Nitiren Daishonin nasceu em 16 fevereiro de 1222 em um vilarejo pescadores em Kominato, costa leste Província de Awa, atual Prefeitura Tiba. de de da de Seu pai chamava-se Mikuni-no Tayu e sua mãe Umeguiku-nyo. Eles constituíam uma família de pescadores. Como Nitiren Daishonin afirma na "carta de Sado", ele foi "filho de uma família chandala". Chandala é a classe mais baixa no sistema hindu, abrangendo profissões como a dos pescadores carcereiros ou verdugos. Com relação a seu nascimento, há um história contada por Nikko Shonin, o seu sucessor direto que a ouviu de Daishonin... A história diz que certa noite, Umeguiku teve um sonho: sentado no alto do monte Hiei, o centro do Budismo daquele tempo, lavando suas mãos no lago Biwa, ela viu o sol levantar do Monte Fuji, no leste e ela o abraçou junto ao peito. Quando contou a seu marido, Mikuni-no Tayu, ele contou-lhe em troca um outro sonho místico que tivera: Ele sonhou com o Bodhisattva Kokuzo, com uma criança de belas feições sentada em seu ombro, dizendo-lhe: “Esta criancinha é o Bodhisattva Jogyo, e tornar-se-á mais tarde um grande líder, pelos povos, através da eternidade. Eu lhe concedo esta criança”. A seguir a um outro episódio envolvendo a concepção de Umeguiku, ela teve um outro sonho na noite anterior ao nascimento: ela estava de pé no alto do monte Fuji e podia ver claramente todos os mundos ao seu redor, assim como as três existências (passado, presente e futuro) que os permeava. Os deuses celestes desceram e expressaram sua alegria dizendo: “a pessoa, que é o Buda do tempo sem início está prestes a nascer”. O Rei Dragão e o deus Dragão traziam água para o primeiro banho. Quando espalharam o que transbordava pelo mundo todo, tudo brilhava em cor dourada, enquanto que as plantas e a grama floriam e davam frutos. Após o nascimento, Umeguiko estava sonolenta e percebia os seres celestes proclamando três vezes, em côro: “Maravilhoso! Menino Zenitti, o Sakyamuni dos Últimos Dias da Lei”, e deixaram a seguir o local. (Definitivamente estes episódios contém uma aura de misticismo, mas não deve induzir o leitor a acreditar que houve uma profecia com base mística para revenciá-lo. É provável que Daishonin os tenha ouvido de sua mãe e tenha contado a Nikko Shonin, estes fatos só foram trazidos a público com a publicação do Gosho Zenshu sob o título “Ubuyu Sojo-no-koto – (História sobre o Nascimento.) O nome que os seus pais deram à criança foi Zenniti-maro. Zenniti significa esplêndido sol, e maro era um nome japonês comum dado aos meninos daquele tempo. Não existem registros confiáveis descrevendo a sua infância, ou mesmo se teve irmãos ou irmãs. Aos doze anos, seus pais decidem enviar Zenniti-maro para o Tempo Seityoji, um templo budista de prestigiosa tradição na província de Awa. O fato de um pescador comum ter colocado seu único filho num templo para estudar, indica que os pais esperavam alguma coisa dele. Certamente este não era o único caso, mas normalmente isto acontecia quando os pais tinham um número muito grande de filhos para criar. Talvez os fatos místicos ocorridos no seu nascimento poderiam justificar esta decisão, deve ter existido uma indomável confiança no coração dos pais de Zenniti-maro com relação a sua missão inata para o Budismo. O templo Seityoji pertencia a Seita Tendai. Desta forma, Nitiren Daishonin estudou as doutrinas da Tendai, assim como as da seita Shingon. Ele colocou-se sob a orientação de Dozembo, o chefe religioso de Seityoji. À medida que se dedicava aos estudos, ele começou a deparar-se com várias questões.... Desde muito cedo em sua vida ele acalentava o desejo de resolver o problema fundamental da vida, como ele descreve mais tarde em "Resposta a Myoho- ama". “Sempre, desde minha infância, tenho