PITIOSE NASAL EM EQUINO : RELATO DE CASO
FREITAS, N.P.P.(1); SOUZA, M.V.(2); POMPERMAYER, L.G.(2); PAES, A.C.T.S.(2); MAIA, L.(1); PINTO,
J.O.(2).
1- Faculdade Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ)- UNESP.Botucatu
2- Universidade Federal de Viçosa (UFV)
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INTRODUÇÃO
A pitiose é uma doença ulcerativa e proliferativa da pele e tecido subcutâneo. Pode também causar lesões nodulares nos pulmões,
intestino, ossos e principalmente nos membros inferiores, abdômen e peito. É causada pelo fungo Pythium insidiosum sendo um
distúrbio ocorrente em regiões tropicais e subtropicais. Esse fungo é encontrado em áreas alagadas, tratando-se de um
microorganismo aquático, que se caracteriza por formação de zoosporos. Por ser uma doença com formação de reação
granulomatosa, a pitiose se assemelha à habronemose e ao sarcóide (enfermidades frequentes no Brasil), dificultando o diagnóstico
preciso. O objetivo desse trabalho é relatar a ocorrência de pitiose nasal em equino.
RELATO DE CASO
Foi atendida no DVT/UFV, uma égua Mangalarga de 6 anos de O proprietário relatou que o animal apresentava prurido na
idade, com histórico de aparecimento de nódulo na região nasal região nasal, redução no apetite, porém a ingestão de água não
havia sido alterada. Inicialmente foi realizada a remoção desse
(Fig.1).
material para exame histopatológico com coloração padrão
(hematoxilina-eosina), o qual revelou ser um tecido com intensa
reação granulomatosa sendo neste caso mantida limpeza diária
do local com solução de Dakin a 0,5%.
No período de uma semana
houve neoformação desse
tecido de forma exagerada e
aumento
dos
linfonodos
submandibulares
(Fig.2),
sendo necessário realizar
Fig. 1 – Nódulo
uma nova remoção cirúrgica,
na região nasal.
com margem de segurança
Adicionalmente, foi realizada punção aspirativa do linfonodo de aproximadamente 2 cm,
correspondente ao lado da narina afetada. O animal foi mantido no seguida da cauterização do
hospital veterinário com tratamento a base de flunixina-meglumina local com ferro quente.
1,1 mg/kg IV, a cada 24 horas durante 3 dias, sulfametoxazol e
Fig. 2 – Aumento de linfonodo
trimetoprim 30 mg/kg IV, a cada 12 horas durante 5 dias, enquanto
submandibular.
a amostra de tecido estava sendo processada para a coloração de
impregnação pela prata.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O exame histopatológico revelou a presença das hifas
características para pitiose, áreas de necrose, além de infiltrado
constituído de macrófagos, neutrófilos e, principalmente,
eosinófilos. Este último também esteve presente no linfonodo
regional. Optou-se pelo tratamento com iodeto de potássio na
dose de 67 mg/kg via oral, a cada 12 horas, durante 30 dias, além
da vacina Pitium-Vac® uma vez por semana, durante um mês. A
maioria dos relatos de caso de pitiose no Brasil descreve lesões
localizadas nos membros, parte ventral do abdômen e região
peitoral. Entretanto,ocasionalmente, o quadro pode ser
encontrado em outros locais, como a cavidade oral e nasal,
regiões do corpo comumente afetadas por outras enfermidades
Fig.3 – Após dez dias de tratamento não houve recidiva da lesão.
granulomatosas. Durante dez dias de tratamento não houve
crescimento da lesão, mostrando a eficácia da terapia (Fig. 3). O animal foi encaminhado para propriedade onde o tratamento
Durante dez dias de tratamento não houve crescimento da lesão, foi concluído, não havendo relato por parte do proprietário sobre
recidiva da lesão.
mostrando a eficácia da terapia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A impregnação pela prata foi efetiva para conclusão do diagnóstico, reafirmando não apenas a importância da histopatologia, mas do
tipo de coloração utilizada nas dermatopatias de equinos acompanhadas por reação granulomatosa.
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