UNIDADE 7 . A política monetária : . A procura de dinheiro . A oferta monetária . O equilíbrio no mercado monetário e a política monetária . O papel dos bancos centrais Carlos Arriaga Economia política 1 CONCEITOS DA UNIDADE 8: . Qual a função da moeda? . O que são agregados monetários? . Que relação entre moeda e taxa de juro? . Que relação entre a procura de moeda e a inflação? . Qual a função dos bancos centrais? Carlos Arriaga Economia política 2 Noticia em 2007 Para este ano, o Governo calcula que os preços subam 2,3% (inflação média). Para 2008, estima um aumento de 2,1% nos preços, precisamente o aumento salarial proposto para os funcionários públicos. Assim, na prática, mais de 600 mil famílias arriscam-se a perder poder de compra, já que a probabilidade de a inflação terminar em 2008 acima dos 2,1% é demasiado alta. Para o sector privado, os aumentos salariais (contratação colectiva) anda na casa dos 3,4%. Um valor que poderá repor algum poder de compra. Mas não é só a carestia de vida que os cidadãos terão de "acomodar" na carteira. Com a inflação a subir em toda a Zona Euro (ver texto em baixo), o BCE já veio avisar que "está preparado" para voltar a agravar as taxas de juro, actualmente na casa dos 4%. Ou seja, os empréstimos pagos ao banco pela casa, pelo carro e até pelo cartão de crédito vão ainda ficar mais caros nos próximos meses. Carlos Arriaga Economia política 3 Noticia em 2009 Hoje, em finais de Outubro de 2009, com a variação média anual de preços negativa, nos -0,3%, qualquer projecção para a inflação no final do ano aponta para um valor inferior a este. É bem possível que fique próximo dos -1,0%. É já uma brincadeira que repito todos os anos, a de prever um número para a inflação. Para 2008 a previsão foi de 2,6%+, ou seja, provavelmente um pouco acima dos 2,6%. Em princípio, o ano fechará com a taxa de inflação nos 2,8% ou 2,9%. Recordo que o Governo perspecivou há cerca de um ano, uma inflação de 2,5%. Ora este ano acho que o que se passou no último mês será uma referênca mais plausível do que o que aconteceu nos restantes meses do ano, assim, se considerar que a variação homóloga de 2,3% é um bom número para extrapolar para 2009, colo-me à previsão feita pela Comissão Europeia que prevê a taxa de inflação para 2009, em Portugal, precisamente nos 2,3%. Carlos Arriaga Economia política 4 Oferta e procura agregadas Interacção entre a oferta e procura agregadas Carlos Arriaga Economia política 5 Percurso na Teoria Macroeconómica Mercado de Mercado bens e serviços Monetário Procura C+Y+G+X-M Oferta Rendimento O equilíbrio Carlos Arriaga Procura de moeda Oferta de moeda A Procura Agregada O equilíbrio Economia política 6 INTRODUÇÃO À TEORIA MONETÁRIA MOEDA É TODO OBJECTO QUE SERVE PARA FACILITAR AS TROCAS DE BENS E SERVIÇOS NUMA ECONOMIA. Carlos Arriaga Economia política 7 INTRODUÇÃO À TEORIA MONETÁRIA TIPOS DE MOEDA: Conchas e outros objectos… MOEDA METÁLICA; PAPEL MOEDA; MOEDA ESCRITURAL. Carlos Arriaga Economia política 8 INTRODUÇÃO À TEORIA MONETÁRIA Moeda Metálica Moeda cunhada em metal precioso que