CREMEC/Conselho Regional de Medicina do Ceará Câmara Técnica de Medicina Intensiva Câmara Técnica de Medicina de Urgência e Emergência FORTALEZA(CE) MARÇO A OUTUBRO DE 2012 CT de Medicina de Urgência e Emergência CT de Medicina Intensiva - CREMEC/CFM CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA 11/08/2012 I CURSO DE CONDUTAS MÉDICAS NAS INTERCORRÊNCIAS EM PACIENTES INTERNADOS 1 CRM-CE: 5818 CLÍNICA MÉDICA E MEDICINA INTENSIVA CT de Medicina de Urgência e Emergência CT de Medicina Intensiva - CREMEC/CFM 11/08/2012 SANDRA LÚCIA MICHILES SANTOS 2 CT de Medicina de Urgência e Emergência CT de Medicina Intensiva - CREMEC/CFM 11/08/2012 QUAL A MELHOR ESTRATÉGIA PARA GUIAR A ANTIBIOTICOTERAPIA? 3 SEPSE SEPSE GRAVE CHOQUE SÉPTICO Hipotensão refratária a volume SIRS Disfunção orgânica Disfunção orgânica Foco infeccioso suspeito Foco infeccioso suspeito Foco infeccioso suspeito SIRS SIRS SIRS CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM SIRS 11/08/2012 DEFINIÇÕES 4 5 CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM 11/08/2012 Alta letalidade 35-50% Não houve mudança X Tecnologia Custos elevados U$22-30.000,00/ paciente Gravidade e mortalidade CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Alta incidência Relatório CDC 2000: 10ª causa de morte Estudo Angus: 750.000 novos casos/ ano 11/08/2012 IMPORTÂNCIA 6 Maior mortalidade: aumento do tempo para administração de antibióticos CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Redução de mortalidade: reposição volêmica, uso precoce de antibióticos e aderência à terapêutica das primeiras 6 horas 11/08/2012 SURVIVING SEPSIS CAMPAIGN 7 CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Kumar et al, CCM 34:1589, 2006 11/08/2012 ANTIBIOTICOTERAPIA PRECOCE NO CHOQUE SÉPTICO 8 Controle do foco: Cirurgia Mortalidade: pode variar com local da infecção Terapêutica: difere de acordo com foco ATB inadequado: aumenta mortalidade CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Pesquisa exaustiva 11/08/2012 FOCO 9 CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM 11/08/2012 SEPSE GRAVE / CHOQUE E TRATAMENTO EMPÍRICO Valles et al. Chest 123:1615, 2003 10 Antibioticoterapia endovenosa de amplo espectro Início na primeira hora do reconhecimento da sepse grave/ choque septico Recomendação Forte CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Coleta de culturas apropriadas 11/08/2012 ANTIBIOTICOTERAPIA 11 CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM 11/08/2012 CULTURAS X ANTIMICROBIANOS 12 Achados comuns: Febre, tosse produtiva, leucocitose Raio-X de torax Culturas: Hemoculturas, Cultura secreção traqueal (Lavado bronco-alveolar) Punção líquido pleural: Cultura CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Causa comum de Sepse no mundo 11/08/2012 INFECÇÃO RESPIRATÓRIA 13 PAC: ANTIBIÓTICO, TEMPO, DOSE E VIA IDEAIS Cobertura do patógeno Estratificar gravidade para prever agente etiológico Quanto tempo ? Início precoce Via correta Thiem U at al. Elderly patients with community-acquired pneumonia: optimal treatment strategies. Drugs Aging. 2011 Jul 1;28(7):519-37. Choudhury, G at al Seven-day antibiotic courses have similar efficacy to prolonged courses in severe communityacquired pneumonia-a propensity-adjusted analysis. Clin Microbiol Infect 2011; 17: 1852-1858 JBras Pneumol 2009; 35:574-601 CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Qualidade de droga 11/08/2012 Dose correta 14 Hemoculturas: 02 (periféricas ou periférica e central) CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Sinais frequentes: febre, hipotermia, calafrios, leucocitose, neutropenia e choque 11/08/2012 INFECÇÃO DA CORRENTE SANGUÍNEA 15 Sumário de urina Urinocultura CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM 11/08/2012 INFECÇÃO GENITOURINÁRIA 16 Culturas: sangue, feridas suspeitas, secreção intraabdominal Imagem: Ultrassom, Tomografia Coleção intra-abdominal anormal: punção, drenagem e cultura Drenagem percutânea (guiada por imagem) X Laparotomia CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Coleção intra-abdominal ou área necrosada = intervenção cirúrgica 11/08/2012 INFECÇÃO ABDOMINAL E DE FERIDA CIRÚRGICA 17 Retirada do cateter e cultura da ponta Hemocultura Cateteres venosos, arteriais, de pressão intracraniana e outros: não devem ser retirados apenas por febre recente de causa desconhecida Cateter de Swan-Ganz: retirado ou trocado antes do 5º dia de uso CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Local da