METABOLISMO DOS CARBOIDRATOS Disciplina: Bioquímica II Docente: Ana Claudia Pelizon RELEMBRANDO.... • Os alimentos são compostos principalmente por 3 tipos de substâncias orgânicas – carboidratos, proteínas e lipídios- que, por constituírem, em massa, os componentes mais importantes da dieta, são chamados macronutrientes MACRONUTRIENTES • No processo digestivo, os macronutrientes são degradados até suas unidades constituintes: • Carboidratos .................... Glicose • Lipídios ........................... Ácidos Graxos • Proteínas ........................ Aminoácidos Carboidratos: maior fonte de energia ao organismo CONVERSÃO DA ENERGIA DOS ALIMENTOS EM ENERGIA ASSIMILÁVEL DIGESTÃO E ABSORÇÃO CARBOIDRATOS CARBOIDRATOS • Composição • São formados por C, H, O. Introdução • • Outras denominações: - Hidratos de carbono - Glicídios, glícides ou glucídios - Açúcares. Ocorrência e funções gerais: São amplamente distribuídos nas plantas e nos animais, onde desempenham funções estruturais e metabólicas. É o combustível preferencial para a contração muscular esquelética e sua depleção repercute em queda do desempenho. Para compreender: • • • • • Digestão Absorção Transporte Armazenamento Utilização TIPOS DE CARBOIDRATOS Carboidratos Monossacarídios CARBOIDRATOS Dissacaridíos Polissacarídos Glicose, frutose, Galactose Amido, GLICOGÊNIO Sacarose, lactose e maltose Classificação (quanto ao número de sacarídeos / açúcar) • Monossacarídeos • Açúcares Fundamentais (não necessitam de qualquer alteração para serem absorvidos) • Propriedades: • solúveis em água e insolúveis em solventes orgânicos (álcool, cetonas, éteres, etc) • brancos e cristalinos • maioria com saber doce • estão ligados à produção energética. Monossacarídeos • O nome genérico do monossacarídeo é dado baseado no número de carbonos mais a terminação “ose”. • • • • • 03 04 05 06 07 carbonos carbonos carbonos carbonos carbonos – – – – – trioses tetroses pentoses hexoses heptoses Podem ser classificados ainda como aldoses ou cetoses. EX: Frutose / Glicose MONOSSACARÍDEO FUNÇÃO RIBOSE (PENTOSE) DESOXIRRIBOSE (PENTOSE) ESTRUTURAL (RNA) ESTRUTURAL (DNA) GLICOSE (HEXOSE) FRUTOSE (HEXOSE) ENERGIA GALACTOSE (HEXOSE) ENERGIA ENERGIA Nomenclatura • Regras Sufixo inicial aldo ou ceto Sufixo da quantidade de carbono Sufixo final “ose” Nomenclatura 6 5 4 Sufixo inicial = aldo Sufixo quantidade de carbono = hexo Sufixo final “ose” Aldoexose 3 2 1 GLICOSE Dissacarídeos • São combinações de açúcares simples que, por hidrólise, formam duas moléculas de monossacarídeos, iguais ou diferentes. DISSACARÍDEO COMPOSIÇÃO FONTE Maltose Glicose + Glicose Cereais Sacarose Glicose + Frutose Cana-de-açúcar Lactose Glicose + Galactose Leite Oligossacarídeos • São açúcares complexos que têm de 3 a 10 unidades de monossacarídeos. • Rafinose (açúcar do feijão e outras leguminosas) = glicose + frutose + galactose Polissacarídeos • São açúcares complexos que têm mais de 10 moléculas de monossacarídeos POLISSACARÍDEO FUNÇÃO E FONTE Glicogênio Açúcar de reserva energética de animais e fungos Açúcar de reserva energética de vegetais e algas Amido Celulose Função estrutural. Compõe a parede celular das células vegetais e algas Quitina Função estrutural. Compõe a parede celular de fungos e o exoesqueleto de artrópodes Função estrutural. Cimento celular em células animais Ácido hialurônico Funções dos carboidratos Fonte de energia Reserva de Energia Matéria prima para biossíntese de outras biomoléculas Os mais importantes • Glicose: é a forma de açúcar que circula no sangue e se oxida para fornecer energia. No metabolismo humano, todos os tipos de açúcares se transformam em glicose. • Frutose: é o açúcar das frutas. • Galactose: faz parte da lactose , o açúcar do leite. Armazenamento dos carboidratos Vegetais AMIDO Animais GLICOGÊNIO Fígado (7% do peso total) Músculos Glicogênio Estrutura ramificada, permite rápida produção da glicose em períodos de necessidade metabólica Oxidação A oxidação do açúcar fornece energia para a realização dos processos vitais dos organismos. A oxidação (completa) fornece CO2 e H2O. Cada grama fornece independente da fonte. aproximadamente 4 kcal, Funções Especiais dos Carboidratos no Tecido Corporal 1-Ação poupadora de energia: a presença de carboidratos suficientes para satisfazer a demanda energética impede que as proteínas e lipídios sejam desviadas para essa proposta, permitindo que a maior proporção de proteína seja usada para função básica de construção de tecido. 