O ÚLTIMO VÔO DO FLAMINGO
Beira
Moçambique
Maputo
Estas pedras
Sotaque da terra
sonham ser casa
sei
porque falo
a língua do chão
nascida
na véspera de mim
minha voz
ficou cativa do mundo,
pegada nas areias do Índico
Junho 1986
agora,
ouço em mim
o sotaque da terra
e choro
com as pedras
a demora de subirem ao sol
COUTO, Mia, RAIZ DE ORVALHO E OUTROS POEMAS, 3° edição, Editorial Caminho, AS, Lisboa – 1999.
1.CONTEXTUALIZAÇÃO
1.1.MOÇAMBIQUE
Moçambique foi colônia de Portugal. Consegue sua
Independência em 1975, após vários anos de luta, liderada pela
Frente de Libertação de Moçambique
( FRELIMO) , de inspiração
marxista. Seu líder, Samora Machel, assumiu o governo após
conseguida a Independência e permaneceu nele até sua morte em
1986.
Mas, de 1976 a 1992, Moçambique vive a guerra civil: .disputas
entre a Frelimo, no governo, e a Renamo (Resistência Nacional
Moçambicana), partido de direita..
Na década de 1980, as dificuldades econômicas levaram a Frelimo
a negociar um acordo para empréstimo financeiro. O Fundo Monetário
Internacional (FMI) exigiu mudanças e o país adere às políticas
neoliberais. Mesmo assim, a Frelimo ganha as eleições em 1994,
1999,2004.
1.2. PARTICIPAÇÃO POLÍTICA DE MIA COUTO
De 1972 a 1975, Mia Couto, então adolescente,
participou das lutas pela Independência, como militante da
Frelimo.... Participa da guerra com a Rodésia e da guerra civil.
A militância na Frelimo o fez abandonar o curso de Medicina e
ingressar no jornalismo.
Mas termina por desencantar-se com a Frelimo. Os
governantes, comprometidos com o Banco Mundial e o FMI,
passam a assumir posturas capitalistas. Além disso, a
corrupção se tornara presente no governo. Diz Mia Couto:
“Acho que a Frelimo passou a ter um discurso falseado,
mascarado, com objetivos ainda socialistas quando eles todos
já se tinham convertido em empresários de sucesso.”... “ Os
modelos de governação que foram instalados, quer fossem
primeiro socialistas quer fossem depois capitalistas eram
deslocados de nós, não despertavam aquilo que era a cultura
mais profunda, que era a alma mais funda deste país.
(http://p.php.uol.com.br/tropico/html/textos/1393,1.shl).
(Mia Couto no Contexto da Literatura Pós-colonial de Moçambique)
E a crítica política de Mia Couto passa a enfatizar e
denunciar tanto “os de fora”, como “os de dentro”. Diz ele:
“Acho que precisamos questionar a relação entre o Primeiro
Mundo e o Terceiro Mundo. Não se trata de pedir mais, mas de
que tirem menos de nós. Não só da riqueza material, mas da
possibilidade de nos repensarmos.”
(http://html.editorial-caminho.pt/show_recorte__q1area_--_3Dcatalogo__--_3D_obj_-65953__q236__q30__q41__q5.htm)
” A escravatura e o colonialismo foram praticados não apenas por mão de
fora: houve conivência ativa de elites da África. Essa mesma conivência
está prosseguindo hoje na dilapidação dos recursos em benefício das
grandes companhias multinacionais. A visão vitimista só serve às atuais
elites corruptas.” ... “ houve uma partilha, cumplicidade numa base de
negócios. “
(Entrevista publicada no O Globo, caderno Prosa & Verso, pág. 6, em 30.06.200)
“Mais do que pobres tornamo-nos inférteis. O colonialismo
não morreu com as independências.”
(http://www.macua.org/miacouto/MiaCouto_Amecom2003.htm)
“Assumir a condição de sujeito histórico: esse era o maior e o mais
instigante desafio da Independência Nacional. ...
