CASO CLÍNICO R2 Leila Roberta Crisigiovanni Anamnese • I.F, 73 anos, masculino • QP: “está com o cheirador trancado” • HMA: obstrução nasal bilateral (pior à direita) há 5 anos, com piora progressiva e importante há 2 anos • • • • Relata formação de crostas Episódios de epistaxe Relata que no mesmo período surgiu uma úlcera em face e no MIE Nega tosse, prurido, coriza • HMP • Ex-tabagista • fumou por 40 anos, parou há 17 anos • Nega história de trauma • Em investigação para doença prostática • Nega outras comorbidades ou alergias • Mora em Piraquara, zona urbana •O que fazer? Exame Físico • Oro: edêntulo, sem lesões orais • Rino: crostas em ambas as FFNN, septo medial esbranquiçado, lesão nodular em FND (transição entre septo e assoalho, regiao medial com superfície lisa e hiperemiada) • Oto: OE com cerume, OD sem alterações • Lesão ulcerada em corpo mandibular direita com aprox 1cm de diâmetro • Ulcera em hélice auricular direita de aprox 3 mm • Ulcera pré tibial esquerda, aprox 12 cm, com dermatite ocre • Figura ulceras •Conduta? Conduta • Solicitado • • • • • • Nasofibrolaringoscopia HMG Sorologias Rx Tórax TAC de seios paranasais Biópsia de lesão intranasal • Iniciado lavagem nasal com soro fisiológico nasal 0,9%, ATB tópico e sistêmico • Naso seguida de BX Fossa nasal esquerda Fossa nasal direita 1º Retorno resultados de exames • Biopsia: AP • Reação de Montenegro negativo • Hemograma • • • • Hmg : 12,18 Hmt: 38,2% Leucocito: 8.200 Eosinófilo: 10% TAC seios paranasais – espessamento mucoso em seios maxilares, redução volumétrica dos cornetos, alargamento dos óstios de drenagem secundários do seio maxilar Sorologias • HIV Elisa negativo • BAAR linfa Hanseníase – negativo em 3 amostras • Anca C – não reagente • Sífilis VDRL – não reagente • Sífilis FTA ABS IgG – negativo • Sífilis FTA ABS IgM – negativo • Paracoccidioidomicose IgG – negativo • Paracoccidioidomicose IgM – negativo • Leishmania IgG – positivo • Leshmania IgM – Positivo 1/96 Seguimento • Encaminhado ao Infectologista para tratamento sistêmico • Manter lavagem nasal com soro fisiológico 0,9% • Mantido ATB tópico • Retorno após iniciar tratamento com infectologista Leishmaniose • Prevalência mundial 12 milhões • 400.000 casos novos de doença por ano • L. braziliensis • Transmissor: flebótomo ou mosquito-palha • Doença granulomatosa mais comum do nariz Clínica • Obstrução nasal, coriza • Epistaxe • Granuloma septo nasal anterior • Nodulações e lesões de pele concomitantemente • Perfuração do septo nasal • Pele do nariz espessada • Nariz de tapir ou anta • Comprometimento de todo nariz, lábio superior, palato e faringe Classificação • L. Cutânea: lesão no local da picada com aumento progressivo, ulcerada e com formação de crostas • L. Cutaneomucosa: as acima, comprometimento mucoso por disseminação sanguínea ou linfática • 90% mucosa nasal – edemaciada, ulcerada • L. Visceral: mais grave, com febre, hepatoesplenomegalia Diagnóstico • Pesquisa direta do parasita, em raspados de lesões cutâneas ou em biópsias de lesões mucosas • Intradermorreação de Montenegro: mais em 90% dos casos. (positivo nódulo > 5mm após 48-72h inoculação) • Sorologia Diagnósticos Diferenciais - Granulomatose • INFECCIOSA • Bacteriana (actinomicose, hanseníase, rinoscleroma, sífilis e tubercolose) • Fúngica (histoplasmose, paracoccidioidomicose, rinosporidiose) • Parasitária (leishmaniose) • ETIOLOGIA DESCONHECIDA • Sarcoidose • Doença de Crohn • AUTOIMUNE • • • • Granulomatose de Wegener LES Sd. Churg-Strauss Policondrite recidivante • INDUZIDO POR TRAUMA • Granuloma de colesterol • Granuloma por uso de cocaína Tratamento • Antimonial pentavalente (n-metil glucamina) • EV na dose de 20mg/kg/dia por 20 a 40 dias • Pentamidina (alternativa) – mais eficaz em doença cutânea • 4mh\g/kg/dia, IM, 5 a 7 semanas • Anfo B pode ser usada na forma visceral • + higiene, eletrocoagulação das lesões, curetagem, cauterização química • Acompanhar o paciente por 12 meses após o término o tto para consideram tratado