Seminário de Vigilância Sanitária: Quem Cuida Previne Apresentador: Francico Cecílio Viana Belo Horizonte. 5 de agosto de 2015 MOVIMENTO DE PROMOÇÃO DA SAÚDE Relativiza a eficácia da medicina e da ciência em geral e propõe melhores condições de saúde para a população (incorporado em Alma- Ata -1978, Carta de Otawa – 1986 e outros eventos de saúde). Relatório Lalonde: 1974 MUDANÇA DO PARADIGMA DA SAÚDE • Modelo médico hegemônico (biomédico): esgotamento • Transição epidemiológica: aumento das doenças multifatorais crônicas • Alto custo das medicina INCORPORAÇÃO DE NOVOS CAMPOS ÀS DEMANDAS DA SAÚDE Estilo de vida Ambiente (comportamentos) (físico e social) Biologia humana Organização dos serviços de saúde Quem Cuida Previne PROMOÇÃO DA SAÚDE “capacitação das pessoas e comunidades para modificarem os determinantes da saúde em benefício da própria qualidade de vida” (Carta de Ottawa (1986) ou “a soma das ações da população, dos serviços de saúde, das autoridades sanitárias e de outros setores sociais e produtivos, dirigidas ao desenvolvimento das melhores condições de saúde individual e coletiva” (OPAS/OMS (1990). PREVENÇÃO EM SAÚDE São intervenções orientadas a evitar o surgimento de doenças específicas, reduzindo sua incidência e prevalência nas populações. A base do discurso preventivo é o conhecimento epidemiológico moderno; seu objetivo é o controle da transmissão de doenças infecciosas e a redução do risco de doenças degenerativas ou outros agravos específicos. Principio ético norteador da Visa Defesa das condições de vida prioritariamente por meio de ações de caráter preventivo (Constituição Federal, Lei 8080) Responsabilidades públicas da Vigilância em Saúde eliminar, controlar ou prevenir riscos à saúde intervir nos problemas sanitários decorrentes do ambiente, produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde Dimensões de atuação da vigilância sanitária Legal e técnica: Socioeconômica Cuidar e prevenir: dimensão legal e técnica da Visa Arcabouço jurídico (Leis, decretos, regulamentos, instruções normativas, protocolos protocolos, etc.) Ação normativa e fiscalizatória sobre o sistema produtivo de bens e serviços de interesse da saúde e os ambientes e serviços Cuidar e prevenir: dimensão socioeconômica e politica da Visa Regulação sanitária para o controle e fiscalização da produção, consumo a acesso a bens, produtos e serviços de interesse da saúde Promoção de ambiente seguro e saudável para a população por meio da redução do risco e danos à saúde e de processos de transparência e participação da sociedade. Regularização de empresas, microempreendimentos individuais, de famílias rurais e de economia solidária. Contribuir para o desenvolvimento social e econômico, implementar o valor da qualidade (nos produtos sob seu controle e nas relações sociais que envolvem a cadeia de produção, consumo e uso) e estimular o desenvolvimento da cidadania (Luchese, 2001) Cuidar e prevenir: dimensão política da Visa Limites do arcabouço jurídico da Visa geralmente muito complexo e multifacetado Apresentam dimensões técnicas, politicas, cultural e subjetivas que exigem ações de interação e de construção de parcerias e de vínculos Estabelecimento de vínculos e de parcerias Positivo: quando se estabelece confiança entre as partes que depende da capacidade da equipe em resolver os problemas (potência) Negativo: resulta do estabelecimento de formas padronizadas (informais) e paternalistas de vínculo que geram processos de desconfiança Fonte: Gastão W.S.Campos – A vigilância sanitária: responsabilidade pública na proteção e promoção da saúde. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/divulga/conavisa/cadernos/eixo1_texto01.pdf>Acessado em 03 ago.2015> Processos de comunicação em redes sociais A vigilância participativa, por exemplo, utiliza as redes sociais e aplicativos para dispositivos móveis, para detecção de doenças e agravos, permitindo a participação da sociedade na proteção da sua saúde. A vigilância de rumores e eventos consiste na busca ativa (em mídias eletrônicas, sítios eletrônicos e redes sociais) de notícias e informações de interesse para a vigilância sanitária, em especial aquelas com potencial de gerar emergências, queixas técnicas e recolhimento de produtos com o objetivo de antecipar as respostas ou de produzir novas ferramentas de comunicação. (Anvisa- Ciclo de Debates em Vigilância Sanitária: desafios e tendências: Textos de referência. 