As Missões Populares não são um movimento pastoral à parte e, sim, um serviço à Pastoral, uma sacudida especial. Elas levam em conta as pessoas, a realidade pastoral do lugar e as opções da Igreja. No Caso da nossa Diocese queremos, depois das SMP, fazer acontecer a Pastoral Familiar e o Setor Juventude. POR QUÊ ISSO AGORA? Elas não são novidades na Igreja. Não estamos parados, mas existe sempre o perigo de jogar no lixo o dom precioso da vida: tudo repetido, sem novidade, meio apagado, sem ardor missionário e muitos vão se acomodando diante de tanta coisa errada. Todos os que participaram ou participam sabem o seu valor. O QUE SÃO AS SMP? a) Um meio privilegiado de serviço, diálogo, anúncio e testemunho de comunhão, na concretização do Projeto Nacional de Evangelização, "Queremos Ver Jesus Caminho, Verdade e Vida", através dos ministério da Palavra, da Liturgia e da Caridade. b) Homens e mulheres renovados pelo encontro pessoal com Jesus Cristo saberão como levar a seus irmãos a Boa-Nova. C) Um verdadeiro despertar para o entusiasmo missionário e que as mudanças rápidas e profundas da nossa sociedade "precisam ser enfrentadas com uma ação missionária e profética da Igreja". d) Conscientes de que são Igreja, farão isso de forma organizada a partidas estruturas de participação que já temos sem nenhuma concorrência. e) Um meio muito eficaz para fazer chegar ao maior número possível de pessoas, sobretudo aos católicos mais afastados, os anseios e as metas da Igreja. OBJETIVOS DAS SMP As SMP querem colocar a paróquia/área pastoral em estado de missão, com suas forças vivas e suas estruturas. Querem alimentar no meio do povo a alegria de ser povo unido, acolhedor e fraterno, sujeito transformador nos caminhos da história. Os objetivos relacionados a seguir foram se firmando aos poucos, com a contribuição de muitos missionários e missionárias: Descobrir e valorizar o que há de bom nas pessoas e nas culturas. É o primeiro passo da missão. Trata-se de não querer apenas semear, mas, antes de tudo, escutar, de saber descobrir e colher valores e dons espalhados no meio do povo, das pessoas. a) Ajudar as pessoas a darem um sentido autêntico à própria vida, no aqui e agora. Ser sujeito histórico é o maior desafio para qualquer pessoa, de qualquer raça, crença, cultura, época e lugar. b) Convidar as pessoas a serem, cada vez mais, seguidoras de Jesus de Nazaré, como caminho seguro para realizar uma autêntica existência humana e para construir uma sociedade justa, fraterna e solidária. c) Em nome do Deus da vida, convidar o povo para o grande mutirão em defesa da vida e da cidadania para todos, especialmente os empobrecidos e os excluídos. d) Fortalecer, reinventar, fazer crescer em qualidade e quantidade a caminhada das pequenas comunidades eclesiais e) Valorizar, vivenciar e purificar, à luz do Evangelho, as culturas e a religiosidade popular. f) Despertar nas pessoas o gosto pela missão, pelo conhecimento do outro, do diferente, como algo que enriquece. g) Aprender a viver a comunhão no pluralismo dentro da nossa Igreja, como também em relação à sociedade e às outras Igrejas. Mística cristã - é uma experiência profunda, existencial e envolvente com a pessoa e o projeto de Jesus Cristo, até o ponto de dizer como S. Paulo: "Para mim o viver é Cristo" (Fl 1,21). É na oração que se faz profunda experiência mística com Jesus. Ela é necessária para dar um sentido evangélico as nossas práticas e para sustentálas, sobretudo nos momentos difíceis. Jesus é fonte e modelo da missão, sua profunda intimidade com o Pai era o que sustentava sua prática e suas opções. As SMP precisam de convicções profundas para seguir adiante, enfrentando dificuldades e desafios. Tudo isso tem a ver com mística e espiritualidade. Espiritualidade – A Bíblia usa a expressão: vida segundo o Espírito. Jesus deixou-se conduzir pelo Espírito do Pai, no cotidiano da vida e nos momentos das grandes decisões (cf. Lc 3,21; 4,1.14). As primeiras comunidades mais autênticas eram aquelas que se deixaram conduzir pelo Espírito de Jesus (cf. At 4,31; 13,2). O Apóstolo Paulo afirma que, fundamentalmente, há duas maneiras de viver a vida: Vida segundo o Espírito - é a guiada e iluminada pelos mesmos sentimentos e opções de Jesus. Vida segundo a carne - é a conduzida segundo o espírito do mundo, reino do ódio, da divisão, da ganância, de todo tipo de mal que estraga a vida e o sentido da vida. (cf. Rm 8,1-17; Gal 5,13-26). PASSOS DAS SMP 1- Sensibilização - Decidir optar pelas Santas Missões Populares– Março a Julho de 2007 2- Convocação (Pároco e Conselho Pastoral Paroquial) 3- Formação de comissão diocesana 4- Pré-missão - tempo da preparação e formação dos Missionários Leigos Formação decanal de um grupo de 20 Missionários (as) por Paróquia. Este trabalho é organizado pela Equipe Central da SMP. Preparação do tempo e do espaço A Missão – Março a Agosto de 2008 Um grande retiro popular Pós-missão – Após Agosto de 2008 Tempo de aprofundar Tempo de organizar Tempo de articular a caminhada METODOLOGIA PARA AS SMP A metodologia está a serviço dos objetivos, é iluminada por eles e é marcada pelas situações concretas. Nas Santas Missões Populares a metodologia deve dispensar uma atenção especial aos seguintes pontos: 1- Sobre a duração As SMP são um tempo especial e, como tal, têm um