“Millenium nas Redações”
Apresenta:
‘Reflexões sobre o cenário
econômico’
Zeina Latif
economista-chefe da XP Investimentos
Realização
Apoio
Por que o Brasil não cresce?
Reorientação da agenda econômica após a crise mundial de 2008: nova matriz
macroeconômica, maior intervencionismo estatal e ausência de reformas estruturais.
Crescimento do PIB (%): decepção
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Mundo
2015
2014
2013
2012
2011
2010
2009
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
-1
Brasil
Fonte: BCB, IMF
2
Estímulos excessivos à demanda
Expansão, principalmente fiscal, foi exagerada e contraproducente.
Tentativas de estimular a oferta foram, grosso modo, atrasadas ou equivocadas.
PIB – Consumo vs. Produção (as): como irá fechar o hiato?
Com ou sem ajuste?
200
180
160
Consumo das Famílias
Aumento da
penetração de
importações
Indústria
140
120
Risco de
convergência
“perversa”
100
80
Fonte: IBGE
3
Manifestação dos excessos de demanda
Baixo crescimento com piora dos fundamentos econômicos: maior vulnerabilidade a
choques e contágios do exterior.
Déficit em Transações Correntes
ampliou-se (% PIB)
IPCA var. anual (%): perigosamente alta
8.5
3.0
8.0
2.0
7.5
1.0
7.0
0.0
6.5
6.0
-1.0
meta
5.5
-2.0
5.0
4.5
-3.0
4.0
-4.0
3.5
2003.01
2003.07
2004.01
2004.07
2005.01
2005.07
2006.01
2006.07
2007.01
2007.07
2008.01
2008.07
2009.01
2009.07
2010.01
2010.07
2011.01
2011.07
2012.01
2012.07
2013.01
2013.07
2014.01
2014.07
-5.0
3.0
2.5
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
Fonte: IBGE; BCB
4
Implicações sobre os preços de ativos no Brasil
Preço de commodities é variável-chave, mas não a única variável.
Bolsa em dólar e Preço de commodities
600
800
550
700
500
600
450
500
400
400
350
300
300
200
250
100
200
0
CRB
Dec-14
Jun-14
Dec-13
Jun-13
Dec-12
Jun-12
Dec-11
Jun-11
Dec-10
Jun-10
Dec-09
Jun-09
Dec-08
Jun-08
Dec-07
Jun-07
Dec-06
Jun-06
Dec-05
Jun-05
Dec-04
Jun-04
Dec-03
Jun-03
Dec-02
Jun-02
Dec-01
Brasil
Fonte: Bloomberg; cálculo XP Investimentos
5
Implicações sobre os preços de ativos no Brasil
Brasil mais vulnerável ao quadro externo
Bolsa em dólar (j100=jan02)
1600
1400
1200
1000
800
Brasil
Latam
600
400
Fatores
domésticos
influenciam a
intensidade do
ciclo e a
tendência: baixo
crescimento
200
0
Latam: Chile, Colômbia, Peru, México
Fonte: Bloomberg; cálculo XP Investimentos
6
Produzir no Brasil ficou caro, e indústria sofre
Indústria é mais sensível ao custo-Brasil, e passou a sofrer com pressões de custos.
Sua recuperação é essencial para a retomada do crescimento.
Produção Industrial (jan02=100): ficamos para trás
250
4,1% Jan15 – 12meses
230
210
Brasil
190
Emergentes
170
Mundo
Salários crescendo
acima dos ganhos
de produtividade
3,2%
150
130
110
-3,4%
90
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
Fonte: IBGE, CPB
7
Apreciação do dólar
A taxa de câmbio segue o dólar no mercado mundial e fatores domésticos aumentam
o ajuste.