estudado com um pensamento em mente. A vida de um ser humano é pateticamente fugaz. O homem dá o seu último suspiro sem esperança de encontrar uma outra existência. Nem mesmo o orvalho levado pelo vento basta para descrever essa transitoriedade. Ninguém, sábio ou tolo, jovem ou idoso, pode escapar da morte. O meu único desejo, portanto, tem sido a resolução deste mistério eterno. De resto, tudo é secundário.” No salão do culto no templo, havia uma estátua do Bodhisattva Kokuzo (em sânscrito, Akasagarbha). Desde os doze anos Nitiren Daishonin estudou e meditou. Mais tarde ele escreveu sobre aquela época: "Procurando a verdade desde a minha infância, aos doze anos orei ao Bodhisattva Kokuzo para tornarme o homem mais sábio do Japão''. Ele acrescentou que o Bodhisattva Kokuzo concedeu-lhe "uma jóia da sabedoria'', isto é, ele despertou para a realidade máxima da vida e do universo. Para revelar esta iluminação às pessoas dos Últimos Dias de Lei, ele tinha que sistematizar suas idéias. Quando estudava o Budismo, interessava-se principalmente na assombrosa variedade de seitas budistas. Ele estava convicto de que deveria haver um entre todos os outros que representasse a mais elevada verdade. Aos dezesseis anos, ele decidiu ordenar-se e adotou o nome de Zesho-bo Rentyo. Após algum tempo, despediuse de seu educador Dozembo e partiu para Kamakura para aprofundar seus estudos. Lá, ele analisou os ensinos das seitas Jodo e Zen. Porém, Kamakura era uma cidade nova com uma tradição budista limitada. Após quatro anos de estudos naquele local, retornou a Seityoji por um breve período em 1243 e no mesmo ano partiu novamente para o oeste do Japão. Desta vez ele foi ao Monte Hiei, o centro da seita Tendai, e mais tarde ao Monte Koya, a sede da seita Shingon. Esteve também em outros templos importantes da região de Kyoto e Nara. Após aproximadamente dez anos de estudos no Monte Hiei e outras localidades, ele concluiu que o verdadeiro ensino do Budismo encontravam-se no Sutra de Lótus. Este representa o âmago da iluminação de Sakyamuni, e todos os outros sutras são meros expedientes que encaminham ao Sutra de Lótus. Ele voltou ao Templo Seityoji em 1253, Ali, logo no início da manhã de 28 de abril, recitou o nam-myoho-rengue-kyo pela primeira vez, fornecendo desse modo a chave para todas as gerações futuras desvendarem o tesouro da iluminação oculto em seu coração. Ele também mudou seu nome para Nitiren (Lótus do Sol) As doze horas do mesmo dia, ele expôs sua doutrina na presença de seu mestre, outros religiosos e pessoas que se reuniram em um dos jardins do templo. Esfregando o seu rosário de contas entre as palmas, ele orou Nam-myoho-rengue-kyo três vezes. Declarou, então, que nenhum dos ensinos pré Sutra de Lótus revelavam a iluminação do Buda e que todas as seitas baseadas naqueles ensinos eram incorretas. Afirmou que o Sutra de Lótus é supremo e o Nam-Myoho-rengue-kyo é a essência deste, o único ensino que pode levar as pessoas dos Últimos Dias da Lei a atingirem a iluminação. Poucos na audiência podiam entender o significado da primeira pregação de Daishonin. Entretanto, eles reagiram colericamente, pois parecia-lhes um ataque a suas próprias crenças religiosas. O lorde da área, Tojo Kaguenobu, seguidor devoto da seita Jodo ou Nembutsu, tomou medidas para que Daishonin fosse aprisionado. Embora Nitiren Daishonin tenha conseguido escapar desta tentativa, decidiu partir para Kamakura a fim de continuar a pregação. Antes de ir, contudo, visitou seus pais e os converteu à sua nova crença. Em agosto de 1253, estabeleceu-se em uma pequena cabana localizada em Matsubagayatsu, na região sudeste de Kamakura. Naquela cabana e nas casas dos aliados, ele iniciou a propagação dos ensinos do Sutra de Lótus. Na