de todos, em quanto que criar obras sociais, fundar um colégio ou um hospital, somente poucos conseguem fazer. 1.6. A riqueza que vem dos pobres O pobre é antes de tudo, um portador de grandes valores humanos. Quais são? É só conviver e contemplar o mundo dos pobres, para descobrir seus valores. A seguir, algumas ‘riquezas’ do mundo dos pobres: a) Partilha; b) Gratuidade; c) Festa; d) Abertura aos outros; e) Abertura ao ‘Outro’ (Deus); f) Realismo; g) Luta por um mundo mais justo e mais fraterno; h) Firmeza, perseverança, teimosia; i) Compaixão e ternura; j) Humildade e docilidade interior; l) Convivência com a natureza; m) Esperança. 5ª. REFLEXÃO SENTIDO DA VIDA A vida é um dom gratuito de Deus, dom e tarefa, e devemos cuidar com uma atenção sagrada, desde a concepção, em todas as suas etapas até a morte natural, sem relativismo. 1.1 - A Vida Tem Sentido? A princípio, a verdade apresenta-se ao homem sob forma interrogativa: A vida tem um sentido? Para onde se dirige? À primeira vista, a existência pessoal poderia aparecer radicalmente sem sentido. Não é preciso recorrer aos filósofos, nem às perguntas provocatórias que se encontram no livro de Jó para duvidar do sentido da vida. 1.2 - A Boa Nova da Dignidade Humana Diante de uma vida sem sentido, Jesus nos revela a vida íntima de Deus em seu mistério mais elevado, a comunhão trinitária. É tal o amor de Deus, que faz do homem, peregrino neste mundo, sua morada: “Viremos a ele e viveremos nele” (Jo 14, 23). Diante da idolatria dos bens terrenos, Jesus apresenta a vida em Deus como valor supremo: “De que vale alguém ganhar o mundo e perder a própria vida?” (Mc 8,36). “Feliz aquele que transfere o que sabe, e aprende o que ensina”. 2 - - A Bíblia e a Defesa da Vida Deus quer destruir a cadeia de morte que entrou no mundo, mas o pecado, ação livre e responsável das pessoas humanas, como que estendendo tentáculos, cria uma rede de ódio que gera uma mentalidade de morte, presente no mundo até os nossos dias. 2 – Deus é o doador da vida. A presença da vida em nosso planeta é um dom de Deus. Foi ele quem ordenou o surgimento da vida vegetal (Gn 1, 11-12), a vida animal em todas as suas dimensões e características (Gn 1, 20-22) e, por fim fez o ser humano, conforme nos narra o Livro do Gênesis: “Então o SENHOR Deus formou o homem do pó da terra, soprou-lhe nas narinas o sopro da vida, e ele tornou-se um ser vivente” (Gn 2, 7). Deus é o Senhor da vida. Até mesmo a vida dos poderosos está em suas mãos (SL 75 [76], 13) e dependem de seu sopro que vai e não volta (SL 76 [77], 39), pois nossos anos acabam como num sopro (SL 89 [90], 9). E o Deus da vida garante a continuidade do seu sopro vital. Somente Deus tem poder sobre o alento da vida (Ecle 8, 8). Nós não podemos acrescentar um minuto em nossas vidas (Mt 6, 27). 3 – Deus é o defensor da vida Deus não deseja a morte nem mesmo para o pecador, mas espera a sua conversão, porque a morte é fruto do pecado (Ez 18, 23). Deus não só defende a vida como também livra os que são conduzidos à morte (Pv 24, 11). 4 – A Lei divina – Não matarás! Não matar é a expressão proibitiva do valor da vida, que é dado pelo próprio Deus. Não matar significa defender a vida em todas as situações de ameaça. Significa também valorizar a vida em todas as suas dimensões. É por isso que a Lei da Santidade explicita diferentes exigências e proibições no sentido da defesa e valorização da vida como, por exemplo, o cuidado com os pobres, a diminuição da fome, o compromisso com a verdade, o pagamento do salário em dia, a proibição da exploração e da extorsão, o respeito às pessoas com deficiências, a necessidade da justiça nos julgamentos, a proibição da maledicência, a condenação da conspiração contra a vida de outras pessoas, o respeito às pessoas idosas, o tratamento digno aos estrangeiros, a justiça no comércio, etc (Lv 19, 9-37). 