140
4.00
Moedas – dados diários
3.50
130
3.00
120
2.50
110
2.00
100
1.50
90
1.00
cesta de moedas/USD
80
3-Jan-03
Desafio é
garantir que
depreciação
nominal se
traduza em
depreciação real,
e não mera
aceleração
inflacionária
BRL/USD
0.50
3-Jan-05
3-Jan-07
3-Jan-09
3-Jan-11
3-Jan-13
3-Jan-15
Fonte: BCB, Federal Reserve
8
Corrigindo os desequilíbrios macroeconômicos
A correção de desequilíbrios macroeconômicos é primeira condição para a volta do
crescimento em direção ao potencial
Câmbio versus Importação
(media 12 meses)
160
2
140
1.8
120
1.6
100
1.4
80
1.2
salário da indústria em dólar
60
40
1
0.8
coeficiente de penetração de
importações (t+3)
20
Inflação de
salários e de
serviços precisa
cair
0.6
0
0.4
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
Fonte: IBGE, Funcex; cálculo XP Investimentos
9
Por que fazer ajuste fiscal?
Política fiscal tornou-se contraproducente: produz inflação, causa distorções na
economia, afeta confiança dos agentes e deixa o País vulnerável a rebaixamento
de nota de crédito.
Resultado primário do setor público consolidado
(% PIB)
5.0
4.0
Meta de
superávit
primário de 1,2%
do PIB em 2015 e
2% em 2016 são
ambiciosas
3.0
2.0
1.0
0.0
Oficial
Recorrente
-1.0
-1,3%
Dec-14
Jul-14
Feb-14
Sep-13
Apr-13
Nov-12
Jun-12
Jan-12
Aug-11
Mar-11
Oct-10
Dec-09
May-10
Jul-09
Feb-09
Sep-08
Apr-08
Nov-07
Jun-07
Jan-07
Aug-06
Mar-06
Oct-05
May-05
Dec-04
Jul-04
Feb-04
Sep-03
Apr-03
Nov-02
-2.0
Fonte: STN
10
O desafio de Levy
Primeiros anúncios foram importantes: realismo tarifário, eliminação de excessos,
correção de distorções, redução de renúncias fiscais.
Mas, aumento da carga tributária não é melhor resposta e controle de “boca de
caixa” não é estratégia sustentável.
Sociedade precisa discutir ação estatal e dinâmica de despesas públicas.
30
Resultado do Tesouro Nacional (% PIB)
Muitas despesas
a serem
reconhecidas.
Restos a pagar
acima de 4% do
PIB
25
20
15
10
despesa
receita
5
98
99
00
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
Fonte: STN
11
Estímulo via crédito de bancos públicos
Políticas pouco efetivas para elevar investimentos, mas com impacto inflacionário.
Saldos das operações de crédito por controle do capital (% PIB)
35
30
25
20
Privado Total
Público
15
10
Jan-12
Jul-12
Jan-13
Jul-13
Jan-14
Jul-14
Jan-15
Fonte: BC
12
O pior não passou
Juros versus Atividade: efeito da política monetária a
materializar
12.0%
4%
10.0%
3%
8.0%
2%
6.0%
4.0%
1%
2.0%
0%
Mudança da
função de reação
do Banco Central
0.0%
-1%
-2.0%
-2%
-4.0%
-6.0%
-3%
05
06
07
08
09
10
11
12
IBC-BR variação anual, média 3 meses (t+6)
13
14
15
ciclo Selic real
Fonte: Banco Central; cálculo XP Investimentos
13
Consumo das famílias recuando
Endividamento excessivo, em 45% da renda anual, levando à “desalavancagem” dos
indivíduos.
