Exortação Apostólica Evangelii Gaudium: Carta Encíclica ou só Encíclica: Documento dirigido aos Bispos e fiéis e também a todas as pessoas de boa vontade, de caráter mais doutrinal, sobre fundamentos da fé, da moral ou princípios da Doutrina Social da Igreja; Exortação Apostólica: Documento do Papa dirigido aos católicos, de valor semelhante ao da encíclica, mas de natureza mais pastoral (com destaque à vida cristã e à animação das comunidades); Proposta do Papa Francisco: 1. Mobilizar toda a Igreja, num esforço conjunto, para que o anúncio do Evangelho, a mensagem de Jesus Cristo, seja dirigida e acolhida por todas as pessoas; 2. Despertar o cristão católico para a riqueza que é a vivência do Evangelho (encontro pessoal e testemunho); “3. Convido cada cristão (...) a renovar hoje mesmo o seu encontro pessoal com Jesus Cristo (...); é o momento de dizer para Jesus Cristo: ‘Senhor, deixei-me enganar, de mil maneiras fugi do vosso amor, mas aqui estou novamente para renovar a minha aliança convosco.’” Alegria : • Manifesta-se na história do povo do Antigo Testamento – a História da Salvação -, expressa nos livros da Sagrada Escritura. (No. 4); • No Evangelho, inúmeras são as menções a Alegria que vem de Deus, assim como também nos demais textos do Novo Testamento; (No. 5) • Também os cristãos devem sentir a Alegria de viver na prática dos ensinamentos de Jesus: fonte evangelizadora. (Nos. 6, 7 e 8) “9. O bem tende sempre a comunicar-se. (...); Uma vez comunicado, o bem radica-se e desenvolve-se.” Viver o Evangelho – caminhar e crescer na fé, conhecendo sempre mais e dando testemunho do Bem – concretiza a verdadeira realização pessoal. “11. Um anúncio renovado proporciona aos crentes, mesmo tíbios ou não praticantes, uma nova alegria na fé e uma fecundidade evangelizadora.” A missão evangelizadora deve ser entendida como nossa contribuição para a Obra de Deus (a salvação da humanidade): exige entrega generosa e constante atitude de renovação. (Nos. 12 e 13) Ninguém está excluído do dever de evangelizar. Três âmbitos: na atividade cotidiana da comunidade de fé (a pastoral ordinária); no chamamento às pessoas batizadas mas que não vivem as exigências da fé; naqueles contextos em que a figura de Jesus é desconhecida ou recusada. O Papa: “A ação missionária é paradigma de toda a obra da Igreja.” Cap. I: A transformação missionária da Igreja • A evangelização obedece ao mandato missionário de Jesus: “Ide!” • “...é vital que hoje a Igreja saia para anunciar o evangelho a todos, em todos os lugares, em todas as ocasiões, sem demora, sem repugnâncias e sem medo.” Continuando: • “procurar os afastados (...) convidar os excluídos.” • “Com obras e gestos, a comunidade missionária entra na vida diária dos outros, encurta as distâncias, abaixa-se...” • A comunidade evangelizadora confia na ação Daquele que é o Senhor da Messe. É ele que faz crescer. Ainda: • “Espero que todas as comunidades se esforcem por atuar os meios necessários para avançar no caminho de uma conversão pastoral e missionária (...) ‘estado permanente de missão.” (no. 25) • O papa Paulo VI: ‘A Igreja deve aprofundar a consciência de si mesma, meditar sobre o seu próprio mistério.’ A paróquia (no. 26ss): • Presença eclesial no território, âmbito para a escuta da Palavra, o crescimento da vida cristã, o diálogo, o anúncio, a caridade generosa, a adoração e a celebração. • Incentiva e forma seus membros para serem agentes da evangelização. • Espaço de criatividade e ousadia para repensar os objetivos, as estruturas, o estilo e os métodos evangelizadores Ainda: • A mensagem de Jesus Cristo é o centro gravitacional de toda a atuação missionária da vida da comunidade. • Deve-se ater à transmissão daquilo que é essencial, mais belo, mais necessário, mais atraente, articulado à doutrina; num movimento que parte do que é mais