São Paulo Julho / 2001 Banda Larga No começo era Bit ... amanhã Zettabyte. A evolução da velocidade nas comunicações de dados e o seu impacto na produtividade das empresas e nas aplicações Web Adrian Kemmer Cernev [email protected] e Felipe D. Mello O que é ? A tecnologia Banda Larga (broadband) é a porta de entrada a um novo mundo de serviços de Internet disponíveis full time, entregue às empresas e residências à altíssimas velocidades Imagine as conexões de banda larga à Internet como uma grande e larga rodovia, com inúmeras pistas e velocidade máxima ilimitada Esta estrada é composta por infra-estruturas de fibras óticas, tecnologias sem fio (satélites, rádios direcionais, rádios difusores, infravermelho, laser etc.), cabos metálicos e outras formas de transmissão (???) 2 Como funciona? Tecnologias digitais de grande capacidade (fibras óticas e rádios direcionais) são elementos-chave no desenvolvimento do conceito de banda larga. As aplicações digitais comprimem uma vasta quantidade informações de voz, vídeo e dados que são decompostos até chegar ao que chamamos de “bits” A estrada da banda larga, por sua vez, pode trafegar muito mais “bits” – que se transformam em palavras, imagens e outros elementos nas telas de nossos computadores – do que os cabos metálicos normais, redes de telefonia e conexões sem fio difusas 3 Aplicações Internet como plataforma: World Wide Web (HTTP, HTTPS ...), E-mail, Web EDI, FTP, WAP, etc. Convergência digital: Dados, Voz sobre IP, Vídeo-conferência, Imagem e Multimídia, etc. Interconectividade: Virtual Private Network, conexões seguras (SET, SSL ...), links PAP, etc. E-business: Transações comerciais (B2B, B2C, IntraB, C2C, etc.), meios de pagamento & banking, sistemas de informação, ASP & Data Centers, Supply Chain & ERP, etc. 4 Onde está? A banda larga está associada à infra-estrutura de telecomunicações e redes que compõe a Internet, em âmbito global, nacional, regional e local Hoje as aplicações de Internet estão predominantemente focadas no ambiente da sua interface gráfica “WWW”, que teve um crescimento acentuado nos últimos 10 anos As previsões projetam um enorme crescimento no volume de dados trafegados na Internet (calculados na ordem de Zettabytes = 1021 bytes), especialmente nas aplicações extra “WWW” 5 Globalmente Na década de 90 a América Latina se conectou de maneira definitiva com o resto do mundo “Existem cabos submarinos com mais capacidade que todos os satélites do mundo juntos.” Telegeography, Inc. Cabos submarinos vs. Satélites (em Gbps) 10000 1000 Cabos Submarinos 100 Satélite 10 01 20 99 97 95 93 91 89 1 Fonte: Telegeography, Inc. 6 Globalmente Em 1990: TCS 1 com capacidade de 0,28 Gbps Entre 1994 e 1995: Americas 1 (1,12 Gbps), Columbus 2 (1,12 Gbps), Unisur (1,12 Gbps) Em 1999: Panamericano (10 Gbps) Em 2000: Atlantis 2 (20 Gbps), Maya 1 (15 Gbps), Americas 2 (80 Gbps) Em 2001: PAC (80 Gbps), Arcos 1 (960 Gbps), SAC (1280 Gbps), Sam 1 (1920 Gbps) Meados de 2002: Atlantica 1 (1360 Gbps) DWDM (Dense Wave Division Multiplexing) 7 Globalmente “O custo da capacidade em cabos submarinos em algumas rotas transatlânticas equivale a 10% do custo de banda larga similar em satélites” Revista Ponto-com “As operadoras de cabos submarinos prevêem que os preços de seus serviços cairão 50% anualmente durante os próximos 3 anos, enquanto que as operadoras de satélites antecipam quedas de 5% a 10% durante o mesmo período.” Revista Ponto-com Principais operadoras de cabos submarinos: Global Crossing, Emergia, 360 Networks, New World Networks e outros consórcios de empresas Embratel responde por mais de 85% da interligação da Internet brasileira com a rede mundial, até 07/01 8 Nacionalmente Satélites atendem regiões brasileiras desprovidas de fibras óticas, mas estão operando na totalidade de sua capacidade, e não é possível o lançamento de novos satélites geoestacionários Quatro grande operações de fibras óticas: Embratel (“Tordesilhas” e Sul), MetroRed (Sudeste e Sul), Impsat (Sudeste e Sul) e CRT (Sul), e estas estão restritas aos grandes centros urbanos Forte expansão de backbones alternativos via tecnologia sem fio (rádios direcionais e laser); redundância de tecnologias, preço e capilaridade 9 Regionalmente Os maiores centros urbanos do país possuem diversas alternativas tecnológicas, gerando competitividade e complementaridade Cidades-satélites, distritos e bairros já estão interconectados em alta velocidade (MANs), principalmente por Fibras (troncos PCM, sub-POPs, anéis ATM, etc.), Rádios (FHSS, SDH, DSSS, etc) e Laser. - Exemplo: centrais telefônicas Regiões mais afastadas, com menos investimentos, ainda dependem de uma antiga e saturada infra-estrutura de cabeamento metálico (pares de cobre) 10 Localmente O abismo da última milha para os mercados corporativo, SoHo e residencial, constitui um surpreendente potencial comercial, mas que demanda investimentos gigantescos e com inúmeras dificuldades Inexistência de infra-estrutura tecnológica adequada para a nova era da informação, restringindo fortemente a utilização das aplicações de banda larga Surgimento de tecnologias “criativas” para viabilizar o last mile, das centrais regionais efetivamente em banda larga até as empresas, escritórios, colégios, hospitais, residências, shopping centers, etc. e indivíduos 11 Localmente Ambiente corporativo: (O acesso à Internet é composto por 2 serviços: meio de comunicação entre provedor e cliente, e liberação de portas para o backbone da Internet) Fibra ótica: AT&T, MetroRed, Telefónica, Impsat e outras; Problemas: cobertura e expansão geográfica Rádio direcional: Diveo, Impsat, Comsat, Pégasus, WebGenesis, IFX e outras; Problemas: visada e contratação de unidades repetidoras Rádio difusão (WLL e LMDS): Vésper, Nextel e op. celular; Problemas: tecnologia atual e interferências Par metálico: Telefónica (ex-Telesp); Problemas: obsolescência atual, capacidade = velocidade, baixa qualidade (ruídos e perdas), compartilhamento, etc. 12 Localmente Ambiente SoHo e Residencial (Utilização da infraestrutura de voz para tráfego de dados, através de tecnologias sobre pares de cobre trançados e suas restrições) Acesso discado: via linha telefônica normal (48 V) e provedor, através de mo/dem (até 56 Kbps nominais) Problemas específicos: conexão analógica e “suja” Exemplos: Dial-up UOL, IG e Terra ADSL: via linha telefônica (96 V) e provedor, através de co/dec xDSL (até 2 Mbps nominais, segundo operadora) Problemas específicos: distância da central, compartilhamento, banda tecnicamente não garantida, instabilidade e assimetria (down e up) Exemplos: Speedy (Telefónica) e Velox (Telemar) 13 Localmente Ambiente SoHo e Residencial ISDN / RDSI: via linha telefônica digital (96 V) e provedor, através de co/dec ISDN (2 x 64 Kbps + 16 Kbps reais) Problemas específicos: cobertura (poucas centrais), poucos provedores de acesso, tarifação por impulso Exemplos: Multilink (Telefónica) e DVI (Telemar) Cable Modem: via cabeamento coaxial para tráfego de CATV e provedor, através de mo/dem específico (até 2 Mbps nominais, segundo operadora) Problemas específicos: cobertura, unidirecional vs. bidirecional, compartilhamento, ligações clandestinas no cabeamento Exemplos: Ajato (TVA) e Virtua (Globocabo) 14 Localmente Ambiente SoHo e Residencial Rádio difusão: via microondas de rádio (espalhamento por difusão) e provedor, através de antenas receptoras (cliente) e estações rádio-base Problemas específicos: interferência de ondas, instabilidade, obsolescência tecnológica, restrição à implementação de novas estações rádio-base, banda tecnicamente não garantida Exemplos: IP2 (Paulista Networks), ZumNet, etc. Rede elétrica: teórico tráfego de dados pelas estruturas de energia elétrica (????) 15 Localmente “Full unbundling” Possibilidade de utilização da infraestrutura concessionária por todos os operadores habilitados, mediante pagamento pelo serviço (acordo entre as partes ou fixação de preços pela ANATEL) Previsto nos editais de privatização e nas regulamentações da ANATEL; Telefónica está recebendo propostas de interessados até o dia 5 de Julho de 2001 A infraestrutura atual será ainda mais compartilhada, gerando uma maior competitividade de mercado, porém colocando em cheque a plena funcionalidade de todos os sistemas. Ou seja, não prevê a ampliação da infraestrutura atualmente disponível! 16 Conclusões A banda larga é uma necessidade mundial e requer a implementação contínua de infraestruturas globais e locais (complete end-to-end) Existem gigantescos investimentos nas infraestruturas globais e nacionais, mas ainda um enorme abismo nas estruturas locais (last mile) É fundamental adequar a tecnologia disponível à necessidade do usuário (empresa ou residência) A banda larga somente será uma realidade empresarial quando todas as pontas estiverem tecnicamente habilitadas, o que induzirá à convergência tecnológica para a Internet, em função da necessidade de retorno sobre os imensos investimentos realizados (ROI). 17 Apresentação elaborada para a disciplina “A Internet e o seu potencial de negócios” do FGV-CEAG (Curso de Especialização em Administração para Graduados) e do FGV-PEC (Programa de Educação Continuada), junto à FGV-EAESP (Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas). ____________ Agradecimento especial à empresa WebGenesis do Brasil Participações http://www.webgenesis.com.br pelas informações e recursos disponibilizados. 17