Nitiren Daishonin nasceu em 16
fevereiro de 1222 em um vilarejo
pescadores em Kominato, costa leste
Província de Awa, atual Prefeitura
Tiba.
de
de
da
de
Seu pai chamava-se Mikuni-no Tayu e
sua mãe Umeguiku-nyo. Eles constituíam
uma família de pescadores. Como Nitiren
Daishonin afirma na "carta de Sado", ele
foi "filho de uma família chandala".
Chandala é a classe mais baixa no
sistema hindu, abrangendo profissões
como a dos pescadores carcereiros ou
verdugos.
Com relação a seu nascimento, há um
história contada por Nikko Shonin, o seu
sucessor
direto
que
a
ouviu
de
Daishonin...
A história diz que certa noite,
Umeguiku teve um sonho: sentado
no alto do monte Hiei, o centro do
Budismo daquele tempo, lavando
suas mãos no lago Biwa, ela viu o sol
levantar do Monte Fuji, no leste e ela
o abraçou junto ao peito. Quando
contou a seu marido, Mikuni-no
Tayu, ele contou-lhe em troca um
outro sonho místico que tivera:
Ele sonhou com o Bodhisattva Kokuzo, com
uma criança de belas feições sentada em seu
ombro, dizendo-lhe:
“Esta criancinha é o Bodhisattva Jogyo, e
tornar-se-á mais tarde um grande líder, pelos
povos, através da eternidade. Eu lhe concedo
esta criança”.
A seguir a um outro episódio envolvendo a
concepção de Umeguiku, ela teve um outro
sonho na noite anterior ao nascimento: ela
estava de pé no alto do monte Fuji e podia ver
claramente todos os mundos ao seu redor,
assim como as três existências (passado,
presente e futuro) que os permeava.
Os deuses celestes desceram e expressaram
sua alegria dizendo: “a pessoa, que é o Buda
do tempo sem início está prestes a nascer”. O
Rei Dragão e o deus Dragão traziam água
para o primeiro banho. Quando espalharam o
que transbordava pelo mundo todo, tudo
brilhava em cor dourada, enquanto que as
plantas e a grama floriam e davam frutos.
Após o nascimento, Umeguiko
estava sonolenta e percebia os
seres celestes proclamando três
vezes, em côro:
“Maravilhoso! Menino Zenitti, o
Sakyamuni dos Últimos Dias da
Lei”, e deixaram a seguir o local.
(Definitivamente estes episódios contém uma
aura de misticismo, mas não deve induzir o
leitor a acreditar que houve uma profecia com
base mística para revenciá-lo. É provável que
Daishonin os tenha ouvido de sua mãe e tenha
contado a Nikko Shonin, estes fatos só foram
trazidos a público com a publicação do Gosho
Zenshu sob o título “Ubuyu Sojo-no-koto –
(História sobre o Nascimento.)
O nome que os seus pais deram
à criança foi Zenniti-maro.
Zenniti significa esplêndido sol,
e maro era um nome japonês
comum dado aos meninos
daquele tempo.
Não existem registros confiáveis
descrevendo a sua infância, ou
mesmo se teve irmãos ou irmãs.
Aos
doze anos, seus pais decidem
enviar Zenniti-maro para o Tempo
Seityoji,
um
templo
budista
de
prestigiosa tradição na província de
Awa.
O fato de um pescador comum ter
colocado seu único filho num templo
para estudar, indica que os pais
esperavam alguma coisa dele.
Certamente este não era o único caso,
mas normalmente isto acontecia quando
os pais tinham um número muito grande
de filhos para criar.
Talvez os fatos místicos ocorridos no seu
nascimento poderiam justificar esta
decisão,
deve
ter
existido
uma
indomável confiança no coração dos pais
de Zenniti-maro com relação a sua
missão inata para o Budismo.
O templo Seityoji pertencia a
Seita Tendai. Desta forma,
Nitiren Daishonin estudou as
doutrinas da Tendai, assim
como as da seita Shingon.
Ele colocou-se sob a orientação
de Dozembo, o chefe religioso
de Seityoji. À medida que se
dedicava
aos
estudos,
ele
começou a deparar-se com
várias questões....
Desde muito cedo em sua vida ele
acalentava o desejo de resolver o problema
fundamental da vida, como ele descreve
mais tarde em "Resposta a Myoho- ama".
