FARMACOLOGIA APLICADA Profª Enfª Gabriela Souto LEGISLAÇÃO E PREPARO DE MEDICAMENTOS DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS: Artigo 1° A enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde do ser humano e da coletividade. Atua na promoção, proteção; recuperação da saúde das pessoas, respeitando os preceitos éticos e legais. Artigo 14° Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência legal. DAS RESPONSABILIDADES Artigo 16° Assegurar ao cliente uma assistência de enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência e imprudência. Artigo 17° Avaliar criteriosamente sua competência técnica e legal e somente aceitar encargos ou atribuições, quando capaz de desempenho seguro de si e para a clientela. Artigo 18° Manter-se atualizado, ampliando seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais , em benefício da clientela, coletividade e do desenvolvimento da profissão. DOS DEVERES Artigo 24° Prestar á clientela assistência de Enfermagem livre dos riscos recorrentes de imperícia . Artigo 26° Prestar adequadas informações ao cliente e família a respeito de assistência de enfermagem, possíveis benefícios, riscos e consequências possam ocorrer. Artigo 33° Proteger o cliente contra danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência por parte de qualquer membro da equipe da saúde. DAS PROIBIÇÕES Artigo 47° Ministrar medicamentos sem certificar-se da natureza das drogas que compõe e da existência de risco para o cliente. Artigo 50° Executar prescrições terapêuticas quando contrárias á segurança do cliente. DOS DEVERES DISCIPLINARES Artigo 71° Cumprir as normas do Conselho Federal e Regional de Enfermagem. Um profissional da equipe de enfermagem que administra uma medicação deve conhecer bem a Legislação que regulamenta o exercício de sua profissão e as normas da instituição em que trabalha o exercício de sua profissão e as normas da instituição em que trabalha, realizando assim a medicação conforme a prescrição médica. FARMACOLOGIA APLICADA 1. Conceitos Farmacologia é a ciência voltada para o estudo das drogas sob todos os aspectos, desde as suas origens até os seus efeitos no homem. Droga pode ser definida como qualquer substância capaz de promover alterações fisiológicas ou farmacológicas ou, ainda, modificação de quadros patológicos, com ou sem a intenção de beneficiar o indivíduo. Segundo a OMS, o conceito de droga restringe-se às substâncias usadas no homem para diagnóstico, prevenção e tratamento das doenças. O conceito de medicamento ou fármaco é mais limitado, pois diz respeito, unicamente, a drogas de ação preventiva ou de ação paliativa ou curativa no organismo doente. Contudo, por ser habitual no meio médico, os termos droga, fármaco e medicamento serão usados como sinônimos. A posologia é o estudo das doses de administração dos medicamentos. A dose é a quantidade de uma droga que quando administrada no organismo produz um efeito terapêutico. Classificando-se em: 1-Dose mínima: é a menor quantidade de um medicamento capaz de produzir o efeito terapêutico. 2-Dose máxima: é a maior quantidade de um medicamento capaz de reproduzir o efeito terapêutico. Se esta dose for ultrapassada ocorrerá efeitos tóxicos ao organismo doente. 3-Dose tóxica: é a quantidade de medicamento que ultrapassa a dose máxima, causando perturbações, intoxicações ao organismo, até a morte. 4- Dose Letal: é a quantidade de um medicamento que causa a morte. A farmacologia clínica, capítulo destinado a estudar a eficácia e segurança dos medicamentos, é, sem dúvida, um capítulo de grande importância para a prática clínica. Contudo, não menos importantes são os capítulos da farmacocinética e da farmacodinâmica que oferecem o suporte imprescindível ao bom entendimento da farmacologia clínica. (Rachel Duarte Moritz) 1.1 Farmacocinética “O que o organismo faz sobre o fármaco e o que o fármaco faz no organismo”. A farmacocinética estuda o caminho percorrido pelo medicamento no organismo, desde a sua administração até a sua eliminação. Pode ser definida, de forma mais exata, como o estudo quantitativo dos processos de absorção, distribuição, biotransformação e eliminação dos fármacos "in natura" ou dos seus metabólitos. Quando uma droga, em seu trajeto por meio dos diversos compartimentos orgânicos, alcança a biofase e interage com os sítios com os quais mantém afinidade, resulta uma cadeia de eventos que determina, em última análise, o seu efeito. (Rachel Duarte Moritz) - Absorção: é a primeira etapa que começa com a escolha da via de administração até o momento que a droga entra na corrente sanguínea. A absorção depende: do fluxo sanguíneo no sitio de absorção, via de administração, forma farmacêutica (ex. comprimido), área e espessura da superfície absortiva, gradiente de concentração, condições patológicas (inflamação, ulceração, queimaduras) e condições fisiológicas (puerpério). Vias de absorção: oral, TGI, cutânea, respiratória, pulmonar - Distribuição: nesta etapa a droga é distribuída no organismo através da circulação. O processamento da droga no organismo passa em primeiramente nos órgãos de maior vascularização (como SNC, pulmão, coração) e depois sofre redistribuição aos tecidos de menos irrigação (tecido adiposo por exemplo). É nessa etapa em que a droga chega ao ponto onde vai atuar. - Biotransformação: pode ocorrer em qualquer órgão ou tecido orgânico como, por exemplo, no intestino, rins, pulmões, pele, testículos, placenta, etc. No entanto, a grande maioria das substâncias, sejam elas endógenas ou exógenas são biotransformadas no fígado. A biotransformação pode ser então, compreendida como um conjunto de alterações químicas (ou estruturais) que as substâncias sofrem no organismo, geralmente, ocasionadas por processos enzimáticos, com o objetivo de formar derivados mais polares e mais hidrossolúveis, o que então irá favorecer a excreção pelos rins. SUBST. LIPOFÍLICAS (tendem a se acumular no organismo) FÍGADO (catalise através de enzimas) SUBST. HIDROSSOLÚVEIS EXCREÇÃO URINÁRIA - Eliminação (excreção): Pela excreção, os compostos são removidos do organismo para o meio externo. Fármacos hidrossolúveis, carregados ionicamente, são filtrados nos glomérulos ou secretados nos túbulos renais, não sofrendo reabsorção tubular, pois têm dificuldade em atravessar membranas. Excretam-se, portanto, na forma ativa do fármaco. Os sítios de excreção denominam-se emunctórios e, além do rim, incluem: pulmões, fezes, secreção (biliar, sudorípara, lacrimal, gástrica, salivar, láctea) e o ar expirado. > Farmacocinética Clínica Estuda a relação entre dose e efeito dos fármacos. -Volume de distribuição: relaciona a quantidade de fármaco no organismo com a sua concentração no sangue ou plasma. - Meia-Vida: é o tempo no qual a concentração plasmática de um fármaco cai a metade. Quatro meias-vida (6,25% da concentração inicial) é o tempo necessário para que o fármaco esteja em concentração considerada desprezível no organismo. -Reação de ordem zero: a quantidade de fármaco que é convertida a metabolito é constante em relação ao tempo. -Reação de primeira ordem: a concentração do fármaco cai em proporções constantes (ex. 50% a cada 4h), independente da dose. Os fármacos eliminados por filtração renal em sua maioria seguem a cinética de primeira ordem. - Doses repetidas: doses fixas a intervalos determinados até atingir a concentração plasmática de equilíbrio. A concentração média do fármaco reflete um estado de equilíbrio dinâmico entre a dose do fármaco que é administrada e a taxa de fármaco que é distribuída e eliminada. 1.2 Farmacodinâmica A farmacodinâmica estuda o mecanismo de ação dos fármacos. Mecanismos sobre as funções bioquímicas ou fisiológicas. A interação, a nível celular, entre um medicamento e certos componentes celulares – proteínas, enzimas ou receptores-alvo, representa a ação do fármaco. A resposta decorrente dessa ação é o efeito do medicamento. -Relação dose-resposta dos efeitos biológicos Informação biológica >>> resposta Muitos fármacos combinam com sítios específicos de macromoléculas (ex. componentes celulares da membrana celular, enzimas, proteínas) através de interações químicas. Esses sítios são chamados de receptores. -Complexo fármaco-receptor Sistema chave (fármaco) >>> fechadura (receptor) - Ligação a receptores celulares: reações bioquímicas - Tipos de fármaco - Fármaco Agonista: habilidade de ligar a um receptor (afinidade) e iniciar a atividade biológica como resultado da ligação (atividade intrínseca). Induzem resposta pela ocupação e ativação do receptor. - Fármaco Antagonista – Interage com um receptor, mas não estimula, impede as ações de um agonista. Podem ser competitivos (compete com o agonista pelos sítios receptores) ou não-competitivos (liga-se aos sítios receptores e bloqueia os efeitos do agonista). Os fármacos antagonistas exibem afinidade pelo receptor, mas não atividade intrínseca. MORFINA (OPIOIDE) > NALOXONA -Potência de um fármaco Quanto menor a concentração ou dose necessária para induzir o efeito, maior a sua potência. -Variação na responsividade a fármacos O mesmo individuo pode responder diferentemente a mesma droga em ocasiões diferentes; Diferenças genéticas. Hipersensibilidade: respostas alérgicas Tolerância: resposta ao fármaco reduzida. EXERCÍCIOS 1) Defina: farmacologia e droga 2) Qual a relação entre dose e posologia? 3) O que estuda a farmacocinética? 4) Quais o 4 eventos da farmacocinética? Explique-os 5) O que significa e qual a importância da meia-vida de um fármaco? 6) O que estuda a farmacodinâmica? 7) Diferencie fármaco agonista de antagonista: 8) Quais as possíveis variações na resposta a um fármaco?