O PODER DA ARGUMENTAÇÃO:
COMO IDENTIFICAR E ELABORAR
ARGUMENTOS
Prof.ª Me. Rejone Valentim Alves
1
Onde ocorre a argumentação?
• Ler e escrever não é requer somente o domínio do
sistema linguístico. Requer participação no
processo dialógico, que possibilita a recuperação,
atualização e realização de textos marcados pela
experiência culturais dos interlocutores.
• Argumentar.
2
H
O
M
E
M
SUJEITOS
HISTÓRICOS E IDEOLÓGICOS
H
O
M
E
M
3
Argumentação: retomada do conceito
“O termo argumentação será usado para se referir à atividade total
de propor teses, pô-las em questão, respaldá-las produzindo razões,
criticando essas razões, refutando essas críticas, e assim em
diante.” (Toulmin & Rieke & Janik, 1978:14).
“Argumentação é uma atividade social, intelectual e verbal servindo
para justificar ou refutar uma opinião, consistindo em uma
constelação de proposições e dirigida no sentido de obter a
aprovação de um auditório.” (Eemeren & Grootendorst & Kruiger,
1987:7).
4
“Chamo argumentação ao tipo de fala em que os
participantes tematizam as pretensões de validez que se
tornam duvidosas e tratam de aceitá-las ou recusá-las por
meio de argumentos. Uma argumentação contém razões
que estão conectadas de forma sistemática com as
pretensões de validez da manifestação ou emissão
problematizadas. A força de uma argumentação se
mede, num contexto dado, pela pertinência das razões”.
(Habermas, 1981 a:37)
*Razões são afirmadas e refutadas;
*Apresentar razões contra ou a favor de uma dada tese;
*Busca-se a adesão do auditório social.
5
Auditório: ouvinte, leitor, interlocutor
• “Conjunto de pessoas a quem o discurso é dirigido
– para os interlocutores cuja adesão interessa.”
Perelman & Olbrechts-Tyteca (1958)
• A argumentação está direcionada para o
interlocutor.
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Características das Argumentação
•
•
•
•
•
Dirigida a um auditório;
Assentimento mental, com intensidade variável;
Pontos aceitos pelo auditório;
Justificação: pesam os argumentos pró e contra;
Decisão.
7
* A argumentação compreendida como ação discursiva que
busca a adesão de mentes (pré-disposição a determinada
ação).
* Toda a argumentação visa a adesão e, dessa forma,
argumentar significa querer persuadir ou convencer.
Perelman (1977a:235):
“Querer persuadir um auditor significa, antes de mais nada,
reconhecer-lhe as capacidades e as qualidades de um ser com
o qual a comunicação é possível e, em seguida, renunciar a
dar-lhe ordens que exprimam uma simples relação de força,
mas sim procurar ganhar a sua adesão intelectual”.
8
* A teoria da Argumentação tem na sua história alguns
entendimentos:
- Foi associada à arte de bem falar e escrever: Retórica e
Poética.
(discursos eloquentes – voltados à persuasão)
* Aristóteles: considerado o pai da Argumentação.
* Na Lógica e na Filosofia: “[...]conjunto de uma ou mais
sentenças declarativas, também conhecidas como
proposições, ou ainda, premissas, acompanhadas de uma
outra frase declarativa conhecida como conclusão.”
9
Mas: onde ocorre a argumentação?
• A utilização da língua efetua-se por enunciados
concretos (orais/escritos).
• Cada esfera da atividade humana relaciona-se com
a língua de uma maneira;
• “GÊNEROS DISCURSIVOS: tipos relativamente
estáveis de enunciados (escritos ou orais) que se
realizam em condições e com finalidades
específicas nas diferentes situações de interação
social.” (BAKHTIN, 2003)
10
NOTÍCIA
CHARGE
CARTA DO
LEITOR
ESFERA SOCIAL
JORNALÍSTICA
ANÚNCIO
PUBLICITÁRIO
REPORTAGEM
HORÓSCOPO
11
TARIFA
TELEFONE/TV
/ INTERNET
BILHETE
CONTA DE
LUZ
ESFERA SOCIAL
LISTA DE
COMPRA
DOMÉSTICA
COMPROVANTES
DE
PAGAMENTOS
TARIFA DO
CARTÃO DE
CRÉDITO
12
Não argumentamos no vazio;
A ação argumentativa está atrelada ao gênero
discursivo em jogo na comunicação entre os falantes.