“Sempre, desde minha infância, tenho
estudado com um pensamento em mente. A
vida de um ser humano é pateticamente
fugaz. O homem dá o seu último suspiro sem
esperança
de
encontrar
uma
outra
existência.
Nem mesmo o orvalho levado pelo vento
basta para descrever essa transitoriedade.
Ninguém, sábio ou tolo, jovem ou idoso,
pode escapar da morte.
O meu único desejo, portanto, tem sido a
resolução deste mistério eterno. De resto,
tudo é secundário.”
No salão do culto no templo, havia uma
estátua do Bodhisattva Kokuzo (em
sânscrito, Akasagarbha). Desde os doze
anos Nitiren Daishonin estudou e
meditou. Mais tarde ele escreveu sobre
aquela época: "Procurando a verdade
desde a minha infância, aos doze anos
orei ao Bodhisattva Kokuzo para tornarme o homem mais sábio do Japão''.
Ele acrescentou que o Bodhisattva
Kokuzo concedeu-lhe "uma jóia da
sabedoria'', isto é, ele despertou para a
realidade máxima da vida e do universo.
Para revelar esta iluminação às pessoas
dos Últimos Dias de Lei, ele tinha que
sistematizar
suas
idéias.
Quando
estudava o Budismo, interessava-se
principalmente na assombrosa variedade
de seitas budistas. Ele estava convicto de
que deveria haver um entre todos os
outros que representasse a mais elevada
verdade.
Aos dezesseis anos, ele
decidiu ordenar-se e adotou o
nome de Zesho-bo Rentyo.
Após algum tempo, despediuse de seu educador Dozembo e
partiu para Kamakura para
aprofundar seus estudos.
Lá, ele analisou os ensinos das seitas Jodo e
Zen. Porém, Kamakura era uma cidade nova
com uma tradição budista limitada.
Após quatro anos de estudos naquele local,
retornou a Seityoji por um breve período em
1243 e no mesmo ano partiu novamente para
o oeste do Japão. Desta vez ele foi ao Monte
Hiei, o centro da seita Tendai, e mais tarde
ao Monte Koya, a sede da seita Shingon.
Esteve
também
em
outros
templos
importantes da região de Kyoto e Nara. Após
aproximadamente dez anos de estudos no
Monte Hiei e outras localidades, ele concluiu
que o verdadeiro ensino do Budismo
encontravam-se no Sutra de Lótus.
Este representa o âmago da iluminação de
Sakyamuni, e todos os outros sutras são
meros expedientes que encaminham ao Sutra
de Lótus.
Ele voltou ao Templo Seityoji em 1253, Ali, logo no início
da manhã de 28 de abril, recitou o nam-myoho-rengue-kyo
pela primeira vez, fornecendo desse modo a chave para
todas as gerações futuras desvendarem o tesouro da
iluminação oculto em seu coração.
Ele também mudou seu nome para Nitiren
(Lótus do Sol)
As doze horas do mesmo dia, ele expôs sua doutrina na presença de
seu mestre, outros religiosos e pessoas que se reuniram em um dos
jardins do templo. Esfregando o seu rosário de contas entre as palmas,
ele orou Nam-myoho-rengue-kyo três vezes.
Declarou, então, que nenhum dos ensinos pré Sutra de Lótus
revelavam a iluminação do Buda e que todas as seitas baseadas
naqueles ensinos eram incorretas. Afirmou que o Sutra de Lótus é
supremo e o Nam-Myoho-rengue-kyo é a essência deste, o único
ensino que pode levar as pessoas dos Últimos Dias da Lei a atingirem a
iluminação.
Poucos na audiência podiam entender o significado da primeira
pregação de Daishonin. Entretanto, eles reagiram colericamente, pois
parecia-lhes um ataque a suas próprias crenças religiosas. O lorde da
área, Tojo Kaguenobu, seguidor devoto da seita Jodo ou Nembutsu,
tomou medidas para que Daishonin fosse aprisionado.
Embora Nitiren Daishonin tenha conseguido escapar desta tentativa,
decidiu partir para Kamakura a fim de continuar a pregação. Antes
de ir, contudo, visitou seus pais e os converteu à sua nova crença.
Em agosto de 1253, estabeleceu-se em uma pequena cabana
localizada em Matsubagayatsu, na região sudeste de Kamakura.
