Transtorno Obsessivo Compulsivo Universidade Federal do Maranhão- MEDICINA 7º período CARLOS EDUARDO RIBEIRO SOARES Fernanda Maria Fonseca de Sousa Igor Bonifacio Andrade Coimbra Israel Amâncio Mendes Italo Alexandre Andrade Coimbra Jessus Nilson Torres Rafael Christian S.Moraes Ronald Mendes Silva Thiago Tassio Lima Caberimba da Silva THYAGO RUSEVELT MORAES MATTEUCCI O que é? • OBSESSÃO: podem ser definidas como eventos mentais, tais como pensamentos, ideias, impulsos e imagens, vivenciados como intrusivos e incômodos.Como produtos mentais, as obsessões podem ser criadas a partir de qualquer substrato da mente, tais como palavras, medos, preocupações, memórias, imagens, músicas ou cenas. Costumam ser involuntários e persistem de maneira associados ou não a rituais obsessivos. (CAMPOS, 2000; CARDIOLI, 2008). O que é? • COMPULSÃO:são definidas como comportamentos ou atos mentais repetitivos, realizados conscientemente , para diminuir o incômodo ou a ansiedade causados pelas obsessões ou para evitar que uma situação temida venha a ocorrer. Não existem limites para a variedade possível das obsessões e das compulsões. (CAMPOS, 2000; CARDIOLI, 2008). O que é? • O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é um quadro de ansiedade caracterizada por pensamentos obsessivos e reações compulsivas. É uma doença de evolução crônica e variável que pode ser desencadeada por algum evento estressante, mas em alguns casos desenvolve-se sem qualquer motivo estressor. (CAMPOS, 2000; CARDIOLI, 2008). O que é TOC • Um homem que lava suas mãos 100 vezes por dia, até elas ficarem vermelhas e em carne viva. • Um garoto que se atrasa todo dia para ir à escola, pois não consegue sair do chuveiro até que tenha se ensaboado e enxaguado exatamente 41 vezes O que não é TOC Uma mulher que lava sempre suas mãos antes de cada refeição. Uma garota de 16 anos que gasta 20 minutos lavando e cuidando de seus cabelos todos os dias antes de ir para a escola. EPIDEMIOLOGIA • Até o início dos anos 80 considerava-se o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) uma doença rara com uma prevalência na população ao redor de 0.05% apenas. • ECA - Epidemiologic Catchment Area em 1988. • 1992, foi realizado um estudo epidemiológico sobre morbidade psiquiátrica em três grandes cidades do Brasil: Brasília, São Paulo e Porto Alegre ( prevalência para o TOC de 0,7 a 2,1%). • O DSM-IV estima a prevalência para toda a vida ao redor de 2.5% e entre 1.5 a 2.1% a prevalência para o período de um ano. A incidência é maior em classes sociais baixas, entre indivíduos com conflitos conjugais, divorciados ou separados e desempregados. É maior entre os familiares de 1º grau (3 a 7%). É igual entre homens e mulheres, mas é maior em adolescentes masculinos (75%) . • O Transtorno Obsessivo-Compulsivo costuma iniciar antes dos 25 anos de idade, freqüentemente na infância ou adolescência, havendo inclusive relato de presença de sintomas em crianças de até 2 anos de idade • A Organização Mundial da Saúde inclui o TOC entre as 10 principais causas de incapacitação (em 4º lugar). (CARDIOLI, 2008) Etiofisiopatogenia • Genética Estudos de análise de segregação O modelo mais compatível e provável foi o de transmissão autossômica dominante com penetrância de 80%. De associação De familia Os estudos de famílias com TOC apresentaram resultados discordantes, com taxas de TOC entre os familiares de primeiro grau variando de zero a 28,1%. De gêmeos as taxas de concordância de TOC entre gêmeos MZ variam de 53% a 87%, enquanto para gêmeos DZ elas variam de 22% a 47%. (CAMPOS, 2000; GONZALEZ, 2001) Etiofisiopatogenia • IMUNOLOGIA Estudos surgiram através da associação do SOC com TOC 10% a 30% das crianças com TOC apreentariam também alterações imunológicas PANDAS • NEUROPATIAS • A fisiopatologia do TOC está relacionada aos gânglios da base, estruturas de localização subcortical profunda representadas pelo estriado (caudado e putâmen), globo pálido, substância negra e núcleo subtalâmico (CAMPOS, 2000; GONZALEZ, 2001) DIAGNÓSTICO • CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DO DSM IV a) Presença de compulsões ou obsessões: Obsessões definidas conforme 1,2,3 e 4. 