ocasião, visitou templos na cidade a fim de debater com os sacerdotes chefes. Denunciou as crenças da seita Jodo, que ensina que a salvação pode ser obtida pela mera invocação do nome do Buda Amida. Atacou também a Zen pela sua rejeição aos sutras. Suas investidas despertaram a ira dos líderes religiosos, como também das autoridades governamentais, sendo que estes eram, em muitos casos, ardentes protetores da seita Jodo e Zen. Logo, ele deparou com uma feroz oposição, embora ele continuasse a persistir na conversão de pessoas. Foi nesses primeiros anos de propagação que os grandes discípulos como Shijo Kingo, Toki Jonin, Kudo Yoshitaka e Ikegami Munenaka foram convertidos. Shijo Kingo O Japão sofreu uma série de calamidades que se iniciaram em 1256. Tempestades, inundações, secas, terremotos e epidemias impuseram grandes sofrimentos à nação. Em 1257, um terremoto especialmente violento destruiu muitos templos, construções governamentais e casas em Kamakura. Em 1259 e 1260, uma severa fome e epidemia assolaram o povo. Nitiren Daishonin acreditava que havia chegado o tempo dele explicar as causas básicas destas catástrofes. Em 1258, ele foi a Jissoji, um templo em Iwamoto, atual Prefeitura de Shizuoka, para consultar as cópias dos cânones budistas e reunir provas da verdadeira causa. Durante sua estadia lá, encontrou um acólito de treze anos de idade, este impressionou-se de tal forma com Daishonin que pediu a permissão de seus sacerdote chefe para seguí-lo. Daishonin deu ao jovem o nome de Hokibo, mais tarde, este se tornou-se seu legítimo sucessor com o nome de Nikko Shonin. O homem mais poderoso do país na época era Hojo Tokiyori, um dos primeiros regentes do Shogunato de Kamakura, que retirou-se em um templo Zen. Em 16 de julho de 1260, Nitiren Daishonin escreveu um tratado intitulado “Tese Sobre o Estabelecimento do Ensino Correto para a Paz da Nação. Nele, Daishonin atribui a causa daquelas recentes calamidades à calúnia das pessoas ao correto ensino e a sua crença em falsas doutrinas. A adoração ao Buda Amida, declara ele, é a fonte dessa calúnia. A nação não teria nenhum alívio para o seu sofrimento a menos que as pessoas renunciassem à suas crenças errôneas e aceitassem os ensinos do Sutra de Lótus. Foram incluídas citações dos sutras da Luz Dourada, Mestre dos Remédios, Reis Benevolentes e da Grande Coleção para comprovar suas declarações. Estes Sutras mencionam várias calamidades que recaem sobre uma nação hostil ao correto ensino.Das sete calamidades mencionadas no Sutra Mestre dos remédios, cinco já haviam ocorrido no Japão. Daishonin predizia que, se as autoridades persistissem em voltar as costas ao correto ensino, as duas calamidades restantes, "invasão estrangeira" e "conflito interno", também assolariam a nação. Tokiyori e os oficiais do Shogunato aparentemente não deram importância à advertência. Quando as palavras de Daishonin chegaram ao conhecimento dos seguidores da seita Jodo, estes enfureceram-se. Um grupo deles desceu à cabana de Nitiren Daishonin em Matsubagayatsu para matá-lo. Ele escapou com alguns discípulos para província de Shimoussa, onde permaneceu por certo tempo na residência de Toki Jonin, seu discípulo e amigo de influência. Entretanto, o senso de missão de Nitiren Daishonin não o permitiu permanecer lá por um período mais longo. Em menos de um ano ele estava de volta a Kamakura para retomar suas pregações. Shijo Kingo Os Bonzos da Jodo, alarmados com o poder de Daishonin atrair seguidores, inventaram uma acusação contra ele e submeteu-a ao governo de Kamakura. O regente da época era Hojo Nagatoki, filho de Shigetoki, um inimigo declarado de Daishonin. Sem investigações ou julgamento, Nagatoki aceitou as acusações como verdadeiras e em 12 de maio de 1261, decretou