Naquela cabana e nas casas dos aliados, ele iniciou a propagação
dos ensinos do Sutra de Lótus. Na ocasião, visitou templos na cidade
a fim de debater com os sacerdotes chefes. Denunciou as crenças da
seita Jodo, que ensina que a salvação pode ser obtida pela mera
invocação do nome do Buda Amida. Atacou também a Zen pela sua
rejeição aos sutras.
Suas investidas despertaram a ira dos líderes
religiosos, como também das autoridades
governamentais, sendo que estes eram, em
muitos casos, ardentes protetores da seita Jodo
e Zen.
Logo, ele deparou com uma feroz oposição,
embora ele continuasse a persistir na conversão
de pessoas.
Foi nesses primeiros anos de propagação que os
grandes discípulos como Shijo Kingo, Toki
Jonin, Kudo Yoshitaka e Ikegami Munenaka
foram convertidos.
Shijo Kingo
O Japão sofreu uma série de calamidades
que se iniciaram em 1256. Tempestades,
inundações, secas, terremotos e epidemias
impuseram grandes sofrimentos à nação.
Em 1257, um terremoto especialmente
violento
destruiu
muitos
templos,
construções governamentais e casas em
Kamakura. Em 1259 e 1260, uma severa
fome e epidemia assolaram o povo.
Nitiren Daishonin acreditava que havia
chegado o tempo dele explicar as causas
básicas destas catástrofes. Em 1258, ele foi
a Jissoji, um templo em Iwamoto, atual
Prefeitura de Shizuoka, para consultar as
cópias dos cânones budistas e reunir provas
da verdadeira causa.
Durante sua estadia lá, encontrou um acólito de treze anos de idade, este
impressionou-se de tal forma com Daishonin que pediu a permissão de seus
sacerdote chefe para seguí-lo. Daishonin deu ao jovem o nome de Hokibo, mais
tarde, este se tornou-se seu legítimo sucessor com o nome de Nikko Shonin.
O homem mais poderoso do país na época era Hojo Tokiyori, um dos primeiros regentes
do Shogunato de Kamakura, que retirou-se em um templo Zen. Em 16 de julho de 1260,
Nitiren Daishonin escreveu um tratado intitulado “Tese Sobre o Estabelecimento do
Ensino Correto para a Paz da Nação.
Nele, Daishonin atribui a causa daquelas recentes calamidades à calúnia das pessoas ao
correto ensino e a sua crença em falsas doutrinas. A adoração ao Buda Amida, declara
ele, é a fonte dessa calúnia.
A nação não teria nenhum alívio para o seu sofrimento a menos que as pessoas
renunciassem à suas crenças errôneas e aceitassem os ensinos do Sutra de Lótus. Foram
incluídas citações dos sutras da Luz Dourada, Mestre dos Remédios, Reis Benevolentes e
da Grande Coleção para comprovar suas declarações. Estes Sutras mencionam várias
calamidades que recaem sobre uma nação hostil ao correto ensino.Das sete calamidades
mencionadas no Sutra Mestre dos remédios, cinco já haviam ocorrido no Japão. Daishonin
predizia que, se as autoridades persistissem em voltar as costas ao correto ensino, as
duas calamidades restantes, "invasão estrangeira" e "conflito interno", também
assolariam a nação.
Tokiyori e os oficiais do Shogunato aparentemente não deram importância à advertência. Quando as palavras de
Daishonin chegaram ao conhecimento dos seguidores da seita Jodo, estes enfureceram-se. Um grupo deles
desceu à cabana de Nitiren Daishonin em Matsubagayatsu para matá-lo. Ele escapou com alguns discípulos para
província de Shimoussa, onde permaneceu por certo tempo na residência de Toki Jonin, seu discípulo e amigo de
influência. Entretanto, o senso de missão de Nitiren Daishonin não o permitiu permanecer lá por um período mais
longo. Em menos de um ano ele estava de volta a Kamakura para retomar suas pregações.
Shijo Kingo
Os Bonzos da Jodo, alarmados com o poder de Daishonin atrair seguidores,
inventaram uma acusação contra ele e submeteu-a ao governo de
Kamakura. O regente da época era Hojo Nagatoki, filho de Shigetoki, um
inimigo declarado de Daishonin. Sem investigações ou julgamento,
Nagatoki aceitou as acusações como verdadeiras e em 12 de maio de
1261, decretou o exílio de Nitiren Daishonin à isolada península de Izu.
