TUMORES DOS SEIOS DA FACE
Aluna: Sâmella Cavalcanti
Orientador: Pedro Cavalcanti
Anatomia
Introdução
 Incomuns
 Sintomatologia inespecífica
 Diagnóstico tardio
 Tipos histológicos: epiteliais, mesenquimais, ósseos e
odontogênicos
 Clínica e radiologia semelhante entre tumores malignos e
benignos, inicialmente
 Osteomas são os mais frequentes, seguidos dos
hemangiomas e papilomas
Características
 Pobreza de sintomas que costumam
acompanhar os estágios iniciais da doença
 Diagnóstico frequentemente tardio, o que
piora o prognóstico do paciente, sejam
tumores benignos ou malignos
 Invasão de estruturas adjacentes, sejam
benignos ou malignos
Sinais e Sintomas
 A apresentação vai depender do sítio de
origem e do estadio do tumor (tamanho e
extensão
 Tumores nasossinusais permanecem
silenciosos até que tenham infiltrado algum
par craniano, tenham levado a erosão óssea
ou obstruído um óstio de drenagem do seio
Sinais e Sintomas mais
comuns
 Massa nasal , facial ou intraoral (86%)
 Obstrução nasal unilateral (48%)
 Dor facial ou dentária (41%)
 Edema e tumoração de região maxilar (41%)
 Rinorréia (37%): mucóide (irritação ou secreção do tumor); purulenta
(sinusite secundária à obstrução da drenagem dos seios paranasais);
sanguinolenta (laivos de sangue); aquosa (presença de líquor)
 Epistaxe (31%)
 Proptose (13%)
Diagnóstico
 Avaliação clínica
 Exame ORL completo + Rinoscopia
 Exame endoscópico
 Raio X convencional de seios da face
 Tomografia Computadorizada em incidências coronal e axial
 Ressonância Magnética
 Angiografia
 Biópsia + Lavagem do seio maxilar
TUMORES EPITELIAIS
BENIGNOS
Papilomas da Cavidade Nasal
(Papiloma Scheneideriano) – 2 a 4%
 Tumoração benigna
 Invariavelmente unilateral
 Originados da Membrana Scheneideriana, formada
a partir do ectoderma invaginado da placa olfatória
 Possui três categorias: simples fungiforme, simples
cilíndrico (raros) e invertido
 Patogênese não comprovada (papilomatose viral?)
Papiloma Fungiforme (exofítico)
 Origem exclusiva do septo nasal anterior –
Papilomas septais
 Normalmente assintomáticos, podem causar
irritação e epistaxe
 Papilomas Moles – amolecido e friável
 Tto: excisão e cauterização da base para
prevenir recorrência
Papiloma Invertido (endofítico)










Crescimento do epitélio para o estroma – grandes massas polipóides
unilaterais em fossas nasais
Origem mais frequente a partir da parede nasal lateral, no nível do meato
médio (é comum envolverem secundariamente os seios maxilar e etmoidal)
Comportamento clínico agressivo (localmente) e morfologia benigna
Infrequentes possibilidades de recidiva e malignização
Sofre proliferação e metaplasia e, as vezes, destruição óssea, mantendo a
membrana basal intacta
HPV (controvérsias), EBV, fumo, alergias e inflamações
Sintomas: obstrução nasal unilateral, epistaxe e rinorréia mucopurulenta,
hiposmia, dor facial e deformidades
Histórias de cirurgias nasais prévias (polipectomias e septoplastias)
Transformação maligana: existência concomitante com carcinoma,
bilateralidade, epitélio escamoso maduro diferenciado e subtipos do HPV (16
e 18)
Dx: Endoscopia nasal + biópsia, radiologia
Papiloma Invertido (endofítico)
 TTO: ressecção cirúrgica completa (retira-se todo o
perióstio nasossinusal em contato com a lesão) ; rigoroso
acompanhamento pós-operatório (recorrência alta 10-50%
em 2 anos)
 A cirurgia: vias de acesso podem ser Caldwell-Luc (paralelo
nasal – abordagem extranasal limitada) até maxilectomias
mediais para retirada do tumor em monobloco. Vias mais
amplas raramente são necessárias
 Ressecção endonasal endoscópica sempre que possível
 A radioterapia não é efetiva e pode induzir a malignidade
TUMORES DO TECIDO ÓSSEO
BENIGNOS
Osteomas
 São os tumores mais frequentes da cavidade nasal e paranasal
 Benignos, de crescimento lento
 Acomete seios frontal (principalmente), etmoidal e, mais raramente,






maxilar e esfenóide
Etiologia e incidência desconhecidas
Mais encontrados no complexo fronto-etmoidal
Aparência compacta e brilhante
Subdivididos em: compactos (osso lamelar denso com presença de
osteócitos), esponjosos (osso compacto septado radialmente, tendo
aparência lobular)e mistos (córtex compacto e centro esponjoso)
Geralmente silencioso, com grande maioria dos pacientes
assintomáticos
Quando adquire tamanho considerável: cefaléia fronto-maxilar,
rinorréia, edema periorbital, deslocamento do globo ocular e diplopia
 Dx: Raio X simples e TC (extensão do tumor)
Osteomas
 TTO: ressecção cirúrgica quando apresenta
sintomas associados ou por aspectos
estéticos importantes
 Endoscopia para exérese através de 2
incisões em sobrancelhas (para endoscópio
30º e broca)
 Se há mucocele, realizam-se cirurgia de
drenagem e/ou obliteração do seio frontal
 Se assintomático, fazer segmento com
exames radiológicos a cada 1 ou 2 anos
TUMORES MALIGNOS
Aspectos Gerais
 São tumores raros (0,2 a 1%), predomínio no
sexo masculino
 O seio mais acometido: seio maxilar
 Etiologia: processos irritativos crônicos e de
longa duração (metaplasia do epitélio
respiratório normal)
 Sinusite que não responde ao tratamento
adequado; dor facial persistente
Aspectos Gerais
 A maioria dos tumores dos seios paranasais são diagnosticados já