Mas a primeira grande questão seria como é que Moçambique está
cooperando consigo mesmo? Como é que se promove o
desenvolvimento a partir de dentro? Este debate tem que ser conduzido
dentro de África. Ele já está nascendo com a emergência de jovens que
não se satisfazem com o discurso saturado da culpabilização dos outros
sempre que se analisa a situação interna do continente. O maior
desastre de África não é ser pobre mas ter sido empobrecida pela
aliança entre a mão exploradora de fora e a mão conivente de dentro.
(http://www.swissinfo.org/por/swissinfo.html/siteSect=43&sid=5895454)
( Em O último vôo do flamingo, a crítica à Frelimo,
que, praticamente, abandona a ideologia marxista, a
crítica às elites moçambicanas e à corrupção, o seu
desencanto atravessam toda a narrativa. ).
2. LITERATURA MOÇAMBICANA MODERNA
2.1. LITERATURA ENGAJADA
a) A Literatura Moçambicana tem uma profunda participação política antes
e depois da Independência. Ë, de fato, uma literatura engajada.
Dentro dessa literatura moçambicana engajada, Mia dá o seu depoimento:
“Acho que não separei as duas coisas (política e literatura). Não havia
sequer essa preocupação em nós. O nascimento de uma literatura nacional
é contemporâneo do nascimento da própria nacionalidade.” ... Nós
acreditávamos nisso porque eu sou mais velho que o meu país. É uma
circunstância histórica realmente singular. Eu assisti o parto da própria
nação a que pertenço e também fiz poesia panfletária. Confesso que fiz
poesia panfletária, e fiz poesia a serviço do país, fiz a letra do hino deste
país.”
(http://p.php.uol.com.br/tropico/html/textos/1393,1.shl).
(Mia Couto no Contexto da Literatura Pós-colonial de Moçambique)
b) Um tema predomina: a busca da identidade, da
moçambicanidade. Diz Mia: “agora nós termos que imprimir
neste corpo a marca da nossa alma”.
“ O que nós queremos estar a dizer ao mundo é: “olha, nós não
temos medo de não ter identidade. Nossa identidade não
sabemos qual é. É uma identidade em viagem. É uma
identidade de descoberta cíclica.” “ Moçambique é feito de
diversidades profundas”
( Entrevista de Mia Couto por Fábio Salem e outros)
“O que as literaturas africanas intentam propor nestes tempos
pós-coloniais é que as identidades (nacionais, regionais,
culturais, ideológicas, sócio-econômicas, estéticas) gerar-se-ão
da capacidade de aceitar as diferenças.”
( Inocência Mata, da Universidade de Lisboa- O pós-colonoal nas literaturas africanas de língua portuguesa
)
“São os africanos que têm que trabalhar sua própria idéia de si próprios,
não transferir deles para os outros ...
... Moçambique resolveu de maneira cirúrgica o problema da memória da
guerra. Nós tivemos uma guerra traumática de 16 anos, um milhão de
mortos, e se tu fores a Moçambique hoje, ninguém fala mais nisso, não
existiu, como se houvesse um apagamento, quer dizer, uma esponja que
passou.
Acho que a literatura moçambicana está fazendo isso, está mostrando a
História através das pequenas histórias, criando um sentimento de que essa
história é bonita, que vale a pena ter essa história, mesmo que não seja
muito verdadeira – nenhum país tem uma história completamente
verdadeira. Nós
[ escritores moçambicanos] estamos criando aquilo que são os mitos
fundadores na nação.” “O escritor é um construtor de mundos inventados.”
( Entrevista de Mia Couto, por Fábio Salem, Nivaldo Sousa, Rodrigo Antônio Turrer e Thais Arbex Pinhata )
2.2. ORALIDADE
Em Moçambique, a oralidade é marcante. De geração a
geração transmitem-se, oralmente, as estórias, a História, as
crenças e os saberes. Diz-se mesmo que “Cada velho que
morre é uma biblioteca que arde”. “No plano da oralidade
ordena-se um mundo de forças e espíritos que fluem entre o
passado e o presente. E o por vir”
Mia Couto – Sou um poeta que conta estórias
Leia um depoimento de Mia Couto:
“Mas qualquer que seja a idéia que temos de lusofonia deve ser
inventada, tem que ser construída a partir de laços que já existem.
Meu país não é um país lusófono, a maior parte dos moçambicanos não
fala português.
