Equilibrar Participação e Distribuição de Receitas. Fortalecer a Federação Fernando Bezerra Coelho Congresso Pernambucano de Municípios. 19 de março de 2014 Constituição Federal de 1988 - República Federativa, formada pela União indissolúvel de Estados, DF e Municípios; - Autonomia política, administrativa e financeira dos entes federados; - Federalismo cooperativo (art. 23, parágrafo único, CF): participação dos entes federados na formulação das políticas públicas; - Cláusula pétrea (art. 60, parágrafo 4º). Federalismo Fiscal no Brasil – bases na reforma de 1967 e alterações na CF de 1988 - Reforço nas bases tributárias (União, Estados e Municípios): circulação de mercadorias, propriedades e transferências de bens móveis e imóveis, serviços, faturamento de empresas, obtenção de renda, lucro, comércio exterior, operações financeiras, cambiais, relações trabalhistas, heranças, doações, as diversas contribuições. Mecanismos financeiros de equalização de receitas dos entes federados - Complementação de receita: FPE/FPM/FUNDEB/SUS Participação na receita: ICMS/IPVA/ITR Fundos setoriais: impostos únicos: transporte, comunicação e energia – extintos CF 1988 Compensações : exportações Transferências voluntárias: discricionariedade Problemas do Federalismo Brasileiro - Concentração tributária na União, pela criação de receitas não partilhadas (em 2012, União com 57% da receita e 67,8% da arrecadação tributária; dependência financeira dos entes federados); - Definição das políticas públicas de forma unilateral e impostas de cima para baixo (competição e falta de coordenação federativa; desrespeito ao federalismo cooperativo e ao regime de colaboração; transferências de responsabilidades sem fixação de fontes de custeio e falta de participação dos gestores municipais nessas decisões) Repartição da Receita Tributária por nível de governo, 1960-2010 Ano Federal Estadual Municipal Total Em % do Total Arrecadação Direta 1960 63,8 31,6 4,6 100 1980 75,1 22,0 2,9 100 1988 70,5 26,6 2,9 100 2000 68,9 26,6 4,5 100 2010 67,8 26,2 6,0 100 1960 59,4 34,0 6,6 100 1980 69,2 22,2 8,6 100 1988 62,3 26,9 10,8 100 2000 56,7 26,5 16,7 100 2010 57,0 24,7 18,3 100 Receita Disponível (*) Fonte: Khair, Almir; Amorim, Erika; Afonso, José Almir. Carga Tributária. – Mensuração e impacto sobre o crescimento até 1988. 2000: Receita Federal do Brasil. 2010: Afonso, José Almir e Castro, Cleber. (*) Após as transferências constitucionais. Da parcela da União, 2% do PIB ou 5,6% do total pertencem ao FGTS e sistema S Após 1988, União aumentou consideravelmente a instituição de contribuições Da análise dos gráficos, podemos observar: Nos últimos 15 anos as contribuições sociais cresceram 16,1%, em média, ao passo em que as receitas de impostos 12,7%. Diferença maior quando se desconsidera a CPMF. FPM, criado em 1964, é a principal transferência federal para os municípios brasileiros. Receitas são provenientes da repartição de 22,5% das receitas do IPI e do IR. Inicialmente eram 10%. Se regra do FPM fosse diferente, estima-se, de acordo com dados da CNM, quase R$ 100 bilhões a mais em 2010, ou seja, praticamente o dobro do montante repassado no ano. Situação Atual - Acirramento da guerra fiscal; - Conflito vertical: disputa pelas fontes de receita do FPE e FPM. União para aquecer a economia cria desonerações, reduzindo impostos partilhados e, ao mesmo tempo, fortalece as contribuições sociais, não partilhadas Propostas para novo Pacto Federativo - Ampliar as bases das receitas do FPE e FPM: IPI, IR e as contribuições sociais; - ICMS: princípio do destino; - Fundo de Desenvolvimento Regional: financiar estados menos desenvolvidos, que não poderão mais conceder incentivos de ICMS para atrair investimentos produtivos; - Renegociação das dívidas de Estados e Municípios: mais recursos para investimentos e políticas públicas; - Ressarcimento das perdas provocadas pela Lei Kandir; - Pactuar os critérios para repartição dos royalties do pré-sal; - DRU: orçamentos estaduais também são afetados pelo elevado volume de despesas obrigatórias e expressiva vinculação das receitas; - Disponibilidade para infraestrutura e incentivo ao desenvolvimento regional: geração de empregos, aumento do PIB e exportações Equilibrar Participação e Distribuição de Receitas. Fortalecer a Federação Fernando Bezerra Coelho Congresso Pernambucano de Municípios. 19 de março de 2014