trazia impresso o seu peso. Actualmente, são cunhadas em metal não precioso, trazendo impresso o seu valor . Papel-moeda Surgiu com a emissão de recibos pelos cunhadores, e assegurava ao seu portador uma certa quantidade de ouro expressa no documento. Actualmente, é a moeda emitida pelos bancos centrais de cada país. Carlos Arriaga Economia política 9 INTRODUÇÃO À TEORIA MONETÁRIA Moeda escritural Criada pelo sistema bancário, ao emprestar ou aplicar uma quantidade de moeda superior à que era originalmente introduzida no sistema bancário como depósito em um dos bancos componentes do sistema. Moeda fiduciária Emitida pelos bancos centrais de cada país, tendo curso obrigatório por lei. Carlos Arriaga Economia política 10 INTRODUÇÃO À TEORIA MONETÁRIA Padrão-ouro Sistema monetário em que o papel-moeda emitido pelas autoridades monetárias tem uma relação com a quantidade de ouro que o país possui. Actualmente, não é mais seguido. Carlos Arriaga Economia política 11 FUNÇÕES DA MOEDA A FIM DE CUMPRIR DE FORMA CONVENIENTE O SEU PAPEL NO SISTEMA ECONóMICO, A MOEDA DEVE DESEMPENHAR ALGUMAS FUNÇÕES, DECORRENTES DE SUA PRÓPRIA NECESSIDADE NUMA ECONOMIA. Carlos Arriaga Economia política 12 FUNÇÕES DA MOEDA FUNÇÕES DA MOEDA: MEIO DE TROCA – RESERVA DE VALOR – UM INDIVÍDUO QUE POSSUI UMA CERTA SOMA EM DINHEIRO E NÃO QUER TROCÁ-LA IMEDIATAMENTE POR MERCADORIAS PRECISA ESTAR SEGURO DE QUE ESSE DINHEIRO, AO SER GASTO NO FUTURO, TERÁ O MESMO VALOR EM TERMOS DA POSSIBILIDADE DE AQUISIÇÃO DE BENS E DE SERVIÇOS. Carlos Arriaga Economia política 13 FUNÇÕES DA MOEDA UNIDADE DE CONTA – REFERE-SE À NECESSIDADE DAS PESSOAS E DAS EMPRESAS DE REGISTRAREM SUAS OPERAÇÕES E TRANSAÇÕES ECONÔMICAS EM UMA MEDIDA QUE SEJA COMUM A TODOS OS BENS E SERVIÇOS. Carlos Arriaga Economia política 14 FUNÇÕES DA MOEDA PADRÃO PARA PAGAMENTOS DIFERIDOS- OU SEJA, QUE SE REALIZARÃO NO FUTURO. ESSA FUNÇÃO ESTÁ ASSOCIADA, INICIALMENTE, À SEGUNDA FUNÇÃO(RESERVA DE VALOR), POIS UMA PESSOA SÓ ACEITARÁ RECEBER UM PAGAMENTO NO FUTURO SE A MOEDA NÃO PERDER O VALOR.ESTÁ ASSOCIADA, TAMBÉM, À TERCEIRA FUNÇÃO(UNIDADE DE CONTA),POIS UM PAGAMENTO A SER REALIZADO NO FUTURO É ACERTADO ANTERIORMENTE E A QUANTIA, UMA VEZ ESTABELECIDA, É EXPRESSA EM TERMOS MONETÁRIOS Carlos Arriaga Economia política 15 Procura de Moeda QUAIS AS RAZÕES QUE LEVAM AS PESSOAS A PROCURAREM E RETEREM MOEDA? A RAZÃO ÓBVIA ESTÁ NO FACTO DE QUE A MOEDA, COMO MEIO DE TROCA, É A MANEIRA MAIS EFICAZ DE UM INDIVÍDUO ADQUIRIR OS BENS E SERVIÇOS DE QUE NECESSITA. Carlos Arriaga Economia política 16 PROCURA DE MOEDA PROCURA DE MOEDA PARA TRANSAÇÕES; PROCURA DE MOEDA PARA PRECAUÇÃO; PROCURA DE MOEDA PARA ESPECULAÇÃO. Carlos Arriaga Economia política 17 PROCURA DE MOEDA A PROCURA DE MOEDA PARA TRANSAÇÕES Como os recebimentos e pagamentos não são sincronizados, as pessoas precisam reter moeda para pagar suas despesas. PROCURA DE MOEDA PARA PRECAUÇÃO Refere-se àquela parte do rendimento pessoas retida para imprevistos. Carlos Arriaga Economia política das 18 PROCURA DE MOEDA A PROCURA DE MOEDA PARA ESPECULAÇÃO Ocorre quando aquela