- Quem?
- Para quem?
- O que dizer?
- Como?
- Para quê?
* As respostas nos indicam o tipo de argumentação.
13
Para que serve a cor da pele?
Nossos ancestrais tinham pele clara, coberta de pelos escuros, igual à
dos nossos parentes mais próximos, os chimpanzés. Aos poucos, perderam
os pelos, e a pele ficou exposta à radiação solar. Para sobreviverem, eles
começaram a produzir mais melanina, pigmento que dá cor à pele e
funciona como protetor contra os raios UV. Com as migrações nos últimos
séculos, muitos grupos humanos passaram a viver em regiões para as
quais não estavam adaptados. Isso teve algumas consequências:
– Para os ingleses que se estabeleceram na Austrália nos séculos XIX e
XX – não é por acaso que a Austrália hoje tem um dos mais altos índices
de câncer de pele do mundo.
– Para os indianos e os paquistaneses que se mudaram para o norte da
Inglaterra em décadas recentes – por muito tempo não se sabia por que
eles sofriam de doenças relacionadas à deficiência de vitamina D, como
raquitismo e osteoporose.
Disponível em: <http//:www.veja.com/espelhomeu>.
14
NARRAR
CONTO MARAVIHOSO, CRÔNICA,
CONTO, CONTO DE FADAS,
LENDAS, FÁBULAS
RELATAR
RELATO DE EXPERIÊNCIAS,
DIÁRIO ÍNTIMO, NOTÍCIA,
REPORTAGEM, CURRICULUM
VITAE
ARGUMENTAR
CARTA DO LEITOR, CARTA DE
RECLAMAÇÃO, ARTIGO DE
OPINIÃO, DISCURSO DE
ACUSAÇÃO, EDITORIAL
EXPOR
TEXTO EXPOSITIVO (LD),
RELATÓRIO CIENTÍFICO,
CONFERÊNCIA, EXPOSIÇÃO ORAL,
RESENHA, RESUMO
15
O QUE É ARGUMENTAR?
- ORIENTAR o discurso no sentido de
determinadas conclusões;
• TEXTO ↔intenção ↔interlocutores ↔contexto
social ↔ argumentação.
• Os Gêneros Discursivos orientam a argumentação.
16
Argumentação e Linguagem
• O ato linguístico fundamental é ARGUMENTAR.
• Linguagem é vista como ação sobre o mundo:
- Intencionalidade;
- Veiculadora de ideologia;
- Repleta de argumentatividade.
17
A LINGUAGEM É SEMPRE
ARGUMENTATIVA?
MEDO: MAU CONSELHEIRO
Um resumo de tudo que já foi publicado sobre redução da maioridade
penal é a foto da página 33: alguém consegue ver uma criança diante do
Estado de forma errada? Ao persistir essa sanha contra os efeitos sem atacar,
porém, as tantas causas que a lei determina que se ataquem, breve vão propor
berçários de segurança máxima.
Leonardo Leão
Recife, PE
Disponível em: Revista Carta Capital – Cartas Capitais (Agosto, 2014).
O TEXTO ORIENTA PARA UMA
CONCLUSÃO
18
“A argumentação é uma ação que tende sempre a
modificar um estado de coisas preexistentes.”
(Ch. Perelman & L. Olbrechts-Tyteca
Argumentar exige uma série de articulações: desde
ponto de vista e movimentos dialogais da linguagem.
19
QUANDO ARGUMENTAMOS E
PARA QUÊ?
Quando argumentamos?
Nos momentos em que apresentamos razões
para afirmar ou negar uma ideia, um fato. Os textos
argumentativos são expositivo, ou seja, desenvolvem
e explicam um assunto. Para fazer isso lançam mão
de recursos argumentativos, cujo objetivo é “provocar”
o leitor.
Argumentamos com qual finalidade?
A finalidade da argumentação é persuadir e
convencer o leitor sobre o ponto de vista do autor
sobre um dado assunto.
20
Questões
Dois pilares:
Como argumentar?
Como perceber um argumento?
*Procedimentos argumentativos
(escritor – leitor)
21
Procedimentos argumentativos
1. Unidade do tema: tratar de um só objeto;
2. Comprovação da ideias: citação de outros textos;
3. Exposição e refutação de argumentos contrários:
divergências sobre o tema;
4. Padrão da linguagem: imposição de respeito e de
poder de persuasão.