5 – Os profetas e a defesa da vida • Uma das características principais do profetismo é a denúncia do pecado. No caso da defesa da vida, vemos que vários profetas denunciam a sociedade violenta de sua época. • Deus combate a injustiça e a violência (Hab 1, 17) e recompensa quem busca o bem, conforme narra o profeta Isaías: “Aquele que caminha na justiça e só fala a verdade, que se recusa a ficar rico com a exploração, que esconde a mão para não aceitar suborno, que tapa os ouvidos para não ouvir proposta assassina, que fecha os olhos para não apoiar a injustiça, esse vai morar nas alturas, o alto da rocha será seu refúgio” (Is 33, 17). Conclusão Deus é o doador e conservador da vida, mas exige de todos nós compromisso com a vida e maturidade diante dela. O Deus da história não quer que sejamos passivos diante das diferentes ameaças à vida, mas sim que, como protagonistas do momento histórico em que vivemos, sejamos capazes de construir novas relações fundamentadas nos valores que defendem e promovem a vida em geral e a vida humana em especial. Esses valores nos são revelados pelas Sagradas Escrituras, de modo que elas nos dão os princípios iluminativos para a nossa reflexão e ao mesmo tempo se constituem no fundamento do nosso agir. 6ª. REFLEXÃO CONVICÇÕES PARA AVANÇAR NA MISSÃO 1)A vida é uma missão. 2)A missão tem a ver com os grandes problemas e desafios de hoje. 3) Deus é missão. 4) Jesus de Nazaré é a revelação plena da missão trinitária. 5) A Igreja é missão. 6) A Igreja deve viver em um processo permanente de conversão para ser fiel à missão de Deus. 7) Missão não é para conquistar adeptos, de qualquer jeito; é para dar sentido verdadeiro à vida. É para testemunhar e servir, gratuitamente. 8) Missão não é para justificar instituições e situações. 9) A missão não é alguma atividade a mais, por algum tempo, é o coração de tudo, é um processo permanente, até o fim de nossa existência. 3.1 – Entendendo bem o papel das SMP -Elas não são as coisas mais importantes, o que vale é a missão de Deus. Elas são instrumento, querem ajudar a viver a missão de Deus, hoje. -As SMP têm se revelado um instrumento muito eficaz para colocar as dioceses em missão permanente. Faz muito tempo que não usamos mais as expressões: pré-missão – missão – pós-missão. A missão é para sempre, pois a vida é uma missão. -As SMP não são um parêntese na pastoral, sem um antes e um depois, mas um tempo forte, fecundo, para deslanchar uma pastoral decididamente missionária. -As SMP querem ser um serviço transformador e libertador às pessoas, à diocese (paróquias, comunidades), à sociedade e ao Planeta. É impressionante a convergência dos missionários para estes objetivos, do norte ao sul do país. 7ª. REFLEXÃO ESPIRITUALIDADE DO MISSIONÁRIO No NT, o termo que traduz espírito é PNEUMA. Muito semelhante ao sentido e ao uso da palavra ruah: é o movimento do ar, principalmente sopro ou vento. A novidade do NT: espírito como força de Deus, presente em JC e posteriormente nos apóstolos. O Espírito é dado, antes de tudo, ao próprio Jesus no batismo. Dessa forma, Espiritualidade seria viver uma vida segundo o Espírito, uma vida no Espírito, aí se contrapondo à vida segundo à carne, à vida na carne. Essas duas situações fundamentais que caracterizam o ser humano são desafios que exigem uma definição e uma opção fundamental. 2. Viver segundo o espírito é outra opção fundamental para a existência humana. Quem vive nessa dimensão não está livre do peso da vida, das tribulações, da dor e da angústia. Viver segundo o espírito é viver filialmente face a Deus na devota obediência de sua vontade. Fraternalmente com os irmãos e senhorilmente frente ao mundo como um livre Senhor e responsável pela reta ordem das realidades do mundo. • Espiritualidade é viver segundo o Espírito do Senhor, tentando fazer novas todas as coisas. É uma resposta pessoal à presença de Deus, uma experiência interior, um encontro pessoal e profundo com o Pai misericordioso. Faz-se como uma oração silenciosa... Condições para a experiência de Deus: 1.Acreditar que Ele existe, está vivo. 2.Fazer silêncio dentro de si para escutá-lo. 3.Prestar atenção nessa presença. 