LETRAMENTO E O FORTALECIMENTO DAS
VIRTUDES
CRUZ ALTA
2014
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Introdução
Objetivos
Referencial Teórico
Metodologia
Resultados e Discussão
Considerações Finais
Referências
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Os primeiros contatos com
a turma de 1º. Ano
favoreceram o
reconhecimento da turma,
do ambiente alfabetizador e
da metodologia em
andamento. A turma está
composta de 24 alunos com
idades entre 6 e 7 anos,
sendo que cinco desses
alunos já têm noção da
escrita do nome,
demonstrando estar no
nível silábico enquanto que
os demais 21 alunos ainda
não conseguem escrever
seus nomes de forma
autônoma
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A necessidade do fortalecimento de valores é uma
realidade demonstrada pelo cotidiano conturbado das
escolas. A partir desse entendimento, neste artigo,
relatamos situações de aprendizagem promovidas e
refletimos sobre a identificação das crianças com
elementos das histórias e sobre a identificação de
valores e virtudes enfatizados pelas histórias.
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Nas escolas, a escuta das crianças nem sempre
acontece, por isso, relatamos o exercício da escuta
sensível das falas das crianças revelando relações que
estabelecem entre suas histórias de vida e as dos
personagens das obras de literatura infantil.
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A oralidade das crianças, provocada pelos diálogos
sobre as histórias é outro elemento favorável ao
letramento pois guarda em si o potencial do
desenvolvimento vocabular e do encontro das
significações..
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Fortalecer as valores e virtudes morais tendo por
suporte a literatura infantil e esta última, como
elemento articulador do processo de letramento.
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Promover a oralidade através de diálogos sobre os
episódios das histórias criando aproximação com a
realidade vivenciada pelos alunos.
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Declaração Mundial sobre Educação para Todos na
Conferência de Jomtien de 1990 (Delors, 1999)
inspiram uma docência em que o saber ser e conviver
éticos fazem parte do currículo escolar e não podem
faltar nos planejamentos
Paulo Freire (1989) aponta em sua obra A
importância do ato de ler, que antes da leitura
propriamente dita deve acontecer a leitura de mundo.
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Segundo Perrota (1995)
considerar a criança como ser
ativo, em busca de expressões,
de compreensões e
significações é bem diferente
do que considerá-la como ser
passivo, que imita modelos
fornecidos pelos adultos.
Considerar a criança como um
sujeito rico e ativo passa pela
compreensão de que mesmo
quando ela imita alguma
pessoa conhecida ou um
personagem, não se trata de
passividade mas de uma
elaboração, a seu modo, do
que conhece sobre a pessoa ou
sobre a situação.
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A alfabetização associada à
literatura promove o
letramento já que a criança
aprende a utilizar o que foi
escrito e lido, vai além do que
ouve e vê, faz associações,
interpreta e se interpreta.A
literatura associa fatos da vida,
atividades humanas regadas
por emoções, sentimentos e
valores culturais. Foi pensando
nisso que decidimos associar
atividades de letramento, com
literatura infantil e as virtudes
morais.
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Leitura das histórias, recontagem, debate e relação
com a vida das crianças.
1a. história – O Patinho Feio - partiu do propósito de
desenvolver a concepção de família como um bem
maior, um valor.
2ª. história - O Cão e a Raposa, enfatiza o valor de
uma boa amizade, que ninguém vive sozinho e o
respeito pelo outro é o maior responsável para que
possamos conviver bem
Proposição para alunos criarem histórias orais a partir
de uma imagem.
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A situação de
aprendizagem criada
teve a finalidade de
reforçar a habilidade
de criar histórias
orais a partir de uma
imagem. Oferecemos
uma imagem sobre a
história a fim de que
criassem um relato.
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Primeiro momento, trabalho com as atividades orais
quando o aluno é colocado frente ao tema e não diante do
texto, como ponto de partida para outras atividades.
No segundo momento se oferece ao aluno espaço para
contar a sua maneira o que entendeu da história.
Considerando a disparidade de níveis das crianças no
processo de alfabetização, usamos como veículo da
produção de texto a oralidade, quando eles nos contam o
que estão vendo na imagem que lhes entregamos, referente
as histórias. Cada um conta um pouco de sua história de
vida relacionando com a história contada.
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A alfabetização e o letramento são dois processos
distintos mas são interdependentes. Muitas crianças
chegam na escola com um bom letramento pelas
oportunidades proporcionadas pelo seu meio. Essa
situação traduz que a alfabetização não é prérequisito para o letramento. Considerando que o
letramento é a compreensão e a participação em
práticas sociais de escrita e leitura, que se processa
em uma relação interativa entre o sujeito e a cultura
em que vive, depreende-se que facilmente a criança
se torna letrada antes de dominar a mecânica da
leitura e escrita.
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Estabelecer com a criança diálogos ricos, sobre diferentes
temas, é fundamental não apenas para a conquista de um
vocabulário mais rico mas, especialmente, para que nas
conversas sobre a vida, sobre as histórias, a criança
encontre os significados mais apropriados para as
palavras que usa e a variação de sentidos conforme o
contexto.
Entender o espaço da oralidade no letramento requer
entender que a linguagem, para além de sua aquisição
mecânica, é conhecimento enquanto processo de
significação. A linguagem oral não é um comportamento
mecânico já que aproxima palavras e vivências, não de
maneira fixa, mas com o movimento do pensamento que
lembra das experiências ao mesmo tempo em que as
transforma.
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Em atenção ao uso das obras de literatura infantil “O
Patinho Feio e o Cão e a Raposa” para salientar os
valores, as virtudes, percebemos que a moralidade é
leve e não se transforma em lições porque permite
discutir e acolher as nuances com que os valores são
compreendidos pelas diferentes crianças e famílias. O
fato das crianças conviverem com adultos não é
garantia de que virtudes e valores estejam sendo
fortalecidos. Nessa tarefa se engaja também a escola
fortalecendo os valores e as relações de respeito
entre os seres humanos, contribuindo para que as
virtudes morais, os valores humanos não fiquem
esquecidos, mas que sejam retomados, aprofundados
e valorizados.
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No processo de alfabetização, a coragem para escrever
tudo que se tem em mente vem da coragem
estabelecida pelas situações de diálogos em que as
idéias foram expostas oralmente e valorizadas.
Conclui-se esta parte enfatizando que o clima de
oralidade na sala de aula pode encontrar um rico espaço
a partir do contato com as histórias de literatura
infantil, desde que a professora estimule e valorize a
expressão de idéias.
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ABROMOVICH, F. Literatura Infantil: Gostosuras e Bobices. São
Paulo, 1997.
ANDERSEN, Hans Chistian. O Patinho Feio. Porto Alegre:
Kuarup, 1988
DELORS, Jacques. Educação um tesoura a descobrir. Relatório
para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação
para o século XXI. São Paulo: Cortez, Brasília, DF: MEC:
UNESCO, 1999
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos
que se completam:São Paulo. Cortez, 1989.
KLEIMAN, Angela. Preciso ensinar o letramento: não basta
ensinar a ler e a escrever?
SOARES, Magda. Alfabetização e Letramento: 5ª ed. São
Paulo: Contexto, 2008
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