22
LINHAS DE ARGUMENTAÇÃO
“Em um mundo tão acelerado (...) você consegue se desligar?
(...) Acho que profundidade de atenção exigida por um livro é
muito significativa e uma alternativa ao nosso modo de vida.”
TOM RACHMAN, escritor anglo-canadense, no jornal O Globo;
“O futuro da palavra escrita é ser falada, porque a escrita é
devagar. Os livros do futuro serão falados, porque tudo gira em
torno da fala hoje em dia”
Jason Merkoski, um dos responsáveis pelo desenvolvimento do Kindle, leitor de obras
digitais, em O Estado de S. Paulo.
(Panorama VEJA ESSA – Revista Veja, 27 Agosto, 2014)
23
Força da argumentação
• Argumentação se intensifica no uso de
determinados processos argumentativos.
• Menor força argumentativa;
• Maior força argumentativa;
• Mas sempre há argumentação.
24
A gente acredita em um mundo
melhor.
A gente acredita em um mundo
melhor.
Investimos nele.
Tanto que investimos nele todos os
dias.
O investimento da Ambev começa no
campo, buscando ingredientes cada
vez melhores. Não paramos por aí.
O investimento da Ambev começa no
campo, buscando ingredientes cada
vez melhores, mas não paramos por
aí.
São 1,5 milhão de empregos que
geram renda para muitas famílias e
investimentos em cidades por todo o
País; além de inúmeros projetos para
deixar o mudo melhor para todos.
São muitos empregos que geram
renda para as famílias e
investimentos em cidades do País;
Há inúmeros projetos para deixar o
mudo melhor para todos.
(Adaptação de uma propaganda da
Ambev – publicada na Revista Veja,
2014)
(Propaganda Ambev – publicada na
Revista Veja, 2014).
25
MECANISMOS ARGUMENTATIVOS
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Figuras de linguagem;
Posto e pressuposto;
Inferência e subentendido;
Instâncias gramaticais;
Escolha lexical;
Expressões de valor fixo;
Ironia;
Citações;
Argumentos de autoridade;
Criação de inimigos;
Alusão.
26
“A dívida era uma bola de neve. Nós a
derretemos, e ela virou uma bolinha.”
AXEL KICILLOF, ministro da Economia da Argentina, em
coletiva realizada em Buenos Aires.
27
• Posto/ Pressuposto
I) José parou de beber.
II) Ele agiu honestamente, embora seja
político.
Qual é pressuposto?
Ele está no linguístico?
28
• Inferências: relações de sentidos que
estabelecemos ao ler.
“Geraldo comprou um carro de luxo, zero.”
O que inferimos?
29
• Outras inferências:
• “O céu está cheio de nuvens negras”
O que inferimos?
O que não inferimos?
Portanto choverá.
E poderá chover.
Vou levar um guarda-chuva.
Não sairei agora.
Portanto fará um dia lindo.
E o sol surgirá brilhante.
30
• Subentendido
• “O céu está cheio de nuvens negras”.
- Que frio horrível!
(contexto – pede uma ação que não está
enunciada). É aquilo que não foi expresso,
mas está no texto.
- Estudei pouco para a prova.
31
• Expressão fixa
À ESPERA DE UM MILAGRE
O deputado que ajudou um doleiro a ocultar dinheiro de
criminosos ainda aposta na solidariedade dos colegas para
se salvar. O conselho de Ética da Câmara, porém, aprovou o
pedido de cassação.
(Revista Veja – reportagem referindo-se ao deputado André
Vargas)
32
EPÍGRAFE DA SEMANA
A pretexto do novo cenário em que se
insere a candidatura de Marina Silva
“A política não é uma ciência
exata.”
OTTO VON BISMARCK, o “chanceler de
ferro”, articulador da unificação alemã (18151898)
(Revista Veja, Agosto, 2014).
33
• Escolha lexical:
Aberto todos os dias
Descanso semanal terça-feira
(Propaganda veiculada em um outdoor)
34
OPERADORES ARGUMENTATIVOS
São empregados com a pretensão de orientar
o interlocutor a determinadas conclusões,
excluindo outras.
Indica:
- Orientação discursiva;
- Marcas linguísticas;
- Demonstra o valor dos argumentos.
