Existencialismo
Profª Karina Oliveira Bezerra
• O termo existencialismo designa o conjunto de tendências filosóficas
que, embora divergentes em vários aspectos, têm na existência
humana o ponto de partida e o objeto fundamental de reflexões.
• Visa a análise minuciosa da experiência humana em todos os seus
aspectos teóricos e práticos, individuais e sociais, instintivos e
intencionais, mas acima de tudo dos aspectos irracionais da vida
humana.
Século XX: era das incertezas
• O século XIX foi um período marcado por grandes convicções. De
modo geral,
muitos filósofos estavam confiantes no poder da razão
os cientistas entusiasmados com o progresso tecnológico
os capitalistas radiantes com as vantagens da expansão industrial
os românticos vibrando com a valorização da pátria e dos sentimentos
nacionais
 os socialistas pregando ardorosamente a construção do socialismo
Poucas dessas convicções subsistiram intactas no século XX, que foi
por isso chamado “Era das incertezas”.
Origem
• Encontramos as origens do Existencialismo em Kierkegaard (1813 -1855).
• Embora suas ideias filosóficas só tenham sido reconhecidas após a tradução de
suas obras nos anos de 1909/1922, o sucesso de suas ideias após a chamada
"Renascença Kierkegaardiana" foi tanto que quase todos os autores da época a
ele fizeram referência.
• Além da tradução, a situação histórica tornou-se uma aliada de Kierkegaard. A
primeira Guerra Mundial mostrou a vacuidade de todos os sistemas filosóficos
para dar conta de uma compreensão sobre a complexidade da problemática
humana.
• Favorecem a difusão do existencialismo o fracasso dos grandes ideais
humanitários, calcados no progresso, derrubando a previsão do positivismo.
Consequências da guerra
• Após a Primeira Guerra Mundial, as intervenções cirúrgicas foram amplamente
utilizadas com o objetivo de restaurar ou minimizar os corpos desgraçados.
Outrossim, “a presença dos mutilados na vida cotidiana se tornaria a lembrança
mais assustadora do poder de destruição da guerra industrial. Em certos casos,
as deformidades eram tão terríveis que, em nome do bem-estar dos demais,
determinou-se o isolamento dos mutilados.” (MAGNOLI; BARBOSA, 2011, p. 30)
Pós guerras
• Depois da segunda guerra mundial (1939-1945) a tecnologia deu um salto
vertiginoso.
Telescópios hiperpotentes exploraram os confins do universo.
A engenharia genética registrou avanços antes restritos aos livros de ficção
No entanto, a tecnologia trouxe também a corrida armamentista, o medo da
destruição atômica e a degradação ambiental.
Poucas mudanças nas desigualdades sociais.
 No entanto, um movimento contracultural surge e foca sua luta nos direitos das
mulheres, e do meio ambiente, e obtém avanços muito significativos.
Mas o que é o existir?
• Se refletirmos sobre o tema, veremos que existir implica a relação do homem
consigo mesmo, com outros seres humanos, com os objetos culturais e com a
natureza.
• Concepções características do existencialismo:
Ser humano: é entendido como uma realidade imperfeita, aberta e inacabada,
que foi “lançada” ao mundo e vive sob riscos e ameaças.
Liberdade humana: não é plena, mas condicionada às circunstâncias históricas
da existência. Nesse sentido, querer não se identifica com poder. Homens e
mulheres agem no mundo superando ou não os obstáculos que se lhes
apresentam.
Vida humana: não é um caminho seguro em direção ao progresso, ao êxito e ao
crescimento. Ao contrário, é marcada por situações de sofrimento, como doença,
dor, injustiças, luta pela sobrevivência, fracassos, velhice e morte.
Sartre(1905-1980)
Ente em si e ente para si
• O ser é o que é. Ele é ente em si. Representa a plenitude do ser
• Esse ente “não é ativo nem passivo, nem afirmação nem negação,
mas simplesmente repousa em si, maciço e rígido”.
• Além do ente em-si, Sartre concebe a existência do ser
especificamente humano, denominando-o ente para si.
• O ente para si é o nada: um “espaço aberto”
• Esse nada é nossa característica típica, singular, aquilo que faz do
homem um ente não-estático, não compacto, acessível às
possibilidades de mudança.
Não-ser e liberdade humana
• Se o homem fosse um ser cheio, total, pleno, com um essência definida, ele não
poderia ter nem consciência nem liberdade.
• 1ª porque a consciência é um espaço aberto a múltiplos conteúdos.
• 2ª porque a liberdade representa a possibilidade de escolha.
• Por intermédio de suas escolhas, o homem constrói a si mesmo e torna-se
responsável pelo que faz.
• Não podemos falar de uma natureza humana previamente determinada.
• O que existiria é uma condição humana, isto é, “o conjunto de limites a priori
que esboçam a sua (do homem) situação fundamental no universo.
• Ou seja para Sartre a existência precede à essência e, por isso o ser humano não
está pré-determinado a nada.
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Existencialismo: Sartre e Camus