CAPITULO 5 - IRMÃO GOTUZO
André conheceu Gotuzo, percebeu laços de simpatia e afinidades , pois ele
trabalhava na zona da sua especialidade na casa.
Na sua sala tinha variados mapas e esculturas do corpo
humano. Tinha uma imagem do sistema nervoso
estruturada em substancia delicadíssima em algo luminoso,
em posição vertical, com a altura de um homem que se
destacavam, o cérebro, o cerebelo, a medula espinhal, os
nervos do tronco , o mediano, o radial, o plexo sagrado, o
cubital e o grande ciático.
Gotuzo conta que desencarnara antes de mim, peregrinara muito tempo, e
demorara vários anos semi-consciente, entre sombras e luzes. Vindo da igreja
catolica suplicara benções indébitas e direitos. Regressa ao velho templo onde
ninguem o identifica, e o padre Gustavo o disse que seria levado aos pés do
Senhor. Despreparado mergulha por longos anos em dolorosa cegueira
espiritual.
CAPITULO 5 - IRMÃO GOTUZO
Ali a direção da Casa e os trabalhadores revezam o trabalho em período anual.
Aproveitando o período de repouso em esferas mais altas ao contato de
experiências e estudos que enriqueçam o espírito do missionário e beneficiem
as obras gerais da instituição. Zenóbia e Galba revessam a direção a 20 anos.
Na minha condição não posso ainda desfrutar de esferas mais
altas , pois trago ainda, a mente e o coração presos ao ninho
doméstico Marilia e meus filgos que perdi com a morte. Passo
meu repouso na crosta, respirando o ar puro e tonificante dos
jardins, devido as flores, frutos, campos. Aqui temos que
lidar com os resíduos do pensamento humano tornando o
ambiente denso.
Ele narra que além da assistência aos enfermos que coopera nas tarefas de
reencarnacionistas e pergunta se André já participou de alguma.Ele diz que
sim, mas Gutuzo diz que ele participou de uma reencarnação de natureza
superior. Aqui todavia acompanhamos situações de ordem inferior e
dolorosas.
CAPITULO 5 - IRMÃO GOTUZO
Benfeitores sábios traçam diretrizes. Porém por vezes
surgem problemas torturantes no esforço de aproximação
e ligação. Segue-se a reencarnação expiatório de
inenarrável padecimentos pelas vibrações do ódio.
Almas grosseiras e endividadas não podem ser atendidas
em suas preferências acerca do próprio futuro, em virtude
da ignorância em que se comprazem.
De acordo com aqueles que as tutelam da região
superior, são compelidas a aceitar os roteiros
estabelecidos pelas autoridades competentes para
os seus casos individuais.
Por nossa vez, somos executores das providências respectivas e constituimos
obrigação vencer os mais extensos e escuros obstáculos.
CAPITULO 5 - IRMÃO GOTUZO
Nesses quadros de dor, vemos pais e mães que, instintivamente,
repelem a influenciação dos filhinhos, antes do berço, gerando
discórdias, antagonismos aparentemente injustificáveis,
moléstias indefiníveis e abortos criminosos
Enquanto isso ocorre, os adversários que
reencarnam, em obediência ao trabalho redentor,
programado pelos mentores abnegados desses
personagens de dramas sombrios, com longa
representação no cenário da existência humana,
penetram o campo psíquico dos exinimigos e futuros
progenitores, impondolhes sacrifícios intensos e
quase insuportáveis.
Para estes a reencarnação constituirá necessária e legítima
imposição do destino, criado por eles mesmos, com o
menosprezo a que devotaram as dádivas do Pai.
CAPITULO 5 - IRMÃO GOTUZO
Na esfera que você habita a institutos para considerar as sugestões da escolha
pessoal. O livre arbítrio, garantidor de créditos naturais, pode solicitar
modificações e apresentar exigências justas, mas, aqui, as condições são
diferentes
Os Espíritos que se esforçam nas aquisições da luz divina,
através do serviço persistente na própria iluminação,
conquistam o intercâmbio direto com instrutores mais sábios,
aprimoramse, consequentemente, e, pelos atos meritórios a
que se consagram, podem escolher seus elementos de vida
nova na Crosta Terrestre, como o trabalhador digno que, pelos
créditos morais conquistados, pode exigir as próprias
ferramentas destinadas ao seu trabalho.