35
OPERADORES ARGUMENTATIVOS
• Duas classes: escala argumentativa e classe
argumentativa.
• Classe argumentativa: conjunto de enunciados que
servem para uma mesma conclusão.
• Escala argumentativa: quando dois ou mais
enunciados apresentam uma relação de gradação
de força crescente, que levam a uma mesma
conclusão.
36
OPERADORES ARGUMENTATIVOS
• - Junior trabalhou pouco. (A)
• - Junior trabalhou um pouco. (B)
• (Há um diferença argumentativa) – não se trata de valor informacional.
• Cada enunciado possui um conjunto de conclusões diferentes.
• A força argumentativa de A é diferente de B.
• Em B: teríamos conclusões, tais como: Ele está cansado / Ele já pode
descansar.
• Em A: Ele não está tão cansado / Ele não merece descansar, etc...
• Argumentatividade: “conjunto das conclusões
possíveis”.
37
Alguns operadores:
a) Hierarquias: argumentos fortes ou fracos para uma conclusão
(mesmo, até mesmo, inclusive, ao menos, pelo menos)
b) Mesmo sentido:
(e, também, não só, além disso)
“É grande a probabilidade de nunca termos certeza do que causou o
acidente aéreo que matou o candidato à Presidência Eduardo
Campos e outras seis pessoas. O jatinho [...] não tinha caixa-preta, e
gravador de voz da cabine, supostamente sem manutenção, não
registrou a conversa dos pilotos – e lá poderia estar a resposta.”.
(MANOBRA ERRADA, Revista Veja, 2014).
c) Argumento decisivo:
(aliás, além do mais).
d) Retificar, esclarecer:
(isto é, ou seja).
38
e) Oposição:
(mas, porém, todavia, entretanto)
“[...] Aborrecida com o veto da Justiça Eleitoral à
criação de sua própria sigla, a Rede, a ex-ministra
não queria ficar de fora da campanha presidencial.
Teve de aceitar, porém, o papel de coadjuvante e ser
candidata a vice por uma legenda sob controle de um
político com sonhos próprios”.
(Revista Veja, 2014)
39
E quando os argumentos se
juntam...
CLASSE ARGUMENTATIVA: união de argumentos
que levam para a mesma conclusão.
1) João é o melhor candidato.
Arg. 1: - tem boa formação em Economia.
Arg. 2: - tem experiência no cargo.
Arg. 3: - não se envolve em negociatas.
O que esse argumentos têm em comum?
40
• Escala Argumentativa:
• Veja o enunciado: “ A apresentação foi
coroada de sucesso.”
- (argumento 1): estiveram presentes
personalidades do mundo artístico.
- (argumento 2): estiveram presentes pessoas
influentes nos meio políticos.
- (argumento 3): esteve presente o Presidente
da República.
41
Esteve presente o Presidente da República.
Estiveram presentes pessoas influentes nos meios
políticos.
Estiveram presentes personalidades do mundo artístico.
ESCALA ARGUMENTATIVA
Disponível em: KOCH, Ingedore Villaça. A inter-ação pela linguagem.
42
OPERADORES DE ARGUMENTOS MAIS FORTES:
ORIENTADOS NO SENTIDO DE UMA MESMA
CONCLUSÃO
- Até, mesmo, até mesmo, inclusive.
Como ficaria o exemplo anterior, usando um
desses operadores?
43
- Operadores Argumentativos que somam argumentos para
beneficiar uma mesma conclusão: fazem parte da mesma
classe argumentativa.
(E, TAMBÉM, AINDA, NEM, NÃO SÓ, MAS TAMBÉM, TANTO,
COMO, ALÉM DE, ALÉM DISSO, A PAR DE)
JOÃO É O MELHOR CANDIDATO.
- Tem boa formação em Economia
negociatas
- Tem experiência no cargo
- não se envolve em
Disponível em: KOCH, Ingedore Villaça. A inter-ação pela linguagem.
44
• Possíveis diferenças de sentido:
A) João é o melhor candidato: tem boa formação em
Economia, tem experiência no cargo e não se envolve em
negociatas.
B) João é o melhor candidato: não só tem boa formação em
Economia, mas também tem experiência no cargo e não
se envolve em negociatas.
C) João é o melhor candidato: além de ter boa formação em
Economia, tem experiência no cargo; e também não se
envolve em negociatas.
O que isso nos mostra?