Esta foi a primeira perseguição por parte do governo sofrida por Daishonin.
Izu era uma fortaleza da seita Jodo,
o que acarretava em grande risco à
pessoa de Daishonin. Porém, ele foi
recebido por Funamori Yasaburo,
chefe dos pescadores da área, e foi
tratado
com muita generosidade.
Após algum tempo, o Shogunato,
aparentemente instigado pelo antigo
regente, Hojo Tokiyori, promulgou o
perdão, e Nitiren Daishonin retornou
a Kamakura em fevereiro de 1263.
Em agosto de 1264, Nitiren Daishonin, preocupado
com a mãe idosa, retornou à sua casa de Awa.
Seu pai já havia falecido e sua mãe encontrava-se
muito doente.
Nitiren Daishonin orou fervorosamente para que
ela recuperasse a saúde. Desta forma, ela
conseguiu superar a enfermidade e prolongou sua
vida por mais quatro anos.
Infelizmente, a notícia de sua volta chegou ao
conhecimento do lorde Tojo Kaguenobu.
Quando Daishonin e um grupo de discípulos partiram para visitar um
aliado, foram atacados por Tojo e seus soldados em um local chamado
Komatsubara. Daishonin escapou da morte apesar de ter se ferido por
espadas na testa e ter tido sua mão direita fraturada.
Em 1268, a invasão estrangeira predita por Nitiren Daishonin parecia estar para se
concretizar. Naquele ano, uma carta dos mongóis chegou a Kamakura, exigindo o
reconhecimento de lealdade a Kubilay Khan. Os líderes do Japão perceberam que a nação
estava em face a um grande perigo. Imediatamente, foram empreendidas as construções
de fortificações defensivas em Kyushu, nas costas voltadas à Coréia. Todos os templos e
santuários do país receberam a ordem de oferecerem orações para a derrota do inimigo.
Nitiren Daishonin que havia voltado a Kamakura, convenceu-se
que era tempo dele agir. Envio 11 cartas de censura aos oficiais
da cúpula, incluindo o regente Hojo Tokimune, o chefe da polícia
militar, Hei-no-Saemon e os dois bonzos mais influentes em
Kamakura na época, Doryu da seita Zen e Ryokan da seita Ritsu.
Estas cartas reafirmaram a declaração feita no "Rissho Ankokuron". Isto é, a menos que o governo abrace a Lei Verdadeira, o
país sofreria os dois desastres finais preditos nos sutras. Todos
os onze homens preferiram ignorar as advertências.
Em 1271, o país enfrentava uma seca persistente. O governo, amedrontado pela possível fome que
atingiria o país, ordenou a Ryokan, o famoso e respeitado bonzo da seita Ritsu a quem Nitiren Daishonin
anteriormente havia endereçado uma de suas cartas, que orasse pela chuva. Quando Daishonin soube da
solicitação, lançou um desafio à Ryokan, oferecendo-se a tornar seu discípulo se ele conseguisse fazer a
chuva cair. Se ele falhassse, entretanto, tornar-se-ia discípulo de Daishonin. Ryokan aceitou a proposta. A
despeito de suas orações e dos cem bonzos assistentes, nem uma gota caiu do céu.
Ao invés disto, Kamakura foi abalada por violentas ventanias. Porém, Ryokan não se tornou discípulo de
Daishonin. Pelo contrário, começou a conspirar junto a Hei-no-Saemon, o chefe da polícia local.
Tanto Ryokan como o bonzo chinês da seita Zen,
Doryu, lideravam templos que haviam sido
fundados por altos oficiais da família Hojo.
Embora estes já tivessem morrido, suas esposas
ainda exerciam forte influência no governo.
Ryokan e Doryu despertaram a ira das esposas
dizendo-lhes que Daishonin, em sua cartas de
advertência, havia dirigido desrespeitosamente a
seus falecidos maridos.
Finalmente, como resultado de suas tramóias,
uma lista de acusações contra Daishonin foi
apresentada ao governo.Em 10 de setembro de
1271, Hei-no-Saemon ordenou que Nitiren
Daishonin comparecesse à corte para responder
às acusações. Este fato marcou o início da
segunda fase da perseguição oficial.