1) Pensamentos, impulsos ou imagens persistentes e recorrentes que são experimentados em algum momento durante o transtorno como intrusivos e impróprios e que causam acentuada ansiedade ou desconforto; 2) Os pensamentos, impulsos ou imagens não simplesmente preocupações excessivas sobre problemas de vida reais; 3) A pessoa tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos, impulsos ou imagens ou neutralizá-los com outros pensamentos ou ações; 4) A pessoa reconhece, no entanto, que os pensamentos obsessivos impulsos ou imagens são produtos de sua mente e não como originados de fora. Compulsões definidas por: 1 e 2 1) Comportamentos repetitivos (p.ex.lavar as mãos, organizar, verificar), ou atos mentais (rezar, contar, repetir palavras em silêncio) que a pessoa é levada a executar em resposta a uma obsessão ou em virtude de regras que devem ser seguidas rigidamente. 2) Os comportamentos ou atos mentais são destinados a prevenir ou reduzir o desconforto, prevenir algum evento ou situação temidos; entretanto não possuem uma conexão realística ou direta com o que pretendem neutralizar ou prevenir ou são claramente excessivos . b. Em algum momento durante o curso da doença a pessoa reconheceu que suas obsessões ou compulsões são excessivas e não razoáveis (isto não se aplica a crianças); c. As obsessões ou compulsões são excessivas, consomem muito tempo (mais de uma hora por dia), ou interferem significativamente nas rotinas normais da pessoa, no seu funcionamento ocupacional ( ou acadêmico) nas atividades sociais ou relacionamentos habituais; d. Se no eixo 1 houver um outro transtorno as obsessões ou compulsões não devem ser restritas a ele (Por exemplo preocupação com comida em Transtornos Alimentares; arrancar cabelos na Tricotilomania; preocupação com aparência no Transtorno do Corpo Dismórfico; preocupação com uma droga no Transtorno de Uso de Substâncias, ou em ter uma doença como na Hipocondria; com impulsos ou fantasias sexuais na presença de Parafilias ou ruminações de culpa na presença de Depressão Maior); e. O transtorno não pode ser devido ao efeito direto de uma substância (por exemplo uma droga de abuso, uma medicação) ou uma condição médica geral. Especificar: Com insight pobre ou não. DIAGNÓSTICO • CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DA CID-10(F42): A. Compulsões ou obsessões estão presentes na maioria dos dias, por um período de pelo menos duas semanas. B.1) São reconhecidas como originando-se da mente do paciente e não impostas por pessoas ou influências externas; 2) São repetitivas e desagradáveis devendo estar presente pelo menos uma obsessão ou compulsão reconhecida como excessiva e irracional; 3) O paciente tenta resistir a elas, mesmo que minimamente, existindo pelo menos uma obsessão ou compulsão à qual resiste sem sucesso; 4) A vivência das obsessões ou a realização dos atos compulsivos não são prazerosos (distinguir do alívio de ansiedade). C. Causam angústia ou interferem no funcionamento social ou individual usualmente pela perda de tempo. D. Não são o resultado de outros transtornos mentais DIAGNÓSTICO • DIFERENÇAS ENTRE O DSM IV E A CID X • DSM IV - Inclui o TOC entre os transtornos de ansiedade; - Exige um tempo mínimo gasto em rituais ou obsessões (1 hora/dia); - Reconhece atos mentais como compulsões (do DSMIII - R para o DSM IV). • CID X - Inclui o TOC numa categoria distinta; - Não exige um tempo mínimo gasto por dia em rituais ou obsessões; - Sintomas presentes na maior parte dos dias, por duas semanas; - A execução da compulsão não deve ser prazerosa; - Deve haver pelo menos um sintoma ao qual o paciente não consegue resistir. QUADRO CLÍNICO Tipos de sintomas: Obsessões De contaminação Somática Agressiva Neutros Compulsão Somáticas Contagem Simétricas Colecionamentos Sintomas obsessi vos-compusivos. (TORRES, 2001) No Brasil, Del