2-Efeito anticetogênico: a quantidade de carboidrato presente determina como as gorduras poderiam ser quebradas para suprir uma fonte de energia imediata. 3- Coração: o glicogênio é uma importante fonte emergencial de energia contrátil. 4- Sistema Nervoso Central: O cérebro não armazena glicose e dessa maneira depende minuto a minuto de um suprimento de glicose sangüínea. Uma interrupção prolongada pode causar danos irreversíveis ao cérebro. Convulsões, inconsciência, neuroglicopenia (afeta neurônios) Necessidades de Carboidratos 50% a 60% das calorias totais devem ser derivadas dos carboidratos 1 g de carboidrato fornece 4 Kcal 1 g de glicose fornece 3,41 Kcal Necessidade mínima de carboidrato: 1mg/Kg/dia Carboidratos Hiperglicemia Glicosúria (excesso de glicose na urina) Síntese e armazenamento de gordura, proteínas e glicogênio Carboidratos Consumo glicogênio da reserva Consumo tecido adiposo Consumo de proteínas Carência • A falta de carboidratos no organismo manifesta-se por sintomas de fraqueza, tremores, mãos frias, nervosismo e tonturas, o que pode levar até ao desmaio. É o que acontece no jejum prolongado. A carência leva o organismo a utilizar-se das gorduras e reservas do tecido adiposo para fornecimento de energia, o que provoca emagrecimento. Excesso • Os carboidratos, quando em excesso no organismo, transformam-se em gordura e ficam acumulados nos adipócitos, podendo causar obesidade e aterosclerose (aumento dos triglicerídeos sanguíneos). Glicemia • • • É a taxa de glicose no sangue. Varia em função da nossa alimentação e nossa atividade. Uma pessoa em situação de equilíbrio glicêmico ou homeostase possui uma glicemia que varia, em geral, de 80 a 110 mg/dL. • Segundo recente sugestão da Associação Americana de Diabetes, a glicemia normal seria de 70 a 99 mg/dL. Hiperglicemia • Estimula a secreção da insulina pelo pâncreas. • Esse hormônio estimula as células do nosso organismo a absorver a glicose presente no sangue. • Se essas células não necessitam imediatamente do açúcar disponível, as células do fígado se responsabilizam pela transformação da glicose, estocando-a sob a forma de glicogênio. Hipoglicemia • Estimula o pâncreas a secretar outro hormônio: o glucagon. • O fígado transforma o glicogênio em glicose e libera a glicose no sangue. • A glicemia retorna, então, ao valor de referência. Diabetes • Quando o pâncreas pára de fabricar a insulina, ou o organismo não consegue utilizá-la de forma eficiente, a glicose fica circulando na corrente sanguínea, gerando a hiperglicemia e levando a uma doença conhecida como o diabetes Mecanismos de regulação • Níveis de carboidratos no sangue são controlados por hormônios secretados por células pancreáticas: • INSULINA • GLUCAGON • SOMATOSTATINA Liberação da Insulina • Após detectar excesso de glicose (HIPERGLICEMIA); • Exerce três efeitos principais: • Estimula a captação de glicose pelas células; • Estimula a glicogênese (armazenamento da glicose na forma de glicogênio); • Estimula armazenamento de aa e ácidos graxos. GLUCAGON • • • • Efeito antagônico à insulina; Formado pelas células pancreáticas; Liberado na HIPOGLICEMIA; Atua: • Estimulando a degradação de glicogênio hepático e muscular; • Estimula a mobilização de aa e ácidos graxos; • Estimula a lipólise. SOMATOSTATINA • Regulação inibitória da liberação de insulina e glucagon; • Sintetizada pelas células delta. DIGESTÃO DOS CARBOIDRATOS Digestão e absorção de carboidratos Digestão: boca • A saliva contém uma enzima que hidrolisa o amido: a amilase salivar (ptialina), secretada pelas glândulas parótidas. • A amilase salivar consegue hidrolisar apenas 3 a 5 % do total, pois age em um curto período de tempo, liberando dextrinas (forma de maltose). Digestão: estômago • A amilase salivar é rapidamente inativada em pH 4,0 ou mais baixo, de modo que a digestão do amido iniciada na boca, cessa rapidamente no meio ácido do estômago. Digestão: intestino • Duodeno: A amilase pancreática é capaz de realizar à digestão completa do amido, transformando-o em maltose e dextrina. • Intestino Delgado: Temos a ação das dissacaridases • (enzimas que hidrolisam os dissacarídeos), que estão na borda