INOVAÇÃO NA POLÍTICA INDUSTRIAL
Pedro Passos
NATURA
15 de Agosto de 2014
UMA AVALIAÇÃO DA
POLÍTICA INDUSTRIAL
A Política Industrial brasileira não obteve
êxito como impulsionadora de transformações
na indústria:
• A produção é inferior;
• A participação no PIB retrocedeu;
• No âmbito mundial, perdeu posições para
outros emergentes no valor agregado industrial
e na exportação de manufaturados
Êxitos parciais ou setoriais:
• Avançou no incentivo aos investimentos em PD&I;
• Promoveu a desoneração (ainda incompleta) de investimentos,
exportações e folha de pagamentos.
O OBJETIVO DA POLÍTICA INDUSTRIAL:
A TRANSFORMAÇÃO DA INDÚSTRIA
O que se espera da
política industrial?
Transformar a indústria
em um setor competitivo e
de alta produtividade.
• A política industrial brasileira ainda não colaborou para essa
transformação.
• Na atualidade, a orientação defensiva e protecionista a
distancia dos seus objetivos principais.
COMPETITIVIDADE INDUSTRIAL
A competitividade industrial é cadente:
• Elevados custos sistêmicos
(tributação, infraestrutura, etc);
• Moeda valorizada por muito tempo;
• Baixa capacidade inovadora e
retrocesso de produtividade;
• Custos crescentes de salários e outros custos
• A produtividade do trabalho no setor cresceu 3,2% a.a.
entre 1995/2002,
• e -1,7% a.a. entre 2003/2009 (China: 4,5%; EUA: 3,8%).
PRIORIDADE DEVE SER PRODUTIVIDADE
E CAPACIDADE DE COMPETIR
Maior concorrência no pós crise global de
2008 e a crise interna da indústria:
• Política industrial priorizou ações de
compensação tributária e/ou proteção;
• As demandas empresariais por proteção
visavam neutralizar práticas desleais de
comércio e a concorrência predatória.
O resgate da produtividade e da capacidade de competir, elemento
fundamental para a superação da crise, ficou em segundo plano.
A REORIENTAÇÃO DA
POLÍTICA INDUSTRIAL
Novos focos da política industrial:
• Do direcionamento defensivo;
• De proteção do mercado interno
para a inovação e produtividade.
Pressupostos:
• Maior inserção internacional;
• Aproximação com grandes centros de comércio.
DIRETRIZES AO COMÉRCIO
EXTERIOR
• Potencializar a internacionalização das
empresas e aproximá-las das cadeias
globais de produção;
• Abertura inteligente às importações para
ampliar concorrência doméstica, reduzir
custos e aumentar exportações;
• Remover distorções e reduzir a média
tarifária em horizonte pré-definido;
• Atuar na formulação de acordos
comerciais com os principais blocos do
mundo para facilitar importações e abrir
mercados de exportação;
• Ampliar a integração produtiva e de
comércio exterior.
ARTICULAÇÃO DA POLÍTICA
INDUSTRIAL E DE INOVAÇÃO COM A
POLÍTICA DE COMÉRCIO EXTERIOR
A reinserção externa será capaz
de contribuir positivamente na
eficácia do sistema brasileiro de
financiamento e de incentivos às
atividades de PD&I que, embora
tenha evoluído, ainda apresenta
resultados discretos.
POLÍTICA DE INOVAÇÃO RESULTADOS
• Melhorou o alinhamento estratégico entre
lideranças pública e privada sobre a
relevância do tema da inovação;
• Mais recursos foram alocados para
fomento e crédito e com diversificação de
instrumentos;
• Os resultados são modestos em termos
de inovação, com pouco protagonismo
empresarial;
• Poucos projetos (público-privados)
mobilizadores de longo prazo capazes de
criar capacitação tecnológica no setor
privado;
• Baixa capacidade de planejamento
estratégico e avaliação de resultados.
OS MOTORES DA INOVAÇÃO:
COMPETIÇÃO E COOPERAÇÃO
• A competição (real ou potencial)
impõe uma disputa pelo “market
share” e pelas vantagens de sair na
frente e é tida como a razão básica
da inovação;
• A cooperação permite dividir riscos
e custos, e alavanca recursos
através do licenciamento de
tecnologia, definições de padrões,
pesquisa cooperativa, “joint
ventures” ou fusões e aquisições.
BRASIL: AGENDA AMPLA, MAS
DUAS GRANDES PRIORIDADES
GOVERNANÇA, FOCO E ALINHAMENTO
• Dificuldades grandes em alinhar o esforço público e privado;
• Dificuldades de coordenação intragovernamental;
• Definir um ponto focal no mais alto nível de governo.
MAIS AMBIÇÃO E APOSTAS DE GRANDE IMPACTO
• Sustentar um patamar estável de apoio a projetos
acadêmicos e empresariais de pequeno e médio porte;
• Mas fomentar projetos de grande impacto, capazes de mudar
a estrutura e de projetar o país em termos internacionais.
BRASIL: AGENDA AMPLA, MAS
DUAS GRANDES PRIORIDADES
• Pela abrangência e
horizontalidade da agenda de
inovação, é difícil coordenar e
atuar em todas as frentes;
• É preciso coordenar melhor as
ações públicas e privadas;
• E é preciso atuar de forma mais
ambiciosa e estratégica, olhando
o mercado mundial.
OBRIGADO!
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