punção ou sistêmica (contaminação da parte intravascular do cateter) 11/08/2012 INFECÇÃO RELACIONADA A CATETERES CENTRAIS 18 Ecocardiograma transtorácico e transesofágico CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Hemocultura positiva e a demonstração de um processo vegetante no endocárdio (geralmente em folheto valvar) 11/08/2012 ENDOCARDITE 19 Tomografia crânio Punção lombar: Cultura Drenagem cirúrgica: grandes abscessos encefálicos (únicos), empiemas intracranianos CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Alteração do sensório ou sinais focais e presença de febre, sem explicação 11/08/2012 INFECÇÃO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL 20 Sinusite: sondas nasais (traqueais ou gástricas) Suspeita clínica e tomográfica Aspiração do material: coloração Gram e culturas CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Colecistite acalculosa: paciente grave que não se alimenta, dor abdominal (quadrante superior direito) e alterações de função hepática Ultrassonografia +/- Cirurgia 11/08/2012 DESCONHECIDA 21 Esquemas antimicrobianos: Sepse hospitalar sem uso prévio de ATB Esquemas antimicrobianos: Sepse hospitalar com uso prévio de ATB CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Esquemas antimicrobianos: Sepse comunitária 11/08/2012 RECOMENDAÇÕES 22 Decisão: parâmetros clínicos e complementares Fatores de risco: mutirresistentes e fungos Tempo de tratamento: não ultrapassar 14 dias Monodroga CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Precocidade 11/08/2012 ANTIBIOTICOPTERAPIA NA SEPSE 23 Terapia combinada X Monoterapia Grave CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Não grave 11/08/2012 • Estudo observacional, prospectivo, • N:844 , PAC por S pneumoniae e bacteremia 24 Am J Respir Critical Care Med, 2004 Interpretação: • Contaminação X Infecção • Perfil de sensibilidade local • MIC CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Culturas: • Nunca retardar o início da antibioticoterapia • Ajustar esquema empírico • Descalonamento 11/08/2012 CULTURAS 25 SEPSE COMUNITÁRIA Desconhecido - Ceftriaxona + Oxacilina - Moxifloxacina ou Levofloxacina + Oxacilina Trato Respiratório OBS Protocolo de Pneumonia Comunitária (PAC) Intra-Abdominal e Vias Biliares - Ciprofloxacina ou Ceftriaxona + Metronidazol - Ampicilina-sulbactam + Metronidazol Pele e Partes Moles - Oxacilina + Ciprofloxacina - Oxacilina + Ceftriaxona OBS: Se erisipela, considerar Penicilina Cristalina OBS: Se anaeróbio, associar Clindamicina ou Metronidazol Sistema Nervoso Central -Ceftriaxona 2g de 12/12h -- Ampicilina -- Vancomicina -- Aciclovir OBS: Associar Oxacilina + Metronidazol se suspeita de Abscesso cerebral Trato Urinário - Ciprofloxacina ou Ceftriaxona - Ampicilina-Sulbactam (se suspeita de Enterococcus sp) 11/08/2012 ATB CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM FOCO 26 Agente esperado - AMBULATORIAL S. pneumoniae Previamente hígidos M. pneumoniae Macrolídeo ou Betalactâmico C. pneumoniae Ambulatoriais Agente esperado – Internados NÃO UTI Doenças associadas Antibióticos (3 meses) Quinolona ou Betalactâmico + Macrolídeo S. pneumoniae M. pneumoniae Internados C. pneumoniae não-graves Respiratory viruses Quinolona ou Betalactâmico + Macrolídeo H. influenzae Legionella sp. Agente esperado- PAC grave Sem risco de Pseudomonas S. pneumoniae Betalactâmico + Quinolona ou Macrolídeo Admitidos em UTI CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM H. influenzae 11/08/2012 Respiratory viruses Gram-negative bacilli H. influenzae Legionella sp. S. aureus Influenza *** Oseltamivir Com risco de Pseudomonas) Betalactâmico* + Quinolona** Adaptado por MRFigueiredo da Diretrizes PAC 2009, SBPT 27 SEPSE SEM USO DE ATB PRÉVIO SEPSE GRAVE OU USO DE ATB PRÉVIO Abdome Piperacilina-tazobactam ou Carbapenêmico Piperacilina-tazobactam ou Carbapenêmico + Vancomicina Pele/ Partes Moles Vancomicina Piperacilina-tazobactam ou Carbapenêmico + Vancomicina Trato Urinário Ciprofloxacina ou Cefepime ou Piperacilina-tazobactam Carbapenêmico Sistema Nervoso Central Cefepime + vancomicina Carbapenêmico + Vancomicina Cateter Venoso Central Cefepime + Vancomicina Piperacilina-tazobactam ou Carbapenêmico + Vancomicina Trato Respiratório Cefepime +/- Anaerobicida ou Piperacilina-tazobactam Piperacilina-tazobactam ou Meropenem + Vancomicina (Linezolida) Cefepime + Vancomicina Pip.