o exílio de Nitiren Daishonin à isolada península de Izu. Esta foi a primeira perseguição por parte do governo sofrida por Daishonin. Izu era uma fortaleza da seita Jodo, o que acarretava em grande risco à pessoa de Daishonin. Porém, ele foi recebido por Funamori Yasaburo, chefe dos pescadores da área, e foi tratado com muita generosidade. Após algum tempo, o Shogunato, aparentemente instigado pelo antigo regente, Hojo Tokiyori, promulgou o perdão, e Nitiren Daishonin retornou a Kamakura em fevereiro de 1263. Em agosto de 1264, Nitiren Daishonin, preocupado com a mãe idosa, retornou à sua casa de Awa. Seu pai já havia falecido e sua mãe encontrava-se muito doente. Nitiren Daishonin orou fervorosamente para que ela recuperasse a saúde. Desta forma, ela conseguiu superar a enfermidade e prolongou sua vida por mais quatro anos. Infelizmente, a notícia de sua volta chegou ao conhecimento do lorde Tojo Kaguenobu. Quando Daishonin e um grupo de discípulos partiram para visitar um aliado, foram atacados por Tojo e seus soldados em um local chamado Komatsubara. Daishonin escapou da morte apesar de ter se ferido por espadas na testa e ter tido sua mão direita fraturada. Em 1268, a invasão estrangeira predita por Nitiren Daishonin parecia estar para se concretizar. Naquele ano, uma carta dos mongóis chegou a Kamakura, exigindo o reconhecimento de lealdade a Kubilay Khan. Os líderes do Japão perceberam que a nação estava em face a um grande perigo. Imediatamente, foram empreendidas as construções de fortificações defensivas em Kyushu, nas costas voltadas à Coréia. Todos os templos e santuários do país receberam a ordem de oferecerem orações para a derrota do inimigo. Nitiren Daishonin que havia voltado a Kamakura, convenceu-se que era tempo dele agir. Envio 11 cartas de censura aos oficiais da cúpula, incluindo o regente Hojo Tokimune, o chefe da polícia militar, Hei-no-Saemon e os dois bonzos mais influentes em Kamakura na época, Doryu da seita Zen e Ryokan da seita Ritsu. Estas cartas reafirmaram a declaração feita no "Rissho Ankokuron". Isto é, a menos que o governo abrace a Lei Verdadeira, o país sofreria os dois desastres finais preditos nos sutras. Todos os onze homens preferiram ignorar as advertências. Em 1271, o país enfrentava uma seca persistente. O governo, amedrontado pela possível fome que atingiria o país, ordenou a Ryokan, o famoso e respeitado bonzo da seita Ritsu a quem Nitiren Daishonin anteriormente havia endereçado uma de suas cartas, que orasse pela chuva. Quando Daishonin soube da solicitação, lançou um desafio à Ryokan, oferecendo-se a tornar seu discípulo se ele conseguisse fazer a chuva cair. Se ele falhassse, entretanto, tornar-se-ia discípulo de Daishonin. Ryokan aceitou a proposta. A despeito de suas orações e dos cem bonzos assistentes, nem uma gota caiu do céu. Ao invés disto, Kamakura foi abalada por violentas ventanias. Porém, Ryokan não se tornou discípulo de Daishonin. Pelo contrário, começou a conspirar junto a Hei-no-Saemon, o chefe da polícia local. Tanto Ryokan como o bonzo chinês da seita Zen, Doryu, lideravam templos que haviam sido fundados por altos oficiais da família Hojo. Embora estes já tivessem morrido, suas esposas ainda exerciam forte influência no governo. Ryokan e Doryu despertaram a ira das esposas dizendo-lhes que Daishonin, em sua cartas de advertência, havia dirigido desrespeitosamente a seus falecidos maridos. Finalmente, como resultado de suas tramóias, uma lista de acusações contra Daishonin foi apresentada ao governo.Em 10 de setembro de 1271, Hei-no-Saemon ordenou que Nitiren Daishonin comparecesse à corte para responder às acusações. Este fato marcou o início da segunda fase da perseguição oficial. Daishonin refutou eloqüentemente as