simples para o mais complexo. Numero 36: “Todas as verdades reveladas procedem da mesma fonte divina (...) algumas delas (...) o coração do Evangelho. Neste núcleo fundamental, o que sobressai é a beleza do amor salvífico de Deus manifestado em Jesus Cristo morto e ressuscitado. (...) Isto é válido tanto para os dogmas da fé como para o conjunto dos ensinamentos da Igreja, incluindo a doutrina moral.” “O Evangelho convida, antes de tudo, a responder a Deus que nos ama e salva, reconhecendo-O nos outros e saindo de nós mesmos para procurar o bem de todos.” (no. 39) Ainda: • “As enormes e rápidas transformações culturais exigem que prestemos constante atenção ao tentar exprimir as verdades de sempre numa linguagem que permita reconhecer a sua permanente novidade (...)” no. 41 • “Com a santa intenção de lhes comunicar a verdade sobre Deus e o ser humano, em algumas ocasiões, damos-lhes um falso deus ou um ideal humano que não é verdadeiramente cristão.” no. 41 Ainda: • Citando São João Paulo II: “A expressão da verdade pode ser multiforme. E a renovação das formas de expressão torna-se necessária para transmitir ao homem de hoje a mensagem evangélica no seu significado imutável.” • A fé supõe ADESÃO, pois reserva em si também um aspecto de cruz; • O cuidado com os costumes não diretamente ligados ao núcleo do Evangelhos, assim como normas e preceitos que não têm força educativa como canais de vida. MODERAÇÃO Ainda: • A simplicidade do ensinamento de Cristo não pode confrontar com a complexidade da proposta de vida cristã; cuidado pra não transformar a religião numa escravidão: critério ao se pensar numa reforma da igreja e de sua pregação que permita chegar a todos. • “Sem diminuir o valor do ideal evangélico, é preciso acompanhar, com misericórdia e paciência as possiveis etapas de crescimento das pessoas, que se vão construindo dia após dia.” no. 44 Ainda: • A Igreja é Mãe, de braços-portas abertas, que sai em busca, escuta e acolhe quem ficou a beira do caminho; a Igreja é casa aberta, dispenseira das Graças, concedidas generosamente por Deus, onde todos encontram o seu lugar, sobremodo os pobres. • LER O NÚMERO 49. Cap. II: Na crise do compromisso comunitário • Contexto em que temos de viver e agir; para entendê-lo é preciso ‘discernimento evangélico’. ESTUDAR OS SINAIS DOS TEMPOS. • DESAFIOS: – Virada histórica em vários campos humanos (progressos) – Apesar do progresso, ainda é preciso lutar pra viver, e muitas vezes viver com pouca dignidade. Ainda: “Não a uma economia de exclusão”: o ‘não matar’ está esquecido; mata-se através da exclusão, do menosprezo, da opressão. AS PESSOAS DESFAVORECIDAS TORNARAM-SE SOBRAS; CULTURA DO DESCARTÁVEL; GLOBALIZAÇÃO DA INDIFERENÇA. “Não à nova idolatria do dinheiro”: domínio do dinheiro sobre as sociedades; A AMBIÇÃO DO PODER E DO TER NÃO CONHECE LIMITES. Ainda: “Não a um dinheiro de governa em vez de servir”: REJEIÇÃO DA ÉTICA E A RECUSA DE DEUS. ‘EXORTO-VOS A UMA SOLIDARIEDADE DESINTERESSADA E A UM REGRESSO DA ECONOMIA E DAS FINANÇAS A UMA ÉTICA PROPÍCIA AO SER HUMANO.’ “Não à desigualdade social que gera violência”: A EXCLUSÃO E A DESIGUALDADE, ASSOCIADA À EXACERBAÇÃO DO CONSUMO, GERAM A VIOLÊNCIA; DANOS. Ainda • Desafios culturais: – Ataques à liberdade religiosa como novas modalidades de perseguição; – O exterior, imediato, aparente, superficial referenciando ações na atual cultura “globalizada”; – A fé deparando-se com “arremedos” religiosos (fundamentalismo/fé sem Deus; – Falta de compromisso com o ACOLHER por parte dos cristãos; – Secularização que tende a reduzir a Fé e a Igreja ao âmbito personalista; Ainda: – negação da transcendência; deformação ética; enfraquecimento do sentido do pecado pessoal e social; progresso do relativismo; – Crise profunda de todo tipo de comunidade que supõe vínculos, inclusive a família; – Estilo