parcela dos rendimento das pessoas que poderia ser aplicada em títulos fica retida, pelo facto de a taxa de juros estar baixa e as pessoas aguardarem sua elevação para comprar títulos. Carlos Arriaga Economia política 19 OFERTA DE MOEDA A EMISSÃO OU OFERTA DE MOEDA É ATRIBUIÇÃO EXCLUSIVA DO GOVERNO, ATRAVÉS DAS AUTORIDADES MONETÁRIAS. NÃO DEPENDE, PORTANTO, DA TAXA DE JURO, MAS DA POLÍTICA ECONÓMICA DO GOVERNO, QUE DETERMINA A QUANTIDADE DE MOEDA EMITIDA POR PERÍODO DE TEMPO. Carlos Arriaga Economia política 20 OFERTA DE MOEDA APESAR DE A EMISSÃO DE MOEDA NÃO DEPENDER DA TAXA DE JUROS, EXISTEM CRITÉRIOS BEM DEFINIDOS QUE REGULAMENTAM A OFERTA MONETÁRIA. BASICAMENTE, A EMISSÃO DE MOEDA É CONDICIONADA PELO CRESCIMENTO DO PRODUTO DA ECONOMIA.SE, NUM DADO PERÍODO, A EMISSÃO DE MOEDA FOR SUPERIOR AO CRESCIMENTO DO PRODUTO, OU SEJA, SE HOUVER EXCESSO DE LIQUIDEZ, PODEMOS TER INFLAÇÃO. Carlos Arriaga Economia política 21 OFERTA DE MOEDA OBS.: EXCESSO DE LIQUIDEZ – NUM SISTEMA ECONÓMICO, É A RELAÇÃO ENTRE A QUANTIDADE DE MOEDA EM CIRCULAÇÃO E A QUANTIDADE DE BENS E DE SERVIÇOS PRODUZIDOS, NUM DETERMINADO PERÍODO DE TEMPO Carlos Arriaga Economia política 22 O CRÉDITO E O SISTEMA FINANCEIRO O CRÉDITO E SUAS MODALIDADES PARA QUE SE TENHA UMA IDÉIA CORRECTA DO FUNCIONAMENTO DO SISTEMA FINANCEIRO, É NECESSÁRIO FALARMOS ALGUMA COISA SOBRE CRÉDITO. CREDITO - É A TROCA DE UM BEM, OU A CONCESSÃO DE UMA QUANTIA DE MOEDA, PELA PROMESSA DE PAGAMENTO FUTURO. Carlos Arriaga Economia política 23 O CRÉDITO E O SISTEMA FINANCEIRO A OPERAÇÃO DE CRÉDITO ENVOLVE DOIS ELEMENTOS CREDOR E DEVEDOR- SÃO AS PESSOAS ENVOLVIDAS NA OPERAÇÃO DE CRÉDITO. A PRIMEIRA É A QUE EMPRESTA A QUANTIA EM MOEDA, SOB A PROMESSA DE RECEBÊ-LA NO FUTURO. O DEVEDOR É A PESSOA QUE DEVE PAGAR O EMPRÉSTIMO. O CRÉDITO TEM DIVERSAS MODALIDADES, QUE DEPENDEM DO OBJETIVO DO CRÉDITO, DO USO QUE SERÁ FEITO DELE E DO PRAZO DE PAGAMENTO. Carlos Arriaga Economia política 24 O CRÉDITO E O SISTEMA FINANCEIRO DE ACORDO COM O SEU USO, O CRÉDITO PODE SER CLASSIFICADO EM : CRÉDITO À PRODUÇÃO: É CONCEDIDO ÀS EMPRESAS PARA QUE ELAS FAÇAM FRENTE ÀS DESPESAS DECORRENTES DA PRODUÇÃO, COMO AS DESPESAS DE INVESTIMENTOS OU GIRO. CRÉDITO AO CONSUMO: É CONCEDIDO ÀS PESSOAS PARA QUE ELAS POSSAM ADQUIRIR BENS DE CONSUMO. CRÉDITO PARA O ESTADO: É O CRÉDITO QUE O GOVERNO UTILIZA PARA DESPESAS DE INVESTIMENTOS OU CONSUMO. Carlos Arriaga Economia política 25 O CRÉDITO E O SISTEMA FINANCEIRO CLASSIFICANDO O CRÉDITO DE ACORDO COM O PRAZO DE PAGAMENTO, TEMOS TRÊS MODALIDADES: CRÉDITO A CURTO PRAZO: É O CRÉDITO CUJO PERÍODO PARA PAGAMENTO É INFERIOR A CINCO MESES. CRÉDITO A MÉDIO PRAZO: É O CRÉDITO CUJO PERÍODO DE PAGAMENTO É SUPERIOR A CINCO MESES E INFERIOR A CINCO ANOS. CRÉDITO A LONGO PRAZO: É O CRÉDITO CUJO PERÍODO PARA PAGAMENTO É SUPERIOR A CINCO ANOS. Carlos Arriaga Economia política 26 Instrumentos da Macroeconomia Política monetária A política monetária, conduzida pelo banco central, é efectuada através da gestão da moeda, do crédito e do sistema bancário. A oferta de moeda influencia várias variáveis