I Congresso Materno-Infantil e Adolescente - Piauí Tipos de assistência ventilatória: indicações Profª Miriam Perez Departamento de Pediatria – UFRJ www.paulomargotto.com.br 22/8/2008 Características fisiológicas do recémnascido Diafragma com menor convexidade As costelas são mais horizontais Caixa torácica extremamente complacente → não oferece resistência na inspiração (não estabiliza na ventilação espontânea) e não se opõe as forças elásticas na expiração → tendência ao colabamento Vias aéreas finas, sem sustentação e muito complacentes Características fisiológicas do recémnascido Alveolização incompleta Deficiência de surfactante Reatividade dos vasos pulmonares Imaturidade do centro respiratório e das vias neurais aferentes da medula Capacete de oxigênio Pneumotórax e pneumomediastino espontâneos CPAP nasal (continuous positive airway pressure) Recrutamento alveolar Aumenta a superfície de troca melhora V/Q PaO2 Diminui o espaço morto alveolar PaCO2 Diminui a resistência das vias aéreas Estabiliza a caixa torácica Diminui edema pulmonar CPAP nasal (continuous positive airway pressure) Indicações 1 - fase inicial de doenças respiratórias que levem a diminuição da complacência ou aumento da resistência Taquipnéia transitória, Síndrome da angústia respiratória do RN, Aspiração de mecônio, pneumonia etc CPAP nasal (continuous positive airway pressure) Indicações 2 – Suporte ventilatório pós-extubação Cochrane Library “Nasal continuous positive airways pressure immediately after extubation for preventing morbidity in preterm infants” Davis PG, Henderson-Smart DJ – 2002 -Análise de 8 estudos – 629 prematuros (<1500g) - Menos apnéia, hipoxemia, hipercarbia e falha na extubação CPAP nasal (continuous positive airway pressure) Indicações 3 – Tratamento da apnéia da prematuridade Estabilização das vias aéreas e caixa torácica, recrutamento alveolar CPAP nasal (continuous positive airway pressure) Indicações 4 – Assistência ao RN na Sala de parto Vent-Logos VLP 2000 E Neopuff CFR – Continuous Flow Reviver VNI – Ventilação não invasiva Utilização da pressão positiva de forma não invasiva Ventilação não invasiva sincronizada – a cápsula detecta o início da contração diafragmática → sincronização Não sincronizada → distensão gástrica importante Cápsula abdominal Graseby VNI – Ventilação não invasiva Indicações 1- Suporte ventilatório pós-extubação Meta-análise da “Cochrane Library” – Davis (2003) – identificou 3 estudos randomizados – 159 recém-nascidos – comparando o CPAP nasal com a SVNI → menor falha na extubação Nível de evidência: C Revisão Arch Dis Child Fetal Neonatal – jul/2008 → menor necessidade e reintubação e menor incidência de displasia broncopulmonar 2- Tratamento da apnéia da prematuridade Meta-análise da “Cochrane Library” – Lemyre (2004) - comparando o CPAP nasal com a VNI → menor necessidade de intubação Nível de evidência: C VNI – Ventilação não invasiva 3 – Tratamento da insuficiência respiratória hipoxêmica 1- Santin R – J Perinatol 2004 “A Prospective Observational Pilot Study of Synchronized Nasal Intermittent Positive Pressure Ventilation (SNIPPV) as a Primary Mode of Ventilation in Infants 28 Weeks with Respiratory Distress Syndrome (RDS)” Estudo observacional – 59 prematuros entre 28 – 34 semanas -Menor número de dias de intubação e de internação 2- Manzar S – Saudi Med J 2004 “Use of nasal intermittent positive pressure ventilation to avoid intubation in neonates” Estudo observacional – 16 prematuros – obtiveram êxito em 13 Não há evidências suficientes Ventilação convencional Indicações Hipercarbia (PaCO2 > 65mmHg FiO2 >60% Apnéias freqüentes Choque irresponsivo à volume Ventilação Mandatória Intermitente A maior parte dos respiradores neonatais → fluxo contínuo, são ciclados a tempo, com PIP limitada Assincronia Assincronia VT variável → trocas gasosas insuficientes ↑ a pressão nas vias aéreas → risco de barotrauma, extravazamento de ar e DBP ↑ o trabalho respiratório → ↑ as necessidades ventilatórias, além de ↑ o gasto energético Grande variação da pressão arterial e do fluxo sangüíneo cerebral aumentando o risco de hemorragia intra-craniana Modos Ventilatórios Iniciados (“Trigados”) pelo Recém-nascido Modos ventilatórios em que a fase inspiratória da ventilação é iniciada em resposta a um esforço inspiratório do paciente Ventilação mandatória intermitente sincronizada Ventilação assisto/controlada Ventilação com pressão de suporte Cochrane Library – 2007 Meta-análise – 14 estudos que comparavam ventilação convencional e vários modos sincronizados → menor incidência de síndromes de extravasamento de ar e menor duração da ventilação Recomendação: estudar melhor os métodos de “trigger” Ventilação de Alta freqüência Utiliza pequenos VT( = espaço morto) Troca gasosa : difusão de gases e remoção do CO2 devido ao fluxo de gás que “varre”as VAS FR: 8 a 15 Hz ( 1Hz = 60 irpm) VAF: resgate x ventilação inicial Meta-ánalise da “Cochrane library” – 2007 - 15 estudos randomizados – 3585 recém-nascidos, comparando ventilação convencional e VAF (como ventilação inicial) conclui: 1- não há diminuição da mortalidade 2- discreta diminuição da DBP 3- discreto aumento (não significativo) da hemorragia intracraniana grau III e IV 4- Não há evidências suficientes para recomendar a VAF como modo ventilatório inicial Sugestão: realização de novos estudos envolvendo prematuros de muito baixo peso e novas estratégias ventilatórias na VAF Ventilação de alta freqüência Recrutamento alveolar Ventilação de alta freqüência Síndromes de extravasamento de ar