A reencarnação será para estes uma verdadeira benção
em aprendizado feliz.
Ele é interrompido sendo avisado que a sentinela em
tratamento mental esperava no salão.
CAPITULO 5 - IRMÃO GOTUZO
Ele diz a André que na terra o médico tinha as obrigações resumidas aos
exames, indicação clinica ou intervenção cirúrgica e fornecimento de
diagnostico. Aqui devo funcionar acima de tudo como um professor de higiene
mental, auxiliando-os na germinação e desenvolvimento de ideias
reformadoras e construtivas que lhes elevem o padrão de vida intima.
Distribuímos recursos magnéticos de restauração,
reanimamos-lhe a organização geral, com os elementos
de cura ao nosso alcance, não sem ensinar a cada
enfermo algo de novo que lhe reajuste a alma. Na terra
atuávamos na célula física e aqui na célula mental.
Reparei que o tratamento era feito em massa
dentro das vibrações mais grosseiras e lentas,
exigindo a colaboração especializada de médicos
desencarnados que conservavam regular sintonia
com os interesses imediatos da crosta terrestre.
CAPITULO 6 - DENTRO DA NOITE
A diferença de atmosfera, entre o dia e a noite, na Casa
Transitória de Fabiano, era quase imperceptível,
grandes aparelhos destinados à fabricação de ar puro
funcionavam incessantemente, renovando o ambiente
geral. Víamos o Sol, que semelhavase a um disco de
ouro velho, sem qualquer irradiação. A ausência de
vegetação, aliada à neblina pesada e sufocante,
infundia profunda sensação de deserto e tristeza
Convocou Zenóbia cooperadores, três mulheres e
dezessete homens, que, à primeira vista, não pareciam
pessoas de cultura e sensibilidade extremamente
apuradas, mas que mostravam, no olhar sereno e firme,
boa vontade, dedicação leal e caráter resoluto no espírito
de serviço.
CAPITULO 6 - DENTRO DA NOITE
Mais tarde, vim a saber que o instituto asila constantemente
variados grupos de entidades, repletas de características
humanas primitivistas, mas portadoras de virtudes e valores
apreciáveis, que colaboram na execução das tarefas gerais e
se educam ao mesmo tempo, preparando- se para
reencarnações e experiências de mais elevada expressão.
Zenóbia, serena: — Ananias, temos o material de
serviço devidamente arregimentado? Não devemos
esquecer, principalmente, as faixas de socorro, as
redes de defesa e os lança choques.
A clarividência de Luciana e a oração de todos os
amigos, constituirão fatores decisivos em
beneficio da renovação do meu amigo, a fim de
que aceite as providências redentoras do futuro.
É serviço que prestarão a mim própria, pelo qual
serei devedora reconhecida.
CAPITULO 6 - DENTRO DA NOITE
Todos eles partiram e Zenóbia pediu para manter
apagado, no trajeto, todo o material luminoso.
Sigamos silenciosos, a pé. Não será razoável utilizar a
volitação em distância tão curta. Mais justo
assemelharmo nos aos pobres que habitam estes
sítios, perante os quais, enquanto perdure a pequena
caminhada, deveremos guardar a maior quietude.
Qualquer desatenção prejudicarnosá o objetivo.
A Irmã Zenóbia colocara, diante de nós,
adestrado auxiliar especialista na travessia
daquelas sendas estreitas.
Fundamente espantado, porém, ao ladear imenso
charco, ouvi soluços próximos. Guardava a nítida
impressão de que as vozes procediam de pessoas
atoladas em repelentes substancias, tais as emanações
desagradáveis que pairavam no ar.
CAPITULO 6 - DENTRO DA NOITE
Não aguentei e perguntei se aqueles lamentos
eram humanos. Quatro palavras foi o suficiente
para aumentarem os pedidos de socorro e
aparecerem varias formas monstruosas.
Zenóbia e 10 participantes utilizavam
minúsculos aparelhos emitindo raios
elétricos e eles se afararam.
Meu amigo que ajudaremos foi o padre
Domênico. Iniciou na primeira mocidade
tocado por sublimes esperanças e caira em
despenhadeiro pelos caprichos alimentados.
