A literatura africana se desenvolveu no mesmo período em que as antigas colônias africanas passavam por turbulentos processos de independência. Procura retrata a dura realidade vivida pelos pobres,negros e excluídos, procurando apagar a imagem ate então disseminada pelo sistema colonial. Os autores ,como Mia Couto e José Luandino Vieira , buscam um meio de reinventar língua em seus textos,ainda utilizando o português ,mas introduzindo o uso de neologismos, desobedecendo à norma culta, empregando palavras das línguas de seus países, tornando-as, portanto, mais próximas das realidades apanhadas pelo texto literário. Luuanda (1964),Laudino Vieira, A primeira fase da literatura angolana foi marcada por um período expressão colonial e nativista,seguido por um outro período de extremo anticolonialismo. Durante o processo de independência, a literatura angolana atinge seu auge com um nacionalismo extremo Do ponto de vista dos temas e motivos literários representados em sua obra, destaca-se, sem dúvida alguma, a temática social, com a exposição dos conflitos raciais e a exploração da dicotomia entre civilização (europeus) e barbárie (africanos), temas construídos a partir de uma visão deliberadamente pessimista da sociedade. Procuram demonstrar os problemas da população oprimida,as belezas do pais e as raízes africanas. Buscam um olhar sensível as desigualdades de todo o continente africano. A partir de 1980, os textos expressam um olhar critico ao cenário político do pais. Entretanto, os escritores deste período tem um cuidado estético rigoroso,elaborado,recheado de experimentalismo,porém sem deixar de lado a ironia,as contradições do poder e a corrupção. Principais autores:Agostinho Neto,Costa Andrade,Laudino Vieira ,Ondjaki. Através da prosa, desvenda a vida urbana de Luanda, à qual está preso por força de uma juventude prisioneira da guerra. Encara angola como uma nação jovem ,que ainda esta em construção, feita de tendências muito diversificadas, étnica, cultural e ideologicamente. Vê nas crianças uma esperança para mudar o futuro do seu pais. Essa preocupação resultou em duas histórias infantis: Ynari: a menina das cinco tranças e O Leão e o Coelho Saltitão, É Considerado uma das novas vozes de expressão do seu país, não só pela ironia dos seus textos, mas principalmente pela visão crítica com que descreve os problemas angolanos, país que se tornou independente de Portugal em 1975. “ando pedido no mundo, numa imensidão duma profunda madrugada: minhas estórias onde procuro morrer fosse um louva-deus nos atos carnais do amor: atrevimento de morte, estória e tristeza no acabar de contar (…) de noite é que perco a vergonha de ser eu mesmo e abro as torneiras do imaginado: meu coração de ser assim, contador. Pouca inventice, transformo só o material pra lhe dar forma, utilidade. O artista molda suas mãos pra trabalhar o destino do barro? Eu molho o coração no álcool pra fazer castelo das areias em cima das estórias…, e o mô espelhos são as madrugadas. Uma noite quantas madrugadas tem? Andas a contar? Eu não. Lhes apanho só, conforme lhes vejo e sinto. Atrevo: uma noite tem bué de madrugadas; cada uma delas tem bué de brilhos” Quantas madrugadas tem a noite(ONDJAKI, 2004) A literatura moçambicana apresenta um percurso parecido com a de Angola, em razão dos contatos entre os dois povos, o intercâmbio cultural e, principalmente, a língua portuguesa. Pode ser dividida em cinco fases: Fase de formação (1920-1940): ocorre uma mestiçagem cultural procurando destacar a vida nativa da África.Principais autores: João Albasini, Augusto de Conrado i. ii. Pré independente (1940-1960): caracteriza-se pela motivação política.Principais autores:Alberto de Lacerda. iii. Revolucionaria(1960-1980): revela autêntico ímpeto nacionalista, além de privilegiar a temática independentista, a exemplo do que acontecia em outras nações africanas. Principais autores:Sérgio Vieira, Albino Magaia. iv. Independente(1980-1990): valoriza a conquista da independência (1975) e possui um apego aos valores nacionais. Principais autores:Orlando Mendes e Jose Craveirinha. v. Contemporânea (1990-2000): produção de uma prosa mais intimista, bem como pela valorização da literatura popular e, ao mesmo tempo, a superação da perspectiva políticoideológico.Principais autores: Paulina Chiziane e Mia Couto. Atualmente, o autor com maior visibilidade no universo da literatura africana. Trata de questões relacionadas à vida cotidiana do povo de Moçambique pela inventividade de sua escrita, numa permanente descoberta de novas palavras e por meio de um processo de cruzamento entre o português culto e os vários registros linguísticos empregados pela população comum. Outro tema bastante abordado e a decepção com a política,sendo o principal cenário a Guerra da Desestabilização(1970-1992), uma terrível guerra civil que serviu de inspiração para varias obras de Mia Couto.