64º Congresso Nacional de Botânica
Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013
ATIVIDADE LÚDICA NO ENSINO DE CIÊNCIAS: MORFOLOGIA EXTERNA
DOS FRUTOS
2
2
Valdicléia A. Ferreira¹*, Renato A. Lima , Andrina G. S. Braga
¹Acadêmica do curso de Ciências Biológicas - Faculdade São Lucas - Porto Velho/RO; ²Doutorando em Biodiversidade
e Biotecnologia - Universidade Federal do Amazonas - Manaus/AM *[email protected]
Introdução
Ensinar ciências não se restringe a transmitir informações
ou apresentar apenas um caminho, mas é ajudar o aluno
a tomar consciência de si mesmo, dos outros e da
sociedade, conforme pensamento de [1]. Por isso, de
acordo com as diretrizes curriculares de ciências para o
ensino fundamental, o trabalho com a perspectiva lúdica
precisa ser considerado nas estratégias de ensino,
independentemente da série e da faixa etária do aluno,
adequando a linguagem e os recursos didáticos. A
utilização de modelos didáticos pode auxiliar na
aprendizagem, uma vez que estimula o aluno a resolver
problemas de abstração que a leitura muitas das vezes
não consegue resolver. Sendo assim, o processo de
confeccionar modelos a baixo custo como ferramentas
didáticas para o ensino de Ciências torna-se interessante
uma vez que possibilita a alunos de diversas classes
sociais aprenderem de forma mais interessante o
conteúdo. Com isso, o presente trabalho teve como
objetivo confeccionar um modelo tridimensional de frutos
com massa de biscuit de forma a facilitar o entendimento
sobre Angiospermas.
Metodologia
O público alvo da pesquisa envolveu 36 alunos do sétimo
ano do ensino fundamental de uma escola pública em
Porto Velho-RO. No primeiro dia da atividade lúdica, foi
mostrada uma figura de um fruto e explicando as partes
constituintes por meio de recursos multimídia. No
segundo dia foi mostrado um desenho do fruto e pedindo
para os alunos apontarem e descreverem as partes
constituintes. Enquanto que no terceiro dia, os alunos
confeccionaram um modelo feito com massa de biscuit e
explicaram cada parte constituinte do fruto. No quarto e
último dia foi apresentado novamente à figura do fruto e
solicitado aos alunos para apontarem as partes
constituintes com o intuito de saber se os alunos
conseguiram visualizar e aprender o conteúdo abordado
em sala de aula.
Resultados e Discussão
Como resultado, verificou-se que antes de mostrar o
modelo, apenas 15,1% das crianças acertaram 100% das
partes constituintes dos frutos e 13,2% não acertaram
nenhuma estrutura do mesmo. Após a apresentação do
modelo, 39,6% dos alunos acertaram 100% as partes dos
frutos. Além disso, verificou-se que houve um aumento de
mais de 90% no número de alunos que fixaram as
estruturas mostradas ao longo da atividade aplicada.
Estes resultados reforçam que o uso ideal de modelos
tridimensionais é necessário e importante para o ensinoaprendizagem dos alunos (Figura 1). As atividades
lúdicas propostas neste trabalho ao ensino de ciências
atuam no sentido de educar, transformando e inovando e
processo ensino-aprendizagem voltada para as ciências
naturais, sendo um instrumento de informação,
observação e correlação dos conhecimentos adquiridos
em sala de aula com o cotidiano do aluno levando-o a
perceber visualmente o que aprendeu na teoria. Segundo
[2], uma aula com características lúdicas não precisa ter
jogos ou brinquedos. O que traz ludicidade para a sala de
aula é muito mais uma atitude lúdica do educador e dos
educandos. Assumir essa postura implica assumir a
sensibilidade, envolvimento com os discentes, uma
mudança interna, e não apenas externa, e, por
conseguinte, implica não somente uma mudança
cognitiva, mas, principalmente, uma mudança afetiva.
Figura 1. Modelos tridimensionais confeccionados pelos
alunos do ensino fundamental durante a atividade.
Conclusões
Estimular o interesse permite que o aluno aprenda novos
conhecimentos, ajuda-o a construir suas novas
descobertas, desenvolvendo e enriquecendo sua
personalidade, o que simboliza um instrumento
pedagógico que leva o professor à condição de condutor
e avaliador da aprendizagem. Esta compreensão torna-se
válida quando se faz reflexão acerca dos processos de
ensino e aprendizagem de ciências nas séries do ensino
fundamental.
Agradecimentos
Aos alunos e a professora da Escola Municipal e Estadual
Flora Calheiros que participaram assiduamente desta
atividade.
Referências Bibliográficas
[1] Oliveira, D.L. 1999. Ciências nas salas de aula. Porto
Alegre: Ed. Mediação. 128p.
[2] Rizzi, L. & Haydt, R. C. 1994. Atividades Lúdicas na
Educação da Criança. São Paulo: Ática.
Download

Resumo - Sociedade Botânica do Brasil