Porto10 avaliou 105 pacientes e encontrou principalmente obsessões de agressividade (52%), contaminação (44%) e somáticas (40%), compulsões de limpeza (57%) e verificação (56%). QUADRO CLÍNICO • Um sintoma raro e menos conhecido é a lentidão obsessiva, em que os pacientes não repetem suas ações, mas demoram horas em tarefas diárias. Na maioria, há indecisão, ruminações e rituais encobertos provavelmente responsáveis pela lentidão. Aparentemente temeriam errar ou causar problemas, por isso a demora excessiva nas ações. • A maioria dos pacientes apresenta a capacidade crítica preservada e envergonha-se de seus pensamentos e/ou comportamentos, procurando ocultá-los. • A culpa é outro fenômeno importante e constante nas descrições clínicas, considerada a base do sofrimento desses pacientes. (TORRES, 2001; SALES, 2010) O TOC TEM TRATAMENTO?? TRATAMENTO • Deve-se iniciar o tratamento com esclarecimentos a respeito da origem do quadro, estabelecimento de um vínculo com o doente um suporte de orientação familiar. • Deve-se iniciar o tratamento com esclarecimentos a respeito da origem do quadro, estabelecimento de um vínculo com a criança e suporte e orientação familiar. • As drogas eficazes no tratamento dos SOC são os inibidores da recaptação de serotonina (IRS).EX: Clomipramina (Anafranil) , Paroxetina (Aropax, Pondera), Fluvoxamina (Luvox), Fluoxetina (Prozac, Deprax, Eufor, Daforim, Verotina, etc.), Sertralina (Zoloft, Tolrest), Citalopram (Cipramil) • As doses , em geral, são mais elevadas do que as utilizadas na depressão. • A resposta em geral não é imediata podendo demorar até 12 semanas para iniciar • 20 % dos que não respondem a uma droga poderão responder a uma segunda. Exposição + Prevenção da Resposta Habituação Desaparecimento dos sintomas TRATAMENTO Os dez mandamentos da terapia de exposição e prevenção de resposta. 1. Comece os exercícios pelas compulsões ou evitações; 2. Comece pelos exercícios mais fáceis; 3. Escolha três ou quatro tarefas por semana; 4. Faça o exercício até a aflição desaparecer; 5. Repita os exercícios o maior número de vezes possível; 6. Identifique as situações-gatilho e programe os exercícios com antecedência; 7. Faça alguns exercícios com o seu terapeuta; 8. Lembre que a aflição é passageira; 9. Use lembretes; e 10. Seja generoso consigo mesmo. SWINSON, 1991 REFERÊNCIAS • • • CAMPOS, M. C. R; MERCAANTE, M. T. Trantorno Obsessivo-compusivo. Revista Brasileira de Psiquiatria, v.22, s.2.São Paulo. Dez 2000. disponivel em < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151644462000000600005>. Acesso em: 05 Maio de 2012. CORDIOLI, A. V; OLIVEIRA, R. R. Transtornos obsessivos compulsivos:Epidemiologia. Universidade Federal do Rio grande do SUL. 2008. Disponível em:< http://www.ufrgs.br/toc/prof12.htm> Acesso em: 05 Maio de 2012. • Del Porto JA. Distúrbio obsessivo-compulsivo: fenomenologia clínica de 105 pacientes e estudo de aspectos trans-históricos e transculturais [Tese livredocência]. São Paulo: Escola Paulista de Medicina; 1994. p. 170. • Diagnostico do trantorno obsessivo. Universidade Federal do Rio grande do SUL. 2008. Disponível em < http://www.ufrgs.br/toc/prof6b.htm>. Acesso em: 05 Maio de 2012. REFERÊNCIAS • TORRES, A. T; SMAIRA, S. Quadro clinico do Transtorno obsessivocompulsivo. Revisa Brasileia de Psiquiatria. v.23, suppl. 2. São Paulo. Oct 2001. Disponível em:< http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151644462001000600003>. Acesso em: 05 Maio de 2012. • GONZALEZ,C. H. Aspectos genéticos do transtorno obsessivo compulsivo. Revista Brasileira de Psiquiatria, v,23. Sup2. São Paulo. Oct 2001. . Disponível em:< http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151644462001000600012>. Acesso em: 05 Maio de 2012. • SALES, O.P. et al. Compulsão : como viver com essa rotina obsessiva. J. Health Sci Inst, v.28, cap. 1 , pag.13-6. 2010. Disponível em:< http://www.unip.br/comunicacao/publicacoes/ics/edicoes/2010/01_ja n-mar/V28_n1_2010_p13-16.pdf>.>. Acesso em: 05 Maio de 2012.