acusações e repetiu suas predições de invasão estrangeira e conflitos no clã dominante. Dois dias depois, Hei-no-Saemon e seus soldados irromperam na residência de Nitiren Daishonin. Embora inocente de todas as acusações, foi detido como um criminoso comum e sentenciado ao exílio à distante ilha de Sado. Contudo Hei-no-Saemon estava determinado a decapitá-lo numa execução em Tatsunokuti. Nitiren Daishonin e seus seguidores acreditavam que a morte se aproximava. Porém, no último momento, uma súbita aparição de algo luminoso no céu amedrontou de tal forma os oficiais que eles desistiram da execução. Após este acontecimento, Nitiren Daishonin considerou-se ter renascido para uma nova vida. Uma descrição detalhada destes eventos dramáticos são encontradas na obra intitulada "Comportamento do Buda" escrita por Nitiren Daishonin. Em outubro de 1271, Nitiren Daishonin, acompanhado por uma escolta militar, navegou pelo mar do Japão para chegar à Ilha de Sado, o local do seu exílio. A única pessoa amiga a ir com ele foi o seu discípulo de confiança. Nikko Shonin. Os dois foram alojados numa cabana em ruínas, num local onde os cadáveres de indigentes e criminosos eram abandonados. A alimentação e roupas eram escassas e não havia fogo para mantê-los aquecidos. Aconchegados em mantos de palha, eles conseguiram de alguma forma sobreviver ao primeiro inverno. Com o tempo, a situação começou a melhorar e Nitiren Daishonin recebia comida e roupas como presente dos amigos do local, embora constantemente encontrasse a hostilidade dos bonzos da Jodo da ilha. Muitos dos seus trabalhos mais importantes, inclusive "O Verdadeiro Objeto de Devoção" e "A Abertura dos Olhos", são deste período. Em 18 de fevereiro de 1272, um navio chegou à Ilha de Sado trazendo notícias de que a guerra havia estourado em Kamakura e Kyoto como resultado de uma disputa do poder dentro da família Hojo. A profecia de Daishonin a respeito da discórdia dentro do clã dominante havia se concretizado. Pouco tempo depois, o segundo desastre predito, a invasão estrangeira, tornou-se cada vez mais eminente à medida que os mongóis continuavam enviando exigências de submissão. No início de 1274, o regente Hojo Tokimune que nunca havia concordado completamente com o tratamento severo imposto a Nitiren, revogou a ordem de exílio. Dois anos e cinco meses após ter sido exilado, Nitiren Daishonin foi perdoado e voltou a Kamakura em 26 de março. Em 8 de abril, Daishonin teve que comparecer diante de um tribunal militar. Hei-no-Saemon presidia a corte, como a três anos atrás quando as acusações foram dirigidas a Daishonin, embora desta vez ele agisse com reserva e de forma polida. Em resposta às perguntas em relação à possibilidade do ataque mongol, Daishonin afirmou que ele temia uma invasão naquele mesmo ano. Acrescentou que o governo não deveria pedir aos bonzos da Shingon para orarem pela derrota dos mongóis, uma vez que isto iria somente agravar a situação. Um velho provérbio chinês diz "Se um sábio adverte o soberano por três vezes e ainda não é atendido, ele deve deixar o país". Nitiren Daishonin tinha predito a crise por três vezes - uma quanto apresentou o "Rissho Ankoku-ron", outra na época de sua prisão e quase execução em Tatsunokuti, e uma vez mais no retorno de Sado. Convencido de que o governo jamais iria dar atenção às suas advertências, ele deixou Kamakura em 12 de maio de 1274 para uma vida de isolamento ele instalou-se a aproximadamente 30 quilômetros a oeste do Monte Fuji, em uma pequena cabana ao sopé do Monte Minobu, província de Kai. Devido à localização remota da região, sua vida em Minobu foi muito difícil. Seus discípulos em Kamakura enviavam-lhe dinheiro, alimento e roupas e ocasionalmente vinham em grupos para receberem