A ALEGRIA DO EVANGELHO CAPÍTULO I Transformação Missionária da Igreja • • • • • • Gn 12, 1-3 Ex 3, 10 Ex 3,17 Lc 10,17 Lc 10, 21 At, 2, 6 • • • • • • Mc 4,26-29 Lc 2,10 Ap 14,6 1 Jo 4, 10 Jo 13,17 Lc 14,14 Perguntas: • Porque muitas pessoas não vêm a Igreja? • Porque a Igreja tem sido tão criticada? • O que está acontecendo que a Igreja está em descrédito com muitas pessoas? • O que acontece que as pessoas não se apaixonam pela Igreja e fincam raízes aqui? CAPÍTULO I Transformação Missionária da Igreja • “Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado. • Evangelizar para que a fé no ressuscitado se estenda a todos os cantos da terra. Uma Igreja em “Saída” Saída – dinamismo que Deus quer provocar no crente: • Moisés saiu para um nova terra (Gn 12, 1-3) • Moisés – “vai, Eu te envio” (Ex 3, 10) • Saiu com o povo para a Terra Prometida (Ex 3,17) Somos chamados hoje a uma nova saída missionária. • Qual é o caminho que o Senhor me pede? • Sair da comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho. A Alegria do Evangelho = Alegria Missionária • Lc 10,17 • Lc 10, 21 • At, 2, 6 Esta alegria é sinal de que o Evangelho foi anunciado e está dando frutos SaÍda, movimento transcendente – que vai além “Vamos para outra parte, para as aldeias vizinhas, a fim de pregar aí, pois foi para isso que Eu vim” (Mc 1, 38) – Depois de lançar a semente, sem demora o Espírito leva-O para outras adeias. Mc 4,26-29 – A Palavra é muito potente, tem uma liberdade incontrolável, superam nossas previsões, quebram nossos esquemas. (Ex: Retiro MCC) A intimidade da Igreja com Jesus é uma intimidade itinerante, e a comunhão “reveste essencialmente a forma de comunhão missionária” (João Paulo II) Fiéis ao modelo do Mestre devemos anunciar o Evangelho: • A todos • Em todos os lugares • Em todas as ocasiões • Sem demora • Sem repugnâncias • Sem medo A alegria do Evangelho é para todos: • Lc 2,10 • Ap 14,6 Primeirear: envolver-se, acompanhar, frutificar e festejar (assim devem agir os que anunciam o Evangelho com alegria) 1 Jo 4, 10 – A comunidade missionária vai a frente, com iniciativa e sem medo, vai ao encontro, procura os afastados e convida os excluídos. Oferece a Misericórdia porque experimentou a Misericórdia! Envolver-se • Jo 13,17 – Jesus envolve-se com os seus (devemos seguir este exemplo) • Com obras e gestos devemos entrar na vida diária dos outros – encurtando as distâncias, nos abaixando e se for necessário até nos humilhando para toca a carne sofredora de Cristo no povo. Acompanhar • Acompanha em todos os processos por mais dolorosos que sejam • Conhece as longas esperas e a suportação apostólica • Patenteia paciência e evita considerar as limitações Frutificar • O Senhor quer a comunidade fecunda • Cuida do trigo e não perde a paz por causa do joio • Sem reações lastimosas ou alarmistas • Palavra que se encarna em uma situação concreta e de frutos de vida nova, mesmo que aparentemente imperfeitos ou defeituosos • Vida oferecida como testemunho de Jesus Cristo Festejar • Festeja cada pequena vitória • Cada passo em frente a Evangelização • Festeja na Liturtia – A igreja evangeliza e se evangeliza com a beleza da liturgia – fonte de um renovado impulso para se dar Pastoral em Conversão Devemos nos esforçar para uma conversão pastoral e missionária – não nos serve uma “simples administração” mas devemos estar em “estado permanente de missão”. “A Igreja deve aprofundar a consciência de si mesma, meditar sobre o seu próprio mistério ... Desta consciência esclarecida e operante deriva espontaneamente um desejo de comparar a imagem ideal da Igreja tal como Cristo a viu, quis e amou, ou seja, como sua Esposa santa e imaculada, com o rosto real que a Igreja apresenta hoje ... Em consequência disso, surge uma necessidade generosa e quase impaciente de renovação, isto é, de emenda dos defeitos que aquela consciência denuncia e rejeita, como se fosse um exame interior ao espelho do modelo que Cristo nos deixou de Si mesmo” (Paulo VI – Ecclesiam suam – 1964) • Igreja peregrina chamada a uma reforma permanente (Conc. Ecum. Vat. II) • Sem vida nova e espírito evangélico autêntico, sem fidelidade da Igreja a própria vocação, toda e qualquer nova estrutura se corrompe em pouco tempo. • Uma renovação eclesial inadiável Trasnsformação de tudo • • • • • • • • • • • Costumes Estilos Horários Linguagem Preocupação maior com a evangelização do que com a autopreservação Tornar-se mais missionária Mais comunicativa Mais aberta Agentes pastorais em atitude constante de saída Como Jesus, oferecer nossa amizade Alvo = Missão (diferente e introversão eclesial) • Paróquia mais próxima do povo – docilidade e criatividade missionária do Pastor e da comunidade. • Movimentos, comunidades, instituições eclesiais, associações – Igreja inserida no mundo, nas realidades, nos ambientes – com novo ardor evangelizador e capacidade de diálogo com o mundo que renovam a Igreja – mas não devem perder o contato com a paróquia local. • Todo o clero, Padres, Bispos e até o Papa devem se envolver e se adaptar a este novo estilo de evangelização e sempre se abrindo a situações novas que vão de encontro a necessidade evangelizadora da