financeiras e económicas, como taxas de juro, preço das acções, preço da habitação e taxas de câmbio. A restrição da oferta de moeda leva a taxas de juro mais elevadas e à redução do investimento e do consumo que, por seu turno, causam uma redução do PIB e uma menor inflação. A expansão da oferta de moeda conduz a taxas de juro mais baixas o que permite estimular o crescimento do produto. Carlos Arriaga Economia política 27 Quais são os objectivos finais da política monetária ? A resposta a essa pergunta depende do que a política monetária é capaz de fazer. Muitos economistas defendem a tese de que a única coisa que a política monetária pode fazer no longo-prazo é estabilizar o nível de preços . Nesse contexto, o objectivo final da política monetária é o controle da taxa de inflação. 05-11-2015 José Luís Oreiro (UFPR/CNPQ) 28 Outros objectivos monetária da política Na prática, contudo, os bancos centrais - como o Federal Reserve - perseguem outros objetivos como : - manutenção de um elevado nível de emprego. - alto crescimento económico. - estabilidade da taxa nominal de câmbio. - prevenção de falências bancárias e manutenção da saúde do sistema financeiro. 05-11-2015 José Luís Oreiro (UFPR/CNPQ) 29 Limitações da política monetária O Banco Central não tem controle directo sobre o objectivo final da política (por exemplo, o Banco Central não controla a taxa de crescimento e nem a taxa de inflação). Nesse contexto, a definição de metas intermediárias tem como função o controle indirecto dos objetivos da política monetária. A idéia é escolher como meta intermediária um conjunto de variáveis ( taxa de juros ou agregados monetários ) que tenham um efeito directo, previsível e quantificável sobre os objetivos finais da política monetária. 05-11-2015 José Luís Oreiro (UFPR/CNPQ) 30 Limitações da política monetária Deve-se ressaltar um fato importante : o Banco Central não pode definir simultaneamente uma meta de taxa de juros e uma meta de agregados monetários ou de reservas agregadas. A escolha de uma dessas variáveis como meta da política monetária implica na determinação da outra pelo “mercado”. 05-11-2015 José Luís Oreiro (UFPR/CNPQ) 31 Limitações da política monetária Se o banco central resolver fixar a taxa de juros básica - ou seja, a taxa de juros do mercado de reservas bancárias - em i*, então para garantir o “esvaziamento”desse mercado ele deve oferecer toda a quantidade de reservas procurada pelos bancos a essa taxa de juros. Por outro lado, se o banco central resolver fixar o volume de reservas bancárias em Rs, então ele deve deixar a taxa de juros variar livremente para ajustar a demanda por reservas bancárias à oferta disponível. 05-11-2015 José Luís Oreiro (UFPR/CNPQ) 32 Conclusão A função da moeda motiva a procura de moeda A política monetária pretende actuar sobre os riscos de inflação O banco central controla a oferta de moeda actuando ou sobre a taxa de juro, ou sobre as reservas monetárias ou sobre os agregados monetários. Actua sobre um deles e deixa o mercado responder aos restantes Carlos Arriaga Economia política 33