Genograma Pedro José Pereira Cruz Júnior Gabriel Alfonso Lara Chacon Karla Brito e Silva Thaynara da Conceição Viana Silva Considerações iniciais • Família: estrutura, regras, relacionamentos e condutas. “Algumas regras ou normas são estabelecidas pela família, vão nortear a conduta de seus membros e vão variar de família para família. Outras são similares para um grupo de famílias, condicionadas a classe social, nível cultural, etc.” (Werlang, 2002) Ritos e hábitos: Produtos de consenso do grupo e exigem a crença de sua eficácia e a repetição constante. • Família saudável: – Crescimento grupal e individual • Família disfuncional: – Inibição à mudança • “A história natural da família é transmitida de geração a geração, por meio das condutas repetitivas e nada acontece por acaso” (Burd e Baptista, 200-) • Sampaio e Carneiro (1985): – Eixo transgeracional ou vertical – Eixo Horizontal ou do aqui agora Definição • Pode definir-se como um instrumento de avaliação familiar que consiste num sistema de colheita e registo de dados e que integra a história biomédica e a história psicossocial do paciente e da sua família. (Rebelo, 2007) Histórico • Murray Bowen (1954) • Mônica goldldrick e randy Gerson (1985) Carcterísticas • “Na prática clínica diária o método mais usado de avaliação do contexto familiar consiste na realização de um genograma familiar. A construção e interpretação de um genograma familiar é uma competência básica de um médico de família. É um instrumento de trabalho tão importante para o médico de família como o bisturi é para o cirurgião.” (Rebelo, 2007) Características • É um instrumento clínico de investigação da família. • Permite a distribuição de informações sobre os membros da família e seus relacionamentos entre si. • É uma excelente fonte de hipóteses • Fornece um resumo clínico e uma visão dos problemas em potencial. • Facilita a memorização e reconhecimento dos nomes e outros importantes para história clíca da família • Construção mais rápida da relação médico/paciente • Confiabilidade estabelecida com uitos pacientes. • Retrata riscos herdados para certas doenças • Ajuda a prevenir doenças futuras. História médica • Utilizamos categorias para identificar cada integrante. – DSM – IV, CID – 10 e abreviações reconhecíveis (AVC, CA, DPOC, etc) – Listam-se apenas as doenças e problemas maiores ou crônicos – Datas, quando possível. • “Essa expressão gráfica fornece para o profissional e para a própria família uma rápida consulta dos complexos padrões familiares, sendo uma rica fonte de hipóteses a respeito de como o problema clínico pode ter se originado e evoluído no contexto familiar, ao longo do tempo. O Paciente colocado como identidade isolada, portadora da sintomatologia, deixa de ser o foco principal, passando apenas a ser um dos elos de um sistema disfuncional que é gerador de sofrimento e doença.” (Werlang, 2002) Indicações • Nas consultas de 1.a vez, como método de diagnóstico apoiando o raciocínio e decisão clínica. • Quando o modelo biomédico não dá resposta satisfatória aos problemas dos pacientes • Em situações clínicas particulares, como ansiedade crónica, depressão e ataques de pânico, consumo de drogas, violência doméstica e sexual, problemas de comportamento infantil e “doente difícil”. Limitações • A sua realização aumenta o tempo de consulta e pode demorar anos a completar; • É estático no tempo, como uma fotografia com data; • Não avalia a dinâmica nem a funcionalidade familiar; • Existem problemas de fiabilidade (grande diversidade de dados anotados, diagnósticos realizados por terceiros, falibilidade da memória, etc.); Limitações • Tem baixa aplicação nas famílias de poucos elementos e o seu interesse é diminuto “nas pessoas sós”; • Certos pacientes são relutantes ou resistentes a prestarem informação de índole familiar. • Erros: fazer diagnóstico ou terapêutica baseado apenas no genograma. Como fazer • Figuras e símbolos representam as pessoas ( quadrados e círculos) • Linhas representam seus relacionamentos (cheias ou pontilhadas) • Realizada através de uma entrevista de avaliação clínica • Um membro ou vários de uma família • Pelo menos três gerações • Aconselhável ter um coordenador e um observador • Coordenador: conduzirá o mapa familiar • Observador: comunicação não verbal e detalhes significativos • Às vezes não se consegue completar o genograma em uma única consulta • Deve levar em conta certas áreas como: a estrutura e o ciclo vital da família, os padrões repetitivos através das gerações, os eventos importantes e o funcionamento da família, os padrões relacionais e as triangulações, a estabilidade e o desequilíbrio familiar • Aspecto mais difícil é estabelecer prioridades para investigação e inclusão de dados • Transtornos mentais, uma doença física grave, casos de dependência de álcool e/ou drogas, comorbidade, podem ser representados com a metade esquerda preenchidos com a cor escura • Na entrevista é importante o papel de cada membro e o delineamento dos relacionamentos • Duração média de 90 minutos • Aspecto mais difícil é estabelecer prioridades para investigação e inclusão de dados Possíveis itens para rastrear • Fatores socioeconômicos: ocupação, nível de educação, papel social na comunidade, serviço comunitário • Fatores físicos genéticos: cor dos cabelos, calvície, visão, tendências a doenças • Valores religiosos • Fatores ambientais e genéticos: habilidades, tendências ligadas ao peso corporal, característica da personalidade • Valores familiares • Experiência cultural • É útil no final do genograma um espaço para fazer observações • Permite antecipar o desenvovimento da próxima geração Referências • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 1. Campbell TL. Family Systems Medicine. In: Saultz JW, editor. Textbook of Family Medicine. New York: McGraw-Hill; 2000. p. 739-50. 2. Saultz JW. The Contextual Care. In: Saultz JW, editor. Textbook of Family Medicine. New York: McGraw-Hill; 2000. p. 135-59. 3. Bowen M. Key to the use of the genogram. In: Carter EA, McGoldrick M, editors. The family life cycle: a framework for family therapy. New York: Gardner Press; 1980. p. xxiii. 4. McGoldrick M, Gerson R, Shellenberger S. Genograms. Assessment and Intervention. 2nd ed. New York: WW Norton & Co.; 1999. Williams & Wilkins; 1978. p. 329-36. Obrigado!