A questão é essa, para se ter um país com nome, bandeira, símbolos,
etc., de maneira moderna, não vejo muito a hipótese desses governos
respeitarem um processo de aceitação da diversidade. Teria que haver um
Estado com a capacidade de criar, de acarinhar as línguas dos nativos de
Moçambique, sabendo que são mais de 20. Isto é muito complexo.
(Entrevista de Mia Couto, autor de “O Último Vôo do Flamingo”, por Fábio Aslem, Nivaldo Souza, Rodrigo
Antônio, Rodrigo Turrer e Thais Arbex Pinhata).
Venho brincar aqui, no português, a língua. Não aquela
que os outros embandeiram. Mas a língua nossa, essa que dá
gosto a gente namorar e que nos faz a nós, moçambicanos,
ficarmos mais Moçambique. A língua que eu quero é essa que
perde a função e se torna carícia. O que me apronta é o
simples gosto da palavra, o mesmo que a asa sente quando
voa. Meu desejo é desalisar a linguagem, colocando nela as
quantas dimensões da Vida. E quantas são? Se a vida tem, é
idimensões?
(http://www.iilp-cplp.cv)
inventiva poética da sua escrita...”’
... um processo de mestiçagem entre o português “culto” e
as várias formas e variantes dialectais introduzidas pelas
populações moçambicanas. Mia é assim uma espécie de
mágico da língua, criando, apropriando, recriando, renovando a
língua portuguesa em novas e inesperadas direções.
(http://geocities.yahoo.com.br/poesiaeterna/poetas/mocambique/miacouto.html)
3.O AUTOR
3.1.Dados biográficos
Mia Couto (Antônio Emílio Leite Couto)
( Beira,1955) é descendente de portugueses. Seus
primeiros poemas são publicados no jornal de Beira,
quando ele tinha catorze anos. Já vimos que foi
militante da FRELIMO nas lutas pela Independência.
Produz uma literatura engajada, política.
É formado em Biologia.
Sobre suas origens e sua formação profissional, diz o autor:
“Sou um tradutor de mundos não por mérito mas por um acaso da
história da minha família. Descendo de europeus e nasci, cresci e sempre
vivi em África. Em casa e na escola tive aprendizagens em função da
cultura dos meus pais. Na rua e na vida, porém, assimilei lógicas bem
diversas. Essa diversidade me enriqueceu.
A escrita acontece, acontece-me e eu vou acontecendo nela. Na
dispersão das coisas que sou e faço – dou aulas em duas Faculdades,
uma de Medicina, outra de Arquitetura, sou biólogo e trabalho em
consultorias e faço pesquisa nas zonas rurais, pertenço a um grupo
profissional de teatro de Maputo, mantenho colaboração com diversas
revistas e jornais – na dispersão de tudo isso creio necessitar de manter
uma espécie de âncora.
(<O Último Vôo do Flamingo> - “Sou um poeta que conta estórias” – Mia Couto)
“ Eu tenho tantas profissões porque não quero ter nenhuma.
É uma estratégia de não ser coisa nenhuma. Porque a partir do
momento que eu me entendo a mim mesmo como sendo
biólogo ou sendo escritor ou sendo jornalista ou sendo outra
coisa qualquer, eu acho que fecho algumas janelas para o
mundo... Acho que é um empobrecimento.”
(http://www.editorial-caminho.pt/produto.asp?Produto=1288)
3.2 CURIOSIDADE
Certa vez, numa delegação do Samora Machel, que foi
daqui visitar Fidel Castro, eu fui o único homem na vida a quem
Fidel Castro deu saias e colares e brincos, pensando que eu
era mulher. Essas questões de identidade me divertem muito,
quer seja do sexo, quer seja da raça. Eu não tenho raça. Minha
raça sou eu mesmo.
... O autor é branco, de olhos azuis.
(http://www.editorial-caminho.pt/produto.asp?Produto=1288)
3.3 INFLUÊNCIAS
Mia Couto afirma que a literatura moçambicana moderna
está “muito mais fortemente ligada ao Brasil do que a
Portugal.” Mas confessa que a primeira influência que sofreu
foi a do escritor angolano Luandino Vieira... depois a do
brasileiro Guimarães Rosa. Sofre, ainda, influências dos
brasileiros Manuel de Barros, Jorge Amado, Graciliano Ramos,
Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil.
