Diversidade e questão afro-brasileira
Um pouco de história
• Ao longo da História do Brasil, discriminação, racismo e
preconceito sempre fizeram parte do cotidiano da vida da
população afrodescendente, refletindo-se ainda mais na vida
de mulheres, homens e crianças prodigiosamente
desprestigiados social e economicamente, situação que,
considerando mais de 500 anos de existência, pouco se
alterou.
• Em 1854 o decreto nº 1.331 legitimou a não admissão de
escravos nas escolas públicas, mais adiante, em 1878 o
decreto nº 7.031-A determinou que os negros só poderiam
estudar a noite e ainda assim, vários mecanismos foram
desenvolvidos afim de, dificultar tal oportunidade de
educação, se é que podemos chamar de oportunidade.
Racismo à brasileira
• Dados estatísticos comprovam a profunda
desigualdade social entre negros e brancos. Isso vale
para o acesso à saúde, ao saneamento básico, às
taxas de mortalidade e de escolaridade.
• No Brasil o racismo torna-se dissimulado, silencioso,
mas ainda assim é muito presente, faz parte do
cotidiano.
Se há um padrão muito singular de relacionamento
racial – na música, no futebol, na religião é um país
“misturado” – são as relações cotidianas e os fatos
de todo dia que negam o que a cultura afirma.
As práticas sociais no Brasil são racializadas.
• O racismo é tão antigo quanto a própria
humanidade; ou melhor, que a descoberta de
diferenças entre grupos humanos faz parte da
percepção social.
• Mas foi no século XIX que ele se tornou um modo de
pensar que dá importância à noção de que existem
“raças humanas” distintas e que umas são
“naturalmente superiores” a outras.
Raça
• Atualmente os pesquisadores tem debatido o
conceito de raça no Brasil: a discussão acadêmica,
que cada vez mais tende a considerar a
inexistência de diferenças raciais, esvaziando a
ideia de raça como conceito.
• Seria assim o racismo um anacronismo? Pois, se
do ponto de vista científico a raça é hoje uma
noção inexistente, o racismo é um preconceito
baseado em uma diferenciação que não existe.
Racismo x História
• O racismo tem assumido formas diferentes no
decorrer da história.
• No século XIX, o Brasil era descrito pelos viajantes
que aqui estiveram como um país mestiço.
• As teorias como positivismo, o evolucionismo, os
determinismos, chegavam ao Brasil como
instrumentos de crítica contra a monarquia e a favor
da abolição.
Projeto civilizador
• O projeto de construção da nação brasileira era visto
como fadado ao fracasso devido a “mistura de raças”
aqui existentes.
• Está mistura seria nociva ao modelo de civilização e
desenvolvimento.
• Falar em “raça” era oportuno no Brasil, pois naturalizava
e legitimava diferenças sociais – os negros eram
considerados inferiores e incapazes.
• No final do século XIX e início do XX, o governo brasileiro
incentivou a vinda de imigrantes europeus para cá, na
tentativa de embranquecer o povo.
Década de 1930 e culturalismo
brasileiro.
• A cultura mestiça começava a se tornar uma espécie
de representação oficial da nação brasileira.
• O Dia da Raça foi criado por Getúlio Vargas para
exaltar a tolerância de nossa sociedade.
• O futebol, esporte de origem inglesa, foi sendo cada
vez mais associado aos negros, a partir de 1933.
• Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi escolhida
a padroeira do Brasil.
• A música, dança, culinária e rituais africanos, se
tornaram afro brasileiros.
Noção de gênero, diferenças sexuais e
desigualdades
As desigualdades de gênero
• Gênero é um conceito útil para explicar muitos dos
comportamentos de mulheres e homens nesse contexto,
como já disse... Mas em primeiro lugar é melhor entender a
diferença entre gênero e sexo...
• Quando falamos em sexo estamos nos referindo aos aspectos
físicos, biológicos de macho e fêmea, aquelas diferenças que
estão nos nossos corpos e que não mudam radicalmente,
apenas se desenvolvem de acordo com as etapas das nossas
vidas... Como por exemplo, as mudanças fisiológicas da
puberdade e a gestação na mulher...
• É a partir da observação e do conhecimento
das diferenças sexuais que a sociedade cria
ideias sobre o que é um homem, o que é uma
mulher, o que é masculino e o que é feminino,
ou seja, as chamadas representações de
gênero. O conceito de gênero implica em uma
relação... Ou seja... Nas nossas sociedades o
feminino e o masculino são considerados
opostos e também complementares, sendo
tais relações construídas a partir de diferenças
sexuais, portanto, não naturais... São criações
da sociedade.
De onde vem a diferença entre os
sexos?
• Como entender e explicar as diferenças entre homens e
mulheres?
•
A primeira resposta que nos vem à mente é: os corpos de
homens e mulheres são Biologicamente distintos.
• Uma boa evidência disso é a maternidade. Para conceber e
ter filhos, é imprescindível uma conformação corporal com
um sistema reprodutivo adequado para gerar e parir.
• A paternidade, o afeto ou o cuidado, não são apenas do
homem nem da mulher, pois eles são socialmente construídos
e diferentes de acordo com cada sociedade.
O “gênero” como construção social.
Os fatores biológicos e psicológicos têm relevância social
apenas quando ganharam um significado socialmente aceito e
difundido.
Hierarquia de gênero
A imagem da mãe naturalmente devota é conjugada com a
visão tradicional do pai provedor.
hoje em dia a maternidade não pode estar em evidência
como no passado, mas historicamente ela foi forjada para
justificar a hierarquia de gênero.
Até meados do século XX as mulheres ocidentais e americanas
não tinham acesso ao voto e ao exercício da cidadania plena.
Como se pode notar, essa exclusão se deu com base em visões
baseadas na Psicologia e na Biologia.
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