Igreja. • Abandonar o cômodo critério pastoral: “fez-se sempre assim” A partir do coração do Evangelho Por conta da velocidade em que se propaga a informação, nossa mensagem não pode ser mutilada e reduzida a alguns dos seus aspectos secundários. A doutrina moral da Igreja não pode ficar de fora do contexto que lhe dá sentido. Nosso anúncio deve ser: • • • • • • Concentrado no essencial No que é mais belo Mais importante Mais atraente Mais necessário Sem se impor a força de insistir A proposta acaba simplificada, sem com isso perder a profundidade e verdade, e assim se torna mais convincente e radiosa. • Verdade que exprimi mais diretamente o coração do Evangelho: a beleza do amor salvífico de Deus manifestado em Jesus Cristo morto e ressucitado. • Hierarquia das verdades da doutrina católica – “a fé que atua pelo amor” – ...a Graça do Espírito Santo que se manifesta através da fé que opera pelo amor – ou seja, nesta hierarquia antes as pessoa devem se sentir amadas, para depois ir conhecendo mais sobre a doutrina católica por interesse gerado por este amor, pela Misericórdia de Deus. Proporção adequada na pregação A mensagem proclamada de forma fiel que nos convida a responder a Deus que nos ama e salva, reconhecendo-O nos outros e saindo de nós mesmos para procurar o bem de todos. • Todas as virtudes estão ao serviço desta resposta de amor! • A mensagem não pode correr o risco de perder o seu frescor e já não ter “o perfume do Evangelho”. A missão que se encarna nas limitações humanas Necessidades da Igreja: • Crescer na sua interpretação da Palavra revelada e na sua compreensão da verdade • Prestar atenção às contribuições das ciências sociais Exprimir as verdades de sempre numa linguagem que permita reconhecer sua permanente novidade. “Uma coisa é a substância... e a outra é a formulação que a reveste.” (João XXIII) “a expressão da verdade pode ser multiforme. E a renovação das formas de expressão torna-se necessária para transmitir ao homem de hoje a mensagem evangélica no seu significado imutável” João Paulo II No anúncio do Evangelho a adesão da fé é irmã do amor (nos casos de realidades não compreensíveis, a atitude evangelizadora deve despertar a adesão do coração com a proximidade, o amor e o testemunho). Rever costumes próprios que não prestam o mesmo serviço á transmissão do Evangelho. São Tomás de Aquino dizia que os preceitos dados por Cristo e pelos Apóstolos ao povo de Deus “são pouquíssimos”, e os preceitos adicionados posteriormente pela Igreja se devem exigir com moderação, “para não tornar pesada a vida aos fiéis” nem transformar nossa religião numa escravidão, quando “a misericórdia de Deus quis que fosse livre”. Acompanhar com misericórdia e paciência as possíveis etapas de crescimento das pessoas, que se vão construindo dia após dia. Uma mãe de coração aberto A Igreja em “saída” é uma Igreja com as portas abertas e se necessário deve diminuir o ritmo para • Olhar nos olhos e escutar • Acompanhar quem ficou caído a beira do caminho • Como o filho pródigo, quando voltar conseguir entrar sem dificuldade Todos podem participar de alguma forma na vida eclesial, todos podem fazer parte da comunidade e nem sequer as portas dos sacramentos deveriam se fechar por uma razão qualquer, principalmente o Batismo (porta de entrada) • A Eucaristia, embora constitua a plenitude da vida sacramental, não é um prêmio para os perfeitos, mas um remédio generoso e um alimento para os fracos – “Devo recebê-lo sempre, para que sempre perdoe meus pecados. Se peco continuamente, devo ter sempre um remédio” (Santo Ambrósio) • “Examinei a mim mesmo e reconheci-me indigno. Àqueles que assim falam, eu digo: E quando sereis dignos? Então quando vos apresentareis diante de Cristo? E, se os vossos pecados impedem de vos aproximar e se nunca parais de cair – quem conhece os seus delitos?: diz o salmo – icareis sem tomar parte na santificação que vivifica para a eternidade?” (São Cirilo de Alexandria) • Muitas vezes agimos como controladores da graça e não como facilitadores. Mas a Igreja não é uma alfândega; é a casa paterna, onde há lugar para todos com a sua vida fadigosa. • Assumindo esse dinamismo levaremos a Igreja a todos sem exceção. Nossa opção preferencial (Lc 14,14) Saiamos, saiamos para oferecer a todos a vida de Jesus Cristo! “Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma igreja enferma pelo fechamento e a comodidade de se agarrar às próprias seguranças. Não quero uma Igreja preocupada em ser o centro, e que acaba presa em um emaranhado de obsessões e procedimentos. Se alguma coisa nos deve santamente inquietar e preocupar a nossa consciência é que haja tantos irmãos nossos que vivem se a força, a luze a consolação da amizade com Jesus Cristo, sem uma comunidade de fé que os acolha, sem um horizonte de sentido e de vida. Mais do que temor de falhar, espero que nos mova o medo de nos encerrarmos nas estruturas que nos dão uma falsa proteção, nas normas que os transformam em juízes implacáveis, nos hábitos em que nos sentimos tranquilos, enquanto lá fora há uma multidão faminta e Jesus repete-nos sem cessar: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mc 6,37).” (Papa Francisco)