4. ALGUMAS DECLARAÇÕES DE MIA COUTO
O que mais me dói na miséria é a ignorância que ela tem de si mesma.
Confrontados com a ausência de tudo, os homens abstêm-se do sono,
desarmando-se do desejo de serrem outros. Existe no nada essa ilusão
de plenitude que faz parar a vida e anoitecer as vozes.¹
¹Vozes Anoitecidas. p. 19
“ A maneira como eu lido com a Biologia é exatamente igual à maneira
como lido com a Literatura. Porque me interessa o lado criativo da
Biologia; suscitar dúvidas, interrogações, repensar o mundo......, temos
uma relação com a ciência em que não há nenhum medo de que nos
digam “o nome científico já não é esse, está errado”; o que queremos é
trazer para a luz algumas questões em que é importante refletir, por
exemplo, o uso dos recursos naturais pelas pessoas e a maneira como
eles são relevantes até de um modo invisível, a um nível simbólico e
religioso.
Biologia e Literatura são duas faces duma mesma folha.
Nos contos, o gênero literário no qual se sente mais à
vontade, e nos romances, é óbvia essa vontade de dar
visibilidade a um mundo escondido, invisivel, como é clara a
aprendizagem do escritor nos trabalhos de campo, através de
Moçambique, como biólogo. O último vôo do flamingo, nesse
aspecto, não é exceção.
(http://www.instituto-camoes.pt/arquivos/literatura/voomiacouto.html)
5. SENTIDO DA OBRA DE MIA COUTO
Mia Couto é considerado, hoje, um dos principais autores
das literaturas em Língua Portuguesa. Além de sua incrível
criatividade ficcional e poética, tem um trabalho originalíssimo
com a língua, criando palavras, modos de dizer, formas novas
de construção, com o que sua linguagem literária ganha inédita
expressividade. Em tudo, porém, está presente Moçambique,
com suas crenças, seus problemas, sua poesia, sua magia.
Segundo ele (Mia Couto), toda a sua obra busca a
identidade étnica, lingüística, cultural do povo Moçambicano.
Quanto à identidade nacional moçambicana, ele afirma:
Mais importante que uma definição é, porém, questionar as definições
já feitas, as mistificações para uso interno e para exportação. ... Todos
conhecemos, no caso brasileiro, os lugares-comuns, do samba, futebol e
mulatas. No caso africano, as fórmulas giram em redor da feitiçaria, dos
cheiros, da violência tribal e do erotismo próximo da natureza. Em lugar de
me ocupar em construir novas definições (que são sempre redutoras e
simplistas) me dá prazer interrogar as velhas molduras, os velhos retratos...
E é preciso reinjetar estórias na História para a desoficializar e a tornar mais
próxima e mais humana”
(http://html.editorial-caminho.pt/show_recorte__q1area_--_3Dcatalogo__--_3D_obj_-_3D65953__q236__q30__q41__q5.htm)
... continente africano que escapa da perspectiva do exotismo e do
folclórico.
A aprendizagem nossa deveria ser que a identidade é sempre plural
e sempre mutável. Ninguém é senão aquilo que vai fazendo, nós somos
produtos da nossa própria história, muito mais que o resultado de um
pacote de genes.
A mulatização cultural é também um destino a que não poderemos
fugir. O que hoje chamamos de globalização como tendência
uniformizadora não é mais forte do que a necessidade de trocar,
comerciar identidades e mestiçar influências.
(http://html.editorial-caminho.pt/show_recorte__q1area_--_3Dcatalogo__--_3D_obj_-_3D65953__q236__q30__q41__q5.htm)
Seu engajamento é com a cultura do sudeste africano e
com a divulgação da luta do povo moçambicano pela
sobrevivência e na construção de uma nação. É também uma
denúncia, como quando fala o personagem Tuahir: “Foi o que
fez esta guerra: agora todos estamos sozinhos, mortos e
vivos. Agora já não há país.”