CAPITULO 6 - DENTRO DA NOITE
Aproveitou-se das casas sagradas a propósitos menos dignos.
Recebeu todas as advertências e avisos salutares tendentes a
modificarlhe a conduta criminosa e desvairada. Todavia
desprezando toda espécie de assistência. Colaborei durante anos
consecutivos nos serviços de orientação, mas, pela expressão
intensa de fragilidade humana que ainda conservava em minha
alma, abandoneio, também, à própria sorte, absorvida por
sentimentos de horror.
Passaram-se 40 anos e seu endurecimentos precipitou aridez.
Para que males maiores não lhe ocorram, fui autorizada a
inclui-lo entre os tutelados externos de nossa instituição. Ele
tem recebido cooperação sem perceber as operações fluidomagnéticas e precisa regressar a Crosta recapitulando o
pretérito em serviço expiatório.
CAPITULO 6 - DENTRO DA NOITE
Entretanto a sua situação mental dificulta a ação intercessora.
Amigos nosso, amparam-me o pedido em beneficio dele que
voltará a unir-se como filho sofredor de uma das suas vitimas,
que num gesto ofendido eliminou o ofensor a morte.
Para reintegra-se nas correntes carnais, ele deve adquirir pelo
menos, a virtude da resignação, de modo a não aniquilar o
organismo daquela que desempenhara sublime tarefa de mãe.
Conseguida esta providência, creio será ele conduzido
facilmente a indispensável conformação. Dois auxiliares
o trouxeram e Zenóbia sentou e numa posição materna
colocou a cabeça de Demênico no colo. Sua imagem era
lamentável numa imagem de ódio e desprezo. Não
causou emoção alguma aquele contato daquele colo
amoroso e nem se apercebeu de nossa companhia.
CAPITULO 6 - DENTRO DA NOITE
Ela chama seu nome varias vezes e ele pergunta – quem me chama? Não
quero sair daqui.
Zenóbia pede a Jesus que ele possa escutar
e em prece André percebe que forças
brilhantes que alcançam o tórax de
Zenóbia e suas mãos iluminadas
emanavam raios diamantinos
Colocou sua mão na sua fronte e chamou-o novamente.
-Quem está aqui?
-Somos nós – trabalhamos em teu favor.
-Fui traído em meu ministério sacerdotal, negaram-me os direitos. Que
desejas? Não necessito da compaixão alheia.
CAPITULO 6 - DENTRO DA NOITE
Domênico — faloulhe, então, Hipólito, Não te rebeles
contra a determinação da Justiça Divina.
— Justiça?— Não possuía eu prerrogativas no
apostolado? Não fui sacerdote fiel à crença? Há muitos
anos padeço nas trevas e ninguém se lembrou de fazerme
justiça.
Acalmate! — A consciência é juiz de cada um de nós.
Possivelmente envergaste a batina fiel à crença, mas
desleal ao dever.
Temos conosco alguém com bastante poder de
penetração nos escaninhos de tua vida mental. Espera!
Vamos orar em silêncio para que a bênção do Senhor
se faça sentir em teu coração e, em seguida,
passaremos a auxiliarte para que releias, com a
serenidade precisa, o livro de tuas próprias ações,
compreendendo a longa permanência nos
despenhadeiros fatais.
CAPITULO 7 – LEITURA MENTAL
—
Luciana— Padre Domênico, Vossa dor permanece repleta de
blasfêmia e desespero, proclamais que as Forças Celestes vos
abandonaram ao tenebroso fundo do abismo!...
— E, porventura, não é assim? —negamme o direito de reclamar? O
Evangelho não tem palavras de mel para o ato de Judas. Deverei, por minha
vez, louvar os que me traíram?
— Não, Domênico. Vossos amigos não cogitam de criticar instituições. Desejam tão
somente ampararvos. Não concordais no vosso desvio da conduta cristã? Teríeis, de fato,
agido como sacerdote fiel aos sagrados princípios esposados?
— Oh! Que perguntas! — A organização religiosa a que servi prometeume honras
definitivas. Não ministrava o Santíssimo Sacramento? Não fui recomendado ao Céu?...
Apesar de tais protestos, o padre Domênico já acusava sinais de transformação intima.
