PPGD UFBA - Mestrado
Metodologia da Pesquisa em Direito
Profs. Rodolfo Pamplona e Nelson
Cerqueira
Mestrando: Vitor Soliano
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Nasce no dia 31 de março de 1596 em La Haye,
França.
Recebe o bacharelado e licenciatura em Direito
pela Universidade de Poitiers (mesma
Universidade de Francis Bacon) em 1616.
Em 1619, recluso em um vilarejo da Alemanha,
concebe a possibilidade de construir um
método para solução de qualquer problema
posto pelo espírito humano. Adia sua
formulação para período em que tenha mais
maturidade
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Redige boa parte de sua metafísica em 1628.
Redige Regras para a orientação do espírito em
1628. A obra só é publicada após a sua morte
em 1701.
Deixa de publicar sua Física em 1633 por temer
a perseguição da Igreja – o que acontece com
Galileu.
Publica Discurso do método em 1637. Texto não
tem grande acolhida.
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Contexto do pensador
Transição para o fim do feudalismo
 Renascença.
 Idade Moderna.
 Construção da modernidade
 Crença na razão e no homem – humanismo
 Contemporâneo de diversos pensadores e artistas da
modernidade: Francis Bacon, Pascal, Hugo Grócio,
Espinosa, Locke, Galileu, Hobbes, etc.
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Obra do pensador
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Forte influência da matemática.
Um dos pais do pensamento moderno
Construção do método científico moderno e do
dedutivismo
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Obra escrita em 1628, mas publicada após a
morte de Descartes, em 1701. Ficou incompleta
Conjunto de 21 regras destinadas a guiar o
comportamento do investigador científico.
Regras iniciais (regras I a IV) – premissas:
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O conhecimento verdadeiro só pode ser alcançado
através de um método que deve procurar o que pode
ser conhecido, afim de emitir juízos sólidos e
verdadeiros sem dar alta relevância àquilo que já foi
dito
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Regras de atuação inicial (regras V a VIII):
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Regra de treinamento do espírito (regra IX):
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Deve-se organizar o pensamento a partir das coisas
mais simples, identificando e enumerando todas as
relações existentes entre elas. O que não for intuído
de forma suficiente deve ser aprofundado.
O espírito deve, a partir das verdades encontradas,
se acostumar em vê-la (a verdade).
Regras de atuação secundária (regras X a XII):

Além de conhecer o que já foi dito por outros é
preciso que aquele que procura a verdade e o
conhecimento destrinche ao máximo o que foi
intuído e deduzido, retendo tudo o que pode ser
retido valendo-se de todos os recursos disponíveis
(imaginação, sentido, memória, etc.)
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Regras de catalogação e esquematização
(regras XIII a XVI):
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Tudo o que foi intuído, deduzido e descoberto deve
ser esquematizado e enumerado a partir de das
coisas mais simples. Deve-se utilizar de imagens que
facilitem a compreensão.
Regras de conclusão (regras XVII a XXI):
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Tratam da forma de resolução de problemas
encontrados nos passos anteriores. As dificuldades
devem ser relacionadas umas às outras. A
especificação do funcionamento das regras restou
incompleta
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Observações:
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A obra objetiva a construção de um “passo-a-passo”,
de uma metodologia que guie o investigador na
descoberta da verdade.
É perceptível o rigor que Descartes exigia para a
produção do conhecimento e o alcance da verdade.
A obra, segundo Étienne Gilson, foi posteriormente
descartada por Descartes que substituiu as regras
pelas 4 regras presentes em O discurso do método
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Escrita depois da decisão de não publicar a
obra Mundo por medo da perseguição da Igreja.
Obra publicada em 1637 como prefácio a outras
três: Dióptrica, Meteoros e Geometria.
É escrita no contexto de apresentação da
metafísica do autor.