4.Responder, acolher ativamente sua presença na práxis. II – Espiritualidade na Bíblia • 1 – Espiritualidade é ser uma nova criatura • 2 – Espiritualidade é ter um novo procedimento • III. A Espiritualidade Missionária • “A Espiritualidade missionária exprime-se, antes de tudo, no viver em plena docilidade ao Espírito, e em deixar-se plasmar interiormente por Ele, para se tornar cada vez mais semelhante a Cristo”. (João Paulo II, a Missão do Redentor, n. 87). • A nota essencial da espiritualidade missionária é a comunhão íntima com Cristo. Não é possível compreender e viver a missão, sem a referência a Cristo. • Como “enviado”, o missionário experimenta a presença reconfortante de Cristo que o acompanha em todos os momentos da vida: “Não tenhas medo... porque eu estou contigo” (At 18,9-10). Já podemos falar em SANTIDADE MISSIONÁRIA, cujos elementos são os seguintes: • A centralidade de Cristo na vida do missionário e a abertura ao seu Espírito, que chama e envia gratuitamente à missão; • A pobreza como condição e estilo de vida; • Amor eclesial; • Atitude de realismo; • Abertura sem fronteiras • Atitude de provisoriedade; A espiritualidade missionária exige confronto com algumas tentações: -A tentação do protagonismo; -A tentação do fatalismo; -A tentação do narcisismo; -A tentação do ativismo IV – Espiritualidade de Jesus: Santas Missões Populares O missionário procura inspirar-se na mesma espiritualidade missionária de Jesus, mas encarnada e atualizada na realidade em que ele vive. Qual enfim a espiritualidade do missionário que trabalha as Santas Missões Populares? Realmente, a vocação do missionário (a) é ser: • profeta/profetisa, que desmascara e denuncia todo tipo de corrupção, de desonestidade, de injustiça, de mentira, de agressão à dignidade da vida. • Pastor/pastora, que dá a vida pelos mais necessitados, sem voz e sem vez, carregando com carinho suas dores e preocupações. • Conselheiro/a, que ajuda as pessoas a discernir, a dar sentido autêntico à vida, a viver os valores do Evangelho de Jesus no cotidiano da vida. 8ª. REFLEXÃO SER E FAZER DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS: Uma igreja que procura a si mesma e sua conversão na missão: esse é o mesmo anseio que deu vida ao Concílio Vaticano II. Já na época via-se os alvores, as promessas e as fragilidades de um mundo globalizado. Hoje como ontem, olha-se com otimismo e simpatia, de maneira ampla mas não ingênua, às mudanças que estão acontecendo, procurando enxergar através dos sinais dos tempos o projeto de Deus para a história (Documento de aparecida 33; 60). 1 – A missão como âmbito para o discipulado A proposta de discipulado de Jesus acontece no caminhar da missão: o Mestre chama seus discípulos a segui-lo para fazê-los “pescadores de homens” (Mt 4,19), enquanto “andava por toda Galiléia, pregando a Boa Nova do Reino e curando todo tipo de doença” (Mt 4,23). Trata-se de um percurso interior de conversão que começa pelo testemunho de vida, pela acolhida da “Palavra do Reino” (cf. Mt 13,19), pela mudança do coração, pela adesão a uma comunidade que celebra o mistério Pascal e confessa o senhorio de Cristo, salvação de todos e recapitulação de todas as coisas: “O Senhor é o fim da história humana, o ponto focal dos desejos da história e da civilização, o centro do gênero humano, a alegria de todo coração, a plenitude de suas aspirações” (GS 45). 