— As igrejas, meu amigo, são sempre o roteiro de nosso encontro divino com o Pai de
Infinito Amor. Ensinam a bondade universal, o perdão das faltas, a solidariedade
comum. Mas, e os nossos crimes e fraquezas ?
CAPITULO 7 – LEITURA MENTAL
Oh! Oh! E a confissão? — tornou Domênico, visivelmente
impressionado com as palavras ouvidas — Monsenhor Pardíni
ouviume, antes da morte, e absolveume...
E confiastes em semelhante medida? Vosso colega de
sacerdócio poderia Induzirvos ao bom ânimo e à coragem
necessária ao serviço de reparação futura, mas não
conseguiria subtrairvos à consciência os negros resultados
mentais dos atos praticados. Vosso coração, padre, é um
livro aberto aos nossos olhos.
Vejo você adentrar uma casa na calada da noite e seduzir uma mulher a uma
atividade intima. Da janela espiava o marido que sai correndo vai a venda
compra uma garrafa de vinho e coloca veneno dentro. Vai até a igreja e coloca
lá a garrafa. Você retorna e a noite da sede busca o vinho e tomando
imediatamente é envenenado, percebe a presença do esposo que grita
fingindo pedir ajuda. O eclesiástico chega e o acompanhante diz que ele foi a
casa deles dar uma palestra a ele e a esposa e ele retornando para fazer
companhia passou mal.
CAPITULO 7 – LEITURA MENTAL
—
Apos o laudo médico o bondoso facultativo vos crê suicida e diz ser um
ataque de angina. Você percebendo o ocorrido grita em vão, pois ninguém
vos ouve. Busca fugir mais invencíveis grilhões vos ligam ao cadáver e as
vísceras decompostas.
Com o sepulcro do corpo começaram o padecimento, permanecendo
atormentado pela forme, sede, ansiedade, dor
Sinto que a entidade sofredora de uma mulher vos visita o sepulcro e
estende braços horrendos. Sob pavor consegue se desvencilhar do corpo.
Recordas o drama da mulher que lhe apareceu. Foi mais uma vitima do
vosso poder fascinador. Você lembra que ela lhe procurou e rogou a sua
ajuda, agora anunciava um filhinho seu. Quem a socorria? Propõe a
solução de um casamento entre ela e um servo. Você ali presente escutava
as rogativas sem abalo moral. Ela retorna o lar e envenena-se com
formicida com sinais de loucura, seu pai no dia seguinte o busca por
necessidade sacerdotal e ele lá chegando com o medico conhecido pede
que notifique ser morte natural, com ruptura das veias.
CAPITULO 7 – LEITURA MENTAL
No dia seguinte segue o funeral sem perceber o
vulto da moça que o acompanha e outros vultos
do pretérito, almas vingadoras que vos seguem.
Vejo também o leito de morte de seu pai que
deixou como ultimo desejo legitimar filhos que
ele teve em aventuras, garantindo-lhes o
futuro prospero.
Prometeu ao coração paterno que atenderia seu
pedido diante de sua "extremis" . Ele morre e você
deposita num móvel o papel, desde este momento
ele começou a te seguir, reclamando não te-lo
atendido.
CAPITULO 7 – LEITURA MENTAL
Outro perseguidor é um velho eclesiástico. Você
propôs remunerar para ficar com a sua paróquia,
pois queria se transferir para lá. Ele não aceita, diz
estar velho e cercado de amigos e que os médicos
recomendam que fique no litoral , pois a atmosfera
marinha facilita o esforço do coração e quer muito
morrer lá.
Você sai dali e conversa com o arcebispo e subornando amigos
consegue que ele mude o velho para as montanhas onde rapidamente
morre. Desde então tem te odiado e seguido, perdendo-se no desejo
de vingança
CAPITULO 7 – LEITURA MENTAL
Vejo uma mulher que desencarnou depois de uma cirurgia
dos olhos. Foi sua vitima do seu fascinante poder de
dominação. Em uma manhã ela bate a porta já envelhecida
acompanhada de uma criança de 10 anos pedindo ajuda.
Diante de sua frieza ela te relembra do filho que deixaste
nos seus braços. Lutara para manter o filho a custa de
serviço honesto, mas adoecera e estava cega, implorando
seu socorro, pois o menino também doente abeirava-se da
morte com tuberculose. Você tocou uma campainha e o
servidor trouxe cães bravos que ameaçavam os pedintes.