em estágio avançado.
Índice de cura é baixo (<50%).
Carcinoma epidermóide representa 70 a 80% dos tumores.
O crescimento do tumor dentro da cavidade do seio é assintomático
Envolvimento linfonodal não é freqüente.
Maior parte dos óbitos ocorre por recidiva local. 20 a 40% dos
pacientes com doença não controlada apresentam metástases à
distância.
A maxila é o sítio mais comum. Seguem-se os do etmóide e da
cavidade nasal. O seio esfenóide e frontal são localizações raras.
Existem evidências de aspectos ambientais e trabalhistas que
aumentam a incidência.
Sinais e Sintomas - Orais
 Dor localizada (nível dos dentes molares e
premolares superiores) – acometimento do
nervo dentário superior
 Amolecimento dentário
 Abaulamento do hemipalato do rebordo
alveolar ou suco gengivojugal
 Trismo – invasão neoplásica da fossa
pterigóidea
Sinais e Sintomas - Nasais
 Obstrução nasal unilateral, persistente e




progressiva (sintoma mais comum), sem
melhora com o uso de vasoconstritores locais
Rinorréia aquosa, mucopurulenta ou
sanguinolenta
Protrusão da neoplasia através do meato
nasal
Abaulamento da pirâmide nasal com
deformidade facial
Anosmia ou cacosmia unilateral
Sinais e Sintomas - Oculares
 Deslocamento lateral de um ou ambos globos
oculares nos tumores etmoidais
 Diplopia – efeito de massa sobre o conteúdo
orbitário ou devido à invasão da própria órbita
 Epífora – obstrução ou infiltração do ducto
nasolacrimal
 Edema periorbitário focal ou difuso –
acometimento linfático e/ou venoso
 Oftalmoplegia e diminuição da acuidade visual –
acometimento do seio cavernoso ou nervo
óptico
Sinais e Sintomas - Faciais
 Dor (região geniana, por acometimento do
nervo infraorbitário)
 Abaulamento da região geniana e assimetria
facial – destruição da parede anterior dos
seios maxilar
 Dor facial, anestesia ou parestesia –
acometimento dos ramos do nervo trigêmio
Sinais e Sintomas - Neurológicos
 Envolvimento do VI, VIII pares cranianos e
meninges – Paralisia facial ou surdez
unilateral ou hemiplegia
 Cefaléia, abaulamento frontal – tumores
frontais
 Dor semelhante a cefaléia tensional na região
occipital – tumores esfenoidais
Diagnóstico
 História Clínica
 Exame locorregional
 Estudo radiológico
 Histopatológico
Histologia – Carcinoma
Espinocelular (80 a 85%)
 Seio maxilar mais acometido
 Quanto mais anteriores (parede anterior do seio




maxilar e fossa nasal), mais diferenciados
Quanto mais posteriores, mais anaplásicos
Alto grau de invasão local
Metástases cervicais infrequentes, são mais
frequentes quando há acometimento da cavidade
oral
Na fossa nasal, também é o mais comum, aparece
ao nível do vestíbulo, soalho e septo. Mais frequente
em homens, acima dos 50 anos de idade
Histologia – Adenocarcinoma (10 a
14%)
 Maioria acomete o seio maxilar e é formado
por carcinomas adenocísticos
 Adenocarcinomas que acometem mais o seio
etmoidal e a porção mais alta da fossa nasal
são os papilífero, alveolar e mucóide
Histologia – Outros Tumores
 Linfomas – oriundos do sistema linfohematopoiético
 Estesioneuroblastoma – se origina no teto da
fossa nasal, do epitélio olfatório nasal das células
da cripta neural
 Rabdomiossarcoma – lesão mais frequente nas 2
primeiras décadas de vida, acomete o seio
maxilar. É um tumor raro, que também pode
ocorrer na vida adulta
 Osteossarcoma do seio maxilar – dos tumores
ósseos é o mais frenquentemente encontrado
 Melanoma maligno – tumor raro (1%)
Tratamento

Cirurgia + Radioterapia

Quando há acometimento da rinofaringe – cirurgia contra-indicada
devido a proximação com a base do crânio, impedindo a realização de
margens de segurança

Quando há acometimento de todo o palato duro – contra -indica o
tratamento cirúrgico, pelo fato de não haver readaptação do paciente
para mastigação e fonação

Quimioterapia – para pacientes portadores de doença avançada,
tumores recidivantes e naqueles pacientes em que a terapia tradicional
tenha falhado. Vários esquemas de mono e poli quimioterapia já foram
utilizados. Aumenta em pouco a sobrevida dos pacientes com lesões
inoperáveis, quando realizadas associadas à radioterapia.
Tática operatória
 Evitar acessos com exposição difícil das
estruturas (“degloving”, endo-nasais)
 Preferência para acessos mais amplos
(Fergusson e suas extensões, translocações
faciais e acessos combinados crâniofaciais)
 Quanto à abordagem cervical:
 N0: observar, tratamento eletivo não indicado
(índice de metástase oculta pequeno)
 N+: Esvaziamento cervical radical (modificado,
sempre que possível)
OBRIGADA!
Download

Tumores dos Seios da face.