2 – Ser discípulo: um humilde aprendiz na prática missionária A condição preliminar e essencial para seguir Jesus é tornar-se pobre, humilde, manso, misericordioso, puro de coração. Numa palavra, um humilde aprendiz. Essa é a condição básica para aprender e se entregar a Deus. Os soberbos e os presunçosos não estão em condição de aprender: contam apenas consigo mesmo. As etapas dessa caminhada são essencialmente três: * a passagem da vivência de um amor “ordinário” para um amor radical (não apenas quem mata, mas também quem fala “estúpido” para seu irmão irá para o fogo do inferno – Mt 5,21ss.); * a passagem de um amor recíproco para um amor gratuito (não olho por olho e dente por dente – reciprocidade – mas oferecer outro lado da face, o manto, o tempo, etc. – Mt 5,38ss.); * a passagem de um amor “tribal” para um amor universal (o amor aos inimigos, o amor estendido a todos sem exclusão de alguém – Mt 5,43ss.). Essa última etapa corresponde também com o topo da montanha do mandato missionário de onde Jesus envia seus discípulos a todos os povos. O discipulado acontece na missão e a missão universal realiza plenamente o discipulado. É o máximo do amor possível. 9ª. REFLEXÃO APELOS DE APARECIDA Veio para acordar e fazer avançar. Missão/ discípulos missionários são palavras chave do documento. Há declarações no documento de Aparecida que surpreendem e incomodam. Vejamos algumas: - “A Igreja necessita de forte comoção que a impeça de se instalar na comodidade” (DA 362). - “Esperamos em novo Pentecostes, uma vinda do Espírito que renove nossa alegria e nossa esperança” (DA 362). - “A conversão pastoral de nossas comunidades exige que se vá além de uma pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária” (DA 370). “Precisamos de uma evangelização muito mais missionária, em diálogo com todos os cristãos e a serviço de todos os homens” (DA 13). “Missão não é tarefa opcional, mas parte integrante da identidade cristã” (DA 144). “A Igreja peregrina é missionária por natureza, porque tem sua origem na missão do Filho e do Espírito Santo, segundo o desígnio do Pai” (PA 347). “A missão é a razão de ser da Igreja, define sua identidade mais profunda” (DA 373). “A Igreja deve cumprir sua missão seguindo os passos de Jesus e adotando suas atitudes” (DA 31, citando Mt 9,35-36). “Todas as nossas paróquias se tornem missionárias” (DA 173). “A renovação missionária das paróquias exige de nós imaginação e criatividade para chegar às multidões” (DA 173). “Os párocos sejam promotores e animadores da diversidade missionária, requer-se imaginação, exigindo novos serviços e ministérios” (DA 202). “A Diocese, em todas as suas comunidades e estruturas, é chamada a ser ‘Comunidade Missionária’” (DA 168). 10ª. REFLEXÃO AS SANTAS MISSÕES POPULARES: UMA OPORTUNIDADE FANTÁSTICA PARA FORMAR MUITOS “POBRES EM ESPÍRITO”. Pelas experiências cremos que as SMP, quando bem entendidas e bem vividas, são, entre outros, um instrumento válido, uma oportunidade fantástica para gerar multidões de ‘pobres em espírito’. Vários fatores o confirmam: A característica popular das SMP. Elas mergulham nos valores do povo, cuidam para resgatar as riquezas do mundo dos pobres. Há testemunhos e experiências belíssimos a respeito. • As pessoas se sentem à vontade, gostam imensamente desta convivência popular.Cresce e se fortalece a beleza das pequenas comunidades eclesiais, onde todo mundo se sente sujeito, acolhido e valorizado. • As SMP desejam ajudar as pessoas, através de relações personalizadas e fraternas, a dar um sentido verdadeiro à vida, portanto elas são ecumênicas, abertas. • Cultivam a unidade na diversidade. Juntam valores e dons. • Nas SMP se sente a presença carinhosa e libertadora de Deus em tudo, nas visitas, nas celebrações, nos mutirões, na escuta, nas celebrações, nas vigílias de oração, nas horas alegres e de dor. • O estudo do Evangelho, feito com coração de discípulo (a), faz crescer o gosto de ser seguidor/ a de Jesus Cristo. • Nas SMP ninguém se sente um estranho, um isolado ou um excluído. Tem lugar para todos, todos são convidados a partilhar dons, alegrias e preocupações. • As SMP são uma grande ocasião para os que possuem mais a se misturar com os mais pobres, de verdade, sentindo apelos, dores e esperanças. • As SMP deslancham um processo místico popular saudável. Dá um sentido à vida, envolve e transforma. 