de vida individualista que debilita e distorce qualquer tipo de vínculo entre pessoas DESAFIOS DA INCULTURAÇÃO DA FÉ: - INTERAÇÃO ENTRE FÉ E CULTURA POSSIBILITA UMA SOCIEDADE MAIS JUSTA E CRENTE. DESAFIOS DAS CULTURAS URBANAS: - A REALIDADE URBANA É “UM LUGAR PRIVILEGIADO DA NOVA EVANGELIZAÇÃO. ISTO REQUER IMAGINAR ESPAÇOS DE ORAÇÃO E DE COMUNHÃO COM CARACTERÍSTICAS INOVADORAS, MAIS ATRAENTES E SIGIFICATIVAS PARA AS POPULAÇÕES URBANAS.” No. 73 TENTAÇÕES DOS AGENTES PASTORAIS: - Atentar para uma espiritualidade autenticamente missionária; ainda - Não ao desanimo egoísta e ao comodismo (leigos e ordenados); cuidado também com o ativismo vazio de espiritualidade e com o pragmatismo cinzento. - Não ao pessimismo estéril: não se permitir abater e desistir. - Sim às relações novas geradas por Jesus: a mística de ‘viver juntos’; valorizar o encontro; vacinar-se contra o isolamento; construir relações com irmãos e com Deus; Ainda: - Não ao mundanismo espiritual: busca da glória humana e do bem estar pessoal em detrimento da busca de Deus: 1-uma fé fechada no subjetivismo. 2 – neopelagianismo de quem só confia em suas próprias forças, com pretensão de reduzir a fé a um estilo ultrapassado de religiosidade. “EM AMBOS OS CASOS, NEM JESUS CRISTO NEM OS OUTROS INTERESSAM VERDADEIRAMENTE.” No. 94 Ler trecho do no. 97 Ainda: - Não à guerra entre nós: busca de poder, prestigio, prazer ou segurança econômica. Cuidado com a tentação da inveja! “Peçamos ao Senhor que nos faça compreender a lei do amor.” - Outros desafios: clericalismo, sexismo, desprezo pela juventude, falta de fervor atingindo o desejo de consagração como vocação. “Os desafios existem para ser superados. Sejamos realistas, mas sem perder a alegria, a audácia e a dedicação cheia de esperança. Não deixemos que nos roubem a força missionária!” No. 109 Cap. IV: A dimensão social da evangelização • “Evangelizar é tornar o Reino de Deus presente no mundo.” (no. 176) • Indissociável o Primeiro Anúncio (querigma) do conteúdo social: o evangelho se faz ‘na vida’. • O ‘crer’ se concretiza ‘na vida’; e a vida é contextualizada na dimensão social. • “...NO IRMÃO ESTÁ O PROLONGAMENTO PERMANENTE DA ENCARNAÇÃO.” (no. 179) Ainda: • ‘o que fizermos aos outros tem uma dimensão transcendente.’ • “ a proposta do Evangelho não consiste só numa relação pessoal com Deus.” (no. 180) • Não existe amor sem um objeto a ser amado. O mandamento nos fala de Deus e do próximo. O Papa insiste nessa ideia de fé inserida num contexto de confronto com o irmão, que deve ser amado incondicionalmente. Ainda: • A Igreja, fazendo ecoar o ensinamento do amor, faz incidir a luz de Cristo sobre situações em desconformidade com esse amor: a pobreza, o desamor e as inúmeras outras carências do ser humano. • A religião ‘já não pode limitar-se ao âmbito privado e servir apenas para preparar almas para o céu.” (no. 182) • São preocupações religiosas a saúde da instituições da sociedade civil • Não à fé individualista. Ainda: • O pensamento social da Igreja é positivo e construtivo; orienta para a transformação. Duas são as questões: – A inclusão social dos pobres: Os pobres são os preferidos de Deus em todo o contexto do plano da salvação; As comunidades cristãs são instrumento de Deus na libertação e promoção dos pobres; A mobilização é resultado da SOLIDARIEDADE; Todos têm compromisso com o progresso social; Cuidado espiritual também para com os pobres; Ainda: Compreensão dos inúmeros tipos de miséria/pobreza humana. - O bem comum e a paz social: A promoção de uma sociedade justa, igualitária, fraterna, livre, coerente como consequência de uma ação dos cristãos no mundo; Essa busca da paz não é ação pontual, mas corolário de uma mentalidade de paz; Empenho contínuo; unidade prevalecendo sobre o conflito; a concretização dos ideais; TUDO ISSO POSSIBILITANDO O DIÁLOGO