Iter Criminis Prof. Ms. José Nabuco Filho [email protected] Twitter: @nabucofilho 1 Introdução Relevância Pena integral Parcial Impunível Caminho do crime Iter criminis Trajeto da mente à conduta criminosa 2 Fase Externa Fase Interna Iter criminis Cogitação Representação Decisão Preparação Execução Consumação Exaurimento puníveis 3 Preparação (conatus remotus) Atos preparatórios Impunível Salvo se tipificado autonomamente (art. 291) Não se pune pelo crime almejado Meta optata Art. 31: impunível: Ajuste, determinação ou instigação Ex: contratação do matador de aluguel 4 Execução Pode ser punível por tentativa Questão tormentosa Barreira preparação/execução Fim de cometer o crime, comete ato Idôneo unívoco 5 Critérios para caracterização da execução Material Formal-objetivo Risco ao bem jurídico tutelado Prática de conduta que se amolda ao verbonúcleo Plano do autor (Zaffaroni) Ato que seja imediatamente anterior ao verbonúcleo do tipo. 6 Exemplos Flagrado dentro da casa, quando separa as coisas Levantar a foice para o golpe Disparar o tiro Agarrar a vítima e tentar arrastá-la para o terreno baldio com o fim de estuprá-la 7 Art. 14, I. CRIME CONSUMADO 8 Crime consumado (sumatum opus) Todos os elementos do tipo Realização integral Pena integral Como descobrir o momento consumativo? Verbo-núcleo do tipo 9 Momento consumativo Crime material ♦ Crime formal (de consumação antecipada) ♦ Conduta sem necessidade do resultado Resultado é mero exaurimento Crime de mera conduta ♦ Resultado naturalístico Conduta Crime culposo Crimes materiais Resultado naturalístico 10 Momento consumativo Crime habitual ♦ Com a reiteração dos atos Crime permanente ♦ Se prolonga no tempo Crime omissivo próprio ♦ Não existe com ato único Espécie de mera conduta (mera omissão) Crime omissivo impróprio ♦ Comissivo por omissão Crimes materiais Resultado não evitado pela omissão 11 Exaurimento Ocorre depois da consumação do crime Resultado naturalístico no crime formal Consumação já ocorreu Ex: vantagem na extorsão mediante sequestro Conduta Intensifica a agressão ao bem jurídico Ex: agressão ou ameaça logo após o estupro Pode ser usado na fixação da pena Art. 59 12 Art. 14, II e parágrafo único. CRIME TENTADO 13 Tentativa Realização incompleta Perigo de consumação Início da execução Não-consumação Razões alheias à vontade do agente O bem jurídico é colocado em risco Tipicidade por extensão ♦ Subordinação indireta ou mediata 14 Punibilidade da tentativa Art. 14, parágrafo único Causa obrigatória de diminuição de pena 1/3 a 2/3 (“salvo disposição em contrário) ♦ Critério de escolha da parcela de diminuição Proximidade da consumação 15 Teorias que fundamentam a pena Subjetiva Desvalor da ação Objetiva Desvalor Ação Resultado Subjetivo-objetiva Alemanha “Abalo jurídico” 16 Espécies de tentativa Perfeita (acabada ou crime falho) Imperfeita (inacabada ) Não consegue prosseguir na execução Branca (incruenta) Agente concluiu os atos executórios O objeto material não é atingido Cruenta O objeto material é atingido 17 Infrações que não admitem tentativa - 1 Contravenções penais Crimes culposos Expressamente incabível (art. 4º, LCP) Resultado não é doloso – impossível tentar Crimes preterdolosos Em regra incabível – impossível tentar Exceções ♦ 18 Infrações que não admitem tentativa -2 Crimes unissubsistentes Se realizam mediante um único ato Crimes omissivos próprios Ex: injúria verbal (art. 140) Impossível fracionar o iter Crimes puníveis só com resultado Ex: arts. 122 e 164 19 Art. 15 DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ 20 Desistência voluntária e arrependimento eficaz Início da execução Não consumação pela própria vontade Ponte de ouro Visa a preservação do bem jurídico 21 Requisitos Voluntariedade Livre escolha Sem coação Irrelevante o motivo ♦ Não precisa ser espontâneo Casos: Mera representação de obstáculo Medo Não consumação Eficácia 22 Distinção da tentativa Fórmula de Frank Tentativa Quero, mas não posso Desistência e arrependimento Posso, mas não quero 23 Distinção Desistência voluntária Começo da execução Abstenção Arrependimento eficaz Culminação da ação típica Ato positivo Impedir consumação 24 Efeito Pune-se os atos praticados Exemplos Arrependimento eficaz no homicídio Lesão corporal pelos ferimentos à bala 25 Questões controvertivas Desistência momentânea Momento inconveniente Distinção Pausa Adiamento Execução retomada Falha no primeiro golpe Possibilidade de retomar 26 Art. 16. ARREPENDIMENTO POSTERIOR 27 Pressuposto Crime já consumado Ato voluntário de Sem violência ou grave ameaça Reparação do dano Restituição da coisa Momento Até o recebimento da denúncia 28 Ato pessoal Concurso de agentes Inocorre se o ato for de terceiro Ato de um a todos beneficia Aplicabilidade nos crimes culposos Controvérsia ♦ 29 Art. 17 TENTATIVA INIDÔNEA (CRIME IMPOSSÍVEL) 30 Conceito Tentativa inidônea Completamente irrealizável Sentido de idôneo? Meio absolutamente ineficaz Objeto absolutamente impróprio Inexiste perigo ao bem jurídico Teoria adotada Objetiva 31 Configuração Meio absolutamente ineficaz Açúcar como se fosse veneno Arma de fogo descarregada Falsificação grosseira Objeto absolutamente impróprio Tomar remédio abortivo não estando grávida Tentar subtrair valor de pessoa despojada Tentar matar o pessoa morta 32 Impropriedade ou ineficácia relativas Configura a tentativa Acidental, ocasional Projétil que falha no momento do disparo Furto: por a mão no bolso vazio, quando o dinheiro estava em outro Usar veneno em quantidade insuficiente, mas próximo da quantidade letal Falsificação notada por pessoa experiente 33 Crime impossível por obra do agente provocador (crime putativo, crime de ensaio) Flagrante provocado Crime de ensaio Requisitos: Provocação do crime (induzimento ou instigação) Cuidados que inviabilizam a consumação Súmula 145, STF Droga Furto Corrupção 34