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Mudar, sim, mas com planejamento
por Anderson Silva
A insatisfação com a carreira não é algo tão incomum, mesmo em casos nos quais a escolha
da profissão tenha sido feita de forma bastante consciente. Às vezes, depois de algum tempo
no mercado de trabalho, as pessoas percebem que as tarefas do dia a dia não trazem a
realização esperada. A insatisfação constante pode ser uma dica de que é hora de mudar, e
não só de emprego, mas de ramo.
Foi o que aconteceu com o empresário Wesley Gomes, formado em economia. Ele resolveu
deixar o emprego na área de crédito por descontentamento com a função e, alguns anos
depois, fundou a Wesco, empresa de equipamentos para higiene. “Eu resolvi dar um tempo
de tudo e viajei para Austrália e Nova Zelândia para aprender inglês. Quando voltei, em
2001, não tinha ideia do que ia fazer e trabalhei como vendedor em uma loja de roupas.
Depois, gerenciei uma agência de garçons em Curitiba”, conta.
A mudança de rumo veio em 2003, ainda na capital paranaense. Lá, Gomes conheceu um
equipamento para armazenar fio dental que é instalado em empresas. “Entrei em contato
com o fabricante do produto e me dispus a representar a distribuição do dispenser em São
Paulo”, lembra. Estava dado o primeiro passo para criação da Wesco.
O investimento inicial foi de R$ 300,00, mas o empresário admite que, mesmo com o pouco
capital investido, o apoio dos pais foi fundamental. “Eu tinha 23 anos e, se não fosse o
suporte deles, não sei se conseguiria”, confessa, acrescentando que o ideal seria ter um
capital de reserva para investir.
Outra experiência de mudança foi a do empresário e fotógrafo Roni Sanches, que largou a
administração do restaurante do qual ainda é sócio para transformar o hobby em profissão.
“Comecei fotografando pratos do restaurante e aí surgiu a oportunidade de fotografar para
outros estabelecimentos da região. O negócio começou a tomar corpo a partir de indicações
e resolvi me especializar em fotografia”, conta. Aos 40 anos, ele assumiu a profissão de
fotógrafo e mudou de carreira.
Sanches conta que a frustração veio ao lidar com as questões administrativas do
restaurante, localizado na zona Leste de São Paulo. “É uma quantidade muito grande de
rotinas administrativas e isso foi me cansando”, diz. Para relaxar, ele adotou a fotografia,
que, com o passar do tempo, ganhou a condição de profissão.
O fotógrafo lembra que muitas pessoas consideraram a mudança uma loucura. “Foi uma
escolha difícil, mas minha esposa apoiou e isso fez toda a diferença”, destaca. Hoje, o
restaurante é administrado pela sócia e Sanches tem um estúdio de fotografia, também na
zona Leste de São Paulo.
Planejamento e perfil empreendedor
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mantida a integridade dos textos, mencionando o autor, fonte e a origem da cópia através do Blog do Call Center
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Para quem pensa em se aventurar e mudar de ares, Sanches dá uma dica: antes de mudar, é
essencial um bom planejamento financeiro e uma estratégia para alcançar o sucesso no novo
segmento de negócio. Ele avalia que o conhecimento adquirido anteriormente não pode ser
desprezado. “Posso dizer que tudo que aprendi como administrador é usado hoje, só que de
maneira diferente”, conclui.
As análises de Gomes e Sanches estão de acordo com a visão da consultora especializada em
coaching e transição de carreiras da Gutemberg Consultores, Denize Kallás, que adverte
sobre as dificuldades de abrir um negócio próprio. Segundo ela, o estresse decorrente da
pressão por resultados no mercado corporativo é um fator que pode “minar” a carreira de
muitos profissionais. “Muitas vezes, os executivos têm o desejo de ficar livre dessa pressão e
a mudança serve como uma válvula de escape”, observa.
A consultora ressalva que, embora, abrir o próprio negócio se apresente como uma
alternativa interessante, a pessoa precisa ter em mente que administrar uma empresa é
muito diferente de ser empregado. “A pessoa que abre seu próprio negócio tem, em alguns
casos, a ilusão de que tudo será mais fácil. E é muito mais difícil”, adverte.
Segundo Denize, é importante que o executivo que queira mudar radicalmente de área
esteja preparado para frustrações. “Além disso, ele precisa ter o perfil empreendedor, ter
vocação para o novo negócio, além de pesquisar se o mercado precisa daquele produto ou
serviço que ele tem a oferecer”, ressalta. A questão crucial, portanto, é, sempre, um bom
planejamento.
http://www.canalrh.com.br/Mundos/gestaocarreira_artigo.asp?ace_news=C254AEA5-4C314502-AC90-44194860D8EE&o={0D57584C-6FE7-4359-9450F2C64B03EA29}&sp=R0S/LxE.SJ?KR..=VpVCPIWTGDB@;y9HU1S
Fonte e créditos: Canal RH
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