48 pag. 2015). Desafios da Vigilância Sanitária Introdução de novas tecnologias no mercado e de fiscalização de novos produtos e serviços de interesse da saúde. Acompanhamento do uso indiscriminado de dados e informações de interesse da Visa nas redes sociais (rumores ou especulações). Melhoria da qualidade do processo de trabalho (estabilidade funcional, autonomia técnica, isenção de ingerências políticas ou econômicas) Avaliação e gerenciamento de riscos e danos em associação com as necessidades da sociedade. Incorporação do diálogo intersetorial e transdisciplinar para melhoria do processo de trabalho Acesso às políticas de educação permanente e de comunicação em saúde Incentivo à a pesquisa e atuação efetiva nos processo de avaliação e de planejamento participativo. - Centro Mineiro de Estudos Epidemiológicos e Ambientais OBRIGADO PELA ATENÇÃO [email protected] CEMEA – CENTRO MINEIRO DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS E AMBIENTAIS EQUIPE TÉCNICA Gustavo Azeredo Furquim Werneck – Médico - consultor em saúde ambiental Francisco Cecílio Viana – Médico veterinário - consultor em saúde ambiental Gustavo Pinto da Mata Machado- Médico – consultor em saúde ambiental 11 Nélio Souto da Silva – jornalista – consultor ad hoc em comunicação em saúde SLIDES RESERVAS Níveis de Prevenção em Saúde 1.Prevenção Primária 3. Prevenção Terciária 2.Prevenção Secundária 4. Prevenção Quaternária Fonte: Jamoulle e Gusso (adaptado) Tratado de medicina de família e comunidade. Artmed,2012 p.205-2011 NÍVEIS DE PREVENÇÃO EM SAÚDE Nível Primário Objetivo Exemplo Promover hábitos saudáveis e a proteção Uso de preservativos (DST) específica. Programa de imunização Controlar os determinantes de doenças (pré-doença) Tratamento da água Educação para a saúde Rastreamento de câncer de Identificar e controlar, de forma oportuna, mama, próstata e colo Secundário situações de risco à saúde ou desvios de uterino. normalidade (diagnóstico precoce). Rastreamento de níveis de glicemia, dislipidemia e pressão arterial NÍVEIS DE PREVENÇÃO EM SAÚDE –Cont. Nível Objetivo Exemplo Reintegração de trabalhadores Limitar a progressão da doença e suas nas empresas. Terciário complicações, Disponibilidade de métodos Promover o tratamento e a reabilitação terapêuticos efetivos física e a reintegração do indivíduo na sociedade. Educação, orientação e apoio psicossocial. Evitar a iatrogenia associada às Racionalidade do tratamento, intervenções méicas, como a Quaternário sobremedicalização ou os "excessos Uso mais criterioso de recursos preventivos". diagnósticos. Aplicação do principio da precaução Compromisso ético da negativa em relação aos possíveis riscos à (recusa de intervenção saúde desnecessária) O peso dos fatores que fazem uma pessoa viver além dos 65 anos Serv. médicos “curativos A Contribuição dos ” Serviços Médicos “Curativos” Participação das categorias do campo saúde e do orçamento da saúde na mortalidade nos EUA na década de 1970 Mortalidade percentual Destinação percentual do orçamento público Estilo de vida 43 1,2 Meio ambiente 19 1,7 Serviços de saúde e outros 38 97,1 100,0 100,0 Categoria Total Fonte: Carvalho A.L 1996. Da saúde pública às políticas saudáveis - saúde e cidadania na pós-modernidade. Ciência & Saúde Coletiva, vol.1, n.1:104-121. Demonstrativo das Despesas com Ações e Serviços Públicos de Saúde- Brasil 5º bimestre / 2014 40,000,000 Despesas (em R$1.000,00) 35,000,000 30,000,000 25,000,000 20,000,000 15,000,000 10,000,000 5,000,000 0 Assist. hosp. ambulat. Despesas 15,027,717 36,135,005 Porcentagem 19.000 45.690 Atenção Básica Suporte profilát. e terap. 7,530,467 9.520 Vigil. sanitária Vigil. epidem. Aliment. e nutr. Outras ações 215,822 0.270 2,827,007 3.570 1,020 0.001 17,349,295 21.940 Fonte: SIOPS: Sistema de informações sobre orçamentos públicos em saúde