instruções dele. Ele dedicou muito de seu tempo nas escrituras, e aproximadamente metade de seus escritos existentes são deste período. Empenhou também o seu tempo ensinando e treinando seus discípulos. Suas explanações sobre o Sutra de Lótus conhecidas atualmente foram compiladas por Nikko Shonin, formando uma obra chamada "Ongui Kuden". Em outubro de 1274, cinco meses após Daishonin ter se retirado ao isolamento os mongóis iniciaram ataque ao Japão. Em uma carta a um de seus discípulos , Daishonin expressou seu doloroso desapontamento por ter seus conselhos sido ignorados, pois estava convencido de que a nação poderia ter sido poupada destes sofrimentos se ele tivesse sido ouvido. Durante este período Nikko Shonin teve sucesso em converter um certo número de religiosos e leigos das proximidades de Atsuhara. Os bonzos do templo tendai da área, zangaram-se pela sua vitória e começaram a hostilizar os convertidos. Finalmente, em um conflito por direitos de terra, enviaram um bando de soldados para atacar alguns lavradores desarmados. Vinte foram presos e torturados pelas autoridades governamentais, e três foram decapitados. O incidente, conhecido como "Perseguição de Atsuhara", foi importante pois as outras perseguições visavam apenas Daishonin. As vítimas agora eram discípulos inocentes. Os camponeses, entretanto, persistiram na fé à despeito das ameaças das autoridades. Nitiren Daishonin tinha certeza de que agora os seus discípulos haviam se tornado fortes o suficiente para arriscarem suas próprias vidas a fim de abraçarem a lei Mística. Este fato o motivou a escrever o DaiGohonzon - o verdadeiro objeto de adoração para toda a humanidade. foi em 12 de outubro de 1279, vinte e sete anos após ter proferido pela primeira vez o Nam-myoho-rengue-kyo. Com os seus sessenta anos, Daishonin começou a sentir o peso da idade. Por sentir a morte se aproximando, designou Nikko Shonin como seu legítimo sucessor. Em 8 de setembro de 1282, deixou Minobu a fim de desfrutar de uma primavera quente em Hitati para a sua saúde. Quando chegou à residência dos irmãos Ikegami, sentiu que estava muito doente para continuar a viagem. Muitos de seus discípulos, sabendo de sua chegada, reuniram-se em Ikegami para vê-lo. Muito cedo na manhã de 13 de outubro de 1282, rodeado pelos seus seguidores respeitosamente orando Nam-myoho-rengue-kyo, Nitiren Daishonin faleceu serenamente. “Um homem verdadeiramente sábio não será arrebatado por nenhum dos oito ventos: prosperidade, declínio, desgraça, honra, elogio, censura, sofrimento e prazer. Ele não se inflama com a prosperidade nem se desespera com o declínio. Os deuses celestes seguramente protegerão aquele que não se curva diante dos oito ventos.” Nitiren Daishonin (Os Oito Ventos) Créditos Montagem da Apresentação, criação dos desenhos, criação e pesquisa de cenários, pesquisa de sons Sandro Neto Ribeiro – [email protected] http://www.vertex.com.br/users/san/buda.htm Critícas e sugestões e comentário são muito bem vindos http://www.vertex.com.br/users/san/livrovisitas.htm Este material foi criado para manifestar minha profunda gratidão a Nitiren Daishonin e ao seu maravilhoso tesouro deixado para toda a humanidade. Este arquivo pode ser distribuído livremente sempre citando as fontes de criação e consulta. Fontes de Pesquisa: As Escrituras de Nitiren Daishonin – Vol. I - Ed.Brasil Seikyo Os escritos de Nitiren Daishonin Vl. I– Ed.Brasil Seikyo A vida de Nitiren Daishonin – Ed. Brasil Seikyo Revistas Terceira Civilização http://pt.wikipedia.org/wiki/Nitiren Diversos sites, filmes e desenhos foram consultados para recolher informações sobre Nitiren Daishonin e sobre as vestimentas, costumes, imagens e outras informações de época. Trilha Sonora do filme: O caminho para casa.