Daishonin refutou eloqüentemente as acusações
e repetiu suas predições de invasão estrangeira e
conflitos no clã dominante.
Dois dias depois, Hei-no-Saemon e seus soldados
irromperam na residência de Nitiren Daishonin. Embora
inocente de todas as acusações, foi detido como um
criminoso comum e sentenciado ao exílio à distante ilha de
Sado. Contudo Hei-no-Saemon estava determinado a
decapitá-lo numa execução em Tatsunokuti. Nitiren
Daishonin e seus seguidores acreditavam que a morte se
aproximava.
Porém, no último momento, uma
súbita aparição de algo luminoso no
céu amedrontou de tal forma os
oficiais que eles desistiram da
execução. Após este acontecimento,
Nitiren Daishonin considerou-se ter
renascido para uma nova vida. Uma
descrição detalhada destes eventos
dramáticos são encontradas na obra
intitulada "Comportamento do Buda"
escrita por Nitiren Daishonin.
Em outubro de 1271, Nitiren Daishonin, acompanhado por uma escolta militar, navegou pelo
mar do Japão para chegar à Ilha de Sado, o local do seu exílio. A única pessoa amiga a ir
com ele foi o seu discípulo de confiança. Nikko Shonin. Os dois foram alojados numa cabana
em ruínas, num local onde os cadáveres de indigentes e criminosos eram abandonados. A
alimentação e roupas eram escassas e não havia fogo para mantê-los aquecidos.
Aconchegados em mantos de palha, eles conseguiram de alguma forma sobreviver ao
primeiro inverno.
Com o tempo, a situação começou a melhorar e Nitiren Daishonin recebia comida e roupas
como presente dos amigos do local, embora constantemente encontrasse a hostilidade dos
bonzos da Jodo da ilha. Muitos dos seus trabalhos mais importantes, inclusive "O
Verdadeiro Objeto de Devoção" e "A Abertura dos Olhos", são deste período.
Em 18 de fevereiro de 1272, um navio chegou à Ilha de Sado trazendo
notícias de que a guerra havia estourado em Kamakura e Kyoto como
resultado de uma disputa do poder dentro da família Hojo. A profecia de
Daishonin a respeito da discórdia dentro do clã dominante havia se
concretizado.
Pouco tempo depois, o segundo desastre predito, a invasão estrangeira,
tornou-se cada vez mais eminente à medida que os mongóis
continuavam enviando exigências de submissão.
No início de 1274, o regente Hojo Tokimune que nunca
havia concordado completamente com o tratamento
severo imposto a Nitiren, revogou a ordem de exílio.
Dois anos e cinco meses após ter sido exilado, Nitiren
Daishonin foi perdoado e voltou a Kamakura em 26 de
março.
Em 8 de abril, Daishonin teve que comparecer diante de um tribunal militar. Hei-no-Saemon
presidia a corte, como a três anos atrás quando as acusações foram dirigidas a Daishonin, embora
desta vez ele agisse com reserva e de forma polida. Em resposta às perguntas em relação à
possibilidade do ataque mongol, Daishonin afirmou que ele temia uma invasão naquele mesmo
ano. Acrescentou que o governo não deveria pedir aos bonzos da Shingon para orarem pela
derrota dos mongóis, uma vez que isto iria somente agravar a situação.
Um velho provérbio chinês diz "Se um sábio adverte o soberano por três vezes e ainda não é
atendido, ele deve deixar o país". Nitiren Daishonin tinha predito a crise por três vezes - uma
quanto apresentou o "Rissho Ankoku-ron", outra na época de sua prisão e quase execução em
Tatsunokuti, e uma vez mais no retorno de Sado. Convencido de que o governo jamais iria dar
atenção às suas advertências, ele deixou Kamakura em 12 de maio de 1274 para uma vida de
isolamento ele instalou-se a aproximadamente 30 quilômetros a oeste do Monte Fuji, em uma
pequena cabana ao sopé do Monte Minobu, província de Kai.
Devido à localização remota da região, sua vida em
Minobu foi muito difícil. Seus discípulos em
Kamakura enviavam-lhe dinheiro, alimento e roupas
e
ocasionalmente
vinham
em
grupos
para
receberem instruções dele.