-tazobactam+ Vancomicina Carbapenêmico + Vancomicina Neutropenia Febril CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM FOCO 11/08/2012 SEPSE HOSPITALAR 28 INFECÇÕES INTRAABDOMINAIS Abscessos viscerais: disseminação hematogênica (Staphylococcus aureus é o agente mais comum) Infecções de vias biliares: colecistite aguda, colangite Bacilos gram-negativos e anaeróbios CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Abscessos intraperitoneais 11/08/2012 Peritonites: bacteriana espontânea; secundária; terciária Emergentes (antimicrobiano prévio): Enterococos e fungos 29 Abscesso hepático amebiano Peritonites secundárias (perfuração): polimicrobiana Vias biliares: polimicrobianas, incluem bacilos gram-negativos, anaeróbios e enterococos CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Peritonite bacteriana espontânea (PBE): Escherichia coli e Streptococcus pneumoniae 11/08/2012 PERITONITE BACTERIANA 30 2ª opção: Ampicilina-sulbactam OU Piperacilina-tazobactam OU Imipenem OU Clindamicina + Ciprofloxacina (alérgicos à penicilina) CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM 1ª opção: Ceftriaxona ou Cefotaxima 11/08/2012 PERITONITE BACTERIANA ESPONTÂNEA 31 2ª escolha: Clindamicina como anaerobicida Aminoglicosídeos: toxicidade e má distribuição em cavidades CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM 1ª escolha: Piperacilina-tazobactam + Metronidazol ou Imipenem ou Meropenem ou Ciprofloxacina + Metronidazol ou Cefalosporina de 3ª ou 4ª geração +Metronidazol 11/08/2012 PERITONITE BACTERIANA SECUNDÁRIA 32 Candida spp: 4º lugar dos agentes causadores de infecções hospitalares em corrente sangüínea (UTI/ EUA) EUA: maioria das infecções por Candida é por C. albicans Brasil: espécies de Candida não-albicans Candida não-albicans: mais resistente aos azólicos CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Fungemia: alta taxa de mortalidade geral (até 55%) e atribuída (~38%) 11/08/2012 INFECÇÕES FÚNGICAS 33 Pacientes estáveis sem uso prévio de azólicos: Fluconazol Pacientes instáveis: Anfotericina B Pacientes com uso prévio de azólicos: Anfotericina B Candida glabrata ou krusei: Anfotericina B CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Candida isolada em Cultura 11/08/2012 ESQUEMAS 34 Pacientes instáveis e imunodeprimidos: Anfotericina B Candidúria: Fluconazol; Anfotericina B se houver resistência no teste de sensibilidade Endocardite: Anfotericina B (tempo não inferior a 6 semanas) Caspofungina (Equinocandina): Candida sensíveis e resistentes a Fluconazol, Aspergillus spp e Histoplasma Opção em caso de intolerância a Anfotericina Outras: Micafungina, Anidulafungina Voriconazol: pacientes instáveis CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Pacientes estáveis: Fluconazol 11/08/2012 TERAPIA EMPÍRICA PARA CANDIDÍASE DISSEMINADA 35 Abscessos • Devem ser drenados, seja por ato cirúrgico ou por punção guiada por imagem CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Endocardite • Insuficiência cardíaca aguda ou choque cardiogênico • Lesões das válvulas mitral e aórtica (comum) • Infecção perivalvular e ausência de melhora com o uso esquema antibiótico guiado por culturas • Embolização recorrente, após esquema antimicrobiano efetivo • Infecções fúngicas • Gram-positivos (S. aureus) tem maior probabilidade 11/08/2012 CONTROLE CIRÚRGICO 36 Tratamento precoce: perfusão, antibióticos, cirurgia Esforços na identificação de focos infecciosos Conhecimento de perfis de resistência Adequada interpretação de resultados de culturas Padronização da terapia antimicrobiana CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Diagnóstico 11/08/2012 FINALIZANDO 37 The Surviving Sepsis Campaign: Results of an International guidelinebased performance improvement program targeting severe sepsis. Critical Care Medicine, February 2010, 38(2):367-374. Westphal GA, Silva E, Salomão R, Bernardo WM, Machado FR. Diretrizes para tratamento da sepse grave/choque séptico – ressuscitação hemodinâmica. Rev Bras Ter Intensiva. 2011; 23(1):1323. Consenso Brasileiro de Sepse: www.amib.org.br www.survivingsepsis.org www.sepsisnet.org CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM Dellinger RP, Levy MM, Carlet JM, et al. Surviving Sepsis Campaign: International guidelines for management of severe sepsis and septic shock. Crit Care Med 2008; [published correction appears in Crit Care Med 2008; 36:1394-1396] 36:296-327. 11/08/2012 REFERÊNCIAS 38 “A Educação clínica começa e termina com o doente....”. (William Osler) Obrigada! 39 CT de Medicina de Urgência e CT de Medicina Emergência Intensiva - CREMEC/CFM 11/09/2012