Novos Sectores Exportadores 1. Os Novos sectores Exportadores 1.1 Caracterização: “As exportações portuguesas evoluíram para sectores mais sofisticados, mas também mais voláteis. As fortes quebras registadas com a crise ameaçam hoje grandes empresas. É importante não deixar que o eventual fecho de algumas destas empresas se reflicta na nossa capacidade exportadora futura.” Por: Manuel Caldeira Cabral Fonte: Jornal de Negócios O processo de alteração da estrutura de exportações portuguesas iniciou-se nos anos noventa, com a diminuição dos sectores baseados em recursos naturais e pela especialização em sectores de mão-de-obra barata (têxteis, vestuário, calçado…), dando lugar à emergência das indústrias automóvel e de material eléctrico como principais pólos exportadores de Portugal. Os sectores do vestuário e calçado, agro-alimentar, da madeira, cortiça e papel, bem como os sectores das peles, couros e têxteis, viram baixar significativamente a sua contribuição relativa nas exportações totais. Verificou-se um aumento do PIB português com o aumento da capacidade exportadora do país, convergindo para os países para os quais exportamos. 1.2 Riscos nas Exportações O sector automóvel e de produtos de electrónica estão entre os mais afectados pela crise em todo o mundo. O excesso de capacidade a nível mundial, e a atracção dos países de Leste, com mão-de-obra mais barata e maior centralidade, limitam fortemente as possibilidades de expansão destes sectores. "A exportação de bens e serviços por parte de Portugal é praticamente a única via que nós dispomos para conseguir combater o crescimento explosivo da dívida externa e, ao mesmo tempo, defender o emprego dos trabalhadores portugueses" Por: Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva Fonte: Público 2. Evolução das Exportações 2.1 caracterização da economia portuguesa Antes de 1986 As características da economia nacional eram de claro subdesenvolvimento: O rendimento per capita correspondia apenas a 1/3 dos países mais prósperos da Europa; A agricultura ocupava cerca de 45% da força de trabalho; A indústria utilizava pouca tecnologia e laborava em Baixo nível de vida de grande parte da população; Alta taxa de analfabetismo. Após 1960: A partir de 1960 começou a estreitar-se o fosso entre o nível de vida dos portugueses e dos outros europeus. Características: -Aceleração do desenvolvimento económico; -Crescente abertura ao exterior; -Aumento do PIB e do rendimento per capita; -Profundas transformações na estrutura da produção e do emprego. A agricultura viu diminuir a participação no PIB. O sector secundário passou a ter um peso mais elevado na economia; -Aumento da produtividade que contribuiu para um aumento das exportações; -Crescimento do sector terciário devido à modernização da economia, serviços financeiros, transportes, comunicações, etc. Peso dos sectores nas Exportações, Importações e Produção da Indústria Transformadora (%) Balança de Mercadorias portuguesa entre 1950/1995 3. CAUSAS E EFEITOS DA GLOBALIZAÇÃO «A globalização é um fenómeno gerado pela necessidade da dinâmica do capitalismo de formar uma aldeia global que permita maiores mercados para os países desenvolvidos, cujos mercados internos já estão saturados. O processo de Globalização diz respeito à forma como os países interagem e aproximam pessoas, ou seja, interliga o mundo. Com isso, gerando a fase da expansão capitalista, onde é possível realizar transacções financeiras, expandir seu negócio até então restrito ao seu mercado de actuação para mercados distantes e emergentes, sem necessariamente um investimento alto de capital financeiro, pois a comunicação no mundo globalizado permite tal expansão, porém, obtêm-se como consequência o aumento acentuado da concorrência.» Neste contexto assistimos a internalização dos mercados e da concorrência que se acelera, por um lado, sob o efeito de factores favoráveis e , por outro, do próprio tempo conforme se pode verificar no seguinte quadro: 4. ACTIVIDADES ECONÓMICAS – Caso de Sucesso A AutoEuropa é uma empresa do grupo Volkswagem situada no concelho de Palmela, distrito de Setúbal e fabrica os conhecidos modelos Shrana, EOS e Alhambra sendo o último da marca Seat. Emprega mais de 3200 trabalhadores e o parque industrial envolve várias outras empresas com mais alguns milhares de trabalhadores, como por exemplo a Webasto, que produz a capota rígida do novo cabriolet. É actualmente o maior projecto de Investimento Directo Estrangeiro em Portugal. Em Junho de 2003, a Volkswagen AG anunciou a intenção de realizar na unidade de Palmela um investimento adicional de 500 milhões euros para os cinco anos seguintes. Os números da indústria A força de trabalho da AutoEuropa é um elemento crucial para o seu sucesso. A filosofia de trabalho é desenvolvida sobre os princípios da actuação em equipa, a todos os níveis e entre todos os departamentos, promovendo assim, a responsabilidade individual e colectiva. Dada a actual situação económica mundial, é natural que a AutoEuropa apresente quebra das suas exportações e esteja com dificuldades em manter o nível de produção ou mesmo manter-se em laboração. O sector automóvel e de produtos de electrónica estão entre os mais afectados pela crise em todo o mundo. Estes produtos têm ciclos acentuados, o que significa que haverá quebras acima da média nas épocas de crise, mas também que muitas das empresas destes sectores terão uma capacidade de recuperação futura também acima da média. Estas empresas deveriam conseguir manter-se com base no seu potencial futuro. Conclusão O aumento das exportações em Portugal é uma tendência consolidada. O País inverteu o perfil das suas exportações como quase nenhum outro país europeu, vendendo hoje produtos de muito maior valor acrescentado. O aumento das exportações garante convergência europeia do nível de vida.