das células intestinais. Metabolismo do carboidrato • Ocorre para a produção de energia Metabolismo Glicólise Glicogênese Gliconeogênese GLICÓLISE Glyk – doce + lysis – dissolução Seqüência de reações que transforma a glicose em piruvato com a produção de uma quantidade pequena de energia. Glicose ATP 1 ADP Glicose-6-fosfato Fase preparatória 2 Frutose-6-fosfato ATP 3 ADP Frutose-1-6-bifosfato 4 Dihidroxiacetona-fosfato + Gliceraldeído-3-fosfato 2 Pi 2 NAD 2 NADH +H+ 5 6 1,3-Bifosfoglicerato (2) 7 3-Fosfoglicerato (2) 2 ADP 2 ATP 8 Fase do pagamento 2-Fosfoglicerato (2) 9 Fosfoenolpiruvato (2) 10 Piruvato (2) 2 ADP 2 ATP 50 O NADH, ou dinucleotídeo de adenina nicotinamida (transportador de elétrons nas vias metabólicas): É encontrado naturalmente em todas as células vivas do corpo. Como catalizador da reação celular que produz energia, o NADH é tão importante quanto o oxigênio e a glicose na produção de energia celular. Quanto mais NADH disponível, mais energia é produzida na célula. 51 Balanço Final da Glicólise 1Glicose + 2NAD+ + 2Pi 2Piruvatos + 2NADH +2H+ +2ATP + 2H2O Vários microorganismos têm essa via como a única fonte de energia. 2 NADH, 2 ATP Glicogênese Processo de síntese de glicogênio no fígado e músculos, no qual moléculas de glicose são adicionadas à cadeia do glicogênio. Este processo é ativado pela insulina em resposta aos altos níveis de glicose sangüínea. A glicose sanguínea pode ser obtida de 3 fontes principais: Dieta (nem sempre representa uma fonte segura) Gliconeogênese (lenta) Degradação do glicogênio = GLICOGENÓLISE Glicogênese • O glicogênio é uma fonte imediata de glicose para os músculos quando há diminuição de glicose sanguínea (hipoglicemia). • O glicogênio fica disponível no fígado e músculos, sendo consumido totalmente cerca de 24h após a última refeição. Síntese de glicogênio Ocorre em todos os tecidos dos animais, mas é proeminente no fígado e músculo. O fígado armazena o excesso de carboidratos na forma de glicogênio para enviar, pelo sangue aos outros tecidos a glicose quando necessário. O músculo armazena glicose apenas para o seu uso, para consumo próprio, e só utiliza durante o exercício quando há necessidade de energia rápida. No repouso, a preferência é pelos lipídios justamente para manter a reserva de glicogênio. Degradação do glicogênio glicogenólise • O glicogênio pode ser degradado enzimaticamente para obtenção de glicose para entrar nas rotas oxidativas visando a obtenção de energia. • A glicogenólise possui controle endócrino • Na degradação do glicogênio se dá a retirada repetida de unidades de glicose a partir das extremidades não redutoras pela enzima Glicogênio Fosforilase Para que serve a glicogênese??? GLICONEOGÊNESE É a via pela qual é produzida glicose a partir de compostos não-carboidratos), sendo a maior parte deste processo realizado no fígado (principalmente sob condições de jejum) e uma menor parte no córtex dos rins. Em humanos, os principais precursores são: lactato, glicerol e aminoácidos FÍGADO 90% RINS 10% 59 GLICONEOGÊNESE Permite a manutenção dos níveis de glicose no sangue, mesmo após toda a glicose da dieta ter sido absorvida e totalmente oxidada. GLICONEOGÊNESE Via metabólica importante Alguns tecidos: cérebro, hemácias, medula renal,cristalino e córnea ocular, testículos e músculo em exercício Suprimento contínuo de glicose GLICONEOGÊNESE Transforma piruvato em glicose Precursores não-glicídicos • Lactato; • Glicerol; • Aminoácidos. A gliconeogênese e a glicólise são reciprocamente reguladas a) Insulina: “sinaliza o estado alimentado”. - inibe gliconeogênese; - estimula síntese de glicogênio, síntese de ácidos graxos, a glicólise e a construção de proteínas musculares. b) Glucagon: “resposta ao baixo nível de glicose”. - inibe síntese de glicogênio, síntese de ácidos graxos, a glicólise. - estimula a quebra do glicogênio (glicogenólise), a gliconeogênese e mobilização dos triacilgliceróis. •Após a contração e relaxamento muscular, como o músculo repõe seu glicogênio? - Conversão de glicose sanguínea para glicogênio muscular (GLICOGÊNESE MUSCULAR). CICLO DE CORI • Ocorre no músculo esquelético e nas hemácias e consiste na oxidação de glicose em lactato, com posterior transporte desse produto para o fígado CONVERSÃO DE GLICOGÊNIO EM LACTATO DURANTE A CONTRAÇÃO MUSCULAR Ciclo de Cori