Ele dedicou muito de seu tempo nas escrituras, e
aproximadamente
metade
de
seus
escritos
existentes são deste período. Empenhou também o
seu tempo ensinando e treinando seus discípulos.
Suas explanações sobre o Sutra de Lótus
conhecidas atualmente foram compiladas por Nikko
Shonin, formando uma obra chamada "Ongui
Kuden".
Em outubro de 1274, cinco meses após Daishonin
ter se retirado ao isolamento os mongóis iniciaram
ataque ao Japão.
Em uma carta a um de seus discípulos , Daishonin
expressou seu doloroso desapontamento por ter
seus conselhos sido ignorados, pois estava
convencido de que a nação poderia ter sido poupada
destes sofrimentos se ele tivesse sido ouvido.
Durante este período Nikko Shonin teve sucesso em
converter um certo número de religiosos e leigos das
proximidades de Atsuhara. Os bonzos do templo
tendai da área, zangaram-se pela sua vitória e
começaram a hostilizar os convertidos. Finalmente,
em um conflito por direitos de terra, enviaram um
bando de soldados para atacar alguns lavradores
desarmados.
Vinte foram presos e torturados pelas autoridades
governamentais, e três foram decapitados. O
incidente,
conhecido
como
"Perseguição
de
Atsuhara",
foi
importante
pois
as
outras
perseguições visavam apenas Daishonin. As vítimas
agora eram discípulos inocentes. Os camponeses,
entretanto, persistiram na fé à despeito das
ameaças das autoridades.
Nitiren Daishonin tinha certeza de que agora os seus
discípulos haviam se tornado fortes o suficiente para
arriscarem suas próprias vidas a fim de abraçarem a
lei Mística. Este fato o motivou a escrever o DaiGohonzon - o verdadeiro objeto de adoração para
toda a humanidade. foi em 12 de outubro de 1279,
vinte e sete anos após ter proferido pela primeira
vez o Nam-myoho-rengue-kyo.
Com os seus sessenta anos, Daishonin começou a sentir o peso da idade. Por sentir a morte se
aproximando, designou Nikko Shonin como seu legítimo sucessor. Em 8 de setembro de 1282,
deixou Minobu a fim de desfrutar de uma primavera quente em Hitati para a sua saúde. Quando
chegou à residência dos irmãos Ikegami, sentiu que estava muito doente para continuar a
viagem. Muitos de seus discípulos, sabendo de sua chegada, reuniram-se em Ikegami para vê-lo.
Muito cedo na manhã de 13 de
outubro de 1282, rodeado pelos
seus seguidores respeitosamente
orando Nam-myoho-rengue-kyo,
Nitiren Daishonin faleceu
serenamente.
“Um homem verdadeiramente sábio não será
arrebatado por nenhum dos oito ventos:
prosperidade, declínio, desgraça, honra, elogio,
censura, sofrimento e prazer. Ele não se inflama
com a prosperidade nem se desespera com o
declínio. Os deuses celestes seguramente
protegerão aquele que não se curva diante dos
oito ventos.”
Nitiren Daishonin (Os Oito Ventos)
Créditos
Montagem da Apresentação, criação dos desenhos, criação e
pesquisa de cenários, pesquisa de sons
Sandro Neto Ribeiro – [email protected]
http://www.vertex.com.br/users/san/buda.htm
Critícas e sugestões e comentário são muito bem vindos
http://www.vertex.com.br/users/san/livrovisitas.htm
Este material foi criado para manifestar minha profunda gratidão
a Nitiren Daishonin e ao seu maravilhoso tesouro deixado para
toda a humanidade.
Este arquivo pode ser distribuído livremente sempre citando as
fontes de criação e consulta.
Fontes de Pesquisa:
As Escrituras de Nitiren Daishonin – Vol. I - Ed.Brasil Seikyo
Os escritos de Nitiren Daishonin Vl. I– Ed.Brasil Seikyo
A vida de Nitiren Daishonin – Ed. Brasil Seikyo
Revistas Terceira Civilização
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nitiren
Diversos sites, filmes e desenhos foram consultados para recolher informações
sobre Nitiren Daishonin e sobre as vestimentas, costumes, imagens e outras
informações de época.
Trilha Sonora do filme: O caminho para casa.
Download

Nitiren Daishonin A vida de