45
Operador “disfarçado”: é apresentado como um argumento desnecessário,
mas, na verdade, é um argumento decisivo. (Aliás)
“João é o melhor candidato. Além de ter boa formação em Economia, tem
experiência no cargo e não se envolve em negociatas. Aliás, é o único
candidato que tem bons antecedentes.
• O uso do “aliás”: faz parecer que o argumento não tem grande
importância.
Veja: “Esta é a minha opinião sobre o assunto. Aliás, uma mera opinião.”
Qual é o sentido do uso do operador “aliás” e em qual contexto o enunciado
acima seria utilizado?
46
Outras formas de argumentar
• Indicadores Atitudinais:
(Infelizmente, Com prazer).
• Índices de Avaliação:
(estado/qualidades atribuídas a um referente).
“O País perde um homem público de rara e
extraordinária qualidade”, afirma Lula.
(Revista Carta Capital)
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MODALIZADORES
É necessário
Pouco
É possível
Muito
Deve acontecer
Quase
Desejo que
Apenas
É permitido
Só
Provavelmente
Mesmo
Felizmente, infelizmente
Não pode haver dúvidas
Disponível em: KOCK, Ingedore Villaça. Argumentação e linguagem.
48
• Grau
O grau é sempre uma marca de subjetividade, pois
resulta de um julgamento de quem escreve ou fala
sobre o referente, e não do referente em si mesmo.
• Esse julgamento inclui, além do sentimento do
locutor, particularidades ligadas às circunstâncias
da enunciação.
“O próximo e 13º disco de MADONNA deve se
chamar Coração Rebelde, ela continua cobrando
um dos maiores cachês do showbiz (a
apresentaçãozinha mais em conta sai por 1 milhão
de dólares) (...)”. (REVISTA VEJA)
49
• Tempo verbal
O presente do indicativo: Qual é a sua argumentatividade?
“Brasil espremido entre dentaduras e dentadas”
“O que a Monsanto esconde sobre os transgênicos?”
“Argentina: os pesos pesados das finanças sobem ao
ringue.”
“Agenda Internacional: Líbia, mais um país aos pedaços
graças ao Ocidente”
(Disponível em: <http//:www.cartamaior.com.br>.)
50
Analisando a argumentação
“O uso de drogas não deve ser considerado crime, mas uma
questão de saúde pública. A produção e a venda dessas
substâncias, se taxadas e controladas, podem gerar recursos
para prevenção e tratamento.
A legalização deve ser cautelosa e gradual. O ponto de partida
deve ser a maconha, com limitações e campanhas educativas
parecidas com as do álcool e do tabaco. Nenhuma dessas
medidas, entretanto, deve ser aplicada sem plebiscito ou
referendo”. Essa é a posição da Folha.
Concordando ou não, siga a Folha, porque ela tem suas
posições, mas sempre publica opiniões divergentes.
(Propaganda #Sigaafolha, publicada na Revista Veja)
51
Segundo Pereira (2006), na sequência
argumentativa, o autor pode se colocar de
modo pessoal (em primeira pessoa: na minha
opinião, penso que etc), ou de modo impessoal
(em terceira pessoa: é provável que, é possível
que, não se pode esquecer que, convém
lembrar que etc).
52
Objetivos da Aula
Subjetividade
Não existem textos objetivos. O simples ato de
falar indica subjetividade, implica escolhas.
Embora essa subjetividade possa ser mais ou
menos ressaltada ou apagada, mesmo a
citação aparentemente literal assume
significados diversos, uma vez que se
encontra despida de seu entorno inicial.
53
• Implícitos
Um texto não diz tudo o que significa.
• O adjetivo, o advérbio, o pronome, a
gradação, os modos verbais, as categorias
de tempo e de pessoa são algumas marcas
gramaticais da expressão dessa
subjetividade.
54
CARACTERÍSTICAS DA LINGUAGEM
* O autor pode optar por uma linguagem comum ou
cuidada;
* Para apresentar coerência temática e a coesão, o
produtor vale-se de operadores argumentativos
(elementos linguísticos que orientam a sequência do
discurso: mas, entretanto, porém, portanto, além disso
etc.) e dêiticos (este, agora, hoje, neste momento,
ultimamente, recentemente, ontem, há alguns dias,
antes de, de agora em diante).
