A escola A educação formal e informal • Educação formal - proporcionada pelo sistema educativo: – escolas básicas e secundárias; universidades e centros de formação profissional. • Educação informal - proporcionada fora do sistema educativo: – inclui a formação extracurricular adquirida na escola. Educação formal e informal • A educação formal tem ganho importância crescente com o decorrer do tempo, em particular nos últimos anos: – alargamento do número de anos da escolaridade obrigatória; – início cada vez mais precoce da escolaridade; – diversificação de cursos nos estabelecimentos de ensino e centros de formação; – crescente diversidade de pós-graduações; – promoção da formação profissional dos trabalhadores nas empresas. A escolaridade obrigatória • Até ao final da Idade Média a escola é frequentada por uma minoria. – Invenção da imprensa (Gutenberg - 1453); – Reforma protestante (século XVI): • Lutero escreveu um Sermão sobre o dever de enviar as crianças para a escola. • A leitura era essencial ao conhecimento da Bíblia. – Ideais humanistas e iluministas: • Coménio (século XVII) - conceito de pansofia (ensinar tudo a todos). – “O homem tem necessidade de ser formado para que se torne homem”. – ”Quem exclui alguém da educação, injuria toda a humanidade “. A escolaridade obrigatória • Rousseau (século XVIII) - as crianças não são adultos em miniatura. – "Amanham-se as plantas pela cultura e os homens pela educação (...) Tudo o que não temos à nascença e de que necessitamos quando somos adultos, é-nos dado pela educação." – Revolução Industrial - necessidade de mão-de-obra cada vez mais qualificada . – Século XIX, escolarização de massas no ensino primário nalguns países. • Portugal foi um dos primeiros a decretar a escolaridade primária gratuita em 1835, mas demorou cem anos a concretizá-la. – Século XX, escolarização de massas no ensino secundário. A escolaridade obrigatória • Em Portugal, é com o Estado Novo (1933) que se dá início a uma tentativa de combate ao analfabetismo. • O regime ditatorial utiliza a educação como instrumento de doutrinação política, ideológica e religiosa. – Obediência, submissão, ordem, conformismo, etc. • O alcance da educação mantém-se limitado: – Mantêm-se taxas de analfabetismo elevadas; – Insucesso escolar e abandono; – Assimetrias sociais e regionais. A escolaridade obrigatória • Reforma Veiga Simão (1970): – Institucionalização da educação pré-escolar; – Prolongamento da escolaridade obrigatória; – Reconversão do ensino secundário; – Expansão do ensino superior. • Revolução de Abril (1974) – Escola de massas. Quais as funções da escola na sociedade? Perspetiva funcionalista – Reforço e desenvolvimento da solidariedade social. – Desenvolvimento de competências e conhecimentos necessários a uma divisão do trabalho especializada. – Preparação dos jovens para o desempenho de papéis na idade adulta. – Deteção de talentos e capacidades dos jovens e encaminhamento destes para os papéis apropriados na sociedade. Perspetiva marxista – – – – – Transmissão da ideologia da classe dominante. Preparação do papel a desempenhar no local de trabalho. Legitimação da desigualdade social e dissimulação da exploração. Valorização da conformidade e obediência. Reprodução de novas gerações de trabalhadores escolarizados para aceitar o seu lugar na sociedade capitalista. Será que a massificação da escola contribui para redução das desigualdades sociais? • Pierre Bourdieu (1930-2002) – Arbitrário cultural. • A escola é apresentada como culturalmente neutra, no entanto, os seus conteúdos, métodos e avaliação são escolhidos e impostos pelos grupos sociais com maior poder cultural. – Capital cultural. • A crianças pertencentes às classes sociais mais favorecidas dispõem de melhores condições culturais para serem bem sucedidas na escola. – Reprodução cultural. • A escola mantém e legitima os privilégios sociais, pois, embora aparentemente selecione os melhores segundo o seu mérito individual, na realidade fá-lo segundo a sua origem de classe. Será que a massificação da escola contribui para redução das desigualdades sociais? • Bernstein (1924-2000): – O insucesso escolar das classes sociais mais desfavorecidas tem origem nas suas capacidades linguísticas: • Código restrito. • Código elaborado. "(...) afinal de contas, não entender nada já é um hábito. Três quartas partes do que se diz e do que me fazem escrever na escola: a gramática, ciências, a moral e mais um terço das palavras que leio, que me ditam, que eu mesmo emprego - eu não sei o que elas querem dizer. Já observei que nas minhas redações as que eu menos compreendo são as que têm mais probabilidade de serem mais bem classificadas." Romain Rolland (Le Voyage Intérieur) A escola face à diversidade cultural • O alargamento da escolarização trouxe para escola uma grande diversidade de culturas: – Etnia cigana; meios rurais; zonas suburbanas; zonas piscatórias, etc. • Por outro lado, a imigração ampliou aprofundou esta mesma diversidade: e – África; Brasil; Europa do Leste, etc. • Aos problemas de pobreza e de exclusão social juntam-se problemas de integração relacionados com as diferenças culturais e com a língua. A escola face à diversidade cultural • A escola torna-se, multicultural: assim, numa escola – No ano lectivo de 2003/2004, mais de 81 mil alunos das escolas portuguesas eram naturais de países estrangeiros ou com ascendentes oriundos de outras culturas e nacionalidades. • A diversidade cultural e o ensino monocultural associados são geradores de conflitos, indisciplina e insucesso escolar. • É necessário transformar a "escola para todos" numa "escola em que todos aprendem“. A educação ao longo da vida • Na sociedade do conhecimento as oportunidades de êxito pessoal tendem a aumentar em função de fatores como: – – – – – – Capacidade de adaptação a novos contextos; A flexibilidade e polivalência no trabalho; O espírito empreendedor e criativo; A abrangência e especialização dos conhecimentos; O domínio das TIC e de línguas estrangeiras; A disponibilidade para a formação permanente, etc.