Ambos morrem sem recursos e ela deseja a vingança.
Que horror diz Luciana – veja uma diferente mulher de olheiras
fundas e negras vestes...
Ele grita – basta, basta! Soluços atrozes rebentaram do peito opresso.
Depois de uma longa crise de choro Zinóbia pede a Hipólito que semeasse
novas ideias no terreno consciencial arado pela dor
CAPITULO 7 – LEITURA MENTAL
Ele dizia – Existe então justiça divina, anotando-nos as faltas? Há cadastros?
TRAZEMOS NA PRÓPRIA CONSCIÊNCIA O ARQUIVO.
Neste instante Ernestina sua mãe se faz presente e ajoelha em uma oração.
Comoventes gritos – mamãe, mamãe...ajuda-me, perdoa-me.
Filho não sei se foste criminoso só sei que te amo.
Mãe e Zinóbia terá me esquecido? E a mãe diz não meu filho, ela em esferas
superiores pede a Jesus pelo seu auxilio.
Mãe desde a infância tínhamos sublime compromisso, a primeira mocidade foi um
paraíso de promessas mútuas, se ela não tivesse esposado outro eu não teria vivido
isso. Dominado pela dor de perde-la acreditei que a religião me ofereceria refugio
contra as tentações.
Filho quem teria sido mais vitima? O homem jovem forte que se recolheu livremente a
organização religiosa, que poderia ter feito mil projetos no bem ou a pobre menina
forçada pelas circunstancias da luta terrestre a desposar um viúvo rodeado de filhinhos
aos quais deveria dedicar-se a categoria de mãe?
CAPITULO 8 – TREVA E SOFRIMENTO
Completa a comissão, pusemo-nos em marcha. A sombra tornavase novamente densa, frases comovedoras, dolorosas blasfemias,
subiam até nós. Tive a ideia que vastíssimo agrupamento de
infelizes se rebolcava no solo, em baixo. Gemidos ecoavam.
Zenóbia explicou que os padecimentos que sentimos não se
verificam á revelia da proteção Divina. Incansáveis trabalhadores
do bem visitam seguidamente, convocando a renovação
espiritual, porém retraem-se endurecidos no mal
Raramente nos ouve o apelo. As vezes intentamos impor-lhes o
bem. Entretanto, quando retirados do vale, acusam-nos de
violentadores, fugindo ao nosso contato.
Dez cooperadores a ordem de Zenobia acenderam focos de luz.
Contemplamos vasta legião de sofredores, cobria o fundo, um pouco abaixo de nossos
pés. A rampa que nos separava não era íngreme, mas compacto e enorme o lamaçal.
CAPITULO 8 – TREVA E SOFRIMENTO
Alguns pediam socorro e outros revoltados blasfemavam. Ela pediu a
Hipólito que se dirigisse as vítimas falando da necessidade de
transformação.
Ele abriu o evangelho e leu a parabola do homem rico que se vestia
de púrpura.
Alguns gritavam ataquem o padre e bolas de substancia negra
começaram a cair ao nosso lado.
Redes luminosas desdobraram-se e as bolas e as setas
que nos eram atiradas detinham-se ai, paralisadas por
misteriosa força.
Zenóbia grita- a
rede de defesa,
isolando o grupo.
Hipólito começou a rogar a Deus por aqueles irmãos,
explicando que todos vivemos situações parecidas. Após um
tempo ele para e percebe que longas filas de sofredores
acorriam de todos os recantos. A distancia de trinta metros.
Estendiam-se em vasta procissão silenciosos e com respeito,
parecendo guardar todas as características das enfermidades
físicas trazidas da Crosta. Muitos estavam ajoelhados
achando-nos embaixadores celestiais.
CAPITULO 8 – TREVA E SOFRIMENTO
Inicialmente não entendi por que não se aproximavam, quando vi
que entre nos e eles cavava-se profundo fosso, e onde haviam
possibilidades de transpor agrupavam entidades sinistras
vigiando para não passarem. Um deles gritou: Não pedimos o
exercito da salvação, fujam daqui.