É dividida em seis partes:
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Considerações gerais sobre as ciências;
Estabelecimento das regras de seu método;
Estabelecimento de uma moral provisória extraída
do método;
Metafísica;
Física;
Caminhos a serem tomados pela ciência.
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Primeira parte – Considerações gerais sobre as
ciências
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Descartes parte da premissa de que todos os homens são
dotados de razão na mesma medida. O que os diferencia
é a forma de usá-la
Sua proposta é explicar o método que utilizou para
alcançar o que alcançou e não ensinar a forma de
conduzir a razão de cada um ≠ Regras para a direção do
espírito.
Decepção em relação à escola e à universidade: pouco
conhecimento.
Crítica à filosofia: muito dissenso e pouca contribuição
Ceticismo. “aprendia a não crer com muita firmeza em
nada do que só me fora persuadido pelo exemplo e pelo
costume; e assim desvencilhava-me pouco a pouco de
muitos erros, que podem ofuscar nossa luz natural e nos
tornar menos capazes de ouvir a razão”
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Segunda parte – Estabelecimento das regras do
método
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As melhores obras são as produzidas por uma única
mão.
Supressão das ideias até então recebidas. Princípio
da dúvida. “Construir um terreno que é todo meu”.
Formulação do método (quatro regras) a partir da
articulação dos preceitos da lógica, da álgebra e da
geometria:
 Nunca aceitar coisa alguma como verdadeira sem que
não a conhecesse clara e distintamente;
 Dividir as dificuldades examinadas em tantas parcelas
quanto possíveis
 Partir do mais simples em direção ao mais complexos;
 Fazer enumerações e revisões completas
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Segunda parte – Estabelecimento das regras do
método (continuação)
Descartes “enxuga” as regras propostas em Regras
para a direção do espírito.
 Assume que todo o conhecimento é, de alguma
forma, concatenado.
 Aplica o método primeiramente à matemática.
 Acredita ser possível a aplicação nas demais ciências.
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Terceira parte – estabelecimento de uma moral
provisória
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A supressão de todas as ideias anteriores acarreta no
problema de como agir no dia-a-dia
Estabelece três máximas que o guiam moralmente:
 Seguir as leis e os costumes de sua terra. Manter a
religião em que foi criado. Seguir as opiniões
moderadas e proferidas por pessoas sensatas.
 Ser firma e resoluto em suas ações.
 Tentar vencer a si mesmo ao invés da fortuna. Não
tentar mudar o mundo, mas antes tentar mudar a si
mesmo
Escolha da ocupação: a filosofia e a busca do
conhecimento – justificativa para as máximas
 Se desfazer de todas as opiniões.
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Quarta parte – a metafísica
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Princípio da dúvida.
Para duvidar é preciso pensar. Aquele que pensa,
existe – penso, logo existo. Evidência clara e distinta.
Primeiro princípio da filosofia.
O ser é um pensamento que existe
independentemente do mundo material –
comprovação da existência da alma.
Critério da verdade: clareza e distinção.
Dúvida como imperfeição – busca pela perfeição.
Ideia de perfeição vem de ser perfeito –
comprovação da existência de Deus.
Tudo que é perfeito existe – segunda comprovação
da existência de Deus.
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Quinta parte – a física
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Resumo da obra Mundo.
Deduções do mundo natural a partir de seu método.
Diferença entre homens e animais.
 Homens têm alma e razão. Os animais não as têm.
 Animais não falam, logo não têm razão. Relaciona a
razão com a comunicação (logos).
 A alma dos homens é totalmente independente do
corpo – imortalidade da alma.
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Sexta parte – caminhos a serem tomados pela
ciência
O conhecimento pode contribuir para melhoria da
vida dos homens. A ciência precisa evoluir.
 Controle da natureza.
 As experiências são altamente necessárias para o
desenvolvimento da ciência
 Inutilidade das oposições. As melhores respostas são
aquelas que se alcança sozinho.
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Discurso do método