Transtorno Obsessivo Compulsivo
(TOC)
Síndromes psiquiátricas, Capítulo 8 - Abreu e col.
Definição
-Doença mental que faz parte dos
transtornos de ansiedade
- Manifesta-se pela presença de
sintomas obsessivos e/ou
compulsivos
Obsessões
Pensamentos, imagens ou impulsos
estressantes e desprazeirosos
Repetitivos e persistentes
Provocam ansiedade
Acontecem apesar dos esforços de
controle por parte do paciente
Não são facilmente
suprimidos
ignorados
ou
Obsessões
Mais comuns:
- preocupação
com
secreções corporais
sujeira
ou
- medo de que algo terrível possa
acontecer a si mesmo ou a alguém
querido
- preocupação
com
escrupulosidade
simetria
e
Compulsões
Parte comportamental
internas) das obsessões
(externas
ou
Extrema necessidade de agir a fim de
evitar ou prevenir as ameaças contidas
nas obsessões
Visam reduzir a ansiedade e afastar as
obsessões
São percebidos como sem sentido ou
irracionais
Compulsões
Mais comuns:
-lavar mãos e/ou coisas repetidamente,
por horas, até a exaustão
- rituais de checagem (verificar portas,
gás) diversas vezes durante o dia
- ordenação e arrumação, contagem e
colecionismo que nunca atingem o status
da perfeição
Compulsões
Mais comuns (internas):
- Rezar
-Cantar
-Repetir palavras silenciosamente
Diagnóstico
- Incontrolabilidade e sofrimento
- Necessidade de realizar um comportamento
para diminuir a ansiedade
- Comprometimento no funcionamento social,
interpessoal, ocupacional ou acadêmico do
indivíduo
Sintomas
- Combinação complexa e bastante variável
para cada paciente
- Ver quadro 8.1 (p. 69)
Epidemiologia
- Antigamente: confusão com mania,
subdiagnosticado
- Atualmente: considerado transtorno comum:
2,5% da população
- Início mais comum na adolescência
- Início tardio raro (<5% após 40 anos)
- Infância: atinge mais meninos
- Após a infância: não há diferenças entre
sexo
Etiopatogenia
Várias teorias, poucas comprovações
 Fatores biológicos
- Anormalidades nos lobos frontais (controle
dos impulsos), giros cingulados e núcleos
basais (planejamento, aprendizagem e
direcionamento cognitivo e emocional)
 Síndrome de Tourette (doença dos tiques)
Tratamento
- Uso de medicamentos e psicoterapia
(pesquisas mostram que associação é mais
eficaz)
-Medicamentoso: antidepressivos, mesmo
sem a co-morbidade
-Psicoterapia: Terapia comportamental e
Terapia cognitiva
Curso e Prognóstico
- Crônico, rara remissão completa
- Maior gravidade: início precoce (<20 anos),
gravidade dos sintomas, abuso de
álcool/drogas e co-morbidade com
depressão ou outros quadros ansiosos
- 10% dos pc. não respondem ao tratamento
“Fiquei quatro anos sem sair de casa. Foi um inferno, morte
em vida. Se na minha mente se abrisse o ciclo de que para
desligar a água quente do chuveiro eu tinha de ouvir o barulho
de um lápis caindo, enquanto não ouvisse mentalmente esse
barulho eu não fechava a torneira. Ninguém conseguia me tirar
dali. Se alguém tentasse à força, eu ficava histérica. Certa vez
fiquei dez horas sob a água, queimei o meu corpo. Chegava a
desmaiar. Minha irmã, minha querida irmã, ficava sentada no
vaso sanitário fechado, cuidando como podia de mim. Eu não
aceitava médicos nem medicamentos. Se eu achasse que algo
na tevê era para o mal, eu permanecia diante dela até surgir
algo que eu achasse que fechava o ciclo para o bem. Ficava 12
horas estática. Quando esse ciclo se fechava, abria-se outro.
Meu Deus, como sofri. Na minha casa ficamos três anos sem
ligar a tevê. Em restaurantes, eu sentava e levantava 100 vezes
seguidas, até me sentar de vez à mesa. Dormia na garagem,
não conseguia subir ao meu apartamento porque os ciclos
mentais iam se abrindo. Eu tinha problemas com a cor azul. Se
visse táxi com algum detalhe azul, dormia na garagem.
Cheguei a pesar 32 quilos. Fui internada.”
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Obsessões