“ – O que andas a fazer com um caderno, escreves o quê?/ Nem sei, pai. Escrevo conforme vou sonhando./ - E alguém
vai ler isso?/ - Talvez./ - É bom assim: ensinar alguém a
sonhar.”
(Comentário sobre o livro Terra Sonâmbula de Mia Couto, por Viegas Fernandes da Costa)
Não abandono o sentido ético da escrita e a minha vida
inteira como cidadão é uma aposta para mudar algo na ordem
do mundo. Para que ele se torne mais nosso e mais mundo.
Essa é uma das intenções da minha escrita: ser janela para
uma outra lógica.
O Último Vôo do Flamingo> - “Sou um poeta que conta estórias” – Mia Couto)
Tentar fazer com que esse meu lado de infância, de
perceber que o mundo não está feito, esse flagrante da língua
que está em construção, como se ela não estivesse feita, como
se eu estivesse chegando como um ser completamente
ingênuo, visitando a vida pela primeira vez. Mostrar ao mundo,
às pessoas, isso que me faz ser feliz. Depois se isso resulta
em escrita ou não, já é uma coisa a se perguntar.
... é uma palavra mais do que inventada, é uma palavra
descoberta, como se houvesse um véu que está sendo
retirado.
( Entrevista de Mia Couto a Fábio Salém e outros )
O fato verídico pode atuar como contraponto,...
Mas eu trato o fato verídico como se ele pudesse também ser
da ordem do ficcional.... Uma das mais belas funções da
escrita é o convite a transgredir fronteiras.
Só me interessa escrever enquanto eu posso colocar-me
em causa, surpreender-me.
Mia Couto é um contador de história que exercita o olhar de
poeta sobre o mundo.
... narrativa singular, com fortes traços de oralidade e
expressão poética...
(http://html.editorial-caminho.pt/show_recorte__q1area_--_3Dcatalogo__--_3D_obj_-_3D65953__q236__q30__q41__q5.htm)
O próprio Mia Couto confessa:
Sou mais marcado pela poesia, ainda hoje, penso-me poeta
enquanto escrevo em prosa, contando história.
6. CONJUNTO DA OBRA
• Raiz de Orvalho ( poemas) – (1983, 3 ed. Em 1999)
• Vozes Anoitecidas – (1986; 8ª ed. em 2006. Grande Prêmio da Ficção
Narrativa em 1990)
• Cada Homem é uma Raça - (1ª ed. da Caminho em 1990; 9ª ed., 2005)
• Cronicando - (1988; 7ª ed. em 2003. Prêmio Nacional de Jornalismo
Aerosa Pena, em 1989)
• Terra Sonâmbula (romance) - (1992; 8ª ed. em 2004. Prémio Nacional
de Ficção da AEMO em 1995; considerado por um juri na Feira
Internacional do Zimbabwe, um dos doze melhores livros africanos do
século XX)
•
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Estórias Abensonhadas - ( 1994; 7ª ed. em 2003)
A Varanda do Frangipani (romance - (1996; 7ª ed. em 2003)
Contos do Nascer da Terra - ( 1997; 5ª ed. em 2002)
Mar Me Quer - ( 1998, como contribuição para o pavilhão de
Moçambique na Exposição Mundial EXPO 98 em Lisboa; 8ª ed. em
2004)
• Vinte e Zinco (romance) - (1999; 2ª ed. em 2004)
• O Gato e o Escuro - com ilustrações de Danuta Woiciechowska (2001;
2ª ed. em 2003)
• Um Rio Chamado Tempo, uma Casa Chamada Terra - (2002; 3ª ed. em
2004; rodado em filme pelo português José Carlos Oliveira.
• Na Berma de Nenhuma Estrada e outros contos - (1999; 3ª ed. em
2003)
• O ÚLTIMO VOO DO FLAMINGO (romance) - (2000; 4ª ed. em 2004.
Prémio Mário António de Ficção – Fundação Calouste Gulbenkian,
2001)
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O Fio das Missangas - (2003; 4ª ed. em 2004)
O País do Queixa Andar - (2003)
A Chuva Pasmada - com ilustrações de Danuta Wojciechowska (2004)
Pensatempos. Textos de Opinião - (1ª e 2ª ed. 2005)
O Outro Pé da Sereia - (2006)
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