Vendas do Varejo e Confiança do Consumidor
25%
130
125
20%
120
15%
115
10%
110
5%
Confiança do
consumidor
rompeu a
barreira de
neutralidade
105
100
0%
95
-5%
90
-10%
85
-15%
80
06
07
08
09
Vendas varejo, t+5 (var. anual)
Vendas varejo (M6M)
10
11
12
13
14
15
Confiança do Consumidor (M3M as)
Fonte: IBGE, FGV
14
Perda de fôlego do setor de serviços
Receita Nominal do Setor de Serviços: a estagnação
chegou ao elo final da cadeia
150
140
Risco para
mercado de
trabalho: setor de
serviços (excluindo
comércio) é
responsável por
50% do emprego
formal
130
120
4,7% em Fev15 (12 meses)
110
100
Jan-15
Nov-14
Sep-14
Jul-14
May-14
Mar-14
Jan-14
Nov-13
Sep-13
Jul-13
May-13
Mar-13
Jan-13
Nov-12
Sep-12
Jul-12
May-12
Mar-12
Jan-12
Nov-11
Sep-11
Jul-11
May-11
Mar-11
Jan-11
90
Fonte: IBGE; cálculo XP Investimentos
15
Inadimplência ainda incomoda
Dívidas em atraso da Pessoa Física /
renda do consumidor - média 12
meses (%)
Atrasos e Inadimplência da PJ no crédito
bancário livre (%)
6
6.6
6.4
5
6.2
6
4
5.8
3
5.6
Indivíduos
buscando
“desalavancar:
cai demanda
de crédito
5.2
Feb-15
Nov-14
Aug-14
May-14
Feb-14
Nov-13
Aug-13
May-13
Feb-13
Nov-12
Aug-12
May-12
Feb-12
Nov-11
5
Aug-11
1
Quadro para PJ
é mais
preocupante
5.4
May-11
2
0
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
Fonte: Banco Central
(atrasos acima de 15 dias)
16
Empresários muito pessimistas
Indicador de Confiança dos Empresários: indústria,
comércio, serviços e construção civil (SA)
150
140
Bateu o “fundo do
poço”?
130
120
110
otimismo
100
pessimismo
90
80
70
60
50
Jul-10 Nov-10 Mar-11 Jul-11 Nov-11 Mar-12 Jul-12 Nov-12 Mar-13 Jul-13 Nov-13 Mar-14 Jul-14 Nov-14 Mar-15
Índice de Confiança
Índice da Situação Atual
Índice de Expectativas
Neutralidade
Fonte: FGV; cálculo XP Investimentos
17
Risco de mais demissões
12000
Geração de emprego em carteira, média mensal
com ajuste sazonal
Demissões na indústria e
construção não mais
compensadas pelo setor
de serviços
10000
8000
6000
4000
2000
0
-2000
-4000
Jan/08
Jan/09
Jan/10
Jan/11
Jan/12
Jan/13
Jan/14
Jan/15
Fonte: MTE; cálculo XP Investimentos
18
Taxa de desemprego deve subir mais
Taxa de Desemprego
com ajuste sazonal
13%
Políticas públicas
podem ter causado
redução da procura por
trabalho, ajudando a
reduzir a taxa de
desemprego.
12%
11%
10%
9%
8%
Como será daqui para
frente?
7%
6%
5%
original
4%
com taxa de participação constante
Oct-14
Dec-13
May-14
Jul-13
Feb-13
Sep-12
Apr-12
Jun-11
Nov-11
Jan-11
Aug-10
Mar-10
Oct-09
May-09
Dec-08
Jul-08
Feb-08
Apr-07
Sep-07
Nov-06
Jun-06
Jan-06
Aug-05
Mar-05
Oct-04
May-04
Dec-03
3%
Fonte: IBGE; cálculo XP Investimentos
19
Risco de retrocesso dos indicadores sociais
Brasil conseguiu crescer e ao mesmo tempo melhorar a distribuição de renda.
Sinais recentes não são promissores.
Índice de Gini (0 - 1)
0.62
Razões para o avanço na
distribuição de renda na
década passada:
0.60
0.58
•
0.56
•
0.54
•
•
0.52
aumento da renda do
trabalho
recomposição do salário
mínimo
aumento do emprego
políticas de transferência
de renda
0.50
0.48
1960
1970
1979
1990
2002
2009
2011
2012
2013
Fonte: Marcelo Neri/FGV
20
Considerações finais
•
Excessos na política econômica e internvencionismo estatal gerando menor potencial
de crescimento e maior vulnerabilidade ao quadro externo
•
Ajuste fiscal e suas consequências sobre o crescimento
•
Ambiente político ruidoso, mas melhou
•
O papel da taxa de câmbio
•
Riscos de curto prazo:
1. Reação política ao aumento do desemprego
2. Lava-Jato
3. Crise hídrica
•
A ser monitorado:
1. Risco de impeachment
2. Apoio político ao ajuste fiscal
3. Agenda de reformas para aumentar potencial de crescimento do país
21
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Apresentação do PowerPoint