55
OPERADORES ARGUMENTATIVOS
A)
assim, desse modo, dessa maneira: têm o valor exemplificativo e
complementar. Introduzem sequências de confirmação ou ilustração ao
que foi dito antes;
O governo decidiu não se comprometer com nenhumas das facções em
disputa do partido. Assim, ele ficará à vontade para negociar com quem
vencer.
B) E: anuncia o desenvolvimento do discurso e não a repetição do que já foi
dito;
Esse trator serve para arar a terra e para fazer colheitas.
C) ainda: serve para introduzir argumento a favor de uma determinada
conclusão, ou para incluir outro elemento;
O nível de vida dos brasileiros é baixo porque os salários são pequenos.
Convém lembrar ainda que os serviços públicos deficientes.
56
D) aliás, além do mais, além disso: introduzem um argumento decisivo,
apresentado como acréscimo;
Os salários estão cada vez mais baixos porque o processo inflacionário
diminui o poder de compra. Além disso, são considerados como renda e
taxados com impostos.
E) Isto é, quer dizer, ou seja: introduzem esclarecimentos e retificações ao
que foi dito antes;
Muitos jornais fazem alarde de sua neutralidade, isto é, de seu não
comprometimento com nenhuma força social.
57
F) Mas, porém, todavia: marcam oposições entre dois enunciados;
Choveu na semana passada, mas não o suficiente para se começar o
plantio.
G) embora, ainda que, mesmo que: estabelecem conjuntamente contradição
e concessão. Servem para admitir um dado contrário para depois negar o
seu valor argumentativo.
Ainda que a ciência e a técnica tenham presenteado o homem com abrigos
confortáveis, pés velozes como raio, olhos de longo alcance e asas para
voar, não resolveram o problemas das injustiças.
58
H) portanto, conseguinte, pois: introduzem uma conclusão ao que foi dito.
O Palmeiras foi o melhor time do campeonato. Teria, pois, que ser
campeão.
I) Porque, já que, que: introduzem uma explicação ou justificativa.
A alegria da posse de Pupin já acabou, porque os problemas já
começaram.
59
Atividade: Leia os fragmentos a seguir e assinale a relação de sentido
Estabelecida pelos termos em destaque:
1) “A Lei das Falências é outra. Esta é mais uma. E o povo não gostou”. Que
função essa palavra cumpre na oração:
a) ( ) Acrescenta uma informação nova.
b) ( ) Introduz um esclarecimento.
c) ( ) Marca uma oposição.
d) ( ) Introduz uma correção.
2) “A nova lei simplesmente se soma às exigências para dirigir, ou seja, possuir
carteira de habilitação, ter visão adequada, ser maior de 18 anos e estar sóbrio”.
a) ( ) Estabelece uma relação de justificativa.
b) ( ) Acrescenta uma informação.
c) ( ) Retifica a ideia anterior.
d) ( ) Estabelece uma comparação.
60
3) “O que foi barrada é a liberdade, aliás inexistente, de um cidadão
tirar a vida de outro devido ao descontrole causado pela bebida [...]”.
a) ( ) Apresenta uma consequência provocada por uma causa.
b) ( ) Exclui um termo anterior.
c) ( ) Retifica uma ideia.
d) ( ) Explica uma ideia anterior.
61
4. Destaque, nos trechos seguintes, as palavras que o autor emprega e que
evidenciam o seu posicionamento em relação ao assunto da lei seca.
a)
Defendo nesta coluna, há muitos anos, a restrição do horário de
funcionamento dos bares [...].
b) “Melhor seria chamar o novo diploma de Lei de proteção no Trânsito”.
c) “Só temos a comemorar”.
d) “Há ainda o que veem a lei como uma afronta aos direitos individuais.
Não vejo ofensa a direito nenhum”.
62
Referências
• BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem.
São Paulo: Hucitec, 1990.
• CITELLI, A. O texto argumentativo. São Paulo:
Scipione, 2002.
• KOCK, I. V.; TRAVAGLI, L.C. A coerência textual.
8. ed. São Paulo: Contexto, 1998.
• KOCK, I. V. Argumentação e linguagem. 5. ed.
São Paulo: Cortez, 1999.
63
O PODER DA ARGUMENTAÇÃO:
COMO IDENTIFICAR E ELABORAR
ARGUMENTOS
Prof.ª Me. Rejone Valentim Alves
64
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O QUE É ARGUMENTAR?