começo e um fim. Mas o seu espírito e seus efeitos continuam pelo tempo afora. Sua duração é de aproximadamente de um ano e meio Durante esse tempo elas passam a ser o eixo de toda pastoral e assim distribuída 2- Sobre os destinatários As SMP dirigem-se a todo o povo da região onde elas acontecem. Querem ser populares mesmo. Porém, elas têm suas preferências, bem inspiradas naquelas que Jesus também tinha: são os doentes, as crianças, os idosos e os excluídos. São pessoas que "não valem" em uma sociedade baseada e organizada na eficiência do ter e do produzir. E é a partir desse lugar social que as SMP anunciam a Boa Notícia de Jesus e do Reino a todos, sem preconceitos, com gratuidade e eficácia, convidando todos à conversão. As SMP querem chegar às multidões através dos missionários e das pequenas comunidades cristãs em estado de missão. Desejam ajudar as pessoas a encontrarem seus rumos verdadeiros e, assim, tornarem-se capazes de construir novas relações sociais, mais humanas e mais fraternas. Sobre o lugar É importante realizar as SMP em todo território paroquial, provocando assim uma mexida geral, bem articulada e animadora. A finalidade é transformar, cada vez mais, a paróquia numa bonita comunhão de comunidades. Todas as forças vivas da paróquia (pessoas engajadas nos grupos, movimentos, comunidades e pastorais) são convidadas a ser, durante o tempo das SMP, missionárias nos setores onde moram, conforme suas possibilidades e disponibilidades. 4- Missionários e missionárias Não são super-homens e nem supermulheres. Carregam fragilidades, limitações e incoerências. Também Jesus, ao escolher seus primeiros discípulos-missionários, não foi atrás de pessoas perfeitas e superdotadas. Isso conforta e dá esperança! Mas ele pediu a todos que entrassem em um processo de conversão permanente. Sim, os missionários carregam os mesmos anseios, preocupações, alegrias e sonhos de quem luta e acredita num mundo melhor. São donas de casa, mães e pais, lavradores, pescadores, empregados e desempregados, professoras e comerciários, pequenos comerciantes, aposentados, operários, jovens, crianças, adultos, idosos. São pessoas que lutam pela sobrevivência, com dignidade e dificuldade. Todos querem ser povo de Deus, seguidores do Evangelho de Jesus Cristo. Despertaram para a beleza da proposta das SMP; experimentaram, apaixonaramse e assumiram com gosto essa maneira de testemunhar e anunciar o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Missionários locais são os que continuam atuando na própria comunidade ou nas comunidades vizinhas. Missionários de fora são os que atuam na própria comunidade e se colocam à disposição para ajudarem outras SMP, quando solicitados. Os missionários, tanto os locais quanto os de fora, realmente: *são como o coração das SMP, eles animam, abrem as pessoas ao sopro do Espírito Santo, dão vida e criam laços. *são como a cabeça das SMP, procuram dar sentido, orientam, articulam e ajudam a dar passos. *são como os olhos das SMP, sabem olhar para a frente, sem perder-se em discussões ou em dificuldades passageiras; ajudam a ser fiéis aos objetivos, com fidelidade e criatividade, abrindo novos caminhos. *são como os pés das SMP, são bem realistas, sabem que chão estão pisando. Por causa das dificuldades e dos desafios, tornam-se cada vez mais importantes o acompanhamento e a formação dos missionários. O QUE ESPERAMOS DAS SMP Que desenvolvam um grande amor, uma paixão pelo povo, sem massificação ou populismo. Ajudar as pessoas a encontrar e dar um sentido autêntico à vida. Ajudar as pessoas a resgatar sua memória histórica, a serem sujeitos capazes de corajosas opções de vida. Cultivar a espiritualidade do seguimento de Jesus Cristo, como caminho seguro para uma autêntica existência humana. Despertar para os valores humanos e evangélicos da conversão permanente, da reconciliação, da gratuidade de uma vida solidária, simples e transparente; do silêncio, da escuta, e da contemplação. Fortaleça ou ajude a crescer nos padres o gosto pelo presbitério missionário, solidário, servidor do povo de toda a Diocese. Sabemos o peso de um pároco na paróquia. Quase sempre a sua palavra é a definitiva. Com um presbitério missionário que aposta decididamente numa Igreja missionária, que acredita e favorece o ministério dos missionários, dá para esperar muita coisa boa. Nunca fazer SMP só por fazer. Primeiro parar, pensar, ver as motivações. Escolher o tipo de SMP considerado mais conveniente. Envolver na decisão o maior número de pessoas, sobretudo as lideranças, o conselho pastoral paroquial. Nada de coisas decididas de cima para baixo. As pessoas terão que se sentir sujeitos da iniciativa, de verdade. Tomada a decisão, que seja para valer. Toda a paróquia, com suas forças vivas, deve entrar em estado de missão. As SMP vão ter que ser o fio condutor, o eixo de toda pastoral, durante a realização. Evitar, ao máximo, trabalhos paralelos. Caprichar na formação e no acompanhamento dos missionários. Incentivar para que paróquias vizinhas entrem no projeto das SMP. Estabelecer uma metodologia e um cronograma que favoreçam a participação, a autonomia e a comunhão. Todo o processo formativo e organizativo seja assumido por uma coordenação local, setorial ou diocesana. É melhor. Assessoria de fora é só para estimular, mostrar caminhos.