11º REFLEXÃO VISITAS Pela sua importância. As visitas fazem bem Visitar é reconhecer que o outro existe; é sair de si, é romper a casca do egoísmo, é marcar presença significativa no outro (a). Visitar é saber escutar, dar o melhor de si para que o outro cresça como sujeito, como pessoa autêntica. Visitar é um caso de amor, de amor sublime. As visitas de Jesus - Jesus caminhava; foi um missionário itinerante. - Jesus sabia contemplar a vida das pessoas, valorizava as coisas boas que ia encontrando. • • • • As visitas dos Missionários (as) Ajudar as pessoas a dar sentido verdadeiro à vida, no aqui e no agora. Ajudar as pessoas ao encontro pessoal com Jesus Cristo, com fé humilde e dócil. Manter viva a espiritualidade encarnada e atualizada do seguimento de Jesus nas pessoas, nas comunidades, nas pastorais, nos grupos. Motivar, incentivar, acompanhar o estudo do Evangelho e a Revisão de vida. • Testemunhar a missão de Jesus hoje no dia a dia, na profissão, nos locais de trabalho, nas comunidades, no meio do povo. • Visitar com gratuidade e sabedoria as pessoas, especialmente as mais afastadas. • Visitar outras comunidades, especialmente as que estão passando por alguma dificuldade. • Fundar novas comunidades, com o apoio das comunidades vizinhas e da paróquia. • Construir comunhão entre pessoas, na diocese, entre comunidades, sobretudo lá onde há divisão. • Fazer cada vez mais da diocese uma grande rede de comunidades, nas grandes e pequenas periferias, nos povoados, onde for necessário. • Valorizar as diferenças que enriquecem, os dons e os carismas presentes nas pessoas. • Ser um bom conselheiro, ajudando as pessoas a discernir, a avaliar, a tomar decisões conscientes e corajosas. • Ajudar as pessoas a cultivar a oração silenciosa e contemplativa, de adoração diante do mistério de Deus. • Promover, acompanhar, vivenciar vigílias de oração, jornadas de espiritualidade missionária, reza do Ofício Divino das Comunidades. • Cultivar nas pessoas, nas comunidades, a consciência crítica sobre a vida social, econômica, cultural, política da região, do país e do mundo, para ajudar viver melhor a ligação fé e vida. • Valorizar tudo o que há de bom e de verdadeiro nas pessoas, na sociedade e, ao mesmo tempo, denunciar, com firmeza, corrupções, desonestidades, injustiças. • Ajudar as pessoas a cuidar do bem comum, da família, da sociedade; a trabalhar em equipe, em mutirão, a partilhar serviços, a cultivar o perdão, a humildade, a gratidão, a gratuidade. • Cuidar da Terra como um ser vivente, com seus direitos, para ela continuar a ser casa acolhedora de toda a humanidade. • Mostrar a importância, a beleza e a urgência de um estilo de vida simples, sóbrio, não consumista, para criar relações verdadeiras. Acompanhar esse estilo de vida. • Ajudar as pessoas a crescer na maturidade humana, afetiva, espiritual e missionária. • Despertar e acompanhar nas pessoas o chamado ao ministério do missionário leigo. • Dá para perceber que os missionários diocesanos podem atuar mais facilmente numa Igreja diocesana que seja acolhedora, missionária; que seja ministerial, participativa, rede de comunidades. O missionário diocesano deverá evitar assumir outros tipos de compromissos, para não virar quebra-galho em tudo; se assim fizer, acabará se esvaziando. Os dez mandamentos do missionário -Humildade -Disponibilidade -Despojamento -Força espiritual -Coragem -Inspiração de Deus -Clareza e sabedoria -Solidariedade -Comunhão com Deus -Ser instrumento Secretariado Diocesano de Pastoral Pe. Hideraldo Verissimo Vieira