Não desejamos redimir e sim o sistemático culto do ódio e a
revolta, contra os deuses e o movimento de aristocracia
espiritual.
Onde esta o Deus que nos prometeram? Tem o mapa do céu? Voltaremos acaso à
ingenuidade primitiva, a ponto de acreditar novamente em mentiras religiosas? Em que
remota região se compras a benevolência divina que não se condói de nós?
Hipólito: O conhecimento da Divindade e o roteiro celeste
encontra-se dentro de nós.
CAPITULO 8 – TREVA E SOFRIMENTO
Comecei a pensar se não deveríamos nos organizar para
arrebatar-lhes as vitimas indefesas? Pensamento de
revolta cruzavam-me o cérebro. Por que Hipólito não
respondia a altura? Por que não punir aqueles sicários da
sombra que denunciavam refinada cultura intelectual?
Jeronimo percebendo o perigo do meu estado disse: André
extingue a vibração da cólera injusta. Ninguém auxilia por
intermédio da irradiação pessoal. Não assumas papel de crítico.
Revista-te de calma e paciência.
Hipólito não pode duelar, responder a insultos é perda de tempo, nem a irmã
Zenóbia autorizaria qualquer violência a estes irmãos.
Modifica a emissão mental para que não te falte a cooperação
construtiva e guardemos a voz, não para condenar, e sim, para
informar e edificar cristãmente.
CAPITULO 8 – TREVA E SOFRIMENTO
Reajustei meu campo emotivo pedindo a Jesus me conferisse
forças, para olvidar o homem velho que gritava dentro de mim.
Instantânea compreensão brotou-me na consciência.
Neste momento começamos a ouvir gritos de
apelos a Deus que os ajudassem, que eles
erraram mais queriam reajustar-se.
Porem os provocadores diziam que éramos benfeitores engravatados,
frios e não faríamos nada. Abeirava-me novamente pelo desequilíbrio
mental quando Zenóbia pediu calma e avisou que ninguém esta no
abismo sem razão.
Varios sofredores correram para se juntar a nos e os malfeitores batiam e
impediam que atravessassem e os golpes e pancadas multiplicavam-se
CAPITULO 8 – TREVA E SOFRIMENTO
Após um tempo Zenobia ordenou que o material de salvamente
fosse retirado. Pegou um aparelho que ampliava a sua voz e
poderia atingir até os que estivessem dormindo e disse :
Regozijei-vos e confiai na proteção de Nosso Senhor Jesus. Dilaceramnos vossas dores a que vos entregastes, apartados da Lei Divina. Se não
atravessamos o fosso negro, na tentativa de salvar-vos é por que não
detemos imunidades angélicas de amparo. Aguardai confiante, pois
amanhã mesmo passara o fogo consumidor e demonstrar-se-á o
Supremo Poder.
A Casa Transitória persevera convocando almas perdidas na bendita
oportunidade do recomeço. Muitos de vocês desprezaram-nos os serviços
Não lutamos corpo a corpo, a delegação que o Mestre nos confiou traça-nos
deveres de amor. Fomos designados para ministrar o bem, e lamentamos que
irmãos desventurados nos ofereçam resistência, mergulhados no pântano da
revolta pessoal.
CAPITULO 8 – TREVA E SOFRIMENTO
Zenobia - ...será inútil procurar-lhe o socorro sem
modificação substancial para o bem. Sofredor algum será
recolhido só porque implore ajuda com os lábios.
Nossa casa de paz cristã é igualmente templo
de trabalho e a hipocrisia não lhe pode alterar o
ministério santificador.
Nossas defesas magnéticas funcionarão rigorosas e
apenas corações sinceramente interessados na
renovação em Cristo serão portadores de senha
indispensável ao ingresso
CAPITULO 8 – TREVA E SOFRIMENTO
Suportai os verdugos cruéis por mais algumas
horas e valei-vos da oração para que não vos
faltem energias interiores.
Por fim erguei comovente suplica pelo
abismo.
Semblantes angustiados seguiam-nos atentos,
na outra margem, enquanto os impenitentes
adversários da luz guardavam silencio.
Regressei tristemente, o padecimento da
ignorância de fato não tinham limite.
Em paz me deitarei e dormirei, porque só tu, Senhor, me fazes
habitar em segurança
Salmos 4:8
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